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Lançamentos Jambô Editora - Junho




Esperem aí Exploradores de Universos, junho está no fim, mas ainda não acabou. A Jambô prometeu dois lançamentos mensais e não irá falhar conosco! \o/\o/\o/ Antes tarde do que nunca! \o/\o/\o/
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Diferente do prometido no inicio do ano não teremos RPG esse mês, mas não dá nem apra preocupar Julho já está chegando. Os dois lançamentos desse mês são de quadrinhos: um deles dispensa apresentações; é um título há muito aguardado, mas que quem nos acompanha pelas redes sociais já sabia que estava chegando. Trata-se de Holy Avenger — Edição Definitiva Vol. 4. Este é o ÚLTIMO álbum da série, que agora está completa na versão de luxo que sempre mereceu. O segundo título é o primeiro álbum impresso de Quadrinhos Ácidos, a série de tirinhas de humor que fazem muito sucesso da internet, com mais de 300 mil seguidores no Facebook.
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Ambos estarão disponíveis em pré-venda a partir do dia 30 de junho (vulgo amanhã), na Loja Jambô.
Enfim! Um dos lançamentos mais aguardados do ano, o Volume 4 da Edição Definitiva de Holy Avenger conclui a saga dos Rubis da Virtude, revela a verdade sobre Lisandra e o Paladino e traz o desfecho do amor impossível de Sandro (pelo menos para quem não leu na versão original…).
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Como dito acima, o álbum estará disponível em pré-venda a partir do dia 30 de junho. Em breve também iremos divulgar informações sobre lançamentos e sessões de autógrafos, mas você pode conferir um making of da produção da capa no site da Jambô.

Se você está lendo isso, é porque usa a internet. E se usa a internet, provavelmente conhece os Quadrinhos Ácidos.
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Os Quadrinhos Ácidos são uma série de tirinhas onde diversos temas do cotidiano são abordados com um humor ácido e abrasivo. Quer saber mais? Dá uma olhada em um trecho do prefácio do álbum, escrito pelo quadrinista Carlos Ruas, da série Um Sábado Qualquer (que você também deve conhecer…).
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O álbum dos Quadrinhos Ácidos traz todas as tirinhas publicadas até então, impressas coloridas e em papel couchê. Não perca!
Denúncia, humor, revolta, cotidiano, desabafo… Coloque tudo isso no liquidificador e você terá os Quadrinhos Ácidos! Enquanto houver pessoas neste mundo, o super Pedro Leite, com o seu incrível lápis, estará lá para satirizá-las!Conheço o Pedro Leite desde as Tirinhas do Zodíaco. Seu estilo simples de desenho e seu humor apimentado sempre me chamaram a atenção. Pedro, assim como eu, nasceu da mídia virtual e pouco a pouco vem ganhando atenção do mercado editorial.Quadrinhos Ácidos relata desabafos do dia a dia. Você vai se identificar com as dezenas de situações cotidianas, nas quais Pedro Leite consegue colocar a pitada de humor e acidez necessária para que a receita fique gostosa de se ler!


Tenho que confessar que Holy Avenger, um clássico do quadrinho nacional, tem a minha atenção ( e aposto que a do Airechu também), mas Quadrinhos Ácidos tem tudo para vender bastante devido ao sucesso que faz no facebook.
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E você aí, curtiu os lançamentos? Ficou curioso? Conta para a gente!


Mensageiros da Morte

O Chefe, dono da maior empresa de armamentos do mundo, passando por dificuldades financeiras, percebe que uma guerra em nível mundial é tudo que ele necessita para que seu império se recupere. Com a maestria de um especialista, aguça a ganância e o ódio nas pessoas certas, preparando terreno para um grande confronto armado. Com uma rede de intrigas e compra de favores entre os altos escalões dos principais governos do mundo, o Chefe age como um fantasma, derrubando mitos, espalhando terror e derramando sangue inocente a cada passo dado. Porém, em toda grande teia, sempre há um traidor. Será que alguém terá coragem de desafiar um dos homens mais poderosos do mundo? Quantas peças desse quebra-cabeça terão de ser arrancadas para evitar o pior? Em um livro repleto de mortes e sangue, Marcos de Sousa apresenta o melhor e o pior de cada pessoa. O amor e o ódio se entrelaçam, formando uma corrente indestrutível. O fim do mundo como conhecemos se aproxima e só uma questão é essencial: quantas almas você é capaz de ceifar por ganância?
Título: Mensageiros da Morte 
Autor: Marcos de Sousa 
Editora: APED 
Páginas: 168 

Há algum tempo atrás tive o prazer de divulgar a publicação do livro do querido amigo e parceiro Marcos de Sousa e pouco tempo depois recebi um exemplar para leitura. Após terminar, entrei em contato com ele para discutirmos abertamente e de forma sincera, o que eu tinha achado do livro. O Marcos obviamente já sabe, hoje é a vez de vocês conhecerem a minha opinião sobre Mensageiros da Morte.
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O mundo é surpreendido por uma série de atentados terroristas em locais de grande importância em diversos países, incluindo o Brasil. Os países afetados buscam os culpados pelos atos terroristas e preparam-se para uma guerra eminente e inevitável. O homem conhecido como o Chefe está secretamente por trás de tudo, e manipula tudo e a todos para lucrar com a guerra e chegar ao seu maior objetivo. É em meio a esse cenário que os personagens são introduzidos e a cada peça inserida, o quebra-cabeça vai tomando forma, e mostrando que suas dimensões são maiores que qualquer especulação criada pelo leitor.
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Marcos nos entrega uma trama instigante, madura e com bastante crítica em meio ao mistério que move a trama e a ação frenética da guerra que cerca os personagens. Embora esses sejam os principais pontos da trama há muito mais conteúdo e subtramas explorados nos curtos capítulos do livro. São diversas histórias que se cruzam para compor a teia tecida ao redor da guerra e envolve personagens de diversos níveis e escalões indo de policiais do BOPE ao Presidente Americano, passando por diversas outras figuras como empresários, políticos, jornalistas e militares.
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A narrativa do autor é muito agradável e dinâmica com foco na construção da trama e nas motivações dos personagens, embora tenha precisado descartar um pouco de verosimilhança para aproveitar por completo a história. Existem algumas coisas difíceis de crer, mas sendo uma obra de ficção pura você releva e viaja na trama. Os primeiros capítulos, fora de ordem cronológica, dificultam um pouco a entrada na leitura e causam certa confusão, mas passado eles a leitura corre fácil e ágil. Porém a agilidade que favorece a ação, desfavorece um pouco identificação com os personagens. Gostei da forma como Marcos mantém vivo o mistério e como não poupa escrúpulos durante o livro para criar um cenário duro e cruel, expondo os defeitos do ser humano de forma palpável. Vale destacar a construções dos diálogos, mantendo-os próximos da linguagem falada, mas sem o empobrecimento do português. 
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Não posso omitir o fato de que a parte gráfica produzida pela editora é bem ruim, um balde de gelo na obra. Não digo pela simplicidade, mas pela falta de zelo nos detalhes chegando a escrever na lombada o nome do livro errado: Mensageiros da Maorte. O próprio Marcos está ciente disso e pretende mudar de editora para uma segunda edição.
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Além de um autor com futuro, preciso falar sobre a humildade que o autor teve ao ler atentamente as críticas, debater e reconhecer as falhas para poder melhorar. Isso não é algo tão comum quanto deveria, e só faz reforçar meu desejo pela continuação e também por uma segunda edição ainda melhor.
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Mensageiros da Morte é um livro que vai prender sua atenção com bastante ação e mistério em uma trama intrincada e inteligente que, mesmo em poucas páginas, o deixará satisfeito com o entretenimento. Se tiver a oportunidade não deixe de conferir, pois vale a pena.



