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Divulgação | Festival Relampeio 2021

Vem aí a segunda edição do Festival Literário Internacional Relampeio, evento que reúne autores internacionais da fantasia, ficção científica e horror em debates ao vivo e gratuitos transmitidos pelo YouTube.
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Com direito a tradução simultânea e legendagem em português, para todo mundo poder acompanhar mesas em inglês, espanhol ou francês, o evento nascido da necessidade de agir e pensar em meio a essa pandemia promete que veio para ficar e se tornar frequente no calendário de eventos literários do país. Qualquer um pode acessar gratuitamente o canal do YouTube do evento e assistir as transmissões, que esse ano acontecem nos dias 1 a dia 4 de abril.  Mas se por acaso tem um algum impeditivo para acompanhar as mesas ao vivo, não se preocupe: as gravações estarão disponíveis posteriormente no canal do Relampeio.
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É possível saber mais sobre o evento, suas motivações, os convidados, e até mesmo se inscrever para colaborar com ele para garantir legendas em outros idiomas acessando o Site Oficial do Evento. Acompanhe o festival no twitter @relampeio e participe de sorteios.
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Confira abaixo a programação e se organize para aproveitar o máximo de relâmpagos que puder! It's alive! 


01 de abril - Quinta-feira

-Às 13h | O mercado editorial de FFC em Portugal com Luis Cortes Real
-Às 15h | Mulheres na ficção científica Chinesa com Regina Kanyu Wang
- Às 19h | Weird Fiction com Ann Vandermeer

02 de abril - Sexta-feira

- Às 13h | Eco-crítica na Ficção Científica com Kim Stanley Robinson
-Às 15h | Flash Fiction com Mazi Nwonw
-Às 19h | Ficção Científica na América Latina com Rodrigo Bastidas e Diego Cepeda

03 de abril - Sábado

-10h | As discussões das ciências sociais na escrita de fantasia, ficção científica e utopias com Seran Demiral
-15h | Utopias e distopias com Nisi Shawl
-17h | Corpos dissidentes na ficção científica com Cheryl Morgan

04 de abril - Domingo

-9h | Como reinventar o cyberpunk em uma sociedade cibernética? com Chen Qiufan
-13h | Literatura de Fantasia na França com Marie-Lucie Bougon
-15h | O Fantástico no Camarões e na África Francófona com Murielle Sandra Tiako Djomatchoua
-17h | O impacto da fantasia e ficção científica no mundo com Gabriela Damián e Iliana Vargas
-19h | O lugar dos livros no mundo com Amal El-Mohtar

Divulgação | Olhos de Pixel

O autor de ficção científica e fantasia Lucas Mota e a Plutão Livros estão juntos com um novo lançamento: Olhos de Pixel. Uma ficção científica cyberpunk ambientada em território nacional!
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Para quem não conhece o autor, Lucas já tem algumas publicações do currículo, além de ser um dos apresentadores do podcast de literatura Suposta Leitura. Em 2018 publicou a distopia Boas meninas não fazem perguntas através de uma campanha de financiamento coletivo, e no mesmo ano começou a lançar na Amazon a série Soundtrack, que traz contos de fantasia e ficção científica inspirados em músicas. Sua estréia como autor aconteceu também na Amazon em 2016 com o romance de fantasia urbana e realismo mágico Todos os mentirosos
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Olhos de Pixel, seu projeto mais recente, vem chamando atenção e ganhou um book-trailer bem bacana feito pelo querido Bruno Trajano, do podcast Conversa é Essa?. Você confere abaixo a sinopse da obra, o trailer, os detalhes técnicos e onde encontrar.

Tudo que Nina Santteles — mercenária, queer, habitante do submundo — quer é resgatar o amor do filho adolescente e conseguir passagens só de ida para a colônia espacial Chang'e. Quando é detida pela polícia, recebe a oportunidade de capturar o hacker alvo da maior corporação-igreja do país em troca das tão desejadas vagas no paraíso.
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O problema é que o hacker oferece o mesmo negócio, mas com um adendo: ela não precisará ir contra seus ideais se ajudar a enfrentar a igreja que quer banir a existência de pessoas como ela. Nina vai atravessar explosões e realizar feitos super-humanos para decidir se o preço de se redimir com o filho e dar a ele uma vida melhor vale tanto quanto provar para o mundo que sua existência não é um crime.

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Ambientado em uma Curitiba futurística e cyberpunk, Olhos de pixel leva o leitor em uma jornada sobre como podemos reafirmar nosso lugar no mundo e enfrentar nossos próprios preconceitos.


