BEM-VINDO VIAJANTE! O QUE BUSCA NO MULTIVERSO?

Homem-Formiga - Inimigo Natural

Conheça Scott Lang. Ex-vigarista, pai solteiro e Homem-Formiga nas horas vagas. Ao lado de sua filha, Cassie, Scott encara uma nova vida em Nova York e está determinado a fazer com que tudo dê certo: Cassie estuda numa boa escola, ele tem um emprego estável e, finalmente, sente-se pronto para engatar um novo relacionamento. Apesar de ter as melhores intenções, Scott não consegue manter-se longe dos holofotes – ou das lentes de aumento –, e não vai demorar muito para que sua nova vida desmorone. Quando um antigo cúmplice da época de crimes vai a julgamento, pai e filha veem-se às voltas com guarda-costas enviados pelo governo a fim de protegê-los. Scott acha isso desnecessário, mas ele desconsidera algo de fundamental importância: o fator adolescência. Quando a situação aperta para o lado de Cassie, Scott não hesita em trazer à tona o poderoso Homem-Formiga (sem ironia). Mas o que esse vilão realmente deseja? Scott e Cassie talvez estejam lutando contra algo muito maior do que eles imaginam. O premiado autor Jason Starr traz aos fãs uma história inédita, repleta de desespero, segredos e grandes aventuras de proporções microscópicas!
Título: Homem-Formiga - Inimigo Natural
Série: Coleção Marvel
Autor (a): Jason Starr
Editora: Novo Século
Número de Páginas: 256


A Marvel está mesmo determinada a dissiminar seu conteúdo em todas as mídias. Entregar seus personagens a escritores da literatura americana e deixá-los trabalhar em histórias prórpias tem dado tão certo quando a transposição de sagas de quadrinhos para as páginas dos livros, e até agora rendeu bons resultados. Então por que não apostar em personagens fora de seu grupo principal, já que até o universo cinematográfico já os adotou? Sendo assim, melhor "começar pequeno".
Scott Lang tenta viver uma vida "normal" em Nova York com sua filha, embora também use parte do seu tempo livro para fazer boas ações com o Homem-Formiga. Porém as coisas fogem do controle quando um antigo colega dos tempos de crime foge da prisão e agentes do FBI colocam Scott e sua família sob vigilância, para assim protegê-los de um fim trágico como o das outras pessoas que ajudaram a pô-lo na cadeia. Como se não bastasse ter que lidar com a vigilância, e até certa desconfiança por parte do FBI, Lang precisa lidar com a preocupada e irritada Ex-Mulher e inconstância da adolescência de Cassie.
Em capítulos rápidos que acompanham ora Scott, ora Cassie, Jason Starr nos leva por um pequeno triller de ação, com detalhes de comédia e drama. Pode parecer ironico o que vou falar, mas os maiores problemas de Scott são menores se comparados ao que outros heróis precisam enfrentar. Eles são problemas mais humanos, como nós, e talvez por isso bastante palpáveis. Não é fácil educar uma filha adolescente, uma ex te culpando por tudo de ruim que acontece, ter seu passado jogada na cara quando você apenas busca se redimir de seus erros, manter uma estabilidade profissional e ainda ter tempo para encontrar uma namorada. A preocupação de Scott Lang não é apenas deter uma ameaça, mas manter sua família segura, firme e ter uma vida afinal. Portanto não se surpeenda ao encontrar um homem adulto preocupado em manter sua vida nos eixos, e principalmente, sendo um bom pai para a filha adolescente, pois é disso que se trata boa parte da história. Outo pronto importante é a forma como ele aborda o relacionamento entre pai e filha, a rebeldia de uma adolescente que tem que lidar com o bullying, o primeiro amor, a tecnologia e os problemas causados pelo passado do pai. É claro, ainda temos o mistério e a ação, mas essas questões circundam essa relação primária do héroi preso em seu pequeno universo.
Não, Gigante e Vespa não estão no livro. É que não tenho action figure do Scott Lang ainda.

Homem-Formiga - Inimigo Natural é até o momento o livro mais leve - apesar da ameaça à família do herói - e também o que possui a leitura mais ágil entre os livros da Série Marvel Novo Século que li até agora (Homem-Aranha: Entre Trovões, Guerra Civil, Vingadores: Todos Querem Dominar o Mundo e X-Men: Espelho Negro). Não é apenas pelo menor número de páginas, mas o conjunto criado pela narrativa, trama e diagramação dão velocidade à leitura. Como o livro não possui uma profundidade que exija do leitor algumas pausas para a compreensão das informações apresentadas, se torna fácil de ser lido em uma única sentada mesmo para leitores com ritmo mais vagaroso como eu.
Apesar de trabalhar com um personagem já apresentado no cinema, Starr toma como base referências vindas do universo dos quadrinhos para dar mais vida a sua história: o fato de já ter estado nos Vingadores, o relacionamento com outros heróis, etc. Contudo há também muita informação criada especificamente para a história. Então novamente digo ao amigo leitor que ao ler este livro não se apegue ao que julga conhecer (por uma mídia ou outra), apenas aproveite a leitura.
Falar isso é quase como "chover no molhado", mas a versão nacional recebeu um trabalho muito bom desde a capa ilustrada pelo Will Conrad à diagramação. Aliás, essa última vale pequena nota à parte: em várias páginas existem pequenas formigas em espaços aleatórios que ornam o livro e brincam ainda mais com o tema. Confesso que em alguns momentos esqueci desse fato e achei que tinha uma formiga viva na página. =D
Inimigo Natural é um daqueles livros perfeitos para ser lido entre outras leitras mais pesadas, ou mesmo em uma tarde de domingo, por todas as características anteriormente citadas. Com certeza vai agradar ao leitor que lê-lo procurando uma leitura leve, agradável e divertida, tal qual um bom filme, um seriado (animado ou não) e/ou arco de histórias em quadrinhos. Não importa onde tenha conhecido o personagem, a trama não cobra de você NENHUM conhecimento prévio, não importa se você já leu quadrinho alguma vez na vida ou não. Esse argumento é totalmente inválido, é um LIVRO ora bolas! Ao fim da leitura duvido você não estar entretido e pronto para encarar dos menores aos maiores desafios. ;)