TAG: Liebster Award (Airechu)



O Ace me marcou nesta tag quando escreveu a sua resposta num post aqui no Multiverso X.
Depois de muito pensar e procrastinar, aqui estão as minhas respostas também.
Não sei quem criou a TAG (e fiquei curioso quanto a escolha do nome) e ela consiste em compartilhar 11 fatos sobre você; responder 11 perguntas feitas pela(o) blogueira(o) que te indicou; elaborar 11 perguntas para serem respondidas pelos 11 blogueiros que você indicar. Vamos lá!
11 FATOS SOBRE MIM:

1-Não me abalo com spoilers e até gosto quando me contam. Eles me deixam é mais ansioso e curioso para conferir in loco o desenvolvimento do mesmo num filme, livro ou HQ. As revistas de fofoca já faziam isto há tempos com as novelas e ninguém deixava de assistir.
2-Não gostava nadinha, mas estou descobrindo a MPB e passando a admirar alguns artistas e bandas. Culpa da rádio que escuto durante o dia no trabalho.
3-Sou apaixonado por Astronomia. A ciência que nos permite perscrutar os mistérios do Universo é uma paixão de longa data e o céu noturno me inspira e conforta.
4-Não tenho dó de gastar com livros, mangás e HQs mas não me peça para comprar roupas que sinto o bolso doer e sangrar.
5-Sou daqueles que não vai se adaptar aos novos tempos. Não tenho paciência para ler no computador ou celular. Ainda prefiro o bom e velho papel com todo o seu peso e cheiro característicos.
6-Se tivesse algum animal de estimação para chamar de meu, com certeza seria um felino.
7-Eu procrastino mais do que deveria, isso me atrapalha e eu tenho plena consciência disto. Mas é tão bom fazer vários nadas...
8-Eu não me chamo Airechu. Imaginem…
9-Em briga de Marvel e DC, eu sou mais a Vertigo.
10-Adoro descobrir e estou sempre atrás de novas informações. Há tantas coisas que eu não sei. Tantas quantas são as estrelas no céu.
11-Sou viciado em café! 
11 RESPOSTAS:

1-O que te trouxe ao universo dos blogs?
Um convite! Eu caí aqui de paraquedas quando aceitei o convite do próprio Ace para blogar e participar da equipe do MultiversoX. Embora tenha relutado à principio por insegurança, cá estou e adorando muito a experiência!
2-Qual sua mídia favorita (livros, cinema, televisão, quadrinhos, teatro)?
Livros e quadrinhos de longe. Meu tempo livre é quase que inteiramente preenchido por estes dois. Mas já tive fases de alternar entre música, filmes e TV. Também adoro ouvir podcasts e navegar na internet.
3-Tem alguma meta de trabalho (em termos gerais) para 2015?
A de muitos e a mesma de todos os anos: continuar sobrevivendo. Como trabalho por conta própria, manter os negócios de pé é o meu maior desafio todos os dias. Se eles crescerem qualquer porcentagem já estou no lucro.
4-Se você pudesse viver a história de um (livro, filme, série), qual seria o livro e a personagem?
Gostaria de viver a história da Dra Ellie Arroway em Contato do Carl Sagan. Na trama ela é uma radioastrônoma e capta os sinais de uma civilização alieníngena superinteligente com as instruções para a construção de uma máquina/nave. Por fim ela vira uma das tripulantes da mesma e viaja espaço afora. Alguém segura os meus spoilers!
5-Qual seu escritor (romancista ou roteirista) favorito?
Eu adoro o Leonel Caldela, mas também gosto muito do Neil Gaiman, do Tolkien e estou descobrindo muitos outros tão interessantes quanto... Como diz o slogan do comercial de shampoo: escolher não é abrir mão.
6-Se pudesse morar em um lugar fictício (livro, filme, série), onde escolheria viver?
Adoraria morar na Terra-Média do Tolkien e de preferência numa aconchegante toca hobbit. Ninguém sabe aproveitar melhor a vida e o que ela pode oferecer do que os hobbits de Tolkien.
7-Se pudesse dar vida a um personagem (livro, filme, série), quem escolheria?
Daria vida a Lettie Hampstock de O Oceano no Fim do Caminho. Ela e o protagonista desenvolvem uma relação de amizade muito sincera e bonita neste livro. Adoraria ter uma amiga como ela.
8-Qual seu hobby?
Não cultivo muitos hobbies por não ter muito tempo livre. Além de ler e cuidar dos meus livros, gosto de ouvir músicas e até mesmo perder um tempinho com instrospecção.
9-O que te deixa irritado?
Máquinas e pessoas quando elas insistem em não funcionar da maneira que deveriam. Vocês sabem.
10-Tem alguma mania?
A mais frequente (e preocupante) é checar o celular a cada 10 minutos.
11-Qual seu maior sonho?
Não precisar trabalhar e viver exclusivamente dos rendimentos das minhas aplicações. Assim vou poder dedicar todo o meu tempo inteiramente para aquilo que importa: viagens, cultura, diversão e conhecimento. Ainda chego lá! 
11 PERGUNTAS (algumas nem tão inéditas assim):

1-O que você acha dos spoilers?
2-Qual estilo musical você aprendeu a gostar com o tempo?
3-Que música não sai da sua cabeça?
4-Por qual área do conhecimento você se interessa?
5-Se pudesse morar em um lugar fictício (livro, filme, série), onde escolheria viver?
6-Qual seu escritor (romancista ou roteirista) favorito?
7-Se pudesse dar vida a um personagem (livro, filme, série), quem escolheria?
8-Qual livro é o orgulho da sua estante?
9-Qual livro, entre os que você tem, que passaria para frente (vender/trocar/doar) sem pestanejar?
10-Qual a sua bebida favorita?
11-Qual a sua rede social favorita?

Onze blogs é muita coisa para marcar e eu não conheço tantos. Vou deixar em aberto para qualquer um que queira responder também! Só não deixem de nos contar nos comentários para que possamos conferir as suas respostas também.

