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O Maravilhoso Mágico de Oz






Quando a menina fazendeira Dorothy voa para longe até o Mundo Mágico de Oz, ela tem um encontro com uma Bruxa Má, liberta um Espantalho vivo e é saudada pelos Munchkins como uma poderosa feiticeira… Mas tudo o que ela deseja saber é: como voltar para casa?
Vencedora do Prêmio Eisner de Melhor Série Limitada e Melhor Publicação para Crianças, o encadernado reúne as edições #1 a 8 da minissérie The Wonderful Wizard of Oz.


Título: O Maravilhoso Mágico de Oz
Editora: Marvel/ Panini Comics
Autor: L. Frank Baum, Erick Shanower e Skottie Young
Número de páginas: 216


Publicado pela primeira vez em agosto de 1900, O Mágico de Oz se tornou um sucesso imediato, conquistando leitores de todas as faixas etárias. A obra de Lyman Frank Baum é considerada a mais famosa história infantil da literatura americana, tendo sua importância e influência equiparadas nos Estados Unidos àquela que Alice No País das Maravilhas de Lewis Carroll teve na Inglaterra. A obra já foi inúmeras vezes adaptada para o teatro e o cinema, cantada, citada, traduzida para os mais diversos idiomas e sua trama aparentemente simples ainda hoje continua surpreendendo os mais diversos públicos e leitores.
L. Frank Baum, disse ainda na Introdução da sua primeira edição de O Mágico de Oz ter procurado escrever um conto de fadas moderno, comprometido com a admiração e a diversão das crianças por meio de uma jornada de aventura num mundo encantado, em que os sofrimentos e pesadelos de cunho moral, altamente presentes na literatura infantil até então, fossem deixados de fora. Ele queria contar uma história fascinante e criativa, em que coisas aconteciam o tempo todo e que mantivesse presa a atenção dos seus pequenos leitores. É com este mesmo espírito que Erick Shanower e Skottie Young, mais de um século depois, concebem esta adaptação para quadrinhos do clássico livro de Baum encomendada pela Marvel Comics. O Maravilhoso Mágico de Oz da Marvel foi publicado como minissérie em oito edições, posteriormente reunidas e lançadas em volume único.
Nossa história começa em mais um dia normal na vida da pequena Dorothy, em uma região rural do Kansas nos Estados Unidos, onde ela morava com os seus tios Henry e Em, até que, em meio à confusão de um tornado e preocupada em recuperar seu cãozinho Totó, ela é transportada com a casa e tudo para um mundo estranho e mágico, habitado por seres fantásticos e dominado por bruxas más a Leste e a Oeste. Ansiando por voltar para casa, a menina recebe dos habitantes do estranho lugar a orientação de que deveria procurar a ajuda do poderoso e misterioso Feiticeiro de Oz na Cidade das Esmeraldas, seguindo a longa estrada de tijolos amarelos, que cortava todo aquele país. Assim, Dorothy parte, com seu fiel cãozinho Totó dando início a uma longa jornada através da terra de Oz. Nesse mundo, a garota fará alguns novos amigos: o Espantalho carismático e muito simpático, o Homem de Lata sensível e amoroso e o Leão Covarde rechonchudo e dócil. Juntos, eles terão que enfrentar diversos perigos e, acima de tudo, encarar os seus próprios medos numa empolgante jornada de autodescoberta.
É bem provável que você se lembre de muitos dos elementos acima, mas o universo criado por Baum é tão vasto e diverso como qualquer outro mundo de fantasia. Há itens mágicos como os Sapatinhos de Prata herdados por Dorothy e o Chapéu de Ouro que controla os Macacos Alados, bruxas e fadas poderosas tanto boas quanto más, uma Rata Rainha dos Ratos Campestres, o grande mago (ou Mágico) de Oz, povos exóticos como os Munchkins e muito mais!
Eric Shanower é o roteirista responsável pela adaptação do romance de Baum para quadrinhos e como fã confesso de Oz buscou deixar a sua versão o mais fiel possível ao livro, resgatando elementos e detalhes perdidos em tantas outras releituras e adaptações já feitas para as mais diversas mídias. Os textos e diálogos tem a mesma aura divertida e encantandora do livro e contam com uma boa fluidez. Aos poucos vamos redescobrindo cada um daqueles personagens e as suas motivações. É interessante notar a forma como as características individuais complementam o grupo enquanto acompanhamos o desenvolvimento das personalidades de cada um durante a longa jornada pela Estrada de Tijolos Amarelos. Prevalece o espírito da cooperação mútua e logo torcemos por eles enquanto tentamos ansiosos adivinhar quais perigos os espreitam logo a frente.
A arte de Skottie Young confere aos personagens e à terra de Oz uma expressividade exótica própria. Eu sou muito movido pelo visual e quando vi a capa com o traço quase cartunesco do ilustrador, soube imediatamente que aquela era uma graphic novel que eu precisava ler! Embora possua um estilo totalmente diferente das ilustrações originais de W. W. Denslow, a versão de Young mantém as características definidas por Baum para seus personagens, recriando-os com um design um pouco mais radical que nos cativa de imediato sendo diferente de tudo já feito anteriormente com relação a Oz. O traço de cartoon altamente estilizado de Skottie Young não deixa de transmitir alegria e vivacidade num rápido primeiro olhar. As linhas soltas e aparentemente despojadas escondem a intencionalidade dos movimentos e iluminação enquanto definem as formas ilustradas. Os quadros possuem bordas bem definidas e as ilustrações não vazam em momento algum por elas, o que confere à obra um tom clássico e funcional.
Acrescente a tudo isso o notório trabalho de colorização de Jean-Francois Beaulieu e temos uma verdadeira obra prima! O colorista usou paletas de cores específicas para cada situação e localidade da história criando um verdadeiro espetáculo visual para deleite do leitor. Os verdes da Cidade Esmeralda, os tons frios e sombrios das terras da Bruxa Má do Oeste e as diferenciações entre os períodos de dias claros e cristalinos, o entardecer laranja e quente e a noite azul cinzenta são um convite para que o nosso olhar se demore mais um pouco contemplando aquelas páginas antes de virá-las. Quem já viu a famosa adaptação cinematográfica de 1939 provavelmente vai se lembrar do uso notável do Technicolor, uma técnica pra colorização de filmes e uma verdadeira revolução para a indústria do cinema na época. No filme, as cenas no Kansas, o mundo comum de Dorothy, eram exibidas em preto-e-branco com tons em marrom, como na maioria dos filmes até então, mas quando chegamos em Oz, a tela simplesmente explodia em imagens vibrantes de cores em Technicolor. Um contraste tão grande assim não ocorre nesta adaptação em quadrinhos, mas é possível imaginar que o colorista tivesse algo semelhante em mente quando trabalhava nela.
Para quem já está acostumado a comprar quadrinhos encadernados da Panini, não há muito o que comentar sobre as características físicas desta graphic novel. Ela possui acabamento de luxo, com capa dura e verniz localizado e o miolo é em papel couche brilhante. Como extras essa edição traz uma Apresentação feita pelo roteirista, uma Galeria de Capas, com as imagens originais das capas da edição de banca norte-americana e um sketchbook com esboços dos personagens, artes conceituais e etapas do processo de criação e produção comentados pelos autores. A tradução ficou a cargo de Paulo França, com letras de Donizeti Amorim e não notei quaisquer erros de revisão durante a leitura.
O Maravilhoso Mágico de Oz da Marvel teve sua qualidade reconhecida ao faturar o Prêmio Eisner nas categorias Melhor Série Limitada e Melhor Publicação Para Crianças em 2010. Com o sucesso, a Marvel encomendou para a mesma equipe criativa, novas adaptações de livros de Baum também ambientados em Oz. As histórias deste mundo fantástico seguiram sendo contadas em The Marvelous Land of Oz, Ozma of Oz, Dorothy and the Wizard in Oz, Road to Oz e The Emerald City of Oz. Contudo estas últimas séries, infelizmente, ainda permanecem inéditas no Brasil.
Adaptações d'O Mágico de Oz existem aos montes, mas poucas como essa da Marvel são capazes de despertar no leitor a mesma sensação de maravilhamento e encanto tanto por ser um trabalho de altíssimo nível e qualidade quanto por capturar com grande êxito a mesma essência de diversão e criatividade idealizada por L. Frank Baum lá no início. Permito-me parafrasear o autor e recomendar essa obra para encantar a todas as crianças de hoje, tanto aquelas que são realmente jovens quanto aquelas que nunca deixaram de existir dentro das crianças crescidas, também chamadas de adultos.