Livro Herói: A História Da Revista Que Inspirou Uma Geração




Se você cresceu nos anos 90, muito provavelmente vai se lembrar com nostalgia da revista Herói. Semanalmente nas bancas e custando módicos R$1,95, ela era a principal forma de acesso à informação para os fãs de cultura pop naquela época pré-internet e em que publicações com este perfil eram praticamente inexistentes. A Herói foi pioneira e se consolidou rapidamente no mercado cativando este público jovem, fiel e cada vez mais ávido por informação e cultura pop.
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Pegando carona no estrondoso sucesso do anime Cavaleiros do Zodíaco, na época exibido pela TV Manchete, a revista Herói rapidamente tornou-se uma espécie de guia oficial, abastecendo semanalmente os fãs com informações sobre os próximos capítulos (isso mesmo! Spoilers eram uma coisa que ainda não existia!), históricos detalhados e curiosidades sobre os personagens. Tamanha era a demanda que a tiragem de um único número da Herói chegava a assombrosos 450.000 exemplares superando muitas marcas tradicionais em banca (é você mesma, revista Veja).
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Além de Cavaleiros do Zodíaco a revista também trazia variado conteúdo sobre games, quadrinhos, filmes e o que passava na TV, de animações da época e do passado à tokusatsus e seriados. Sucesso editorial, a revista se consolidou como um dos primeiros e principais veículos midiáticos para o público jovem na época e inegavelmente contribuiu para formar toda uma geração de fãs, entusiastas e nerds da cultura pop.
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A revista circulou em bancas por aproximadamente 12 anos com algumas interrupções, mudanças de formato, periodicidade e pessoal ao longo deste tempo. Ela também originou um site próprio, lançado em 2000, que segue no ar ainda hoje tratando de cultura pop com a mesma leveza e descontração da revista.
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Alguns de seus editores e colaboradores são notáveis jornalistas e ainda atuam na área: Alexandre Nagado, é jornalista e estudioso da cultura japonesa e dono do Blog Sushi PopMarcelo Del Greco, foi autor de quase todas as matérias sobre Os Cavaleiros do Zodíaco na Herói e atualmente é editor do selo Ink Comics da editora JBC, Rogério de Campos, um dos fundadores da revista, é tradutor, editor, escritor e diretor da Editora VenetaOdair Braz Jr., ex- editor da revista e do site Herói é atualmente jornalista do portal R7André Forastieri, um dos fundadores da Herói é atualmente diretor de novos negócios do portal R7. Isso sem falar na nova equipe de colaboradores do site Herói.

Passados 20 anos da publicação da primeira edição, surge a ideia de recontar toda a gloriosa história desta revista em um livro “inteiramente colorido e explosivamente ilustrado” a ser financiado coletivamente pelos fãs no Catarse. A proposta é incluir nele depoimentos e entrevistas de editores, redatores e colaboradores das diversas fases da revista a fim de reconstruir toda a história da Herói ao longo destas duas décadas com detalhes e curiosidades de bastidores. Além de uma cronologia completa com comentários sobre todas as edições e artigos diversos contextualizando a revista na sua época, seu impacto no mercado editorial, e revelando detalhes até hoje secretos que vão desde contar como eram feitas as revistas e os anúncios de TV, até a projetos que quase aconteceram, como o programa da Herói na TV Manchete, e a Herói Comic Con. (destes eu não sabia!)

As recompensas da campanha variam de R$25 a R$300 e a partir de R$40 você já garante a sua cópia do livro impresso com sobrecapa e uma réplica autografada da histórica primeira edição da revista. Outras recompensas incluem posteres, um troféu, um livreto com informações sobre os 10 personagens mais importantes da história da revista e até a possibilidade do livro vir com uma entrevista sua contando como foi a sua história com a Herói. Demais, não é?
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O projeto prevê ainda metas extendidas caso a meta principal seja alcançada o que pode render para todos os apoiadores adesivos, mais pôsteres e postais ilustrados exclusivos e até uma nova edição digital inédita da revista, como nos velhos tempos! A campanha ficará no ar por 60 dias (indo do dia 17/09 até 16/11) e com estimativa de entrega do livro e das recompensas prevista para Dezembro de 2015, com lançamento oficial possivelmente coincidindo com o 20º aniversário da Herói e a CCXP - Comic Con Experience 2015 em São Paulo.
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O financiamento do livro da Herói é uma oportunidade imperdível tanto para quem viveu aquela época e sente nostalgia de comprar a edição da semana de uma das mais divertidas revistas disponíveis na banca ou ainda para quem já é da geração que nasceu conectada, mas que é igualmente fã de cultura pop e quer entender uma parte importante desta história e de como chegamos até aqui.
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Apóie, divulgue, eleve seu cosmo, e seja o Herói da Herói!