Os Goonies - O Livro

O clássico filme infanto-juvenil, “Os Goonies”, volta direto dos anos 80, adaptado para livro. Às vésperas de serem despejados de seus lares, um grupo de crianças – os Goonies – encontram um mapa do tesouro no sótão de sua casa, Mickey, Brand, Bocão, Dado e Gordo partem em busca do tesouro de Willy Caolho e continuarem juntos. Juntam-se a eles nessa aventura Andy e Stef mas, além das armadilhas deixadas por Willy Caolho por entre as cavernas e trilhas subterrâneas, os garotos terão de enfrentar também uma família de bandidos italianos, Os Fratelli.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      
Título: Os Goonies
Autora: James Khan
Editora: Darkside
Número de Páginas: 240

SPECIAL EDITION - COMPARE & COMPRE - LOJA RECOMENDADA

Os mais novos mal se lembram desse nome, talvez nem mesmo saibam do que se trata. Já os mais velhos se recordarão facilmente (ou não) de um clássico filme que alegrava a sessão da tarde no final da década de 80 e no inicio de 90 (velho é a sua avó, tenho 25 anos, mas me respeite). Lembro dos bons tempos de aventura e diversão com aquela turminha do barulho aprontando altas confusões atrás de um tesouro. Mas Os Goonies é mais que isso, é uma história de amizade. Sobre o filme falaremos outra hora, pois agora é a hora do livro os Goonies. 
Baseado no roteiro original de Steven Spielberg e Chris Columbus (aquele mesmo que deu vida a Harry Potter nos cinemas) o livro de James Khan traz a história de um grupo de amigos vivendo seu último dia juntos, pois suas famílias serão despejadas das Docas Goon (por isso o apelido Goonies) para a construção de um campo de golfe. A única salvação para aquele grupo de amigos que não deseja se separar é que por milagre o valor exorbitante da hipoteca seja pago. Desolados e sem muito o que fazer naquele dia chuvoso, os Goonies resolvem bisbilhotar no sótão algumas peças do museu que o Sr. Walsh, pai de Mickey e Brand, guarda em casa por falta de espaço no trabalho. Nessa brincadeira o grupo acaba encontrando um mapa que supostamente indicaria onde está localizado o tesouro do famoso pirata Willy Caolho, uma quantia em ouro e jóias que poderia manter os Goonies unidos para sempre, sem se preocupar com o medo da mudança. E é nisso que os garotos apostam.
O livro, exceto pelos boletins policiais no inicio e fim do livro, é todo narrado pelo sonhador Mikey Walsh, o garoto asmático e frágil, fã das grandes aventuras do cinema e da literatura, "líder" dos Goonies. É dele que parte a ideia para a aventura e é ele o que mais tem fé que aquele tesouro é real. A narrativa é agradável e bem juvenil, afinal, o que esperar de um livro narrado por um adolescente de 13 anos? Sei que existem outros livros narrados por personagens jovens como é o caso de Percy Jackson, mas neste caso a narrativa é sincera, ela não te deixa em dúvida sobre a idade do narrador. Até os diálogos são narrados por Mikey, tornando o livro um grande relato de uma aventura vivida na adolescência, com direito ao linguajar e uma série de emoções e confusões que apenas essa fase é capaz de carregar.
Existem várias referências à filmes, produtos, seriados e livros antigos. Nas notas de rodapé estão sempre presentes para esclarecer e contextualizar sempre que possível cada uma delas. Mesmo contando com uma narrativa de um narrador personagem, os demais personagens são totalmente participativos e importantes para a trama. Brandon Walsh, ou Brand, é o irmão mais velho atleta, um tanto ogro, mas super-protetor, que adora pegar no pé do irmão menor e só quer ter um dia de paz. Clarkie "Bocão" Devereaux é o piadista e brincalhão do grupo, embora nem sempre sejam tão engraçadas assim. É o bully do grupo e faz de Gordo a sua principal vítima. Lawrence, ou Gordo, é o medroso e comilão do grupo, conta tantos causos e estórias que ninguém dá crédito quando fala a verdade. Dado, o estereótipo do asiático inteligente, é o inventor do grupo, é fã de James Bond e criou vários apetrechos de espião para si, embora a maioria não funcione tão bem quanto planejado.
O maior "super poder" do livro talvez seja a capacidade de atingir um público de faixa etária variada, apresentando uma aventura totalmente nova para as "novinhas" e os "novinhos" quanto despertando aquela lembrança gostosa do adulto. Espero que todo mundo aproveite o máximo que puder dessa história sobre aventura, tesouros, adolescência e amizades. Agora se me dão licença juntarei minha tripulação de amigos, hastearei a Jolly Roger e ganharei os mares em busca de tesouros e aventura. Yo-ho-ho!




Ouro, Fogo & Megabytes

Como esconder uma suspensão escolar dos pais, resgatar uma criatura mágica das garras de uma poderosa e mal-intencionada corporação e ainda por cima salvar o país de um desastre sem precedentes?
Anderson Coelho, um garoto nada extraordinário de 12 anos, divide sua vida entre a pacata realidade escolar e uma gloriosa rotina virtual repleta de aventuras em Battle of Asgorath, jogo de RPG online em que jogadores do mundo todo vivem num universo medieval, cheio de fantasia. Lá, Anderson – ou Shadow, nome de seu avatar – tem vida de estrela: é o segundo colocado do ranking mundial. E são justamente suas habilidades que chamam a atenção de uma misteriosa organização, que o escolhe para comandar uma missão surpreendente junto com um grupo de ecoativistas nada convencionais.
Ao embarcar para São Paulo, Anderson mergulhará de cabeça em uma aventura muito mais fantástica que as vividas em seu computador. Os encontros com hackers ambientalistas, ativistas com estranhos modos de agir e muitas criaturas folclóricas oferecerão a Anderson Coelho respostas não só sobre sua missão, mas também sobre sua própria vida, enquanto um novo mundo se descortina diante de seus olhos.
Título: Ouro, Fogo & Megabytes
Série: O Legado Folclórico - Livro 01
Autora: Felipe Castilho
Editora: Gutemberg
Número de Páginas: 288