Multiverso X.:04 | Camundongos Submersos



O Capitão Ace Barros, o navegador Airechu, a assistente de bordo Hall-e se reuniram para mais um relatório de exploração trazendo como dicas o boardgame Mice and Mystics e o romance A Menina Submersa.
Ouça e descubra a fabular aventura de camundongos e magias presente nesse boardgame bastante familiar divertido e reúna seus amigos para salvar o reino da terrível Vanestra. Aproveite e conheça um pouco sobre a história de Imp, e tente conosco decifrar os mistérios envoltos nessa névoa de esquizofrenia! Acompanhe-nos, estimado explorador de universos!

DURAÇÃO: 1 h 02 min 18 seg

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MICE AND MYSTICS

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Capitão América 3: Guerra Civil






Quando o governo cria um órgão para supervisionar os Vingadores, o super time de heróis se divide em dois. Um liderado por Steve Rogers e seu desejo em manter os Vingadores livres para defender a humanidade sem interferência do governo, e o outro que segue a surpreendente decisão de Tony Stark em apoiar o governo na fiscalização de seus atos.



Título: Capitão América 3: Guerra Civil
Lançamento/Duração: 2016 - 147 minutos
Gênero: Aventura/Ação/Sci-Fi
Direção: Anthony e Joe Russo
Roteiro: 
 Christopher Markus e Stephen McFeely
Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Anthony Mackie, Don Cheadle, Jeremy Renner, Chadwick Boseman, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Paul Rudd, Emily VanCamp, Tom Holland, Daniel Brühl, Frank Grillo


Atrasados sim, mas aqui estamos. A essa altura é muito possível que já tenha assistido ao filme, mas só tive a oportunidade a pouco tempo e não poderia deixar de falar desse universo que tanto me agrada e continua agradar. Capitão América 3 - Guerra Civil é um filme muito bom e não precisa nem chegar ao fim da postagem para me ver falar isso.
Não estou aqui para falar apenas sobre como o filme é divertido ou para fazer comparativos com a HQ ou com o romance adaptado, isso você encontra aos montes por aí. Nós mesmos já falamos sobre Guerra Civil - Marvel quando resenhamos a adaptação literária dos quadrinhos e deixamos claros que todos esses produtos devem ser encarados de maneira separada. Agora o foco é apenas Capitão América 3 - Guerra Civil...


