BEM-VINDO VIAJANTE! O QUE BUSCA NO MULTIVERSO?

GEEK 10

Essa brincadeira de "blogueirinho" até rende umas oportunidades bacanas, né não? A loja Geek 10 entrou em contato com a gente para uma parceria e é claro que antes de aceitar e fazer a indicação, eu fui conhecer o trabalho deles. 
E quem é a Geek 10? Quem vai explicar isso para nós, são eles.

A Geek10 foi fundada com o objetivo de se tornar a maior loja geek do Brasil e atender de forma primorosa todo o público geek, nerd e também os entusiastas deste universo. Trabalhamos com os melhores fornecedores nacionais e internacionais para que possamos oferecer os melhores produtos para você, garantindo conforto, segurança, respeito e primando pela satisfação total de nossos clientes.
A Geek10 é administrada por pessoas aficionados pelo universo geek e do outro lado temos os clientes mais exigentes da galáxia, portanto todo dia é um grande e prazeroso desafio fazer essa ponte entre nossos clientes e esse maravilhoso universo geek :)
Não queremos apenas vender produtos, queremos levar até você os MELHORES produtos. Não queremos apenas entregar o seu produto, queremos enviar o seu produto o mais rápido possível. Não queremos que você goste de seu produto, queremos que você fique louco de felicidade ao receber sua encomenda. Se conseguirmos cumprir tudo isso, nossa missão estará cumprida.

Sabendo disso, pesquisei sobre a loja  e encontrei boas recomendações e qualificações, inclusive no Reclame Aqui, e conferindo o site vi que ela trabalha com uma grande variedade de produtos geeks, nerds e criativos. Tem almofadas, canecas, porta copos, porta chaves, camisetas e mais uma porrada de coisa bacana, incluindo Boardgames, os amados jogos de tabuleiro.
Fui lá, aproveitei pra comprar umas coisas, e a Geek 10 está testada e aprovada. Você também pode conferir a variedade de produtos da loja no site https://www.geek10.com.br e pode usar o cupom #VALARMORGHULIS para garantir 5% de desconto.

Desenredos







Viajando por entre estradas e rios, nossa protagonista navega pelos sacrifícios, mazelas e vantagens de ser levada pela correnteza da vida, conhecendo pessoas marcantes, passados apegados e entregas provavelmente atrasadas.

Titulo: Desenredos
Roteiro: Camila Loricchio
Artita: PedroVó
Tipo: Literatura/Quadrinho


Se você acompanha o Multiverso X, já está cansado de saber o quanto a gente apoia projetos nacionais e divulga o trabalho de diversos artistas, mas quando é alguém próximo da gente a coisa se torna ainda mais interessante. E hoje vamos falar de Desenredos, uma História em Quadrinhos de Pedro Vó (Shallow Spaces) e da nossa amiga Camila Loricchio (Trilogia das Cartas).
Nascida como um protótipo de cena para uma peça de teatro, com inspirações na canção Desenredo de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro e a poesia Na ribeira deste rio de Fernando Pessoa, Desenredos narra a história de uma mulher que navega pelos sacrifícios, mazelas e vantagens de ser levada pela correnteza da vida, viajando por rios e estradas, conhecendo pessoas marcantes, passados apegados e entregas provavelmente atrasadas.
Para acompanhar esse caminho por estradas brasileiras, Desenredos precisa da sua ajuda parabancar a impressão e alguns custos deste trabalho! 
O projeto Desenredos entrou em financiamento coletivo pelo Catarse (https://www.catarse.me/desenredos), para arrecadar através dos apoios a meta de 4 mil reais. A campanha é do tipo 'tudo ou nada', ou seja, se durante os 27 dias restantes de campanha o valor total for atingido a obra irá para a produção e todos os apoiadores receberão suas recompensas. Caso a meta não seja atingida, todos recebem de volta o valor investido.
Na plataforma de financiamento estão disponíveis níveis de apoio com valores entre R$10 e R$80, e garantem desde agradecimentos pelo apoio e poster digital até cópia de Desenredos alguns trabalhos extras dos autores. A campanha ficará disponível por mais 27 dias no Catarse (a contar de hoje, 23/04) e tem entrega de recompensas prevista para Julho de 2018.
Não esqueça de conferir a página do projeto para descobrir mais informações sobre ele, quais exatamente são as recompensa, etc. 
Apoie, divulgue e viaje junto a protagonista pelas estradas e rios desse Brasil!