Dracomics: HQs Online da Editora Draco



Que o mercado editorial Brasileiro vem crescendo e se desenvolvendo todos nós Exploradores do Bookverso - o Universo Literário - sabemos de cór, mas poucos sabem é que o mercado de quadrinhos nacionais vem também em uma crescente desde o final da última década (ou até um pouquinho mais). Isso se reflete no tanto de quadrinhos em financiamento coletivo e também nos quadrinhos online, não independentes como também apoiados por editoras como é o caso dos Mangás Online da Jambô sobre os quais falamos em outra postagem.
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Talvez você ainda não saiba é que essa iniciativa não é exclusiva. A Editora Draco também entrou nesse mercado com o Dracomics, seu site de quadrinhos online completamente gratuito! Com nomes consagrados e novos talentos, essa é mais uma iniciativa para fortalecer a cultura pop nacional. Participando do crescimento do mercado nacional de histórias em quadrinhos com coletâneas e graphic novels, esse projeto é a realização de um antigo sonho, levar o quadrinho brasileiro aos leitores sem custos. Com seu foco principal em mangá, a editora publicará séries mensais, minisséries e one-shots, que depois deverão ser impressos em álbuns encadernados. Chega mais, aqui é quadrinho bom e de graça, e sempre 100% BR.
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Confira abaixo alguns títulos que já estão no ar!
Mangá mensal que inaugura o site em grande estilo. Em um mundo habitado por elfos, orcs, anões, gnomos e outras criaturas, o reino de San Paolo é repleto de problemas. A Milícia Pública combate o crime e tenta manter a ordem, mas quando alguém precisa resolver um problema, é melhor chamar um Zika!
Conheça Barone, um orc cansado de ser apenas um ajudante geral de um boteco na periferia do reino e que com a ajuda do anão hipster Muralha, da orc cabeleireira Latiffa e do gnomo Jay, pretende ser o maior Zika que já se viu!
Escrita pela dupla Alessio Esteves (Gibi Quântico) e Raphael Fernandes(Imaginários em Quadrinhos, Apagão, Ditadura no Ar), e com arte de Junior Ferreira (Imaginários em Quadrinhos), Zikas trata de maneira divertida os problemas de vida na cidade grande. Inspirada na cultura urbana das grandes metrópoles brasileiras com raças e classes sociais que seriam cômicas se não fossem trágicas, vivencie batalhas épicas ao som de funk ostentação, explore masmorras que são shoppings e aprenda a lidar com as autoridades. Humor, aventura e muito jeitinho brasileiro!
Essa é uma história de superação e amizade entre o descendente de uma família de aviadores Baltazar Drumont e o espirituoso pato dourado Colombo. O mangá foi um dos vencedores do concurso BMA da editora JBC e fez sua estreia na Draco pelo selo Contraversão, que publica histórias fechadas de 20 e poucas páginas com capa cartonada e preços camaradas.
Baltazar é o mais novo de uma lendária família de aviadores. Sua vida de covardice e bundamolice parece ter chegado ao fim graças a sua amizade com o patinho zoeiro Colombo, que é daqueles que perde o amigo, mas nunca uma trollagem. Não bastasse seu humor peculiar, o bicho tem poderes incríveis e misteriosos, olha só!
Entre aventuras pra pagar as dívidas ou conseguir o que comer, os dois amigos se metem nas mais absurdas presepadas e acabam devendo mais do que ganham. Será que vão conseguir quitar todas as dívidas com o agiota? Seria Quack uma metáfora da vida de seu autor, atualmente falido? Só essas páginas poderão responder.
Escrita e desenhada pelo talentoso Kaji Pato, Quack traz as mais absurdas loucuras, risadas e diversão, mas é acima de tudo uma história de aventura, amizade e que traz o espírito livre da imaginação.

Uma bizarra e intensa oneshot sobre um grupo de guerreiros fanfarrões que será confrontado por uma turba de conservadores insuportáveis. O resultado é uma luta de proporções cósmicas entre quem acredita que a vida deve ser curtida e quem quer garantir uma carreira de sucesso e uma aposentadoria tranquila.
Escrita e desenhada pelo inesgotável Raphael Salimena (MAD, Linha do Trem), Ôch foi publicada originalmente em Imaginários em Quadrinhos v. 1.


Umas das obras ganhadoras do Brazil Mangá Awards 2014 de JBC, conta a história de Artie, um garoto que, na ânsia de ser inteligente, faz um pedido a uma estrela cadente e cria Starmind, o Guardião do Saber. Ele traz inteligência a todos, o problema é que só faz isso através da porrada! Isso traz diversas consequências, sejam boas ou más, e cabe a Artie e seus amigos enfrentá-las.

Sempre é bom saber sobre a valorização do produto nacional e de iniciativas assim que atinjam um público variado. E não ler em dispositivos móveis ou computadores não será uma desculpa aceitável, pois todos os quadrinhos deverão ser lançados em edições encadernadas para você ter o conteúdo impresso como parte da sua coleção. Assim o conteúdo online e gratuito funciona também como uma forma de atrair novos leitores, mas não exclui quem gosta dos quadrinhos em sua forma mais tradicional.
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E aí, curtiu? Pode ter certeza que por aqui, nós curtimos muito. Quanto mais quadrinistas e editoras envolvidos em projetos como esse ou em qualquer outro formato, melhor para nós que amamos ler!



Quadrinhos Online Jambô


Sabia que você pode acompanhar os quadrinhos da Editora Jambô direto do site oficial de forma online e gratuita?! Pois é, os nossos parceiros da Jambô fizeram já há algum tempo o anúncio que pegou muita gente de surpresa. E para não deixar de fora quem não fez a menor ideia do que significa isso, vamos por partes.
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Você conhece a Editora Jambô? A Jambô trabalha com as coisas mais legais do mundo nerd (RPG, card games, mangás) desde a década de 1990 quando ainda era apenas uma loja. De lá para cá eles expandiram seus negócios: queriam lançar os próprios livros, os próprios jogos. Assim, em 2002, nasceu a Jambô Editora que hoje trabalha com diversos RPGs, incluindo 3D&T, o RPG mais vendido do Brasil, e Guerra dos Tronos, o jogo oficial dos romances da série As Crônicas de Gelo e Fogo. Sem contar Tormenta, o premiadíssimo Reinos de Ferro e vários outros.
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E não é só RPG que eles publicam. Os produtos são variados: livros-jogos, aqueles em que você escolhe o que o protagonista vai fazer. Romances — a Jambô publicou O Inimigo do Mundo, primeiro trabalho do hoje renomado Leonel Caldela. E quadrinhos, incluindo Holy Avenger, de Marcelo Cassaro e Erica Awano, uma das HQs mais premiadas do Brasil e finalista do prestigiado International Manga Award.
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E ampliando ainda mais o investimento na área dos quadrinhos a editora inaugurou em em seu site uma área de acesso gratuito onde o leitor pode, ler e reler as publicações sem remorsos, com o aval dos autores e sem prejudicar o mercado editorial. Depois, a história é encadernada em formatos físicos, então quem gosta de ter o seu exemplar na estante também poderá ter. E quem explica mais sobre o projeto é J.M. Trevisan, editor de conteúdo online da Jambô e quadrinista*.
Lá atrás, quando comecei a roteirizar LEDD, eu não tinha a menor noção de onde aquilo ia parar. Eu só queria fazer um mangá e aproveitar a arte do Lobo Borges.Para variar, quem deu a primeira virada no jogo foi o Cassaro. Quando contei para ele que LEDD se passaria num universo novo, ele só não me chamou de tonto porque é educado. “Tem que ser em Tormenta”, ele disse, “Já tem tudo ali!”. E aquela sugestãozinha mudou tudo.Fazer o mangá no cenário de Tormenta me permitiu oferecer a série à Jambô. E com o apoio da editora, a gente pôde elaborar um plano que era – até então e até onde eu sei – inédito no Brasil: publicar a série na internet, de graça e depois soltar volumes impressos com extras e páginas coloridas. Tudo financiado pela editora.De lá para cá, LEDD teve um período de muito sucesso como parte do Portal Genkidama, que agrega os principais sites de mangá, anime e cultura japonesa, e explicar a importância dessa fase e da ajuda dos meus companheiros de lá vai exigir um outro texto. O fato é que agora entramos num novo período.