Após os acontecimentos de Capitão América 2 - Soldado Invernal e Vingadores 2 - Era de Ultron, os Vingadores tem atuado sob o olhar da desconfiança e sem apoio da S.H.I.E.L.D, apenas sob financiamento de Tony Stark. Contudo, após uma ação desastrosa em território nigeriano os principais governos do mundo decidem que os Maiores Heróis da Terra não devem atuar sem supervisão e permissão legal, violando leis internacionais e decidindo a quem devem salvar.
Alguns deles, como o Capitão América, não concordam com o Tratado de Sokovia e preferem não assinar algo que restrinja o direito de poder salvar o máximo de vidas possível, mesmo que para isso tenham-se baixas inevitáveis. Outros, como o Homem de Ferro acreditam que talvez essa seja a melhor opção. A cisão entre os Vingadores tem início, mas apenas na esfera psicológica e ideológica. Quando um violento atentado na ONU de suposta autoria do Soldado Invernal acontece em Viena, vitimando diversas autoridades, é que a guerra tem início...
Para algumas pessoas pode até parecer que dei spoilers, mas tudo isso que contei é visto superficialmente nos trailers. E acredite quando digo que essas informações são superficiais: há muito mais por trás do posicionamento dos personagens dentro dessa história do que os trailers deixam transparecer. 
Capitão América 3: Guerra Civil é um grande filme de ação e seu principal objetivo é entreter o público com seus combates e sequências eletrizantes, mas um dos pontos fortes do filme é a forma com que trabalha os personagens, mesmo com tantos deles tendo que dividir tempo de tela. O roteiro, embora possua alguma falhas e outras questões que ouso descordar, é bem trabalhado e atua bem para o ritmo siga bem, sem quebras bruscas e utilizando todos os recursos apresentados na trama.
A Marvel Studios tem acertado bastante em suas produções, desde sua concepção e escolha dos títulos ao produto final, não dá pra negar. É claro, existem diversos deslises e decisões não tão bem acertadas também, mas esses acabam sobrepostos pelos acertos e pela diversão proporcionada pelas superproduções. É muito improvável que na euforia, após a sessão e as cenas finais, você saia do cinema disposto a outra coisa a não ser comentar o quanto achou o filme bacana.
O elenco entrou totalmente no clima do filme, mesmo os novatos estavam muito confortáveis nos papeis dos heróis da Casa das Ideias. A interação entre os personagens é natural, fluida, sem forçação de barra. O núcleo de apoio do herói ajuda a levantar diversas piadas dos mais inesperados tipos, mas vão além de servir de escada e reforço em combate. A interação entre eles é muito boa e fundamental. O Pantera Negra e o Homem Aranha tem grandes momentos no filme e te deixam com vontade de logo ver mais sobre eles em tela. Contudo, nem tudo são flores e alguns personagens são relegados a participações menores como a Viúva Negra que tinha participado ativamente do filme anterior do Capitão América.
Apesar da trilha sonora meio morna, nada tão marcante, o filme compensa com os efeitos visuais e cenas de ação bem dirigidas e coreografadas. O filmes está recheado de sequências eletrizantes com destaque para aquela que TODO MUNDO que foi ao cinema estava esperando, que é o embate entre os grupos no aeroporto de Berlim. Não tem como não vibrar de empolgação quando esse fã-service gigante invade as telonas, é pancadaria entre amigos sim, é luta contra o inimigo errado sim, mas ninguém se importa em ver aquelas cenas de ação em tela.
O filme com certeza absoluta será um dos mais divertidos que irá assistir esse ano, pois consegue dosar perfeitamente ação, "dramas", comédia e aventura sem quebrar ritmo cada qual seu devido momento. Capitão América 3: Guerra Civil entrega para o espectador uma experiência extremamente positiva de entretenimento, capaz de agradar pessoas dos mais variados gostos. É diversão descompromissada e garantida, vale a pena conferir.



Neuromancer




No futuro, existe a matrix: uma alucinação coletiva virtual, na qual todos se conectam para saber tudo sobre tudo. Case, porém, não pode mais acessá-la.
Ele foi banido e, hoje, sobrevive como pode nos subúrbios de Tóquio. E continuaria a se destruir se não encontrasse Molly, uma samurai das ruas que o convoca para uma missão da qual depende toda a existência da rede. ​O romance de estre​ia de Gibson é o primeiro volume da chamada Trilogia do Sprawl, que ainda inclui os livros Count Zero e Mona Lisa Overdrive.
Esta​ edição comemorativa de 30 anos contém os extras: ​prefácio do autor escrito especialmente para o público brasileiro, três contos inéditos no Brasil e ambientados no universo Sprawl: Johnny Mnemônico, Hotel New Rose e Queimando Cromo (o​s contos trazem personagens e eventos presentes no livro) e uma ​entrevista de Gibson concedida ao escritor e crítico literário Larry McCaffery.​
Título: Neuromancer
Editora: Aleph
Autor: William Gibson
Número de páginas: 416


