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Review: Batalha dos Três Mundos, Shadrach e Esquadrão Trunfo







Título: Batalha dos Três Mundos, Shadrach e Esquadrão Trunfo
Autor: Alexandre Lancaster
Artes: Israel de Oliveira - Altair Messias - Eudetenis
Editora: Jambô


Bem, como prometido na última semana na postagem de anúncio das séries em quadrinhos do cenário de RPG Brigada Ligeira Estelar, voltamos para fazer as resenhas - ou reviews, como queiram chamar - das mesmas. Contudo, porém, todavia, essa postagem seguirá um padrão diferente do formato convencional das resenhas postadas por aqui. Primeiro por estarmos falando de três obras ao mesmo tempo, e por fim, por se tratar de uma análise dos capítulos prévios que tivemos acesso.
Como foi dito antes, as séries serão publicadas em capítulos mensais intercalando-se semanalmente, por isso não seria justo - e nem possível - fazer uma avaliação do material ponto a ponto. O que não impede de fazermos uma análise um pouco diferente, mais parecida com um papo entre amigos, algo informal. Por isso convoquei o meu fiel navegador - o Airechu - para essa missão, confira!

Ace: - Saudações, Senhor Navegador! Conferiu os primeiros capítulos das séries de Brigada Ligeira Estelar? Fala sério, tá pouco bom né? Brigada sempre foi um cenário que me chamou atenção seja como conteúdo de jogo ou como cenário cheio de espaço para novos produtos.
Airechu: - Saudações, Capitão! Não tinha dúvidas de que seria coisa boa! Vamos a minhas humildes impressões sobre as histórias!
Ace: - Ok, sem debates pra não influenciar a opinião do outro cada um fala a sua.

Batalha dos Três Mundos: Roteiro de Alexandre Lancaster - Arte de Israel de Oliveira
Ace: - Tenho que confessar uma coisa: gostei muito do que vi em Batalha dos Três Mundos. A arte do Israel é bem limpa, bem bacana e cativante, bem aquela coisa mangá, casou muito bem com a ideia apresentada nos livros de RPG e que queria ver até agora. B3M já é a minha favorita, mas talvez se deva ao fato de ter tido acesso a mais materiais. Por contas dos planetas e do próprio Shadrach senti uma ligação entre as três tramas; seria apenas para amarrar o universo ou um plano maior? Gostei dos elementos apresentados, os resquícios do Grande Vazio, vários ganchos para aventura em tão pouca página. Tem muito pano pra manga aí! Acho que vai agradar bastante também o público que não conhece o cenário.
Airechu: - Já conhecia a arte do Israel de Oliveira de outros trabalho na internet e como ela está muito melhor aqui! Que página dupla de abertura linda! A estética e as gags de mangá estão muito bem feitas e proporcionam os momentos certos de descontração na narrativa que está bem fluida. Há bastante informação logo no início, conheço bem pouco do cenário e boei em alguns nomes de planetas e tal, mas dá pra pegar muita coisa pelo contexto. Gostei da interação entre a dupla Bento Marabá e Háteras e eles já me cativaram para continuar acompanhando a história. A ideia de colocá-los numa nave que não é lá exemplo de conduta e boa linha vai render excelentes momentos de conflito para os dois que são mais "certinhos". A capitã Tereza Augusta também já chama a atenção pelo jeitão despojado apesar de ela deixar bem claro que de tola não tem nada. Aquela mensagem no início me deixou com a pulga atrás da orelha e coincidentemente temos um outro par de personagens curioso ali, será que é o mesmo Shadrach?

Esquadrão Trunfo: Roteiro de Alexandre Lancaster - Arte de Eudetenis
Ace: - Do pouco que vemos aqui tudo indica que essa será a série mais aventuresca das três apresentadas. A ideia de utilizar um time formado por pessoas atípicas com diferentes habilidades é bem bacana e pode dar bastante pano pra manga. Gostei do clima da ambientação: tem uma a trama séria por trás, mas carrega certo humor e espaço surpresas. A arte está bem bacana, achei bem limpa e funcional; o visual dos personagens me agradou bastante também.
Airechu: - Mostra basicamente a formação do tal Esquadrão Trunfo e apresenta alguns dos personagens com seus traços de personalidade. A arte de Eudetenis tá mais simples do que as que costumo ver por aí, provavelmente para agilizar a produção, mas ainda assim está competente e consegue transmitir bem o clima do Sabre nos quadrinhos. Deixa um gancho muito bom para a sequência, mas ainda tá cedo pra comentar mais da história.