LEDD agora faz parte do conteúdo do site oficial da Jambô. E não vem sozinho.
Atendendo a muitos – mas muitos mesmo – pedidos, 20 DEUSES está de volta! Você finalmente poderá acompanhar as aventuras de Mateo e Val desde o começo! O roteiro, pra quem não sabe (quem não sabe?), é do nosso grande Marcelo Cassaro. A arte é de Rafael Françoi.SIR HOLLAND, o cavaleiro aventureiro criado por Zambi, não é mangá, mas também marca presença porque somos extremamente maleáveis e a série é muito bacana! E para que desperdiçar uma boa chance de dar gargalhadas, certo? Por último, temos KHALIFOR. O que? Você nem sabia que essa série existia? Está curioso para saber do que se trata? Bom, se você realmente conhece Tormenta, pode ser que tenha alguma vaga ideia. O que podemos dizer é que o roteiro é deste que vos fala e a arte está sob responsabilidade de Ricardo Mango, que ficou em segundo lugar na quinta edição da Morning International Comic Competition, realizada pela editora japonesa Kodansha, uma das maiores do país. E é isso, galera. No caso das séries que faziam parte da extinta revista Dragon Slayer, primeiro teremos a republicação do que saiu na revista – afinal, quem não acompanhava tem o direito de se inteirar no assunto, certo? – e depois a continuação com material inédito. Mais ideias estão sendo estudadas e mais novidades devem surgir dependendo do sucesso da seção. E eu já disse que é tudo de graça? Para acessar a nova área é só clicar aqui no link ou seguir o menu do site! Espero que todos gostem e aguardamos as sugestões de vocês!




*Texto integral postado no site da Jambô.

Hamlet Ou Amleto?: Shakespeare Para Jovens Curiosos e Adultos Preguiçosos

Um guia que conduz o leitor numa jornada irresistível pelo universo shakespeariano e por um dos textos mais importantes e centrais do teatro e da nossa cultura.
O premiado escritor Rodrigo Lacerda faz uma adaptação que não apenas reconta a história do príncipe Hamlet, tal qual Shakespeare a escreveu, mas põe o jovem leitor curioso (e também o adulto preguiçoso) em contato direto com a força de sua poesia dramática.
Muito mais que uma simples adaptação, o que temos é, de fato, um guia para Hamlet. O autor apresenta o original de Shakespeare - informando, comentando e mergulhando em todas as referências sobre cada ato e cena da peça - e o costura com a sua própria narrativa moderna e em linguagem contemporânea da história do príncipe dinamarquês.
Como diz Luis Fernando Verissimo no texto de quarta capa, "o que o Rodrigo fez não foi Shakespeare para os simples, foi ajudar a vencer os obstáculos e ir direto ao inesquecível, o fantástico e o poético. Hamlet depurado, um atalho para o encantamento".
Ao final, o livro traz um apêndice com três breves seções onde Lacerda indica e lista: "Hamlets que li", "Hamlets que vi" e os "Elogios, críticas, paródias e anedotas sobre Hamlet".
Título: Hamlet Ou Amleto? - Shakespeare Para Jovens Curiosos e Adultos Preguiçosos
Editora: Zahar
Autor (a): Rodrigo Lacerda
Número de Páginas: 296