Neuromancer de William Gibson é tido como um dos precursores do gênero cyberpunk e em seus mais de 30 anos de publicação, inspirou toda uma leva de autores e obras, inclusive a famosa trilogia de filmes Matrix e o icônico anime e mangá dos anos 1990, Ghost In the Shell. Publicado originalmente em 1984, Neuromancer é considerado um marco por romper com a ficção científica clássica de Asimov, Clarke e Dick por seu forte apelo aos aspectos que viriam a ser consolidados como as bases fundamentais do cyberpunk. Temos grandes e poderosas corporações dominando a informação e controlando milhões de vidas humanas. O submundo do crime nunca esteve tão forte e organizado. A sociedade encontra-se num nível moral decadente, não é afeita a nenhum tipo de ética e seus maiores valores são exaltados na vaidade e no individualismo. Há também a forte presença tecnológica com implantes tecnológicos extremamente comuns e a convivência em ambientes virtuais como uma realidade.
É nesse mundo, beirando o caos distópico, que a trama se desenvolve. Acompanhamos Case, um cowboy do Sprawl, uma espécie de hacker profissional, contratado por toda sorte de criminosos para invadir os sistemas de grandes corporações e roubar dados confidenciais. Contudo, quando nos encontramos com ele, os seus dias de invasor de sistemas de computador já estão acabados. Ele teve a audácia de roubar os próprios patrões e teve o seu sistema nervoso “torrado” com a injeção de toxinas como punição,  sendo agora incapaz de se conectar ao ciberespaço pela interface da matrix. Nos subúrbios de Tóquio, Case está levando uma vida decadente, sem trabalho, sem dinheiro, descontando nas drogas a abstinência do ambiente virtual e cogitando o suicídio. A guinada vem quando ele recebe uma proposta irrecusável de Molly Millions, uma mulher bela e fatal que atua como samurai das ruas, extremamente técnica e profissional. Ela o recruta para uma missão a mando do excêntrico ex-militar Armitage, oferecendo a Case a cura e a chance de voltar à ativa no ciberespaço! E ele nem pensa duas vezes! Case inicia assim uma viagem vertiginosa pelo submundo da informática entre o Japão e o gigantesco conglomerado urbano que se estende de Boston a Atlanta, passa por Istambul e termina nas colônias orbitais onde ele finalmente descobre a real natureza de quem o contratou.
Exceto pelas referências de outras obras eu não sabia muito o que esperar de Neuromancer. O livro se mostrou um pouco confuso a princípio, mas depois que você pega o jeito com as trocas de cenários e núcleos de personagens, ele ganha uma fluidez e agilidade que raramente experimentei em outras obras. A prosa do Gibson beira a poesia e a surrealidade em alguns momentos e o autor se vale de metáforas e abstrações incríveis para nos transmitir emoções e sensações que doutra forma seriam dificilmente explicadas em palavras. É um livro alucinante, com uma trama simples, mas ainda assim, surpreendente com seus vários momentos de virada e onde o profundamente humano e o insanamente bizarro caminham lado a lado.
Os termos técnicos de computação usados pelo autor para compor a estética de Neuromancer não são grandes empecilhos e logo logo são assimilados, podendo passar a fazer parte do vocabulário do leitor (se é que já não o fazem, pois não somos todos garotos digitais do século XXI?). A vontade é de sentar confortavelmente no meu deck, conectar-me ao ciberespaço pela interface da matrix e, como alguns dos melhores cowboys, derrubar os ICEs duma grande zaibatsu, ou flipar para um dispositivo de simstim e sentir a ação e os perigos das missões dos samurais das ruas como a Molly.
Embora Case seja o protagonista e Gibson nos conte a história quase que inteiramente sobre o ponto de vista do cowboy, foi Molly a personagem que mais me despertou a atenção. Ela tem um histórico traumático e brutal cercado de mistério e que aos poucos vamos desvendando não recaindo nos estereótipos da masculinização e nem na hipersexualização como costuma ocorrer com personagens femininas em livros de ficção científica . É curioso notar que embora ela ainda seja humana, talvez seja também a personagem que mais se comporte como uma máquina ao longo do livro. Neste quesito ela é o principal contraponto às Inteligências Artificiais (IAs) cujos diálogos e comportamento emulam de forma perturbadora e convincente os dos próprios humanos.
Não posso deixar de mencionar a opção da editora Aleph por um projeto gráfico mais ousado para a sua Edição Especial de 30 Anos. O livro não possui uma capa convencional e deixa à mostra a costura da encadernação. A cor da linha é do mesmo tom de rosa das páginas que dividem cada uma das partes e dos capítulos internamente. Tudo isso numa caixa que faz as vezes de capa e protege a edição, que embora pareça frágil num primeiro olhar, se mostrou bastante resistente ao ser manuseada e carregada para lá e para cá durante a leitura. Esta edição especial ainda conta com três contos extras, até então inéditos no Brasil, ambientados no universo Sprawl: Johnny Mnemônico (que traz um pouco mais do passado de Molly e o inicio de seu relacionamento com Johnny), Queimando Cromo (meu favorito dos três e aquele cujo clima mais se aproxima de Neuromancer com direito a quebra de ICEs e a presença de IAs) e Hotel New Rose (sobre um fugitivo de uma das grandes corporações do Sprawl) além de uma entrevista de Gibson concedida ao escritor e crítico literário Larry McCaffery em que o autor comenta de maneira descontraída sobre as suas influências e o seu processo de criação e escrita.