Os leitores que acompanham o blog a mais tempo já sabem disso, mas é bom falar outra vez para os mais novos e aqueles que aqui caíram por acaso do destino: obras com protagonistas muito jovens tem uma grande chance de me desagradar por conta dos exageros nos feitos físicos creditados a eles. Casos justificados por alguma questão sobrenatural podem ser relevados, mas as vezes o próprio autor se perde nas regras que criou para seu universo. Mas, graças aos céus, ainda existem autores que sabem trabalhar e balancear muito bem habilidades e limitações para criar personagens mais críveis, sem perder carisma e potencial para aventura. Assim fez J.K. Rowling com personagens falhos, que evoluem, que vão além do físico, e assim também faz Castilho.
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O mineiro Anderson Coelho não é uma pessoa comum. Para falar a verdade ele é sim, bastante comum. Fora o fato de ser o segundo melhor jogador em todo o mundo no MMORPG Battle of Asgaroth e líder respeitado entre um grupo de jogadores, Anderson é um garoto negro de 12 anos como qualquer outro. Tem poucos amigos (Renato vulgo HellHammer é seu único amigo não virtual conhecido), é bem ruim em esportes, não é muito popular na escola e nem o melhor aluno. Como eu disse, não há nada de estranho ou emocionante na vida do morador da cidade Rastelinho até o estranho contato feito através da internet...
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Um misterioso grupo de ecoativistas chamado a Organização o convoca para uma missão que precisará de seus serviços como hacker para deter os planos de um empresário ganancioso inimigo da natureza. Como se o convite não fosse suficiente um estranho homem convence seus pais que o garoto deve ir com ele a São Paulo para "participar de uma copa de Matemática". Lá o garoto irá descobrir que a realidade que o cerca não é bem como enxergava e que pode ser muito melhor, mais fantástica e desafiante que seu jogo favorito. E tudo começa pelo fato de todo o folclore nacional ser real....
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Felipe Castilho utiliza uma narrativa simples e fluida em terceira pessoa para acompanhar o desenvolvimento da trama e personagens. Os diálogos, apesar de joviais e contendo bastante referências ao meio Geek e Cultura POP, são bem construídos e não se tornam artificiais ou forçados. Essa naturalidade auxilia a agilidade da trama, além de deixa-lá mais fácil de compreender. Contudo algumas das referências utilizadas possam ficar bem datadas como Paquita e Zinedine Zidane (os mais jovens certamente não conheceram as assistentes de palco da Xuxa e nem lembram/sabem da cabeçada dada pelo jogador em Materazzi durante a final da copa de 2006), mas nada que atrapalhe a leitura.
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Com uma trama muito bem trabalhada e que vai além do fator diversão, o autor cria uma trama que explora elementos da nossa cultura, normalmente tão renegada, os atualiza e os torna atraente para o público, sem desmerecer as origens (inclusive faz uma bela homenagem a um dos maiores folcloristas que o Brasil já teve: Câmara Cascudo). Além das lendas, Castilho também aborda temas ecológicos de forma natural, conscientizando os leitores e tecendo críticas a sociedade de consumo atual. Nosso protagonista apesar de jovem precisa amadurecer e evoluir a todo instante para lidar com os novos conflitos que lhe são apresentados, e isso acontece física e mentalmente.
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Castilho criou personagens carismáticos, cada um com características e histórias próprias, e - principalmente - com defeitos e limitações, mostrando que até mesmo os poderosos seres fantásticos possuem as suas. É difícil escolher entre eles o seu favorito.  É, claro, alguns personagens foram mais expostos que outros - como alguns órfãos da Organização em relação a outros deles - mas isso não significa que não possam ser melhor trabalhados ao decorrer dos outros livros da saga.
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Toda a parte gráfica e estrutural do livro é cercada de decisões acertadas desde a capa ao miolo, passando pela escolha das fontes para as diferentes representações gráficas (a trama, as conversas em jogo, email e sistema), o bem humorado e instrutivo glossário até as ilustrações que abrem cada um dos capítulos. Por falar delas, vamos dar os louros também aos ilustradores Octavio Cariello  pela capa e ao Thiago Cruz pelas ilustrações do miolo que ajudam e muito a entrar no clima da obra, além de revelar um pouco além do que é descrito.
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Por ultrapassar o fator entretenimento, tratando muito bem de temas sérios e reavivar o trabalho com elementos da nossa cultura popular em uma linguagem mais próxima dos jovens, ouso dizer que a série Legado Folclórico poderia facilmente ser adotada por escolas. Felipe Castilho nos entrega uma obra deliciosa, que valoriza a nossa cultura e nos mostra que o Brasil tem muito a oferecer, tanto no quesito folclórico quanto em autores de qualidade como ele. Se não conhecia a obra e/ou o autor ainda, fica aqui o incentivo para que o faça em breve.



A Verdade É Uma Caverna Nas Montanhas Negras


Publicada incialmente em uma coletânea de contos do autor, A verdade é uma caverna nas Montanhas Negras é uma história fascinante sobre família, a busca por um tesouro e a descoberta de um novo mundo. Em uma colaboração inédita, os personagens e as paisagens de Gaiman ganham forma com um traçado sombrio e impreciso do artista Eddie Campbell, e o resultado é uma obra que passeia entre o livro ilustrado e o graphic novel, desafiando os limites entre texto e imagem em uma explosão de cor e sombra, memória e arrependimento, vingança e, principalmente, amor.
Título: A Verdade É Uma Caverna Nas Montanhas Negras
Autor: Neil Gaiman - Ilustrador: Eddie Campbell
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 80


Quando decidiu começar seu conto A Verdade É Uma Caverna Nas Montanhas Negras com a frase “Indaga se sou capaz de me perdoar?” Neil Gaiman talvez nem imaginasse que não bastaria mais do que isto para me fisgar e me convencer de que algo muito sério aconteceria numa incursão por aquela montanha. Aquele pequeno livro, de apenas 80 páginas, mostra logo na primeira delas ser algo bem maior do que apenas o detentor do título mais extenso de toda a minha estante.
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Originalmente publicado em uma antologia de contos, A Verdade é Uma Caverna Nas Montanhas Negras tem como inspiração os livros de Otta F. Swire e a deslumbrante paisagem natural da Ilha de Skye na Escócia. Neil Gaiman nos conta a história de um anão, cujo nome não é revelado em parte alguma, em busca de um lendário tesouro escondido numa caverna no alto de uma montanha escura na Ilha das Brumas. Por desconhecer o caminho, o anão contrata o salteador Calum McInnes como guia e rapidamente ambos se põe a subir montanha acima. No caminho, o que poderia ser apenas uma história de ambição ganha ares mais trágicos e misteriosos.
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Uma atmosfera de desconfiança e tensão logo se instaura entre ambos. O anão, que a princípio dizia buscar um tesouro a mando de um rei para que este pudesse restabelecer o seu reino, parece mais interessado em descobrir mais sobre o passado de McInnes: como ele poderia saber o caminho? O que o levou a ir até lá pela primeira vez? E o que afinal ele encontrara dentro da tal caverna? Não conseguimos descobrir o quanto de verdade cada um deles conta. Não espere por maniqueísmos. Tanto Calum quanto o anão têm motivações egoístas e obscuras, são ladrões ardilosos e agem de maneira astuta e desconfiada o tempo todo. A trama se adensa ainda mais a cada página. Conforme eles escalam, o cenário se torna mais lúgubre e escuro, deixando transparecer apenas uma tensão inquietante no ar até culminar em um final no mínimo surpreendente no qual a verdade é enfim revelada e toda àquela indagação que me prendeu na primeira página passa a fazer sentido. Trágico e tocante, o conto nos faz pensar o quão longe somos capazes e ir em busca da verdade e da realização dos nossos desejos sejam eles nobres ou não e se estamos prontos para lidar com as consequências desta decisão.
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Sobre a escrita do Neil Gaiman, e acredite eu não quero soar tendencioso, é algo que beira o sublime. Cada frase parece ser pensada esteticamente para se encaixar com perfeição na narrativa que aqui nos é contada em primeira pessoa pelo protagonista anão. Por já conhecer a habilidade do autor em vários de seus outros trabalhos eu não espero por menos e aqui toda a construção da história em si, dos personagens, diálogos e cenários, não deixam a desejar em nada.
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O livro é inteiramente ilustrado por Eddie Campbell, renomado autor de quadrinhos e também responsável pela arte do best-seller Do Inferno numa colaboração com Alan Moore. O texto se mistura a estas ilustrações compondo uma atmosfera sombria e carregada propiciando uma experiência de leitura imersiva e diferenciada da de um livro comum ou mesmo de uma graphic novel. A Intrínseca fez uma escolha acertada pela qualidade e beleza ao apostar em uma edição em capa-dura e com interior em papel couchê de alta gramatura e que realça ainda mais o trabalho do artista.
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A Verdade É Uma Caverna Nas Montanhas Negras agradará bem os fãs de Neil Gaiman por conter todos os elementos característicos das obras deste autor e também àqueles que buscam uma surpreendente e soturna história de ambição, mistério e vingança habilmente contada por um dos maiores escritores contemporâneos. Vale imensamente a leitura.