Todos nós já ouvimos falar de Shakespeare em algum momento, seja por citações e referências às suas obras mais famosas, seja por adaptações das mesmas que nos chegam nas mais variadas mídias, do teatro, aos quadrinhos, filmes e seriados. A influência do dramaturgo inglês na cultura e sociedade ocidental é de uma unamidade tal, que nunca ter sequer ouvido falar nele é algo inconcebível. Mas convenhamos que ouvir falar é uma coisa e conhecer in loco é outra completamente diferente e é aí que está o problema. Quando soube do lançamento de Hamlet ou Amleto? pela Zahar no começo deste ano fiquei justamente interessado na premissa do livro que é a de apresentar ao leitor iniciante, o universo das peças shakesperianas, preparando-o para enfim ir à fundo nas obras do bardo inglês, ultrapassando as costumeiras barreiras da linguagem e da distância temporal. Devo confessar que esta leitura foi também meu primeiro contato com o texto e uma peça de Shakespeare e que ela não poderia ter vindo em melhor hora!
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Ao usar a segunda pessoa para dialogar diretamente com o leitor, Rodrigo Lacerda, o autor e também fã confesso do dramaturgo e sua obra, encarna um preparador de elenco que por meio desta conversa, repassa toda a peça para um jovem ator estreante que está a poucas horas de subir ao palco para interpretar o famoso príncipe dinamarquês e que no entanto muito pouco sabe sobre ela. Essa abordagem de imediato fisga o leitor por evocar uma proximidade com o autor e o personagem e é um dos grandes trunfos do livro.
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Rodrigo preocupou-se não apenas em reescrever ou adaptar a peça, mas em também colocar o leitor de hoje em contato com a poesia e os versos originais de modo que podemos perceber a sutileza genial da poesia shakesperiana e toda a emoção que o bardo procurava imprimir em sua peça. Parágrafo a parágrafo, enquanto preparador e ator conversam, lemos os versos shakesperianos intercalados com comentários que abordam desde a narrativa, as características dos personagens, as principais adaptações feitas por diretores ao encená-las, dicas de interpretação para atores e até o comportamento esperado da plateia. Você realmente se sente na pele do ator e de Hamlet e a leitura flui como se realmente fosse um bate bapo descontraído.
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A peça se passa na Dinamarca por volta do século XI e fora inspirada num conto folclórico daquele país. Nela, Hamlet, o rei e pai do protagonista, mal esfriou no túmulo e a rainha Gertrudes se casou com seu o ex-cunhado, Claudius. Quem não gostou nada disso foi Hamlet Jr., o príncipe que agora se sente traído pela mãe, tendo que aceitar a autoridade real do seu tio que insiste em chamá-lo de Amleto (e ele o detesta ainda mais por isto!) e que porventura lhe tomou temporariamente o direito de suceder o pai no trono como Rei dinamarquês. Carregando estas frustrações nosso protagonista se depara com uma aparição, o fantasma do seu pai surge no castelo e lhe conta como fora envenenado e traído por Claudius e pede ao filho que vingue a sua morte e ponha a Dinamarca novamente nos trilhos.
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A política e o momento histórico conturbado da Dinamarca é o pano de fundo sobre o qual se desenvolve o drama pessoal vivído pelo protagonista. A busca por vingança fará Hamlet Jr. trilhar caminhos tortuosos dentro e fora da corte. Testemunharemos o seu crescimento e amadurecimento ao confrontar com situações que o colocarão em conflito tanto com os outros personagens quanto com os seus valores e idealismos internalizados.
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Os diálogos e monólogos mais famosos e filosóficos não apenas estão presentas mas recebem uma análise acurada com o intuito de esclarecer metáforas poéticas, a contextualizar e a familiarizar o leitor atual com as realidades históricas, políticas, sociais e culturais tanto da Inglaterra do século XVII quanto da Dinamarca do século XI, períodos nos quais a peça foi concebida e no qual ela procura retratar respectivamente. Dificilmente eu entenderia a totalidade da peça sem este conhecimento prévio.
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Embora aborde o drama e até a tragédia, Hamlet ou Amleto? propicia uma experiência de leitura prazerosa com um tom muito bem humorado, valendo-se de uma linguagem coloquial e próxima, no qual o autor tece comentários sagazes parágrafo a parágrafo sobre as cenas, os personagens e os momentos históricos descritos sem incorrer num pedantismo acadêmico e tampouco numa simplificação desonesta. Seu mérito está em contar um dos maiores clássicos da literatura mundial de forma acessível sem nos privar daquilo que a torna memorável além de despertar a nossa curiosidade e nos preparar para buscar outras peças de Shakespeare.
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Não poderia deixar de mencionar o cuidado da editora com a estética do livro, que além de uma das capas mais bonitas da minha estante também possui uma linda ilustração na folha de guarda que eu associo às flores colhidas e distribuídas por Ofélia, a namorada de Hamlet, na peça. O livro conta ainda com uma lista de referências literárias e filmográficas recomendadas pelo autor, além de algumas notas em que famosos como Murakami, Borges, Nietszche entre outros tecem seus comentários, elogios e críticas variadas a Hamlet.
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Você até pode continuar se perguntando “Ser ou não ser?” mas nem ouse duvidar quanto a “Ler ou não ler?”. Seja você um jovem curioso ou um adulto preguiçoso, Hamlet ou Amleto? é um livro que certamente vale a pena conhecer!

A Serva do Império

Mara, a Senhora dos Acoma, conhece melhor que ninguém os segredos do Jogo do Conselho. Por meio de sangrentas manobras políticas, ela se tornou uma poderosa força no Império. Mas, rodeada de rivais impiedosos, terá que ser a melhor se quiser sobreviver. Como se isso não bastasse, a jovem precisa lutar em duas frentes. Na corte dos Tsurani, intrigas e traições desestabilizam o poder. Em seu coração, a paixão por um bárbaro do mundo inimigo de Midkemia a leva a questionar os princípios que sempre nortearam sua existência. Com seu filho em perigo e a continuidade de sua Casa ameaçada, Mara usa de todos os meios para tentar controlar a crueldade dos seus inimigos. Os desafios que terá que enfrentar dessa vez irão colocar em xeque as tradições dos Tsurani e suas próprias convicções. Neste jogo de sentimentos e poder, talvez ninguém saia vencedor…
Título: A Serva do Império
Série: A Saga do Império - Volume 2
Autora: Raymond E. Feist & Janny Wurts
Editora: Saída de Emergência
Número de Páginas: 768


