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Crítica | É assim que acaba

Sony Pictures/Reprodução
Aguardado com expectativa pelos fãs apaixonados, a primeira adaptação de um livro da autora Colleen Hoover, chega nos cinemas nesta quinta-feira (8/8). Apesar do temor inicial que envolve adaptações de queridinhos, É Assim que Acaba chega entregando mais do que o necessário para agradar a legião de fãs e gerar comentários positivos.
Sony Pictures/Reprodução

Em É assim que acaba, conhecemos a história de Lily Bloom, que ao retorna à sua cidade e obrigada a encarar uma situação de luto e alguns demônios que vem com ele, além da relação de algumas formas estranha entre Lily e sua mãe.

Após mudar de cidade e resolver ter seu próprio negócio — sua tão sonhada floricultura — ela acaba conhecendo Ryle, e após uma conversa cheia de “verdades nuas e cruas” acha que nunca não vai mais encontrá-lo. Até descobrir que sua mais nova melhor amiga e companheira de trabalho — que futuramente será importante para algumas decisões — e ele são mais próximos do que ela sequer imaginava. 

A narrativa traz a questão da violência doméstica no chamado ciclo de violência. E Lily, acaba envolvida naquela teia sem acreditar que está de certa forma revivendo, de outra perspectiva, essa experiência. Após o primeiro episódio de agressão — passada como um acidente — Lily encontra um antigo amigo e primeiro amor, que entende o que ela viveu no passado e teme por seu futuro após observar ela e seu novo companheiro. Mostrando-se a partir dali uma possibilidade de apoio para ela. 

Ao longo do relacionamento com Ryle, Lily passa por situações em que a mesma parece não entender a gravidade da escalada de violência. Algo que no filme é mais sutil do que no livro, talvez pela classificação indicativa, principalmente na primeira cena de violência. Não é que não mostre a violência, mas o livro passou uma maior sensação de medo e angústia. Apesar de uma das últimas cenas ter sido, particularmente, angustiante de ver na tela do cinema. 
Sony Pictures/Reprodução

O elenco desempenhou muito bem o seu papel, contrariando as expectativas e queixas sobre o envelhecimento dos personagens em relação à obra original. Inclusive, um dos pontos mais acertados do longa e que me chamou bastante atenção foi a semelhança entre o casting das versões mais jovens e mais velhas dos personagens.

A estreia de Colleen Hoover no cinema deixa a sensação de quero mais e com a confirmação de venda de direitos de outras obras, podemos esperar um caminho extremamente positivo após É assim que acaba. Ao fim, um título curioso para uma jornada que acaba de começar.

POR JADE MIRANDA


Título: É assim que acaba
Título original: It Ends With Us
Lançamento/Duração: 2024 - 2h 10min
Gênero: Drama/Romance
Direção: Justin Baldoni
Roteiro: Colleen Hoover, Christiy Hall

Critica | Planeta dos Macacos: O Reinado

20th Century Studios/Reprodução
Após sete anos a série Planeta dos Macacos retorna aos cinemas com uma nova produção. Planeta dos Macacos: O Reinado dá continuidade ao legado da trilogia dirigida por Matt Reeves, protagonizada pelo líder carismático César (interpretado por Andy Serkis), e chega com a difícil tarefa de fazer jus ao legado deixado em tão alto nível.
Com novos protagonistas, nova equipe criativa, novas tramas, o longa avança no tempo para uma nova etapa de desenvolvimento e traz para dentro do filme o peso do legado que sabe que carrega. E faz isso muito bem!
20th Century Studios/Reprodução

Algumas gerações após o final de Planeta dos Macacos: A Guerra, a sociedade símia prosperou e se dividiu em diversos clãs, enquanto os humanos foram reduzidos a uma existência selvagem em decorrência do vírus. Nesse futuro, alguns grupos de macacos nunca ouviram falar de César, enquanto outros distorceram seus ensinamentos para construir impérios em expansão. É nesse cenário em que um líder de macacos, Proximmus Caesar, começa a escravizar outros grupos para encontrar tecnologia humana, enquanto outro macaco, Noa, que viu seu clã ser tomado, embarca em uma jornada para encontrar a liberdade. Uma jovem humana torna-se a chave para a busca desta última, embora tenha planos próprios.

Com roteiro simples e objetivo, o longa traz uma jornada de descoberta e amadurecimento do protagonista, enquanto nos apresenta de maneira orgânica as consequências da passagem de tempo e o legado de César. Os conflitos apresentados se bastam e questionam a todo momento as certezas dos personagens, e voltam a perpassar temas já abordados como poder e confiança, seja entre os macacos ou com seres humanos.

Embora com timidez, o Noa de Owen Teague, garante o seu espaço e não fica na sombra de César ao trilhar um caminho particular, embora os ensinamentos de seu antecessor se tornem presentes graças a Raka (Peter Makon). À Freya Allan, a Ciri de The Witcher, cabe trazer o lado do ser humano na trama com uma personagem que adiciona complexidade a questão dos sobreviventes.

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A condução do filme é muito bem feita, mesmo o básico se torna grandioso e satisfatório, com a combinação do excelente trabalho visual com as atuações que conseguem conquistar o expectador. Contudo, Planeta dos Macacos: O Reinado não é um filme agitado, construindo lentamente a trama que quer contar. O que por si só não é um defeito, mas expectativas devem ser ajustadas para tal.

Se havia dúvidas sobre o futuro da franquia, ao final podemos dizer que o legado de Cesar e Planetas dos Macacos está garantido. O Reinado é um excelente inicio de uma nova jornada e a garantia de que a franquia ainda tem muito a ser explorada.


Título: Planeta dos Macacos: O Reinado
Título original: Kingdom of the Planet of the Apes
Lançamento/Duração: 2024 - 2h 25min
Gênero: Aventura/Ação/Ficção Científica
Direção: Wes Ball
Roteiro: Josh Friedman, Rick Jaffa, Amanda Silver