Título: Olhos de Pixel | Autor: Lucas Mota
Editora: Plutão Livros | Páginas: 240
Ano: 2021 | Gênero: Ação e Aventura

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Interlúdio.:14 | (Re)Ler é (Re)Viver

Imagem retangular com uma montagem de elementos. Sobreposto sobre uma imagem do céu estrelado em tons de azul, um retângulo com bordas brancas contém: uma ilustração de uma pila de livros com capas coloridas se destacam ao lado de um livro de capa vermelha com páginas abertas em um fundo azul ciano. Acima do livro aberto, em letras brancas diz Reler é Reviver com a silaba Rê entre parênteses dando múltiplas opções de interpretação.  Enquanto no canto superior esquerdo quatro ícones - um foguete, um livro aberto, um microfone e um número - representam a nave Interlúdio do Multiverso X, o tema do episódio, que se trata de um podcast e sua numeração 14.

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Uma questão ganhou muita importância nos últimos meses em nossa nave: Reler ou não obras que já lemos? Qual o valor disso? Para tentar chegar a um consenso, o capitão Ace Barros e a Hall-e reuniram os tripulantes Airechu, Camila Lorícchio, Samuel Muca e Simone Souza em um bate-papo descompromissado ao redor do tema.
Embarque conosco nesse papo sobre releituras e descubra nossas opiniões sobre o ato de reler; saiba quem pratica releituras de maneira constante; discuta se reler trechos contam como uma nova leitura; veja novas pautas surgirem durante o papo; e compartilhe conosco os livros que gostaria de reler quando puder.
Acompanhe-nos, estimados exploradores de universos!

DURAÇÃO: 58 Minutos  26 Segundos

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Review | Coraline

Antes de começar a falar de Coraline, gostaria de admitir que não li tantas histórias do Neil Gaiman quanto gostaria. Ainda assim, me parece bem visível um certo padrão de características na sua escrita, como por exemplo: o tom onírico com elementos que estão entre o sonho e o pesadelo e entre o belo e o terrível, personagens fortes e ao mesmo tempo vulneráveis, e ,é claro, cenários estranhos, encantadores e magnéticos com toques generosos de surrealismo.
Essas características tão presentes e marcantes nas obras que li do autor me lembram muito as descrições que Tolkien faz, em seu livro Sobre Histórias de Fadas, dos seres feéricos ou encantados e do mundo que habitam. Ele resgata criaturas folclóricas e antigas que nada tem a ver com as fadinhas fofas e travessas que vivem no imaginário popular, desde as fadas e elfos de Sonhos de uma Noite de Verão, até a birrenta, ciumenta e icônica Sininho de Peter Pan.
Pode-se dizer, portanto, que Coraline, como muitas outras obras do Gaiman, tem essa essência dos contos de fadas, mas insisto: um conto daqueles originais, como eram as versões dos Irmãos Grimm ou de Charles Perrault, e certamente não como as versões mais atuais adocicadas e suavizadas pela Disney (as histórias da Disney tem um espacinho todo especial em meu coração, mas convenhamos que o tom é completamente diferente). Ao meu ver toda a narrativa de Coraline tem essas características de contrapor o universo infantil e ingênuo da criança com uma aura mais sombria, com muitos toques de terror e de pesadelos (daqueles que você tenta acordar, mas não consegue).
Com isso em mente, vamos finalmente à história do livro. O autor começa nos apresentando a jovem Coraline Jones, uma garota que acaba de se mudar com os pais para um apartamento alugado numa velha casa, onde vivem outros moradores que são, no mínimo, excêntricos. A garota está de férias e vive entediada. Num dia de chuva, por uma sugestão de seu pai, a garota começa a explorar o casarão. Ela vai caminhando por toda a casa fazendo um inventário da quantidade de portas e janelas até chegar ao quarto de desenho, onde mora a mobília antiga herdada da avó e onde ela não deveria entrar. Com o auxílio da mãe, Coraline descobre uma porta secreta que dá para uma parede de tijolos, porém pela indicação de alguns ratos que invadem seus sonhos, ela volta sozinha à sala de desenho e descobre que a porta secreta leva para uma realidade paralela. Coraline, aproveitando de um momento em que se encontra sozinha, decide desobedecer e pega a chave que sua mãe disse para não pegar, entra no cômodo, que sua mãe disse para não entrar, e abre a porta, que sua mãe disse para não abrir.
Ao passar pela porta secreta e atravessar o corredor, Coraline se depara com o Outro Mundo, com os Outros Vizinhos e com os seus Outros Pais que, diferente do que ocorre no mundo real, tem tempo para brincar com ela, para cozinhar as coisas que ela gosta e para lhe presentear com as coisas que ela mais deseja. Coraline fica encantada com essa nova realidade onde tudo parece mais emocionante e onde as pessoas a chamam pelo nome correto. No entanto, algo chama a atenção da garota, todos nessa realidade tem olhos de botões pretos no rosto e ela descobre que, para viver nessa realidade mais atrativa, ela tem que deixar a Outra Mãe costurar esses botões no lugar de seus olhos.
Ao meu ver os botões podem ser interpretados de diversas maneiras: como máscaras que impedem Coraline de enxergar, pelo menos à princípio, a tristeza e a decadência dessas criaturas dominadas e manipuladas pela Outra Mãe ou como um símbolo de submissão, de ser transformado em um boneco ou um fantoche sem vontades próprias. O que, apesar de parecer algo horrível, traria a vantagem de isentar Coraline de encarar seus medos “olhos nos olhos”. Trata-se de uma história estranha, obscura e repleta de metáforas e verdades difíceis de encarar. É essencialmente uma história sobre ter coragem de enfrentar seus medos. Um tema clássico que aparece de forma constante nos contos de fada. 
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Meu personagem favorito é, de longe, o gato preto. Ele é misterioso e irônico, traz uns questionamentos existenciais à lá Alice no País das Maravilhas (numa fusão de Cheshire e Lagarta) e é graças a ele que temos os melhores diálogos de todo o livro. Ele e Coraline parecem ser os únicos que não tem uma versão criada pela Outra Mãe na realidade paralela, apesar de que, quando atravessa a porta secreta, o gato ganha a habilidade de falar ou Coraline a capacidade de entendê-lo (o fenômeno me lembra o que acontece com Jiji, o gato de O Serviço de Entregas da Kiki). Ele parece saber muito sobre os dois mundos, serve como um mentor para a garota e explica alguns conceitos importantes para a história, porém, mesmo ele, parece não saber o que a Outra Mãe é.
O fato de ninguém saber exatamente o que a Outra Mãe é faz parte da construção da personagem, afinal de contas: todos temos medo do desconhecido. A Outra Mãe é uma representação dos medos mais primitivos da humanidade, ela é temida por todos e seu poder parece ser quase onipotente na sua realidade. No entanto, o autor nos mostra que o importante é não desistir, ele diz que: “Coragem é fazer algo mesmo quando se está com medo” e Coraline não desiste, ela é corajosa, aventureira e uma exploradora nata. Mostrar que é normal sentir medo e que o importante é não se deixar levar por ele é, sem dúvidas, o principal tema de Coraline.
Essa questão do medo sempre foi um tema frequente e comum aos contos de fada que serviam, desde seu surgimento, como um reflexo fantasioso e uma abstração extravagante da realidade humana. Me parece muito propício que Gaiman tenha iniciado o livro com a frase do Sr. G.K.Chesterton: “Contos de fadas são a pura verdade: não porque nos contam que os dragões existem, mas porque nos contam que eles podem ser vencidos.” Acompanhada de citações e conceitos desses autores, cujos trabalhos eu admiro, finalizo essa pequena e singela apologia aos contos de fada e deixo a indicação, mais do que aprovada, da leitura de Coraline: seja para divertir, aterrorizar ou inspirar uma pontinha de coragem que às vezes nos falta.