A Filha do Império






Mara, a filha mais nova da poderosa Casa dos Acoma, estava destinada a uma vida de contemplação e paz. Mas quando seu pai e seu irmão são mortos, sua vida muda de um dia para outro. Apesar do sofrimento, cabe a ela a tarefa de vestir o manto da liderança e enfrentar as dificuldades e os inimigos implacáveis.
Inexperiente na arte de governar, Mara terá de recorrer a toda a sua força e astúcia para sobreviver no Jogo do Conselho, recuperar a honra da Casa dos Acoma e assegurar o futuro de sua família. Mas quando percebe que os inimigos que quase aniquilaram a sua casa vão voltar a atacar com fúria renovada, Mara só tem uma dúvida: será que ela, apenas uma mulher, ainda quase menina, poderá vencer em um jogo perigoso no qual seu pai e seu irmão falharam?
Título: A Filha do Império
Série: A Saga do Império
Autora: Raymond E. Feist & Janny Wurts
Editora: Saída de Emergência
Número de Páginas: 464


Depois de ter nos agraciado com a Saga do Mago (Aprendiz, Mestre, Espinho de Prata e As Trevas de Sethanon) a Saída de Emergência traz para o Brasil a primeira das outras obras que integram o universo criado Raymond E. Feist, porém diferente da outra saga somos inseridos dentro da cultura Tsurani e de Kelewan. 
Às vésperas de entregar-se a vida religiosa e se consagrar serva da deusa Lashiva, a jovem Mara tem sua cerimônia interrompida por notícias terríveis: seu pai Sezu e Lanokota estão mortos e seus exércitos sofreram grandes baixas. Para piorar, agora ela deve assumir seu lugar como Senhora dos Acoma, uma das mais tradicionais famílias de todo o Império Tsurani, no mundo de Kelewan. Apesar de sofrer a dor da perda e com o choque da responsabilidade que lhe é entregue, Mara sabe que deve honrar seus ancestrais mesmo não tendo sido educada para governar e sendo uma mulher em meio a uma sociedade patriarcal. Ela precisa aprender tudo o que puder e contar com sua astúcia e os conselhos de Papewaio, Nacoya, Keyoke e Arakasi, para continuar viva e fora do alcance dos Anasati e Minwanabi, impedir que o nome dos Acoma caia em desgraça e fazer aqueles culpados pela morte de seus entes queridos pagarem.
De uma jovem ingenua à uma governante forte e que impõe respeito. Em A Filha do Império acompanhamos a evolução de uma mulher determinada cercada de responsabilidades, ameaças e preconceitos, mas que não se deixa abater. Envolta em traições, tentativas de assassinatos, disputas por importância dentro do Império e ascensão, Mara terá que formar parceiras e fazer jogadas arriscadas, e lidar com as consequências de suas escolhas, pois no Jogo do Conselho é vencer e prosperar ou morrer sem honra.
Apesar de se passar no mesmo universo de histórias da Saga do Mago e acontecer durante a guerra narrada no primeiro e segundo livro, A Filha do Império¹ é uma leitura totalmente independente podendo ser lido antes, depois, ou até em conjunto, quem sabe. Quem já leu os volumes da série anterior certamente se sentirá mais familiaridade com o cenário de Kelewan, mas o leitor de primeira viagem será apresentado a um cenário rico e repleto de similaridade com as culturas orientais do nosso mundo. No forte senso de honra, tradições e família, no patriarcado rigoroso, na organização política do império, nas construções e cultura, a cada momento isso fica mais evidente e próximo, apesar de ao mesmo tempo passar uma impressão de estranheza com a presença do fantástico e do original.
A dupla de autores consegue construir uma narrativa rápida, segura e agradável, mesmo quando detalhamento é requerido. Feist e Wurts trabalham muito bem o enredo de intrigas políticas e estratégias, sem esquecer de dar enfase aos personagens e sem perder o ritmo, seduzindo e cativando o leitor. Os personagens são bem trabalhados, e mostram personalidade e riqueza mesmo quando sua aparição é rápida. Mas claro, o destaque é Mara, uma protagonista realmente forte, que apesar de ser menosprezada por ser mulher, e ainda  jovem, não se deixar abalar. Que tem defeitos, fraquezas, mas não abaixa a cabeça, que usa sua inteligência e sagacidade a seu favor, que não depende de um homem para ser forte. Mesmo quando está com medo, ela não abaixa a cabeça para ninguém. Um daqueles personagens que se tornam difíceis de não se apegar e admirar.
E para aqueles que possam falar sobre as semelhanças entre o Jogo do Conselho e A Guerra dos Tronos², é preciso lembrar que apesar da publicação recente em território nacional o livro é anterior ao lançamento do primeiro livro das Crônicas de Fogo e Gelo (¹1987 - ²1996), além de possuírem focos totalmente diferentes.
Raymond E. Feist  e Janny Wurts nos entregam uma trama inteligente, fascinante e com classe. Os amantes da boa literatura, e principalmente os de fantasia de qualidade, precisam incluir o livro em suas listas de leitura. E, caso esteja dentro do seu alcance, aproveitaria a presença do autor na Bienal do Rio de Janeiro para pegar um autógrafo e agradecer por essa bela obra.

