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Jogador Nº1

O ano é 2044 e o mundo real está numa terrível situação. Como a maioria das pessoas, Wade Watts escapa de sua desanimadora realidade passando horas e horas conectado ao OASIS - uma utopia virtual que permite a seus usuários ser o que eles quiserem, um lugar onde você pode viver e se apaixonar em qualquer um de seus milhares de planetas. E, como a maioria da humanidade, Wade sonha em encontrar o grande prêmio que está escondido nesse mundo virtual. Em algum lugar desse playground gigante, o criador do OASIS escondeu uma série de enigmas que premiará com uma enorme fortuna - e um poder muito grande - aquele que conseguir desvendá-los.
Título: Jogador Nº1
Título Original: Ready Player One
Lançamento/Duração: 2018 - 2h 20min
Gênero: Ação, Aventura, Sci-Fi
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: 
Zak Penn & Ernest Cline
Elenco: Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn, T. J. Miller, Simon Pegg e Mark Rylance.


A esperada adaptação do aclamado livro homônimo do autor Ernest Cline, finalmente chegou as telas do cinema trazendo consigo muito mais referências do que um nerd pode dar conta. Rapaz, não é que Jogador Nº1, de Steven Spielberg, é um filme divertido?
Situado numa Terra distópica do futuro, a população gasta a maior parte do tempo em um espaço virtual interconectado chamado OASIS. Quando o fundador do OASIS morre e deixa a propriedade do OASIS para a primeira pessoa a encontrar um tesouro escondido no OASIS, jogando jogos e resolvendo enigmas, uma corrida segue entre um jovem e seus amigos e uma megacorporação maligna que quer controlar o OASIS para si mesma. 
No filme a trama do livro obviamente está simplificada. Porém, esse detalhe ajuda a eliminar alguns problemas da obra original (não todos) e afasta do foco oitentista pra uma cultura pop mais ampla, embora seja inevitável uma maior aproximação e referências ao mundo dos videogames. Há uma maior agilidade e fluidez no decorrer da narrativa fazendo que mesmo os momentos de pausa para pesquisa ou simples interação entre os personagens não seja arrastado ou monótono como na obra original. 
Spielberg acrescentou dinamismo e deu um espírito ainda mais jovem a obra e as adaptações foram fundamentais para evitar as quebras de ritmo entre as provas. Há mais ação e aventura espalhada entre os personagens e menos focada em um único protagonista, embora Parzival se destaque, e o mesmo ocorre com os antagonistas. Embora quase todos eles sejam no fim das contas um tanto rasos, eles desempenham bem os papeis designados a eles na construção da narrativa.
Os efeitos visuais do Oasis são talvez o grande destaque do filme. Não apenas por trazerem uma variedade de elementos e possibilidades para dentro daquele universo, mas pela forma que são bem trabalhados e se comunicam perfeitamente com a narrativa, seja nos momentos de ação ou não, sem se tornar forçado. Afinal, onde tudo é um grande videogame, o aspecto do "irreal" não se torna um incomodo ao espectador. 
Embora em muitos detalhes Jogador Nº 1 seja previsível, o resultado final é uma obra leve e divertida, sem pretensões com grandes lições de moral - apesar de existirem sim lições sobre aproveitar o mundo real e não viver apenas conectado - e . Ao fim, fica a sensação de estar vendo uma grande e divertida Sessão da Tarde, onde torcemos pela vitória de um grupo de adolescentes, algo típico dos anos 80. E não há nenhum demérito nisso.