Vikings


Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel) é o maior guerreiro da sua era. Lider de seu bando, com seus irmãos e sua família, ele ascende ao poder e torna-se Rei da tribo dos vikings. Além de guerreiro implacável, Ragnar segue as tradições nórdicas e é devoto dos deuses. As lendas contam que ele descende diretamente de Odin, o deus da guerra.
 Produzida pelo History Channel, Vikings apresenta os famosos exploradores, comerciantes, guerreiros e corsários nórdicos a partir do seu ponto de vista.
 A história é centrada em Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel, deBeast), um agricultor e guerreiro que acredita ser descendente direto do deus Odin, que decide partir e lutar para conquistar novas terras.
Título: Vikings
Lançamento/Duração: 2013 - 50 minutos/episódio
Temporadas: 4 (50 Episódios) - Gênero: Ação/Thiller
Classificação: 18 - Não recomendado para menores de 18 anos
Elenco: Travis Fimmel, Clive Standen. Katheryn Winnick, Jessalyn Gilsig, George Blagden. Gustaf Skarsgård

IMDB FILMOW - NETFLIX

A cultura nórdica é uma das mais referenciadas da atualidade, principalmente a parte mitológica, mas a verdade é que pouco conhecemos sobre os habitantes do norte, sua cultura e história. Poucas vezes notamos sua importância ou influência na cultura ocidental, mesmo quando suas divindades dão nomes a dias da semana - em inglês - e estão nos calendários vistos diariamente: Tuesday ou Týr's day (Dia de Týr, deus da Guerra), Wednesday ou Wodan/Ódin's day (Dia de Ódin, Pai de Todos), Thursday ou Thunder/Thor's day (Dia de Thor, deus do Trovão), e Friday ou Frigg's day (Dia de Frigga, deusa mãe e esposa de Ódin).
Felizmente, graças a essa variedades de produtos e citações, temos a chance encontrar um caminho para aprofundarmos ou dar um ponta-pé inicial no desbravamento dessa cultural. A cultura pop possui diversos caminhos para tal, e talvez o que mais esteja em voga no momento seja justamente a série Vikings.
Inspirada nas Sagas do século XIII, a série de TV do canal History conta a história do lendário chefe viking Ragnar Lothbrok, famoso por se tornar rei da Dinamarca e por liderar diversas incursões de saque, exploração e comércio na Europa.  
Na narrativa acompanhamos Ragnar ainda como um jovem guerreiro viking que anseia por descobrir novas civilizações além dos mares. Juntamente com seu amigo, o hábil artesão Floki, ele constrói uma nova geração de drácares (o modelo de navio viking), mais velozes, e desafia o governante local, Duque Haraldson, um homem de pouca visão, a permitir incursões no noroeste da Inglaterra, até então inexplorado por eles. Apoiado pelo irmão Rollo, a sua esposa e Donzela do Escudo Lagertha, e alguns homens da pequena vila de Kattegat, Lothbrok consegue realizar os primeiros saques vikings no reino inglês da Nortúmbria.
No decorrer dos episódios e temporadas vemos o desenrolar das ações dos personagens e mergulhamos em batalhas sangrentas, explorações, disputas por poder, e traições. Desbravamos a tão citada e referenciada, mas tão pouco aprofundada, estranha cultura nórdica. Entre guerras e invasões, acompanhamos a transformação de um homem e sua família de pessoas comuns, a nomes que ficarão gravados para sempre na história!
Mantendo a qualidade regular, com algumas exceções assim como toda série, Vikings trabalha bem a mistura histórica e fantasiosa da cultura nórdica trazendo o contato desses povos com outras culturas através de suas expedições mar a fora, principalmente destacando o contato com os cristãos e sua religião tão distinta da realidade politeísta de suas crenças. A série aborda a trajetória de Ragnar Lothbrok e suas ambições e devaneios, mas vai além disso ao explorar os detalhes da vida cotidiana e cultura nórdica como um elemento vivo. O místico é sentido a todo instante apensar de não ocorrer de forma livre e velada; além disso a dualidade de crenças é bem trabalhada por personagens como Athelstan e Floki. 
Tentar exprimir em pouco espaço o que a série tem de melhor em pouco espaço, e sem dar spoilers, é uma dura e ingrata tarefa. São muitos elementos presentes, acrescentados e retirados, bem ou mal trabalhados, e não há como se prender a detalhes. Mas é extremamente válido dizer que Vikings se vale de muito mais que ação e violência para contar uma história de um líder guerreiro. Ah, pode apostar que esses elementos estarão presentes em muitos momentos, mas não se fazem o mais importante de tudo.
A série possui uma narrativa rápida, forte e intensa, mesmo quando intercalada por momentos de aparente calmaria. A passagem de tempo não é marcada de forma definida e o olhar desatento perde detalhes se não possuir foco. Isso auxilia a série a contar de uma forma melhor os acontecimentos da trajetória de seus personagens, que não são poucos. E a muito a contar. A série vai a todo momento trabalhando as questões filosóficas, conflitos psicológicos e ideológicos, que são fundamentais para o desenvolvimento dos personagens. Amizades, inimizades, amores, traições, não ficam orbitam somente Lothbrok, mas a todos que de certa forma se ligam a ele.
Os atores escalados fazem um excelente trabalho ao dar vida e personalidade aos personagens, mesmo os coadjuvantes. Apesar de o lendário herói ser o ponto central do seriado, é difícil gostar apenas dele quando temos uma leva de personagens intrigantes e cativantes como Lagertha, Floki, Rollo, Beorn e Athelstan. 
Os roteiros sóbrios, puxam o clima da série para o lado mais frio e adulto. A fotografia e a trilha também contribuem para que esse clima se evidencie e esteja presente em todos momentos da trama. Outro ponto que merece destaque é a produção, desde a caracterização quanto aos detalhes técnicos da preparação. As cenas de ação são bem coreografadas e executadas - na medida do possível - te fazem ficar vidrado na tela, ou virar o rosto em determinados momentos. 
Sabendo da máxima "Não devemos acreditar em tudo o que vemos na TV" a medida em que fui assistindo e me interessando procurei saber sobre a precisão histórica da série e encontrei diversas críticas, tanto positivas quanto negativas. Existe um bom embasamento histórico sobre as figuras apresentadas na série, mas a maioria é fruto de pesquisas com base nas narrativas de tradição oral que só foram documentadas séculos após o ocorrido.
Diversos críticos apontaram imprecisões históricas na maneira com que a série mostra a sociedade viking, a exemplo da maneira com que ela mostra o governo na Era Viking, o suposto desconhecimento da existência das ilhas Britânicas, e a utilização da pena de morte no lugar do banimento como forma de punição para crimes hediondos. Sobre a questão da precisão histórica da série, o produtor Michael Hirst comentou: "tive que tomar liberdades com Vikings porque ninguém sabe ao certo o que aconteceu na Idade das Trevas" e que "queremos que as pessoas o assistam. Um relato histórico dos vikings atingiria centenas, talvez milhares, de pessoas. Nós temos que atingir milhões."
Independente desse detalhe, Vikigns conseguiu, na minha opinião, atrair a atenção de um público para um tipo de conteúdo que não tem muito contato com a temática e despertar o interesse por essa cultura e história; É claro que além disso com seu enredo rápido e constante ação, capturou aqueles que procuram um entretenimento bom, adulto e violento. A série é mais que recomendada para os amantes de história e cultura nórdica, mas com certeza irá agradar todo aquele que gosta de boas tramas de guerra e ação. Aproveita que a netflix já lançou todos os episódios das três primeiras temporadas e confere você também, quem sabe não rola até maratona!?



A Ilha do Conhecimento






Quanto podemos conhecer do mundo? Será que podemos conhecer tudo? Ou será que existem limites fundamentais para o que a ciência pode explicar? Se estes limites existem, até que ponto podemos compreender a natureza da realidade? Estas perguntas, e suas consequências surpreendentes, são o foco deste livro, um ensaio sobre como compreendemos o Universo e a nós mesmos.




Título: A Ilha do Conhecimento
Editora: Record
Autor: Marcelo Gleiser
Número de páginas: 364