Depois de ter lidos todas as obras de Raymond E. Feist lançadas no Brasil até então, a certeza de que iria encontrar pela frente outras obras tão boas quanto ficou marcada em minha mente como se feita a ferro em brasa. Pode até parecer um exagero da minha parte, mas garanto que não é apenas empolgação de leitor.
A Saga do Mago (Aprendiz, Mestre, Espinho de Prata e As Trevas de Sethanon) já havia mostrado para mim um universo rico, com espaço para diversas histórias e com muita qualidade, e quando me aventurei pelas páginas d'A Filha do Império fui surpreendido por tramas ainda melhores e me apaixonei pela força e sagacidade de Mara dos Acoma. Na Saga do Império encontrei muito mais do que esperava e A Serva do Império apenas reforçou essa sensação.
Após conquistar vitórias tidas com improváveis e se destacando cada vez mais no Jogo do Conselho, Mara sabe que a paz conquistada não passa de uma ilusão momentânea. Seus inimigos logo estariam recuperados e sedentos por vingança, era preciso fortalecer-se e colher aliados dentro do império para continuar sua ascenção e garantir a vida de seus servos e familiares, mantendo viva a honra dos Acoma.
A jovem porém não esperava encontrar em Kevin, um escravo vindo do reino bárbaro de Midkemia, um amor como nunca provou antes. Embora a relação entre eles seja proibida pelas tradições de Kelewan, Mara passa a aprender com seu servo e amante noções que são alheias a seu povo e cada vez mais modifica sua forma de pensar. Contudo, Kevin não é a única novidade em seu caminho, e nem todas elas são boas. Ela precisa usar todo seu aprendizado e contar novamente sua astúcia e os conselhos de Nacoya, Keyoke, Arakasi e Lujan, para continuar viva e fora do alcance dos Minwanabi, e garantir que o império se mantenha firme nos tempos de crise que estão por vir.
Se em A Filha do Império acompanhamos a transformação de uma jovem ingenua em uma governante forte e que impõe respeito, em A Serva do Império acompanhamos além da constante evolução de uma mulher determinada cercada de responsabilidades, ameaças e preconceitos, a descoberta da feminilidade. Não são mais apenas as traições, tentativas de assassinatos, disputas por importância dentro do Império e ascensão, que passam a preocupar Mara, mas também seus sentimentos como mãe e como mulher e o conflito com as tradições de seu povo...
Como disse na resenha anterior: apesar de se passar no mesmo universo de histórias da Saga do Mago e acontecer durante a guerra narrada no primeiro e segundo livro, e também eventos do terceiro e quarto, A Saga do Império é totalmente independente podendo ser lido antes, depois, ou até em conjunto, quem sabe. Quem já leu os volumes da série anterior certamente se sentirá mais familiaridade com o cenário de Kelewan e irá identificar alguns personagens e acontecimentos, mas o leitor de primeira viagem será apresentado a um cenário rico e repleto de similaridade com as culturas orientais do nosso mundo. No forte senso de honra, tradições e família, no patriarcado rigoroso, na organização política do Império, nas construções e cultura, a cada momento isso fica mais evidente e próximo, apesar de ao mesmo tempo passar uma impressão de estranheza com a presença do fantástico e do original.
A dupla de autores consegue construir uma narrativa segura e agradável, em até certo ponto ágil,mesmo quando detalhamento é requerido. Mesmo assim não se engane achando que essa será uma leitura rápida, pois há muito conteúdo em suas mais de setecentas páginas. Feist e Wurts trabalham muito bem o enredo de intrigas políticas e estratégias, sem esquecer de dar enfase aos personagens e sem perder o ritmo, seduzindo e cativando o leitor. Os personagens são bem trabalhados, e mostram personalidade e riqueza mesmo quando sua aparição é rápida. O destaque maior - é claro - é de Mara, que mais uma vez se mostra uma protagonista realmente forte, que apesar de ser menosprezada por ser mulher, e ainda  jovem, não se deixar abalar. Que tem defeitos, fraquezas, mas não abaixa a cabeça, que usa sua inteligência e sagacidade a seu favor, que não depende de um homem para ser forte. Mas dessa vez há outros personagens que ganham mais espaço na trama, como o apaixonante Kevin de Zun, e os odiosos Desio e Tasaio dos Minawabi.
Mais uma vez, Raymond E. Feist  e Janny Wurts nos entregam uma trama inteligente, fascinante e com classe. Um livro com espaço para guerras e amores, conspirações e grandes batalhas, aprendizado e evolução. Os amantes da boa literatura, e principalmente os de fantasia de qualidade, precisam incluir o livro em suas listas de leitura.



A Nave Espacial Traveller





Sugada para o interior do pesadelo do Vazio Seltsiano, a nave espacial Traveller emerge do outro lado do buraco negro em um universo desconhecido. VOCÊ é o Capitão da Traveller, de quem o destino da nave depende! Você será capaz de descobrir o caminho de volta para a Terra em meio aos povos e planetas alienígenas que encontrará, ou a nave estará condenada a vagar pelo espaço desconhecido para sempre?




Título:  A Nave Espacial Traveller
Autor (a): Steve Jackon
Editora: Jambô
Número de páginas: 192


Escrever uma resenha não é uma tarefa muito simples, ainda mais quando queremos dar detalhes sobre uma obra sem entregar pontos cruciais que prejudiquem a leitura (ainda que tenha gente que não se preocupa em dar e receber spoilers). Mas difícil mesmo é escrever uma resenha sobre um livro com algum nível de interatividade, tal qual livros anti-stress, livros com ações, e livros onde a sua decisão leva a pontos diferentes da trama, tal qual os livros-jogos!
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A essa altura do campeonato você ainda não sabe o que são livros-jogos? Bom! Sugiro que, caso se interesse em conhecer mais a fundo, após ler essa postagem visite a postagem chamada: Livros-Jogos - Para Conhecer Vá para a Página 46. Porém, contudo, todavia, podemos dizer rapidamente que os chamados Livros-Jogos são romances interativos onde você - o leitor - é quem, literalmente, vai guiar os rumos da trama. Opções serão dadas através do uso de referências numeradas, mas a escolha de qual caminho seguir é toda sua. No fim de cada referência há uma lista de opções e são suas escolhas que o levarão a etapa seguinte e assim por diante podendo chegar ao final de forma variada, ou morrer tentando. Quem disse que a vida de um herói é fácil?
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Em A Nave Espacial Traveller embarcamos em uma aventura de ficção científica no papel de um comandante cuja nave e tripulação foram acidentalmente sugados por um buraco negro e lançados para um universo desconhecido. Lá, nosso destemido capitão - o leitor - terá que descobrir, junto com a sua tripulação, informações que o levarão a retornar para sua terra natal, tomando cuidado para não utilizar as coordenadas erradas que poderão levá-los para uma localidade ainda mais longínqua ou mesmo levá-los à destruição. Viajando pelos confins do espaço a tripulação da Traveller irá se deparar com planetas desconhecidos e outros sistemas galácticos desertos ou povoados; de habitantes hostis ou amigáveis; de povos com inteligência infinitamente superior a da humana ou completamente inferior e bárbara, além de alienígenas, robôs e outros perigos. Uma verdadeira aventura de ficção cientifica à la Star Trek!
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Difícil é falar muito sobre o roteiro, mas posso dizer com certeza que em pouco mais de 300 pequenas referências, Steve Jackson nos arrasta por dentro de uma história bem bacana com conflitos de diversos tipos. Diversos situações e elementos clichês de uma boa aventura espacial permeiam a trama e fazem total diferença para o clima da leitura: alienígenas, batalhas entre naves espaciais, planetas a serem investigados, máquinas de teletransporte, armas de raios lasers, povos intergalácticos de altíssima inteligência e povos selvagens e bárbaros. São tantas questões que eu duvido que em uma única leitura você seja capaz de explorar todas as possibilidades. Sim! O livro pode ser lido mais de uma vez e os acontecimentos poderão ser totalmente diferentes, ou ao menos acontecer em outra ordem onde as informações terão um novo sentido!
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O leitor-jogador não é obrigado a criar histórias profundas para seu capitão e tripulantes, mas eu escolhi fazer dessa forma: encarnando o Capitão Ace e sua tripulação - incluindo o Airechu como meu Oficial de Ciências, com direito a ilustração e tudo - e tentando manter minha tripulação viva até o fim. Bem! Digamos que isso intensificou ainda mais a experiência, mas você pode seguir sem isso facilmente. Guiei a tripulação por planetas estranhos, tive alucinações em planetas com a atmosfera comprometida por gases de uma guerra antiga, fui infectado por doenças alienígenas, salvei planetas da destruição, fui gladiador em lutas contra robôs, tive a pele salva diversas vezes pelas habilidades do Oficial de Ciências Airechu e mantive a esperança entre a tripulação. Pois é, não pense que é fácil ser um capitão perdido no espaço, seus homens podem duvidar de suas capacidades de liderança!
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Foi uma jornada cheia de dificuldades, mas cheguei ao fim sem perder nenhum de meus leais companheiros. Ler um Livro-Jogo e participar ativamente da história é uma experiência que todo leitor deveria provar. Com uma trilha sonora adequada para aumentar a imersão então? Só alergia! Como disse acima, A Nave Espacial Traveller é apenas um dos vários livros do tipo que existem por aí, vale a pena olhar aquela postagem que recomendei e conhecer mais esse universo que une literatura e jogo. Essa é a minha dica para quem quer escolher um título para começar: por tanto prepare toda a sua equipe e prepare para viajar pelo infinito e além!