Cosmos

Escrito por um dos maiores divulgadores de ciência do século XX, Cosmos retraça 14 bilhões de anos de evolução cósmica, explorando tópicos como a origem da vida, o cérebro humano, hieróglifos egípcios, missões espaciais, a morte do sol, a evolução das galáxias e as forças e indivíduos que ajudaram a moldar a ciência moderna. Numa prosa transparente, Carl Sagan revela os segredos do planeta azul habitado por uma forma de vida que apenas começa a descobrir sua própria identidade e a se aventurar no vasto oceano do espaço sideral. Aqui, o tratamento dos temas científicos está sempre imbricado com outros campos de estudo tradicionais, como história, antropologia, arte e filosofia. Publicado pela primeira vez em 1980, Cosmos reúne alguns dos conhecimentos mais avançados da época sobre a natureza, a vida e o Universo — e se mantém até hoje como uma das mais importantes obras de divulgação científica da história. Embora diversas descobertas fascinantes tenham ocorrido nos últimos quarenta anos, o tema central deste livro nunca estará desatualizado: nosso fascínio pelo conhecimento e a prática da ciência como atividade cultural.
Título: Cosmos
Autor: Carl Sagan
Editora: Companhia das Letras
Tradutor: Paulo Geiger
Ano de Publicação: 2017 / Páginas: 487