A Ilha do Conhecimento é o mais recente livro do físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser, publicado em 2014 pela editora Record. Gleiser, ao traçar a constante busca humana por respostas e sentido para questões fundamentais da existência, tanto sobre a nossa origem e o nosso fim quanto sobre a essência de quem somos, chega a provocante conclusão de que a ciência, nossa principal ferramenta para encontrar essas respostas, é fundamentalmente limitada.
O título faz alusão direta a um conceito metafórico presente em todo livro e que ilustra a linha de pensamento adotada pelo autor para expor sua visão. A Ilha do Conhecimento consiste de todo o conhecimento que dispomos e é sobre as areias de suas praias que contemplamos a imensidão do Oceano do Desconhecido. A cada nova descoberta, fazemos crescer a área da superfície da Ilha do Conhecimento, mas com isso, cresce também a superfície em contato com o Desconhecido, surgem novas dúvidas e por mais que aprendamos, nosso conhecimento nunca será completo e está em constante aperfeiçoamento.
O livro divide-se em três grandes partes, compostas por capítulos curtos cujos subtítulos são auto explicativos. A Parte I dedica-se ao cosmo, sua origem, evolução e natureza física e a forma como o compreendemos e o percebemos ao longo de nossa própria história. A Parte II explora a natureza da matéria, e a evolução de como compreendemos a composição da natureza bem como o nosso papel e influência enquanto observadores, abarcando desde os primeiros alquímicos até as mais modernas teorias sobre as propriedades do bizarro mundo quântico. E a Parte III explora o mundo da mente, da matemática e dos computadores, enfatizando como estes fornecem informação para a discussão central dos limites do conhecimento e da natureza da realidade.
O mais interessante é constatar durante a leitura como a ciência é limitada e de que não podemos ser presunçosos a ponto de achar que ela nos dará todas as respostas e tampouco nos permitirá conhecer a realidade última de toda a natureza, seja através do estudo das partículas subatômicas ou da totalidade do nosso Universo. Esta forma de pensamento se opõe diretamente aquela dos físicos que buscam através da ciência uma teoria unificadora ou uma teoria de tudo. Fica claro que existe uma dimensão incognoscível da realidade física, isto é, todo um conjunto de conhecimentos que não podemos acessar por estarmos limitados aos nossos próprios sentidos e instrumentos e a algumas limitações do âmbito da própria Física, tais como a velocidade da luz e o princípio da incerteza. A ciência nada mais é do que uma ferramenta por meio da qual formulamos teorias que tentam explicar os fenômenos observados buscando aprimorar-se constantemente com a confrontação direta destes fenômenos com novos e mais acurados testes e instrumentos. Gleiser argumenta que é ainda mais nobre de nossa parte, humildemente reconhecer as nossas próprias limitações do que ficarmos presos a falsos idealismos e com esperanças vãs que inevitavelmente serão frustradas.
A Ilha do Conhecimento propicia uma visão abrangente e multidisciplinar sobre a construção do saber humano, sobretudo o científico e o filosófico. É um livro delicioso e instigante pela temática e pela discussão que suscita e há de se elogiar também a forma como o autor aborda tais assuntos. Gleiser possui uma prosa elegante, bem articulada e um didatismo invejável capaz de trazer para o público leigo conceitos avançados de física, cosmologia, filosofia e religião de forma clara e objetiva valendo-se de sua experiência como pesquisador, professor e autor.
É assustador e ao mesmo tempo libertador descobrir que o conhecimento que temos do mundo real é apenas uma ínfima parte, é apenas aquela que podemos ter pelos meios que dispomos atualmente, e que nada sabemos daquele todo que permanece incognoscível. É lá, no Oceano do Desconhecido, que reside o mistério, que Einstein dizia ser a emoção fundamental que inspira tanto a arte quanto a ciência. Queremos sempre aprender mais, estendendo assim o território da Ilha, e neste processo o que fazemos e o que buscamos nada mais é do que conhecer a nós mesmos.
Recomendo A Ilha do Conhecimento a todos os que se fazem algumas daquelas perguntas da sinopse do livro e a todos os que se intrigam por temas como a origem do mundo, a infinitude do universo, o espaço-tempo, o multiverso, a capacidade cognitiva do cérebro, a natureza da realidade e os limites e as extensões do conhecimento. Nossa busca por respostas apenas começou.



Ilustraverso: Carolina Mylius

Todo mundo ama uma boa capa, um mapa bem feito e ilustrações apaixonantes, sejam elas em livros, grafic novels, guias ilustrados, para usar de papel de parede ou pelo simples prazer de admirar. Porém nem todo mundo costuma dar a valor a pessoa por trás da arte, mas por sorte aqui é diferente. Quem sabe você não descobre aqui a pessoa que vai ser responsável por aquele presente diferenciado ou para concluir/iniciar aquele projeto que está engavetado: uma HQ ou a capa e ilustrações de um bom livro.
Na sessão Ilustraverso o artista e sua arte tem vez e reconhecimento. A artista da vez é uma ilustradora porto alegrense, apaixonada por ilustrações de fantasia desde a infância e realizada por trabalhar com o que sempre desejou. Conheçam a arte de Carolina Mylius!
Carolina Mylius é formada em Design Gráfico pela UniRitter Porto Alegre desde 2008, mas começou a trabalhar com ilustrações coloridas e digitais, em 2001, onde fez trabalhos para diversas agências e editoras (nacionais e internacionais).

Em 2006, teve a oportunidade de se juntar à equipe de artistas do Southlogic Studios onde aprendeu sobre arte conceitual, mapas de textura de modelagem e desenvolvimento em 3D. Três anos mais tarde entrou para a equipe de artistas da Ubisoft Studios do Brasil, onde era responsável por grande parte da produção artística dos dois jogos produzidos para Nintendo DS e também a concepção e desenvolvimento de ativos para o jogo "Amazon Gone" para a rede social Facebook.
Você pode conferir uma amostra da arte aí embaixo e as galerias no Site da Artista ou no DeviantArt. Aos interessados em um contato profissional e em obter mais informações, o contato pode ser feito através do email: carolmylius@gmail.com.


Financiamento Coletivo: Horo - O Castelo da Neblina


Titulo: Horo - O Castelo da Neblina
Produtora: Independente
Criação: Fábio Coala
Tipo: Literatura


"Tudo que lhe restou foi a lembrança de uma lenda, um castelo que guardava todas as respostas."