PS. Vou dar uma colher de chá para você que por acaso ficou curioso(a): tá rolando uma promoção valendo dois Livros-Jogos, passa lá que ainda dá tempo de participar!



Contato






Contato com extraterrestres não é sinônimo de homenzinhos verdes desembarcando de um disco voador. É muito mais- sinais captados num radiotelescópio podem conter mensagens capazes de nos fazer repensar toda a nossa concepção da vida e do universo. Em 'Contato', o que está em jogo é o mundo tal como o conhecemos. Como quem faz uma aposta, Sagan nos convida a uma viagem pelo buraco negro que é a inteligência humana.



Título: Contato
Autor (a): Carl Sagan
Editora: Companhia de Bolso
Número de Páginas: 437

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Puxando muito pela memória talvez a primeira vez que eu tenha ouvido falar em Carl Sagan tenha sido numa revista Superinteressante. Carl Sagan é mundialmente reconhecido pelo seu trabalho de divulgação científica e pela aclamada série Cosmos: A Personal Voyage na década de 1980, sendo responsável por inspirar uma geração inteira de novos cientistas e entusiastas da Ciência. Ele era orador versátil e sabia transmitir como poucos o que sabia, despertando a atenção e a curiosidade de sua platéia ao falar de temas que variavam da pesquisa espacial, da origem da vida e evolução até as questões climáticas e o armamentismo nuclear de forma esclarecida e articulada com um tom que beirava a poesia. Isso é perceptível ao longo de toda a série Cosmos, nos seus muitos livros sobre divulgação científica e também na sua única incursão como escritor num romance, Contato. 
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Contato narra a história da pequena Eleanor "Ellie" Arroway. Uma criança que como quase todas, é curiosa e fascinada pelo mundo e as coisas que a cercam. Desde cedo ela demonstra uma aptidão natural para a ciência, sendo capaz de desmontar e montar equipamentos eletrônicos, chegando até mesmo a construir sua própria máquina de criptografia, e têm na figura paterna o seu maior incentivador. 
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Num dos eventos da sua adolescência, ao ouvir uma aula sobre o número pi, ela questiona o professor sobre o porquê deste número continuar infinitamente e ele, irritado com a pergunta, não lhe dá uma resposta adequada. Intrigada com o tal número, ela vai até uma biblioteca de uma universidade onde pesquisa e descobre que pi faz parte de uma classe especial de números e o que o faz ser irracional e se prolongar ad infinitum. Esse evento, além de mostrar muito da personalidade da protagonista, ainda reserva uma importante conexão a ser feita com o final do livro. 
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Seguimos acompanhando seu crescimento, vem o primeiro grande trauma com a perda precoce do pai e a chegada de um padrasto tão diferente dele. Toda essa primeira parte foca muito na construção da personagem e é fundamental para entendermos o seu comportamento e pontos de vista na fase adulta e no decorrer da história. É algo que Carl fez maravilhosamente e não é difícil notar o quanto autor e sua personagem se parecem. 
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Após obter seu doutorado em rádio astronomia no Caltech, Ellie passa a trabalhar com pesquisa de inteligência extraterrestre, usando poderosos radiotelescópios para “ouvir” os céus em busca de sinais de rádio possivelmente emitidos por civilizações extraterrestres com um grau tecnológico semelhante ou superior ao nosso. Nem tudo são flores, além de problemas com financiamento em sua pesquisa, ela ainda enfrenta problemas por sua presença feminina num ambiente predominantemente machista e antigos dilemas familiares com sua mãe. 
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A grande guinada na história e na carreira da protagonista acontece quando finalmente um sinal peculiar, composto por uma sequência específica de números, os primos, vindo de Vega, uma estrela a cerca de 25 anos-luz da Terra, é captado pela equipe de Ellie. Rapidamente a notícia se espalha. Outras redes de radiotelescópios de outros países também passam a captar e a monitorar o sinal. Ao analisá-lo eles descobrem haver uma mensagem cifrada escondida entre as intermináveis sequências de números primos. Governos inteiros e diversos setores da sociedade se mobilizam. A medida que a mensagem é completada, as análises dos dados prosseguem, e os cientistas descobrem que a ela contém uma espécie de manual de fabricação de uma Máquina e um consórcio internacional é formado para contruí-la. 
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Conforme tudo isto vai acontecendo temos discussões muito pertinentes ao longo do livro: devemos confiar nesta mensagem extraterrestre? Quais garantias temos de que eles sejam bem intencionados e de que a Máquina funcionará? Aliás o que a Máquina faz afinal? O esforço cooperativo internacional é grandioso, a própria existência da Máquina passa a influenciar a economia, o progresso científico, as artes, a cultura e as religiões. O livro toca em todas estas nuances e Carl insere ao longo do texto conteúdo diverso dos vários saberes humanos de modo que a história cresce em complexidade e abrangência em cada uma das três partes: A Mensagem, A Máquina e A Galáxia. 
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É dificil não sentir empatia por Ellie Arroway e ela é uma das personagens femininas mais interessantes e bem construídas que tive o prazer de conhecer. Em sua pele vivenciamos a transformação provocada por sua descoberta na sociedade, o despertar de um amor até então inimaginável para ela, os conflitos entre razão e fé em debates acalorados com outros cientistas, líderes religiosos e políticos e é por meio dela que vamos aos poucos desvendar o segredo por trás dos autores da mensagem. Um outro personagem notável é S. R. Hadden, um empresário multibilionário que a priori parece bem mesquinho mas se mostra a vanguarda em pessoa. O desfecho para ambos é espetacular, me surpreendeu e não há dúvidas de que o fará pensar na grandiosidade das descobertas e decisões que eles tomaram. 
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Talvez o único ponto que não tenha me cativado tenha sido a forte presença russa na narrativa. Mas há de se levar em conta que o livro fora escrito em plena Guerra Fria, na década de 1980. A edição que possuo da Cia de Bolso tem alguns erros de digitação, o símbolo do número pi (representado pela letra grega π), está ausente em algumas partes e em seu lugar temos apenas um quadrado em branco. Mas estes são detalhes menores e que não comprometem de forma alguma a experiência da leitura. 
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Se assim como eu você se interessa por ficção científica, astronomia, a questão da vida extraterrestre ou por pesquisa vai se deliciar com este livro! Mas já aviso que ele é muito mais do que isto! Os temas centrais são em sua maior parte humanos, giram em torno do embate entre a fé e a razão e de como ambas podem ser meios através dos quais podemos experimentar um fascínio transcendental e até divino pelo Universo, um conceito conhecido como numinoso. A própria transformação social narrada ao longo do livro é um ótimo exercício de imaginação caso algum dia venhamos a fazer contato. O livro é mais uma prova da genialidade de Sagan, que além de um exímio cientista também foi um romancista brilhante.