Ilustraverso: Nathalia Gomes


Todo mundo ama uma boa capa, um mapa bem feito e ilustrações apaixonantes, sejam elas em livros, grafic novels, guias ilustrados, para usar de papel de parede ou pelo simples prazer de admirar. Porém nem todo mundo costuma dar a valor a pessoa por trás da arte, mas por sorte aqui é diferente. Quem sabe você não descobre aqui a pessoa que vai ser responsável por aquele presente diferenciado ou para concluir/iniciar aquele projeto que está engavetado: uma HQ ou a capa e ilustrações de um bom livro.
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Na sessão Ilustraverso o artista e sua arte tem vez e reconhecimento. A artista da vez é uma ilustradora carioca fã de fantasia medieval, jogos e cinema, com trabalhos feitos para empresas internacionais. Conheçam o trabalho de Nathalia Gomes!
Nathalia Gomes é pintora e ilustradora brasileira e também leciona online na Escola N-PIX. Trabalhou no card game Hex – Shards of Fate, da Cryptozoic Entertainment, no card game do Senhor dos Anéis, da Fantasy Flight Games, entre outros projetos. No mercado nacional, trabalha com ilustrações de capa para livros, tendo a Editora Novo Século como principal cliente. Recentemente começou a produzir capas utilizando montagens de fotos, aplicando seus conhecimentos em pintura e Photoshop, tratando com carinho e exclusividade cada capa para cada tipo de cliente e livro. Graduada em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Seu trabalho já foi exibido na Photoshop Creative e no livro tributo da UDON sobre o jogo World of Warcraft.
Você pode conferir uma amostra da arte aí embaixo e as galerias no Site da Artista, no Facebook, ArtStation, DeviantART  e/ou no Pinterest. Aos interessados em um contato profissional e em obter mais informações, o contato pode ser feito pelo email  nathaliagsart@yahoo.com ou pelo formulário no site.





Perdido em Marte


Há seis dias, o astronauta Mark Watney se tornou a décima sétima pessoa a pisar em Marte. E, provavelmente, será a primeira a morrer no planeta vermelho. Depois de uma forte tempestade de areia, a missão Ares 3 é abortada e a tripulação vai embora, certa de que Mark morreu em um terrível acidente. Ao despertar, ele se vê completamente sozinho, ferido e sem ter como avisar às pessoas na Terra que está vivo. E, mesmo que conseguisse se comunicar, seus mantimentos terminariam anos antes da chegada de um possível resgate. Ainda assim, Mark não está disposto a desistir. Munido de nada além de curiosidade e de suas habilidades de engenheiro e botânico e um senso de humor inabalável , ele embarca numa luta obstinada pela sobrevivência. Para isso, será o primeiro homem a plantar batatas em Marte e, usando uma genial mistura de cálculos e fita adesiva, vai elaborar um plano para entrar em contato com a Nasa e, quem sabe, sair vivo de lá. Com um forte embasamento científico real e moderno, Perdido em Marte é um suspense memorável e divertido, impulsionado por uma trama que não para de surpreender o leitor.
Perdido em Marte
Autor: Andy Weir
Editora: Arqueiro
Páginas: 336


Duas outras missões Ares já haviam estado lá e alcançado um êxito sem precedentes. Aquela já era a terceira vez que humanos pousavam em Marte. Seis tripulantes altamente capacitados e treinados viveriam ali durante um mês fazendo pesquisas de campo e experiências científicas até que as condições de retorno fossem favoráveis e todos os preparativos para a partida estivessem em ordem. Mas no 6º dia (ou Sol) algo saiu errado. Uma forte tempestade de vento ameaçava destruir todos os equipamentos. A missão foi abortada e os astronautas receberam ordens para entrarem no VAM (Veículo de Ascenção de Marte) e saírem de lá o quanto antes. Na correria e por puro azar Mark Watney é atingido por uma antena de comunicação arremessada pelo vento e cai desacordado. Após procurar e não encontrar e julgando que ele havia morrido, a tripulação parte deixando-o para trás. Contudo ele sobrevive e agora sozinho e sem ter como se comunicar com a tripulação e a Terra, terá de encarar uma luta ferrenha contra um planeta hostil se quiser viver.
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E sobreviver em Marte não será nada fácil. As provisões são limitadas, a atmosfera é tóxica e a temperatura é congelante. Um resgate a partir da Terra levaria anos, os equipamentos simplesmente param de funcionar e ninguém sabe que Mark está vivo! Bem trágico, não? Mas por sorte o que não falta em Mark Watney é uma incrível e contagiante vontade de viver.
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Assim começa Perdido em Marte, livro de estreia de Andy Weir e que vem arrancando elogios da crítica especializada mundo afora. Quem me conhece sabe o quanto a pesquisa e a exploração espacial me deixam entusiasmado. Quando soube da temática deste livro não tive dúvidas de que fosse gostar.
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O personagem principal, o nosso improvável sobrevivente, é um engenheiro mecânico e botânico. O fato dele ser também um astronauta já o faria ser alguém excepcional para os padrões mundanos mas não são estas as características que o tornam marcante. Seu senso de humor, velocidade de raciocínio e capacidade de improvisação juntamente com seu carisma e otimismo são os pontos fortes da sua personalidade e os que mais me cativaram. Fica impossível não se ver torcendo para que ele consiga se manter vivo e consiga voltar à Terra.
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A maior parte do texto é composta pelos diários de bordo narrados em primeira pessoa pelo próprio Mark Watney. Com muita perspicácia, bom humor e boas doses de sarcasmo, ele nos relata didaticamente tudo o que faz para sobreviver naquele ambiente hostil. Em outros pontos a narrativa muda para a terceira pessoa e temos cortes para a Terra (com a NASA, os bastidores das missões espaciais e a repercussão midiática) e para a nave Hermes, na qual viajam de volta os colegas de Mark.
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Tais mudanças não são abruptas e são feitas entre os capítulos ou em intersecções ao longo dos mesmos. A tensão em ambos os casos é constante. Você quer saber como serão os próximos sóis de Mark Watney, como ele irá resolver os próximos problemas e se ele irá sobreviver até o resgate.
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Por tratar de uma das mais ambiciosas jornadas que a ciência e a tecnologia podem empreender, é inevitável (e seria um erro se não fosse assim) que o livro apresente vários conceitos técnicos e siglas em suas páginas, contudo o texto é extremamente acessível. Leigos não terão dificuldade em entender os cálculos e conceitos de física e química por trás das muitas improvisações de Mark.
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Outro ponto interessante é o de Perdido em Marte ser uma obra de ficção extremamente plausível. A história se passa no nosso quintal celeste e na iminência do nosso tempo. Não é uma viagem a outra galáxia ou sequer a outro sistema estelar, tampouco se passa a milênios no futuro ou aborda improváveis viagens no tempo. Não requer tecnologias mirabolantes tais como dobra, buracos-de-minhoca ou buracos-negros tão comuns em outras obras de ficção científica, e que nem sabemos como (ou mesmo se vamos) dominar algum dia. A chegada do homem à Marte é apenas uma questão de tempo e vontade. Já dispomos de boa parte da tecnologia de propulsão e conhecemos melhor o planeta vermelho do que os nossos oceanos. Num futuro muito próximo podemos esperar que uma missão como a Ares descrita no livro chegue lá. (E que nenhum astronauta precise ser como um Mark Watney). Neste aspecto, vejo este livro como uma possível prévia de uma missão real.
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Perdido em Marte me deixou extremamente empolgado! É uma ficção moderna, plausível e gostosa de ler com um forte apelo humano pela perseverança e sobrevivência. É a prova de que quando nos unimos num objetivo comum podemos literalmente fazer o impossível. Ouso dizer que já é um dos melhores que li este ano e recomendo fortemente a todos.
Ps. A obra ganhou uma adaptação cinematográfica protagonizada por Matt Damon e dirigida por Ridley Scott. Jessica Chastain, Kate Mara, Michael Peña, Jeff Daniels, Kristen Wiig, Chiwetel Ejiofor, Mackenzie Davis, Sean Bean e Donald Glover completam o elenco. Perdido em Marte será lançado no Brasil em 27 de novembro deste ano e o primeiro trailer foi oficialmente lançado hoje (08 de Junho). Confiram!