Traduzir as mais complexas e avançadas teorias científicas de sua linguagem técnica tornando-as acessíveis para um grande público leigo não é uma tarefa fácil, mas esta é a principal missão dos divulgadores científicos. Um dos mais carismáticos e precursor de nomes como Stephen Hawking, Marcelo Gleiser, Neil deGrasse Tyson, Brian Greene, Richard Dawkins, Michio Kako e tantas outras celebridades capazes fazer academia e sociedade dialogarem tão bem, sem dúvida, foi Carl Sagan.
Astrônomo e autor de autor de centenas de publicações científicas e de mais de 20 livros de ciência e ficção científica, Sagan trabalhou como membro e pesquisador das equipes científicas de diversas missões espaciais da NASA, foi colaborador do Instituto SETI e um dos membros fundadores da Planetary Society. Mas Sagan é conhecido sobretudo pela forma carismática e entusiasmada com que apresentou a série televisiva Cosmos: Uma Viagem Pessoal, exibida pela TV pública norte-americana no início da década de 1980 e exportada para todo o mundo pouco depois. A série escrita por Sagan e sua esposa Ann Druyan é considerada um dos mais formidáveis exemplos da amplitude e eficácia que a divulgação científica pode atingir através do audiovisual e deu origem a um livro homônimo, escrito concomitantemente com os roteiros dos episódios e que ainda hoje figura como um dos mais vendidos da história dentro desta temática.
O livro é dividido em 13 capítulos cujos títulos e temas são os mesmos dos 13 episódios da série de TV e ambos são complementares em profundidade e em imagética embora possam também ser apreciados sem prejuízo de forma independente. Se você já assistiu Cosmos vai se lembrar facilmente de algumas passagens, cenas e frases memoráveis de Carl durante a leitura.
Com um didatismo claro e apaixonadamente bem próprios, Sagan discorre com habilidade sobre inúmeros temas não ficando restrito à Astronomia, indo muito além daquilo que se espera dum livro de divulgação da ciência, demonstrando com exemplos simples como é gostoso aprender, descobrir, questionar e alimentar nossa curiosidade insaciável. Tudo isto com exercícios de imaginação que nos levam a lugares maravilhosos no espaço e no tempo, desde as minúsculas partículas que compõem os átomos e a matéria, passando pelo DNA, o tijolo básicos da vida na Terra, até a vastidão incomensurável das estrelas e galáxias.
Particularmente interessantes e inquietantes são as explanações de como o conhecimento adquirido e construído ao longo de anos de árduo trabalho pode sofrer reveses da própria sociedade, que em dados momentos de sua História preferiu optar pelo obscurantismo e o misticismo em detrimento do saber científico atrasando por séculos o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Um dos exemplos mais recorrentes no livro é o da destruição da Biblioteca de Alexandria, uma verdadeira instituição de fomento a pesquisa e o maior receptáculo do saber humano da Antiguidade, agora perdido para sempre.
Merecem destaques também os capítulos em que Sagan fala de forma entusiasmada de seu trabalho com as missões espaciais da NASA, sobretudo as sondas Viking que pousaram em Marte na década de 1970 e as sondas gêmeas Voyager 1 e 2 que atualmente rumam para fora do Sistema Solar após terem explorado por décadas os quatro planetas gasosos, suas luas e anéis. Bem como os capítulos sobre a origem e a evolução da vida na Terra, a busca por inteligências extraterrestres, bem como os capítulos biográficos que discutem os trabalhos de Newton, Kepler, Einstein, Hipátia, dos jônicos e tantas outras pessoas que contribuíram com o que se sabe hoje sobre o universo e o pálido ponto azul em que habitamos.
Republicado pela Companhia das Letras após anos fora de catálogo no Brasil, o livro conta com prefácios da própria Ann Druyan e de Neil deGrasse Tyson, que estrelou uma versão moderna e repaginada da série Cosmos em 2014. Novas notas técnicas atualizam o conteúdo do texto original com as mais recentes descobertas científicas, embora impressione o quanto muitas das ideias de Sagan são dotadas de uma atemporalidade intrínseca. O enfoque dado na história e desenvolvimento da ciência e do pensamento científico, bem como numa visão humanista e plural pautada no ceticismo contribuem enormemente para isto.
Às vésperas de completar os 40 anos de sua publicação original, Cosmos ainda impressiona, inspira e emociona e é leitura indispensável para todos. Quão atuais ainda são os seus questionamentos e sua crítica! Como alguns antigos problemas humanos continuam presentes e até se intensificaram nos últimos anos, sobretudo com o acirramento das tensões entre EUA e Coreia do Norte e o crescimento de alas conservadoras em todo o mundo e o quão perigoso isto é para toda a humanidade! Cosmos ressoa como uma voz poderosa diante do obscurantismo científico e da irresponsabilidade, sobretudo dos governantes para com o planeta Terra e o destino da humanidade como um todo. Mas longe de trazer uma mensagem pura e simplesmente alarmista, o que fica após sua leitura é o quanto fizemos e ainda podemos fazer como espécie num universo de dimensões inimagináveis que mal começamos a descobrir e a explorar cientificamente em nossa jornada por compreensão e auto-descoberta.
O grande (e não único) mérito de Cosmos, tanto série quanto livro, foi o de inspirar gerações inteiras de pessoas a seguir carreira científica e de mostrar como é recompensadora a nossa busca por respostas e conhecimento. Mesmo sabendo de nossa pequenez e insignificância no teatro cósmico, mas tendo consciência de que estamos e podemos desvendar alguns de seus mistérios, tendo a ciência e o pensamento lógico, além de nossa curiosidade natural como ferramentas é algo que não apenas engrandece a alma, mas é capaz de nos levar às mesmas estrelas, de onde um dia veio a matéria que forma o nosso corpo e o nosso mundo.

Triora - Cidade das Bruxas


A Vila de Triora é localizada no Vale da Argentina, em Ligúria. Entre o período de 1587 a 1589, várias mulheres foram acusadas de bruxaria e após um julgamento foram condenadas à morte. Determinadas a evitar esse fato, quatro bruxas de regiões distantes foram guiadas pelo espírito de Morgana e vieram ao resgate dessas mulheres! As bruxas trarão a vingança à cidade de Triora, à Inquisição e à nobreza local. A cidade nunca mais será a mesma após a chegada delas.
Titulo: Triora - Cidade das Bruxas
Produtora: Arcano Games - Meeple Br  
Criação: Michael C. Alves   
Mecânicas: Administração de Recursos, Alocação de Trabalhadores, Controle de Área, Set Collection e Ordem de Turno Variável.