Cá estamos nós novamente pra apresentar projetos em fase de financiamento coletivo que possam ser de seu interesse, estimado explorador de universos! Dessa vez tendo a oportunidade de indicar não apenas um projeto de grande potencial, mas um projeto de um artista que sou fã: o Fábio Coala.
Talvez você até já o conheça e neste momento não esteja ligando nome a pessoa, mas caso não conheça: O Fábio Coala é o quadrinista criador do site Mentirinhas no qual publica suas tirinhas com personagens e enredos variados, mas sempre com qualidade. Talvez o mais famoso entre seus personagens seja O Monstro, que foi publicado em livro financiado por crowdfunding através do site Catarse em 2013 e ganhou o 26º Troféu HQ Mix na categoria "melhor publicação independente edição única". E também foi no Mentirinhas que nasceu o Horo.
As histórias de Coala tem o dom de fazer você rir e se emocionar, a exemplo da tira Perfeição que serviu de inspiração para o curta animado The Present. Eu poderia ficar um bom tempo elogiando-o antes de falar do novo projeto, por isso nada melhor do que utilizar as palavras do próprio autor para apresentar Horo:
Horo nasceu numa História de Sexta, que são histórias em quadrinhos um pouco mais complexas que as tirinhas habituais. Era pra ser uma história única, com um toque meio filosófico, mas o pessoal gostou dele (e eu também), tanto que acabei fazendo outras histórias curtinhas. Tirando a aura filosófica e, claro, o Ornitorrinco Samurai (ele ficou alguns anos sem nome), as histórias não tinham uma ligação. Acontece que, ano passado, resolvi que era hora de fazer um novo projeto aqui no catarse (Financiei O Monstro em 2013), algo diferente. Foi aí que resolvi escrever um roteiro para nosso amigo Horo. O desafio era juntar as histórias que já havia feito, de forma que tudo tivesse um sentido. Bom, o roteiro ficou melhor do que eu esperava e não tive dúvidas que seria essa minha próxima história.
Agora os detalhes técnicos: o livro terá 24cm x 17cm e 144 páginas em papel polen, sendo 112 preto/branco e 32 coloridas. A previsão de entrega é para setembro/outubro deste ano. Vocês poderão conferir no vídeo ao fim da postagem que a produção está a todo vapor e muitas páginas já estão prontas. Também 
O custo total é de R$ 24.000,00 divididos da seguinte maneira: R$ 13.200,00 para a os produtos (livro, marcador, postal, bloco e adesivos), R$ 9.100,00 para os envios (envios pelo correio, caixas e envelopes especiais) e R$ 2.899,00 taxa de 13% do catarse. O custo real extrapola a meta de R$ 24 mil, mas o próprio autor irá injetar o valor restante. Afinal, ninguém mais que ele quer ver esse projeto se tornando realidade, e não está muito longe disso acontecer. Até o momento o projeto já arrecadou mais de 85% da meta, e ainda dá tempo de você participar.
Para quem não conhece (ou não acompanha as postagens que fazemos sobre FCs), o funcionamento de um financiamento coletivo é simples: os objetivos são esclarecidos na página da campanha e as recompensas são apresentadas, o apoiador escolhe entre as possibilidades com quanto irá contribuir já sabendo qual será a sua recompensa. Quando a meta não é alcançada o dinheiro é devolvido, e em algumas campanhas quando o valor estipulado é ultrapassado metas extras bonificam aqueles que contribuíram (não necessariamente todos, isso varia de recompensa para recompensa e de campanha para campanha).
Para participar do financiamento de Horo - O Castelo da Neblina, basta escolher um dos pacotes de recompensas disponíveis, com valores entre R$30 e R$ 180, que dão direito a recompensas variadas como exemplar do livro, adesivos, mini-travesseiros do Horo, pelúcia do Monstro, até página original (feita a mão, formato A3).  Basta escolher o apoio que contemple aquilo que seja do seu interesse, tudo com frete incluso no valor de apoio (o mesmo para todo o Brasil).
A campanha ficará disponível por mais 41 dias no Catarse (a contar de 13/05) e tem entrega de recompensas prevista para Setembro de 2016. Agora que você já está por dentro de tudo confira a página do projeto no Catarse (https://www.catarse.me/horo) e descubra mais informações sobre o livro: quais exatamente são as recompensas, detalhes sobre como seu dinheiro será investido, artes, etc.
Apoie, divulgue, e ajude Horo a alcançar o seu objetivo!


Multiverso X.:03 | Indicações: Timeline & Pílulas Azuis




O Capitão Ace Barros, o navegador Airechu, a assistente de bordo Hall-e se reuniram para mais um relatório de exploração trazendo como dicas o game Timeline e a graphic novel Pílulas Azuis.
Ouça e descubra porque Timeline é um boardgame/party game acessível, divertido e que testa seus conhecimentos, aproveite e conheça uma belíssima história sobre amor, respeito e HIV! Acompanhe-nos, estimado explorador de universos!

DURAÇÃO: 45min 59 seg

COMENTADO DURANTE O PROGRAMA:

TIMELINE
Linha de Jogos e Descrições das Expansões
Imagem das Cartas 
Gameplay produzido pelo pessoal do Covil dos Jogos
Onde Cromprar - Timeline: Diversos - Timeline: Invenções

PÍLULAS AZUIS
Resenha do Airechu no Multiverso X
Resenha do Ace para o blog da noiva, o Coisas de Meninas
Compare & Compre - Loja Recomendada

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Audioverso: Boyce Avenue

Essa não é uma sessão que dá muito as caras aqui no blog, mas não se assuste se vez ou outra encontrar uma postagem como essa. Já utilizamos esse espaço em outras oportunidades para falarmos de podcasts, mas Universo da música e produções audiofônicas é tão apaixonante quanto o da literatura, do audiovisual e das artes ilustradas, e portanto merece também o seu espaço no Multiverso X.
Tal qual na sessão Ilustraverso, o artista e sua arte tem vez e reconhecimento aqui na Audioverso. O escolhido da vez é um grupo americano formado por três irmãos conhecidos mundialmente por seus covers e colaborações com outros artistas no youtube. Provavelmente você já os conhece, mas se não agora é a hora de conhecer o Boyce Avenue!

Boyce Avenue é uma banda norte americana de pop rock romântico formada em Sarasota, Flórida pelos irmãos Alejandro, Daniel e Fabian Manzano. O nome da banda surgiu de uma combinação de duas ruas em que os irmãos viviam quando eram crianças.
A carreira dos irmãos começou no ano 2000, quando a banda foi reunida pela primeira vez, mas devido a encontros e desencontros da vida pessoal foi apenas em 2007, após a retomada da banda, que o Boyce Avenue começou a postar seus vídeos no Youtube e alcançar certo reconhecimento.
A banda é famosa por lançar músicas originais e principalmente covers de canções clássicas e modernas no YouTube. Boyce Avenue também colaborou com vários outros artistas do Youtube, como Fifth Harmony, Diamond White, Carly Rose Sonenclar, Hannah Trigwell, Kina Grannis, Tifanny Alvord, Megan Nicole, Alex Goot, Megan & Liz, David Choi, Tyler Ward, Savannah Outen, Jourdy Suparjo, Cobus Potgieter, DeStorm e Bea Miller
Dois anos após essa iniciativa a banda já fazia sua primeira turnê internacional e desde então não parou mais, inclusive tivemos em 2013 o primeiro show deles no Brasil. Em 2012, o trio foi convidado por Simon Cowell para participar da segunda temporada do reality show The X Factor, onde treinaram alguns participantes para suas apresentações como vocal coaches.
Com a popularidade, além da turnê os irmãos também produziram um álbum especial, com o single "One Life" que foi lançado e  toda a renda arrecadada seria doada para a instituição "Pencils of Promise" que construirão escolas em lugares pobres da Guatemala. Recentemente o Boyce Avenue atingiu a marca de 1 bilhão de visualizações - e quase 9 milhões de inscritos em seu canal - se tornando a quarta banda mais popular do YouTube, além de ser a 17ª banda mais acessada do mundo. Pouca coisa, né?
Acho difícil você não ter ouvido ao menos uma música ou versão gravada por eles (já ouvi nas rádios aqui do Brasil sendo executadas várias vezes), mas  você pode conferir uma amostra do trabalho do grupo aí embaixo e mais no Youtube e também no Spotfy, iTunes, Google Play e Amazon.