Cemitério de Dragões - Legado Ranger Livro 1

Um fenômeno desconhecido faz cinco pessoas, sem qualquer conexão e espalhadas pelo planeta Terra, acordarem em diferentes regiões de uma realidade devastada por um império de reptilianos e assolada pela escravidão. Os cinco iniciam uma jornada em busca de respostas para sobreviverem no centro de uma guerra envolvendo criaturas fantásticas e demônios dispostos a invocar perigosos seres abissais para servirem a seus propósitos.
Porém uma entidade pretende conectar o destino dos cinco humanos e armá-los com uma tecnologia construída à base de metal-vivo, magia e sangue de dragões. Uma tecnologia jamais vista naquela ou em qualquer outra dimensão, capaz de gerar heróis de metal.
Batalhas empolgantes, romance e magia. Esse é o universo épico de Cemitérios de Dragões , inspirado em uma visão adulta e sombria das antigas séries Tokusatsu, como Jaspion, Changeman, Flashman, Ultraman e tantas outras, que marcaram a infância de toda uma geração.
Cemitérios de Dragões
Série: Legado Ranger 1
Autor: Raphael Draccon
Editora: Rocco/Fantástica 
Páginas: 352


Raphael Draccon sempre foi um autor que me intrigou desde a primeira obra que li. Por mais que nunca houvesse me conquistado plenamente em nenhuma leitura, sempre admirei seu trabalho e me fascinei pelos elementos e conceitos trabalhados no plano de fundo de suas histórias. Apesar de ter lido todos seus livros, ainda esperava uma obra que prendesse minha atenção e agradasse de modo geral. Foi então que veio a sua sexta obra reverenciando o gênero tokusatsu com seus heróis de metal, homens fera e super sentai...
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A trama de Cemitério de Dragões conta a história de cinco jovens (Derek, o militar Americano - Amber, a garçonete Irlandea - Ashanti, uma guerrilheira de Ruanda - Daniel, um hacker Nipo-Brasileira - Romain, um dublê Francês) que despertam em locais diferentes de outro mundo, em memória de como deixaram a terra e chegaram até lá. Seu novo "lar" é uma dimensão sombria - conhecida como O Cemitério - repleta de criaturas estranhas e que enfrenta a ameaça de dominação por parte do demônio escravagista Asteroph e sua leal general Ravenna, que planejam fazer do lugar o Décimo Circulo do Inferno. Buscando respostas o caminho dos cinco irá se cruzar com o de seres fantásticos, entidades antigas, defensores dimensionais, e por fim precisarão de tornar-se guerreiros em armaduras de metal vivo e sangue de dragão para evitar o fim de uma dimensão e encontrar o caminho de casa.
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O livro é narrado em terceira pessoa através de capítulos curtos que acompanham os personagens de maneira intercalada até chegar ao ponto onde os núcleos vão se unindo. A narrativa do autor parece ter evoluído desde de seu último trabalho até aqui e isso reflete na construção do cenário, descrições, cenas e ritmo que ganham mais substância e não sofrem com quebras nos momentos mais calmos e nem nos de mais ação. Apesar de claro, ágil e simples, o texto apresentado é maduro e sombrio em diversos momentos: sangue, violência e morte são elementos constante na história. Os personagens são carismáticos, humanos e bastante críveis, embora muito sobre eles fique em abertos.
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Uma característica que achei bem trabalhada nesse livro foram as referências as obras que serviram de inspiração para o autor (até as famosas faíscas tem uma boa explicação). Por mais que alguns digam algo sobre plágio, falta de criatividade e fanfics, a verdade é que o autor soube fazer algo original e nostálgico, retrabalhando elementos que fizeram parte de sua vida.  Algumas são muito óbvias (apesar de ter visto muita gente confundido) e outras são mais obscuras como os monges leões de Taremu e sua Dádiva, uma referência o tokusatsu Lionman (uma dádiva dos ninja), e também ao material chamado metálider, referência ao metal hero Metalder. A verdade é que muitas delas só são notadas por pessoas que tenham mais de 25 anos e assistiam ou viram muitas reprises na extinta TV Manchete, fãs do gênero, ou nerds como eu que seguem os ensinamentos do ET Bilu e apenas buscam conhecimento. Além disso Draccon reverencia sua própria obra, dando impressão de que, apesar de nunca ter revelado assim, há uma conexão entre seu universo.
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O livro é claro não é perfeito. Os diálogos dos personagens que muitas vezes soam forçados, principalmente os protagonizados por Romain e Daniel - dupla que serve como tentativa de alívio cômico - repletos de referências desnecessárias a Cultura POP. A agilidade da trabalha não permite um maior trabalho com os personagens e, embora carismáticos, conhecemos alguns mais do que outros e apenas de maneira suficiente para que a trama ande. A revisão, apesar de boa, ainda deixa passar alguns erros.
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A parte gráfica é muito boa: uma bela capa, diagramação simples e funcional com uma ilustração de dragão no inicio de cada capítulo. Contudo a escolha de usar fontes diferentes para representar os idiomas falados em alguns casos pode ser incômodo pois não acrescentam à leitura, sendo apenas fator estético.
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Cemitério de Dragões foi o primeiro livro do Raphael Draccon que me agradou por inteiro, apesar dos defeitos apontados. Não mais apenas um pedaço ou um conceito como aconteceu das outras vezes, mas por um conjunto da obra bem executado, divertido e envolvente, sem pretensões de ir além do que se propõe. Uma história original, criada a partir de elementos familiares ao grande público, capaz de agradar àqueles que buscam uma boa aventura.