Aqueles que acompanham o mercado nacional de jogos de tabuleiro já sabem que devem ficar atentos a tudo que envolve o nome de Michael C. Alves e a desenvolvedora Arcano Games, e se você (ainda) não é um desses agora já pode ficar ciente. Michael é criador dos incríveis e divertido Anime Saga, Contária e Zona Mágica, e agora traz para nós o seu próximo lançamento: Triora - Cidade das Bruxas, o primeiro em sua parceria com a editora Meeple Br.
Triora é um jogo onde cada jogador irá representar uma Bruxa, na cidade italiana de Triora, em busca de vingança contra aqueles que queimaram sua antiga líder. As Bruxas competirão para destruir a cidade, sendo que a bruxa causadora da maior destruição se tornará a nova líder entre elas. Para isso irão utilizar ervas e fazer poções para espalhar pragas e maldições pelos diversos locais da cidade enquanto fogem da perseguição da Inquisição que irá caçá-las impiedosamente. Para auxiliá-las, o espirito de Morgana assombra Triora, guiando as Bruxas para conseguir sua vingança.
A temática e ambientação fazem de Triora um jogo tático onde os jogadores não afetam diretamente uns aos outros, porém, as escolhas e jogadas de seus adversários tem grande influência sobre o valor relativo das ações que você pode realizar. Afinal, por mais que as Bruxas estejam buscando vingança juntas, apenas uma delas assumirá o posto de nova líder. Assim, cada partida é única, onde os movimentos dos jogadores criam situações muito diferentes, e a posição de cada peça no tabuleiro tem grande influência sobre cada jogada. 
Com tempo de duração médio de 1 hora e meia ele agrada tanto jogadores mais experientes quanto novatos, apesar de ser um jogo feito para que jogadores que gostam de quebrar a cabeça tenham oportunidade de fritar seus cérebros elaborando as mais mirabolantes estratagemas. Isso se dá ao fato do jogo ter regras simples, mas que interagem de forma complexa (link para o manual no topo da postagem). Isso garante que você possa jogar de forma descontraída, ou querer analisar todas as consequências e todas as rodadas a frente e quebrar muito a cabeça. O jogo tem rodado eventos e comprovado essa fácil adaptabilidade, mesmo jogadores não habituados com jogos de tabuleiro modernos não precisam de assistência após o final da segunda rodada de jogos.
O projeto do jogo Triora entrou em financiamento coletivo pelo Catarse (https://www.catarse.me/triora), para arrecadar através dos apoios dos gamers e entusiastas, a meta de 30 mil reais. A campanha é do tipo 'tudo ou nada', ou seja, se durante os 30 dias de campanha o valor total for atingido, o jogo irá para a produção e todos os apoiadores receberão suas recompensas. Caso a meta não seja atingida, todos recebem de volta o valor investido.
Na plataforma de financiamento estão disponíveis níveis de apoio com valores entre R$199,00 para os 50 primeiros apoiadores e R$ 1050,00 (especial para lojistas), que garantem a cópias do jogo e acesso aos extras liberados durante a campanha, como melhorias de componentes, saquinho para tokens de moedas, saquinho para tokens de mortos-vivos, sleeves, moedas de metal. O jogo virá com componentes todos em madeira, feitos em gráfica de grande qualidade na China. Terá acabamento nível internacional. A campanha ficará disponível por 30 dias no Catarse (a contar de hoje, 10/04) e tem entrega de recompensas prevista para Novembro de 2018.
Não esqueça de conferir a página do projeto para descobrir mais informações sobre o jogo: quais exatamente são as recompensas, detalhes sobre como jogar, quais são os extras, os recursos adicionais, etc. Você pode conferir o vídeo abaixo feito pelo pessoal do Tábula Quadrada e ver com o jogo funciona na prática.
Apoie, divulgue e viaje para a Itália do século 16 para vingar sua antiga líder e ser a próxima a assumir a liderança do coven das bruxas!