Contos Inacabados





Contos Inacabados é um conjunto de narrativas que se estendem desde o tempo de O Silmarillion - os Dias Antigos da Terra-média - até o fim da Guerra do Anel em O Senhor dos Anéis. Seus numerosos tesouros incluem o vivaz relato de Gandalf sobre como chegou a enviar os anões à celebrada festa em Bolsão, o surgimento do deus marinho Ulmo diante dos olhos de Tuor na costa de Beleriand, e uma descrição da organização militar dos Cavaleiros de Rohan.


Título: Contos Inacabados
Editora: WMF Martins Fontes

Autor: J.R.R. Tolkien
Número de páginas: 585


Ronald Kyrmse, um dos mais renomados tolkienistas brasileiros defende que uma das características mais marcantes na obra de Tolkien é a sua tridimensionalidade, isto é, suas histórias, personagens, cenários e eventos não são nada planos. Eles ocupam um lugar definido no tempo, situando-se em eras distintas e mutáveis, possuem uma diversidade inerente de assuntos que vai muito além da mera jornada heroica e uma profundidade tal que seus inúmeros detalhes e especificidades podem ser observados e analisados sob as mais diversas lupas. Tudo isso inegavelmente contribui para tornar Arda, a sua grande criação e mundo fictício, ainda mais crível. E são estes elementos tridimensionais que fazem com que os fãs, cada vez mais ávidos por informações, busquem preencher as lacunas deixadas em sua narrativas com pesquisas e horas debruçados sobre as mais diversas questões referentes àquele universo, seja em textos não concluídos deixados pelo autor, seja pela leitura de suas cartas, sua biografia e suas fontes de inspiração, ou em discussões acaloradas em fóruns na internet e entre amigos.
Por que Galadriel e Celeborn permaneceram na Terra-média mesmo após o fim da maldição de Mandos sob a casa de Fëanor? Como funcionava a política entre os reinos humanos na época dos eventos narrados em O Senhor dos Anéis e qual o papel e a influência dos palantíri nestas políticas? Como era a ilha de Númenor e quais os feitos de seus governantes? Qual a origem da aliança entre Rohan e Gondor e de que forma se organizavam os exércitos dos rohirrim?
Certa vez me disseram que você só se torna realmente um fã de Tolkien após ter lido a tríade de obras O Hobbit, a trilogia O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, e que o Contos Inacabados seria o próximo desafio óbvio e te colocaria numa graduação superior à do fã comum. Talvez até possa ser assim ou isso não passe de uma grande bobagem, mas o fato é que apenas alguém realmente muito curioso, fanático e apaixonado pela obra do Professor, mergulharia tão fundo em sua criação.
Embora não influenciem diretamente nas narrativas principais de seus livros, perguntas como as feitas acima constituem um excelente exercício imaginativo para estes fãs mais “hardcore” da mitologia de Tolkien e só são possíveis devido ao seu aspecto tridimensional mencionado no início. Contos Inacabados demonstra que a demanda por histórias de Tolkien vários anos após a sua morte ainda continua presente e crescendo.
Mas o que são afinal os Contos Inacabados? Trata-se de uma coleção de histórias de J.R.R. Tolkien, que nunca foram concluídas durante a sua vida, mas foram compiladas e editados por seu filho Christopher Tolkien e publicadas originalmente em 1980. Ao contrário d’O Silmarillion, para o qual os fragmentos narrativos foram ligeiramente modificados para se conectar em um trabalho consistente e coerente, os Contos Inacabados são apresentados como Tolkien os deixou. Assim, alguns destes contos são histórias incompletas, enquanto outros são coleções de informação factual e breves ensaios sobre a Terra-média. Cada conto é seguido por uma longa série de notas do editor que explicam inconsistências e pontos obscuros.
Estruturalmente o livro é dividido em quatro partes. A Primeira Parte traz dois textos com versões também presentes n’O Silmarillion: “De Tuor e sua chegada a Gondolin” e “O Conto dos Filhos de Húrin”; a Segunda Parte é composta por textos dedicados à ilha de Númenor trazendo de início um mapa e “Uma descrição da ilha de Númenor“, seguidos da história de “Aldarion e Erendis” e “A Linhagem de Elros: Reis de Númenor“. Por fim, a Segunda Parte se encerra encerra com “A história de Galadriel e Celeborn” e apêndices sobre os Elfos Silvestres e Lórien; na Terceira Parte, temos uma narrativa sobre “O desastre dos Campos de Lis”, a história de “Cirion e Eorl e a amizade entre Gondor e Rohan”, seguidas de “A busca de Erebor” contado de forma empolgante na voz do próprio Gandalf, “A Caçada do Anel” e “As Batalhas dos Vaus do Isen”. As três primeiras partes contam respectivamente histórias da Primeira, Segunda e Terceira Eras, enquanto a Quarta (e última) Parte funciona como um apêndice trazendo ensaios gerais sobre “Os Drúedain“, “Os Istari” e “Os Palantíri”. Além das notas já mencionadas o livro também conta com um glossário que é de grande utilidade dada a quantidade de nomes citados e referenciados nos contos.
Contos Inacabados é um livro verdadeiramente desafiador e requer do seu leitor um conhecimento prévio mínimo do universo de Tolkien, de modo que eu não o recomendo de jeito nenhum para novatos. A leitura algumas vezes se torna cansativa e requer atenção redobrada nas idas e vindas entre texto, notas e apêndices. Ter por perto material de apoio como mapas impressos e os outros livros de Tolkien também é de grande valia. Recomendo encará-lo mais como um livro de História, para estudo e referência, levando em conta a amplitude e variedade de temas e épocas abarcados, do que como uma antologia de contos e narrativas per se.
Para aqueles cuja leitura de O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion não foram o suficiente para aplacar de vez a vontade de explorar a Terra-média e nem se conformam com apenas experimentar as jornadas épicas propiciadas pelas suas narrativas, Contos Inacabados proporciona não apenas aprofundamento e momentos de rara beleza, mas também um vislumbre amplo dos arroubos criativos de Tolkien. Debruçar-se sobre a sua inventiva mitologia e estar imerso nas páginas de seus livros é uma necessidade constante e recorrente, alimentada pelo saboroso prazer da descoberta.