Resenha escrita por Simone Souza . Siga no twitter: @sih_souz


Título: Coraline
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Ano: 2020 | Gênero: Ação e Aventura

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#ClubedoMultiverso.:14 | Anne de Green Gables

Imagem retangular com uma montagem de elementos. Sobreposto sobre uma imagem do céu estrelado em tons de azul, um retângulo com bordas brancas contém: Montagem com recorte da ilustração de capa de Anne de Green Gables da autora Lucy Maud Montgomery, mostrando ilustração estilizada em formato cartoon, uma simpática garota ruiva de chapéu de camponesa olha para a frente contra um fundo de paisagem rural no outono. Sobreponto a imagem, textos em branco identifica o Clube de Leitura do Multiverso, o livro tema Anne de Green Gables.  Enquanto no canto inferior esquerdo quatro ícones - um foguete, um livro aberto, um microfone e um número - representam a nave Interlúdio do Multiverso X, o tema do episódio, que se trata de um podcast e sua numeração 14.

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Está no ar mais um #ClubedoMultiverso. Aqui, junto com nossos leitores e ouvintes, entregamos o resultado dos debates sobre a leitura conjunta de uma determinada obra, realizada em nossa comunidade no Discord no mês anterior.
O livro tema da nossa leitura coletiva de Fevereiro de 2021 foi uma encantadora obra centenária sobre uma garota ruiva que conquista a todos após sua chegada a Green Gables: Anne de Green Gables, de Lucy Maud Montgomery. Nesse episódio, junto do Capitão Ace Barros, estão Airechu e Simone Souza.
Ouça e descubra o que achamos dessa leitura; se encante com a imaginação dessa ruiva falastrona; chame a Anne de Drama Queen; se divirta com as confusões constantes em Avonlea; e acompanhe o desenvolvimento desta jovem orfã dos 11 aos 16 anos.
Acompanhe-nos, estimados exploradores de universos!