Império das Tormentas



Em um império fragmentado, circundado por mares selvagens, dois jovens de culturas diferentes se unem por uma causa comum. Uma menina de 8 anos é a única sobrevivente do massacre de sua vila por biomantes, uma das mais poderosas forças do imperador. Batizada com o nome de seu vilarejo para nunca se esquecer do que perdeu, Bleak Hope é treinada em segredo por um mestre guerreiro para se tornar um instrumento de vingança. Um estranho garoto de olhos vermelhos fica órfão nas esquálidas e sujas ruas de Nova Laven, mas é adotado pela pior pessoa que o destino poderia lhe apresentar: Sadie Cabra, uma das criminosas mais infames do submundo. Batizado como Red, ele é treinado para ser um exímio atirador de facas – além de ladrão, mentiroso e trapaceiro. Quando um senhor do crime estabelece um acordo de poder com biomantes para tomar o controle do submundo de Nova Laven em troca da miséria da população, as histórias de Hope e Red finalmente se cruzam. Seja por honra ou vingança, essa improvável aliança os levará para a maior batalha da vida deles. Jon Skovron marca aqui o início da trilogia Império das Tormentas, uma fantasia embalada por uma espadachim habilidosa, piratas, vigaristas, jogos de poder e revolução.
Titulo: Império das Tormentas
Título Original: Hope and Red
Série: Império das Tormentas

Autor (a): Jon Skovron
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 368

Não julgar um livro pela capa: está aí uma coisa difícil! Quando vemos aquela capa que de alguma forma incendeia a sua curiosidade é quase impossível impedir que isso se transforme em vontade de ter e ler o tal livro. Foi o que me aconteceu quando vi Império das Tormentas pela primeira vez. Não cheguei nem a conferir a sinopse e já estava garantindo o meu. Uma atitude arriscada? Talvez. Mas será que me arrependi?
Império das Tormentas é o primeiro volume de uma trilogia de fantasia escrita por Jon Skovron. Neste primeiro volume acompanhamos as aventuras e desventuras de dois jovens de realidades distintas que tem suas vidas modificadas pelas presenças um do outro. 
Ela, Bleak Hope, é a única sobrevivente do massacre dos habitantes de uma ilha inteira causado por Biomantes, uma ordem mágica e científica inescrupulosa a serviço do Imperador. Encontrada pelo capitão Sin Toa, Hope é levada até o Ermo dos Ventos e deixada aos cuidados de Hurlo, O Esperto, Grão-Mestre da Ordem dos Vichen, um grupo de monges guerreiros mortais que servem ao Império. O mosteiro e a ordem não recebem mulheres, mesmo para trabalhos servis como os que são dados a Hope, mas Hurlo intercede a seu favor. Vem dele também a decisão de treiná-la em segredo nos ensinamentos de sua ordem, na esperança de dar um propósito a escuridão crescente e dor dentro da jovem. Com o passar dos anos, a jovem se torna uma guerreira formidável e isso não passa desapercebido aos olhos dos outros membros da ordem, que movidos por ciúmes trazem mais dor e tragédia para a vida de Hope. 
De volta ao mundo, Hope se prende a única coisa que ainda lhe resta: o desejo por vingança contra o Biomante responsável pela dizimação de todo seu povoado. Suas viagens a bordo do navio Gambito da Dama, do Capitão Carmichael, irão levá-la até Nova Laven, onde seu caminho cruzará com o de Red.
Ele, Rixideteron, filho da pintora Gulia Pastinas, uma jovem família abastada que abandoou tudo para viver como uma artista pintando quadros que logo se tornou viciada em pó coral e um prostituto, de uma família com legado de prostituição. Perdeu a mãe para a droga e uma intoxicação devido as tintas com que trabalhava, e pouco depois o pai para um misto de tristeza e alguma doença adquirida na profissão. Assim como Hope, aos 8 anos Red, como passou a ser conhecido por causa de seus olhos vermelhos consequentes do abuso de coral durante sua gestação, passou a viver na rua por conta própria.
Como era de se esperar, as coisas não seriam fáceis. Um dia foi capturado e estava prestes a ser "sulizado" quando conheceu Sadie Cabra, uma ladra famosíssima no Círculo do Paraíso, que por ventura teria o mesmo destino. Trabalhando juntos, mudaram a situação a seu favor e voltaram a Nova Laven. Com Sadie como sua tutora do crime, e com suas habilidades com as mãos, seja para pintar, roubar ou  arremessar facas, Red logo se tornou um vigarista de fama no Círculo, aprontando diversas confusões com seu fiel amigo Rolha e a afrontosa Urtiga. Apesar dos altos e baixos na "carreira", as coisas estavam tranquilas na vida do jovem até a chegada de Bleak Hope a Nova Laven.
Uma grande confusão envolvendo o senhor do crime, Drem Insensível, e uma suposta ligação com os Biomantes, faz como o caminho dos dois jovens se cruze. Uma aliança é formada, e uma jornada por vingança e justiça se inicia, levando os protagonistas por caminhos perigosos e destinos muito além do planejado.
Jon Skovron nos entrega uma história ágil narrada em terceira pessoa através de capítulos curtos que acompanham de forma intercalada ora Hope, ora Red, e por vezes um misterioso terceiro personagem. A trama repleta de ação e personagens interessantes é muito bem amarrada, com foco na construção dos protagonistas, justificado suas posturas, motivações e atos. A combinação desses elementos resulta em uma leitura fluida e envolvente, principalmente após nos acostumarmos com os termos e gírias de Nova Laven.
O cenário e outros elementos, como pirataria, golpes e sindicatos do crime, fazem lembrar dos Nobres Vigaristas de Scott Lynch, mas não a ponto de retirar os méritos da construção de Skovron. O autor une diversos conceitos e os retrabalha para dar uma base a sua história, dando-o vida através de citações, lendas, tecnologias e sociedade, sem se aprofundar desnecessariamente em detalhes supérfluos à trama. Desta forma, acaba por despertar a curiosidade no leitor, entregando elementos que podem ou não ser trabalhados futuramente, mas ainda mantendo-o focado no que interessa para o livro em questão.
Um dos principais acertos do autor está em seus personagens, tanto os protagonistas quanto os coadjuvantes e antagonistas. É impossível não se envolver um pouco pela escuridão, senso de honra e vingança de Hope, pela malandragem e sagacidade de Red, pelo companheirismo de Rolha, pela postura forte de Urtiga ou mesmo pelas peculiaridades de Sadie Cabra.
Por fim é preciso voltar ao questionamento aberto no primeiro parágrafo e dizer sem medo que não me arrependi nem um pouco da minha decisão. Império das Tormentas é uma deliciosa fantasia com tom adulto, temperada com tragédias, juras de vingança, adoráveis golpistas, formidáveis guerreiras, e magias aterradoras. Uma leitura cativante e arrebatadora com tudo para agradar os amantes da boa e velha fantasia.