Mega City & Manual do Aventureiro

Existem grandes cidades onde o mundo se encontra. Tudo que é possível acontece. Tudo que existe está ali. Tudo que é real tem seu lugar em algum bairro, gueto ou casa de shows.
E existe a Cidade das Cidades. Onde o impossível está em cada esquina.
MEGA CITY é o primeiro cenário totalmente voltado para 3D&T, perfeito para acomodar os poderes extremos deste jogo. Aqui você pode desafiar supervilões dos quadrinhos, lutar em torneios de artes marciais secretos, viver no futuro dos robôs atômicos, explorar o mundo sombrio dos seres sobrenaturais, ou mesmo correr o maior dos riscos: ser um aventureiro (mais ou menos) normal em meio a isso tudo.
Você, herói extremo de 3D&T, tem agora o merecido palco para suas batalhas.
Mega City & Mega City: Manual do Aventureiro
Autor: Gustavo Brauner
Editora: Jambô
Páginas: 144 & 80

MEGA CITY: SKOOB - COMPARE & COMPRE - LOJA RECOMENDADA (FÍSICO/DIGITAL)
MANUAL DO AVENTUREIRO: SKOOB - COMPARE & COMPRE - L. RECOMENDADA (FÍSICO/DIGITAL)

O sistema 3D&T surgiu sem uma ambientação própria, apenas algumas referências aos heróis japoneses, e com o tempo ganhou algumas oficiais para cenários já existentes como Tormenta e U.F.O Team e adaptações para produtos de outras mídias como filmes, livros, quadrinhos e animes. Mesmo depois de 10 anos de sucesso ainda não possuía um cenário exclusivamente seu, coisa que só foi mudar com Mega City, que chegou trazendo um Mega-Cenário com cinco Mini-Cenários dentro de si.
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Mega City é um módulo complementar ao Manual 3D&T Alpha - ou seja não é obrigatório possuí-lo para começar a jogar, mas é um tempero bem vindo - que apresenta o primeiro cenário oficial voltado exclusivamente para o sistema. A Cidade das Cidades reúne aquilo que o sistema pode oferecer de melhor quando se trata de aventuras modernas: super-heróis, lutadores de artes marciais, robôs patrulheiros, defensores sobrenaturais e detetives que usam a astúcia para desvendar mistérios. 
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O primeiro capítulo apresenta a história do cenário de maneira geral - com um texto bem rico em detalhes e bastante aprofundado - contando desde sua descoberta por um navegador Italiano, a colonização e contato com Holandeses e Ingleses, a migração Japonesa e Chinesa, até chegar nos dias atuais com toda miscigenação e sua divisão geográfica. Enquanto isso os capítulos subsequentes se aprofundam um pouco mais na história de cada um dos cinco mini-cenários (Super Mega City, O Torneio das Sombras, Megadroide, Crônicas de Nova Memphis e Mega-City Contra-Ataca) e suas particularidades - personalidades, heróis e vilões conhecidos, e ideias para aventuras - apresentando novas regras, vantagens e desvantagens para uso em jogo. Cada um deles foi criado para ser utilizado de maneira separada, mas funcionam bem quando misturados, exceto por Megadroide. Inclusive o último capítulo, voltado para o Mestre, conta com  regras para equilibrar aventuras em que personagens estejam em patamares diferentes.
Super Mega City, o primeiro dos cinco mini-cenários a ser apresentado e talvez o mais detalhado dentre eles, traz a história dos Super-Heróis em Mega City fazendo referência a história dos quadrinhos, desde as Revistas Pulp até a Era Heroica. Além disso apresenta os personagens icônicos do cenário e novas regras para superpoderes e habilidades.
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O capítulo seguinte apresenta O Torneio das Trevas, um cenário que explora histórias envolvendo torneios de artes marciais e histórias policias de pancadaria. A história do torneio e da sociedade que lhe deu origem é descrita em detalhes, desde a origem na Babilônia até os dias atuais, quando se tornou fachada para uma organização envolvida em atividades criminosas. Também é descrita a misteriosa Força Treva, que pode dar poderes surpreendentes para os seus usuários através de algumas novas vantagens, além de técnicas que tornam o combate mais variado.
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O terceiro cenário, Megadroide, é responsável pela faceta tecnológica de Mega City, mas apesar das novas mecânicas apresentadas é o que mais parece não pertencer à colcha de retalhos. Essa sensação vem do fato dele ser o mais diferente entre todos e o mais restrito por tudo que é apresentado.
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Crônicas de Nova Memphis, o penúltimo cenário, talvez seja o que dentre eles peça uma ampliação o mais breve possível. Ele apresenta um evento místico na virada do Milênio, e as descrições de clãs e facções de Vampiros, Lobisomens, Anjos e Demônios que se enfrentam na chamada Guerra Secreta, embora  participações de Magos Humanos, Imortais e Espíritos também seja citada. Muito do cenário é apenas pincelado, deixando a cargo do mestre a criação de conteúdo e no leitor um gosto de quero mais. O cenário apresenta novas regras e variações para Vantagens Únicas oriundas do manual base
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Mega City Contra-Ataca traz o mini-cenário menos detalhado em termos de história já que o foco é em personagens mais humanos, e a para isso a história básica apresentada no primeiro capítulo já é suficiente. O capítulo apresenta regras para personagens mais mundanos, sem acesso a poderes impressionantes ou habilidades (muito) extraordinárias e pode render histórias interessantes com uma pegada bem diferente do que se está acostumado para o sistema.




O Manual do Aventureiro - Mega City funciona como um suplemento ao suplemento, se assim podemos dizer. Ao contrário do primeiro, que tem a função de introduzir e apresentar todo um cenário com novas regras e históricos, o segundo livro é totalmente focado na criação de personagens. O livro se inicia introduzindo e explicando o conceito de Kit e de como eles dão mais variabilidades aos personagens e de forma semelhante ao módulo básico, cada capítulo é dedicado exclusivamente a um distrito de Mega City. 
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O primeiro capítulo apresenta arquétipos de heróis e vilões para serem utilizados em Super Mega City como o Humano Uniformizado, o Aprendiz Mirim, o Alien Amigo e o Super Soldado. O capítulo seguinte abrange o Torneio das Sombras com seus Street Fighters, Sensei Ansiões, Boxeadores, Luchadores, Dragões Brancos e Kickboxers. O terceiro, sobre Megadróide, traz além dos óbvios kits voltados para robôs alguns que reverenciam o gênero tokusatsu como o Super Sentai, o Metal Hero e o Kamen Figther. O quarto apresenta os kits para o heróis de Crônicas de Nova Memphis, não apenas para os seres sobrenaturais, mas também para personagens humanos bem interessantes como o médium. O último capítulo, Mega City Contra-Ataca aborda personagens mais humanos, tidos como comuns ou realistas, como o Chef e Médico, e alguns nem tanto como o Atleta XXX, o Agente X e o Cientista Fringe. 
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De maneira geral, Mega City é um cenário interessante, com espaço para uma grande leque de possibilidades, embora com dito antes algumas partes dessa mistura não me agradaram. O Manual do Aventureiro abre um novo leque de possibilidades, principalmente para Megadroide e para mistura, Afinal é bem mais fácil imaginar um Kamen Fighter lutando ao lado de Aliens Amigos, Magos, Jovens Prodígios, Velocistas contra Ninjas Urbanos, Monstros, Parasitas e Mafiosos, do que imaginar a mesma situação com um robô no estilo Megaman (embora nada proíba isso). A novas regras apresentadas acrescentam bastante coisa ao sistema podem ser adaptadas para outros cenários (e algumas já foram, como os equipamentos presentes em Brigada Ligeira Estelar) e mesmo não sendo o meu cenário favorito recomendo fortemente a leitura e aquisição da obra.