DURAÇÃO: 54 Minutos e 50 Segundos

COMENTADOS NO PODCAST:

Livro | Anne de Green Gables, de Lucy Maud Montgomery Skoob - Amazon

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"Long Note Two" by Kevin MacLeod (https://incompetech.com)
License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/



Review | O Oitavo Mago


Desde que eu descobri a existência desse mundo criado por Terry Pratchett venho querendo conhecer cada vez mais de seus absurdos, contradições, humor nonsense, personagens peculiares e é claro as divertidas aventuras épicas que o autor relata. Essa foi minha terceira viagem pelo Discworld, portanto foi fácil embarcar e comprar as ideias que o autor foi incluído sobre o funcionamento dessa que é a única terra plana possível.
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Logo no inicio somos introduzidos ao preceito de que todo o oitavo filho de um oitavo filho é sempre um mago e ainda que o oitavo filho de um oitavo filho de um oitavo filho é sempre um “fonticeiro”: alguém com poderes incomparáveis que não apenas poderia acabar com o mundo mas também com a própria realidade.
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Munidos dessa informação, somos apresentados ao grande “fonticeiro” Coin que chega inesperadamente à Universidade Invisível (Local que o autor utiliza para satirizar e criticar, de forma bem humorada, tanto a academia quanto a instituição da igreja) e choca todos os magos ao desafiar o arqui-reitor para um duelo mágico. Em um primeiro momento todos duvidam de Coin, a final de contas ele é apenas um garoto, cujo pai, o mago Ipslore, tinha sido expulso da Universidade Invisível por ter se apaixonado. Magos não deveriam se apaixonar e nem ter filhos, todas as suas energias deveriam estar concentradas na magia e não em constituir uma família, e - claramente - isso não tem nenhuma relação com o fato de que se magos tiverem filhos aumentam as chances de nascer um “fonticeiro”.
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Ipslore, o pai de Coin, se ressentia de ter sido expulso da Universidade Invisível, então no momento de sua morte, (Aqui faço um parênteses para destacar um dos melhores personagens de série: o Morte. E para explicar que sempre que um mago morre o Morte tem que ir pessoalmente buscá-lo.) Ipslore faz uma profecia e consegue fugir do Morte prendendo sua consciência ao seu bastão de octirona (material essencialmente mágico) que seria herdado por seu filho para efetuar sua vingança no devido tempo.
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Além de acompanharmos a jornada de Coin, temos de volta aquele que é o melhor pior mago do Discworld: Rincewind. O mago, que protagonizou as duas aventuras anteriores que eu li, se junta a uma equipe improvável composta por: O chapéu do Arqui-reitor (que me lembrou muito do chapéu seletor de Hogwarts); Nijel, o Destruidor, um adolescente desajeitado e aspirante a herói bárbaro; Conina, a cabeleireira que você não gostaria que cortasse seus cabelos; a boa e velha bagagem -que está em meio a uma crise existencial- e Creosoto, claramente uma parodia do rei Salomão. Juntos pelo acaso eles tentam, uns mais e outros menos, deter Coin e salvar o dia do ameaçador e caótico apocalipse.
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Muitos dos elementos dessa historia chamam a atenção por lembrarem o relato do livro Belas Maldições, que foi lançado no ano seguinte e escrito em parceria com Neil Gaiman. Qualquer um que conheça a historia escrita a quatro mãos, seja pelo livro ou pela incrível adaptação da Amazon Prime, vai perceber como algumas ideias e acontecimentos apresentados em O Oitavo Mago parecem se repetir: os quatro cavaleiros do apocalipse, um garotinho que tem o poder de causar o fim do mundo e até mesmo a forma como as coisas se resolvem no fim (sem spoilers por aqui), todos esses elementos parecem ser um ensaio para o que estava por vir no ano seguinte.
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Apesar de ter gostado bastante da historia e ter tido uma leitura muito agradável, confesso que não desbancou minhas duas leituras anteriores do Sr. Pratchett. Sendo assim não é a minha primeira opção de indicação para um aventureiro iniciante embarcar nessa jornada pelo Discworld. Acredito que começar pelo primeiro livro da série, A Cor da Magia, seja uma melhor opção. No entanto, é um fato que os livros são bastante independentes entre si e podem ser lidos tranquilamente fora da ordem cronológica de publicação (com exceção de A Luz Fantástica, que deveria ser lido após A Cor da Magia). Então finalizo esse texto contradizendo o que acabo de dizer: se tiver O Oitavo Mago dando sopa por aí não perca a oportunidade de conhecer essa historia, dar umas risadas e se encantar com a escrita do autor.

Resenha escrita por Simone Souza . Siga no twitter: @sih_souz


Título: O Oitavo Mago 
Título Original: Sourcery
Autor: Terry Pratchett
Editora: Conrad
Ano: 2003 | Gênero: Fantasia