Um Lugar Silencioso




Em uma fazenda nos Estados Unidos, uma família do Meio-Oeste luta para sobreviver a uma invasão de estranhas criaturas que acabaram com a raça humana. Para se protegerem, eles devem permanecer em silêncio absoluto, a qualquer custo, pois o perigo é ativado pela percepção do som.




Título: Um Lugar Silencioso
Título Original: A Quiet Place
Lançamento/Duração: 2018 - 1h 30min
Gênero: Drama, Suspense e Horror
Direção: John Krasinski
Roteiro: 
Scott Beck, Brian Woods e John Krasinski
Elenco: John Krasinski, Emily Blunt, Millicent Simmonds, Noah Jupe, Cade Woodward


Um Lugar Silencioso, é um drama de horror e suspense norte-americano estrelado por Emily Blunt e John Krasinski, que também assina a direção do longa. Apesar de pouco alarmado, o trailer do filme já havia me deixado instigado com todo o clima de suspense e desastre envolvendo as criaturas que espreitam no silêncio.
A trama acompanha uma família - um pai, uma mãe grávida, um filho e uma filha deficiente auditiva - que vive num futuro pós-apocalíptico não muito distante, onde misteriosos invasores levaram a raça humana a uma situação crítica em pouco menos de 3 meses. 
Pouco se sabe sobre os invasores, apenas que são cegos e que, ao captar qualquer barulho a partir de um certo nível de ruído, atacam a fonte sonora sem piedade. No entanto, ficar em silêncio absoluto não será tão fácil assim, ainda mais quando uma gravidez e sentimentos aflorados são parte da mistura. E a cada momento, as coisas tendem a ficar pior!
Um Lugar Silencioso é um filme que sabe explorar muito bem a tensão através do áudio como ferramenta narrativa. O silêncio conta tanto quanto o ruído, já que boa parte do filme não existe diálogo verbal, apenas linguagem de sinais. O resultado disso são reforços emocionais através do áudio que cria uma tensão no espectador e o deixam apreensivos pelos personagens mesmo sem saber seus nomes (sim, o nome deles não é dito hora nenhuma).
Todo esse silêncio e a construção especial da narrativa exige dos atores um desempenho da expressividade para que entreguem ao público algo compatível a tensão criada. O elenco não apenas consegue atender a tal expectativa, quanto a atuação de Emily Blunt nos momentos de tensão destacam a crítica situação de sua personagem.
O grande acerto do filme não está na originalidade de seus elementos, como uma ameaça cega que se guia pelo som, no design da criatura, ou apreensão causa pelos elementos sonoros, mas na maneira como foi executado. A direção e as experimentações de John Krasisnki foram essencial para a entrega de um produto tão bom.
Um Lugar Silencioso é uma experiência angustiante e envolvente, que te deixa na ponta da cadeira tenso tal qual os personagens na tela. O filme merece ser visto nos cinemas, principalmente nas salas com a maior qualidade de áudio disponível.