Lançamentos Jambô Editora - Setembro





Setembro chegou com tudo e quebrando de vez a regra dos dois lançamentos mensais que a Jambô tinha preparado para 2015!!! Um título surpresa, um relançamento e duas peças muito aguardadas pelos companheiros do RPG. 
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Mas antes de mostrar um pouco mais sobre os títulos, temos um aviso. Depois de marcar presença na Bienal Internacional do Livro 2015, no Rio de Janeiro, com a presença dos autores Guilherme Dei Svaldi e Gustavo Brauner em tempo integral, a equipe da Jambô estará no fim de semana.dias 12 e 13, na World RPG Fest, em Curitiba! 
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Agora vamos aos lançamentos já que temos títulos tão bacanas!



Lançamento-surpresa para a Bienal! Um álbum em quadrinhos com roteiro e arte dos argentinos Luciano Saracino e Ariel Olivetti, respectivamente. E Luciano estará presente na Bienal para autografar o livro!
Ich narra uma aventura que se passa na América durante a colonização espanhola, e mostra um jovem índio lutando para defender seu povo e enfrentar seu destino.
Mais detalhes de Ich, com direito a uma prévia de quatro páginas, podem ser vistos aqui.


Reinos de Ferro – Aventuras Urbanas

Primeiro suplemento para a nova edição do RPG de fantasia industrial Reinos de Ferro, Aventuras Urbanas é um prato cheio para mestres e jogadores que adoram se esgueirar pelas grandes e acinzentadas cidades de Immoren ocidental.
Entre as novidades, o livro tem sete carreiras, habilidades e magias, além de regras expandidas para equipamentos, gigantes-a-vapor e combate! Aventuras Urbanas ainda conta com uma descrição detalhada de Cinco Dedos, a cidade portuária na fronteira de Ord e Cygnar, dominada pelo crime e por piratas.
Encerrando com chave de ouro, quatro encontros que podem ser colocados em qualquer cidade do cenário e uma aventura completa na cidade de Cinco Dedos.
Aventuras Urbanas terá 96 páginas, será todo colorido e com arte impecável. Uma excelente expansão do mundo de Reinos de Ferro.
Em breve mais detalhes, capa, prévias e a data do início da pré-venda.

Manual 3D&T Alpha
Não é bem um lançamento, mas uma reedição! Mesmo disponível gratuitamente em formato digital o Manual 3D&T Alpha teve sua tiragem esgotada pela segunda vez e agora está finalmente de volta ao nosso catálogo!
Para saber o que mudou na nova edição, revisada e atualizada, confira a matéria no nosite da editora! Para comprar a versão física, basta clicar aqui!

Tormenta RPG – Manual do Malandro

O último livro do mês é o Manual do Malandro, para Tormenta RPG, contendo tudo o que você, adepto das artes furtivas e da ladinagem artoniana, precisa para se dar bem na vida.
Há apenas um problema: Hyninn andou nos pregando peças e o o livro sofreu algumas intempéries na produção, que atrasaram o seu lançamento. É como se o danado fizesse jus a sua malandragem, escapando cada vez que a gente chega perto de acabar com ele.
Por isso, apesar de estar previsto para o fim de setembro, é possível que o lançamento ocorra no comecinho de outubro. Entendemos a ansiedade de todo mundo, mas preferimos atrasar um pouco e ter um livro que esteja à altura das expectativas dos fãs!
Enquanto isso, você pode conferir a matéria que fizemos, com a prévia do ninja, classe especial do suplemento! Em breve teremos mais novidades!
Garantimos que a esperar vai valer a pena.


Mesmo estando separados hà um tempinho 3D&T e Tormenta são parte da minha formação como RPGista e aficionado em fantasia, basta conferir as resenhas e conteúdo original envolvendo 3D&T aqui do blog. Aproveitando o lançamento do Manual do Malandro, esse mês teremos a semana Tormenta para falar mais do cenário e seus 16 anos de vida ativa. Para quem não pode conferir todos lançamentos, essas seriam as minhas recomendações.
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E você aí, curtiu os lançamentos? Ficou curioso? Conta para a gente!