Jogador Nº1

O ano é 2044 e o mundo real está numa terrível situação. Como a maioria das pessoas, Wade Watts escapa de sua desanimadora realidade passando horas e horas conectado ao OASIS - uma utopia virtual que permite a seus usuários ser o que eles quiserem, um lugar onde você pode viver e se apaixonar em qualquer um de seus milhares de planetas. E, como a maioria da humanidade, Wade sonha em encontrar o grande prêmio que está escondido nesse mundo virtual. Em algum lugar desse playground gigante, o criador do OASIS escondeu uma série de enigmas que premiará com uma enorme fortuna - e um poder muito grande - aquele que conseguir desvendá-los.
Título: Jogador Nº1
Título Original: Ready Player One
Lançamento/Duração: 2018 - 2h 20min
Gênero: Ação, Aventura, Sci-Fi
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: 
Zak Penn & Ernest Cline
Elenco: Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn, T. J. Miller, Simon Pegg e Mark Rylance.


A esperada adaptação do aclamado livro homônimo do autor Ernest Cline, finalmente chegou as telas do cinema trazendo consigo muito mais referências do que um nerd pode dar conta. Rapaz, não é que Jogador Nº1, de Steven Spielberg, é um filme divertido?
Situado numa Terra distópica do futuro, a população gasta a maior parte do tempo em um espaço virtual interconectado chamado OASIS. Quando o fundador do OASIS morre e deixa a propriedade do OASIS para a primeira pessoa a encontrar um tesouro escondido no OASIS, jogando jogos e resolvendo enigmas, uma corrida segue entre um jovem e seus amigos e uma megacorporação maligna que quer controlar o OASIS para si mesma. 
No filme a trama do livro obviamente está simplificada. Porém, esse detalhe ajuda a eliminar alguns problemas da obra original (não todos) e afasta do foco oitentista pra uma cultura pop mais ampla, embora seja inevitável uma maior aproximação e referências ao mundo dos videogames. Há uma maior agilidade e fluidez no decorrer da narrativa fazendo que mesmo os momentos de pausa para pesquisa ou simples interação entre os personagens não seja arrastado ou monótono como na obra original. 
Spielberg acrescentou dinamismo e deu um espírito ainda mais jovem a obra e as adaptações foram fundamentais para evitar as quebras de ritmo entre as provas. Há mais ação e aventura espalhada entre os personagens e menos focada em um único protagonista, embora Parzival se destaque, e o mesmo ocorre com os antagonistas. Embora quase todos eles sejam no fim das contas um tanto rasos, eles desempenham bem os papeis designados a eles na construção da narrativa.
Os efeitos visuais do Oasis são talvez o grande destaque do filme. Não apenas por trazerem uma variedade de elementos e possibilidades para dentro daquele universo, mas pela forma que são bem trabalhados e se comunicam perfeitamente com a narrativa, seja nos momentos de ação ou não, sem se tornar forçado. Afinal, onde tudo é um grande videogame, o aspecto do "irreal" não se torna um incomodo ao espectador. 
Embora em muitos detalhes Jogador Nº 1 seja previsível, o resultado final é uma obra leve e divertida, sem pretensões com grandes lições de moral - apesar de existirem sim lições sobre aproveitar o mundo real e não viver apenas conectado - e . Ao fim, fica a sensação de estar vendo uma grande e divertida Sessão da Tarde, onde torcemos pela vitória de um grupo de adolescentes, algo típico dos anos 80. E não há nenhum demérito nisso.