Shadrach: Roteiro de Alexandre Lancaster - Arte de Altair Messias
Ace: - Apesar de Batalha dos Três Mundos ter me fisgado pelo conjunto da obra, é em Shadrach que tenho mais esperanças e eu explico o porquê. As outras duas séries trabalham bem os elementos maiores do cenário que são a própria Brigada Ligeira Estelar que o nomeia e a presença da nobreza e sua  influência sobre os mundos da Constelação do Sabre, mas essa promete explorar além e  mostrar outra faceta disso tudo. Tanto é que acho que a arte do Altair, menos "clean" é extremamente funcional pra ajudar a remeter a essa coisa do que se passa abaixo dessa autarquia, no nível dos habitantes do cenário. Fora que essa pegada de forasteiro altruísta de passado misterioso é garantia de aventuras e problemas por onde quer que vá.
Airechu: - Já chama a atenção a arte do Altair Messias que foge bastante do estilo mais limpo de BLE. Me lembra um pouco o do Lobo Borges no início de Ledd. A colorização parece aquarela. Deixa vários plots em aberto e já começa com a ação lá no alto. A personalidade justiceira do Shadrach já dá as caras e o evo sidekick dele tem bastante potencial.

Ace: - Depois de tudo que vi só tenho uma consideração a fazer: vai ser difícil esperar semana a semana, mês a mês, gostei bastante do que vi e quero ver mais!
Airechu: - É isso! Todas fisgam o leitor no começo e parecem bem promissoras! As artes divergem uma da outra, mas o universo de BLE é bem coeso para comportar bem histórias e arte tão variada quanto essas sem perder os elementos que tornam o cenário tão icônico e que você citou no post de apresentação. O mangá nacionalacaba de ganhar concorrentes de peso.

Multiverso X.:02 | O Hobbit ou Lá e De Volta Outra Vez


O Capitão Ace Barros, o navegador Airechu, a assistente de bordo Hall-e e o tripulante convidado Júlio Barcellos se reuniram para falar sobre uma das obras mais queridas da literatura mundial: O Hobbit. 
Ouça e se aventure por entre as páginas do livro, debata sobre os filmes do Peter Jackson, conheça os games, quadrinhos e animações que foram diretamente inspiradas por ela e saiba porque deve fugir da adaptação televisiva russa. Não, não é piada: fuja dela!

DURAÇÃO: 
1 h 29 min 53 segundos

COMENTADO DURANTE O PROGRAMA:

O Hobbit - o Livro: SKOOB - COMPARE & COMPRE - LOJA RECOMENDADA
O Hobbit - a Trilogia de Peter Jackson: DVDBLURAY
Curta Animado O Hobbit (1966, 12 min): Disponível no Youtube
O Hobbit - Adaptação Animada (1977, 1h 17 min): Disponível no Youtube
Adaptação Russa para a TV (1985, 1h 06 minutos): Disponível no Youtube
A Adaptação em Quadrinhos: COMPARE & COMPRE - LOJA RECOMENDADA
O RPG O Um Anel - Aventuras além do Limiar do Ermo: COMPARE & COMPRE - LOJA RECOMENDADA
O Hobbit - Tha Game (Sierra, 2003 - GC, PC, Xbox e PS2): VÍDEO 
LEGO - O Hobbit: TRAILER -  COMPARE & COMPRE - LOJA RECOMENDADA (PC)

COMENTADO DURANTE O  HOLODECK (Contatos e Recados)

Quadrinhos de Brigada Ligeira Estelar - Links das Séries no Social Comics

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Audioverso: Metric

Que o universo da música é tão apaixonante quanto o da literatura, o cinema e as artes ilustradas não há dúvidas! Portanto ele também merece seu espaço aqui no Multiverso X. A seção Audioverso é onde buscamos apresentar novos artistas e bandas, dando um pequeno aperitivo daquilo que de melhor eles têm a oferecer, bem como valorizar a sua arte e contribuir para o seu reconhecimento ao indicá-los para um novo público.
Hoje falaremos de Metric, uma banda canadense formada em 1998 em Toronto por Emily Haines (vocal e sintetizador), James "Jimmy" Shaw (guitarra, vocal e teremim) Josh Winstead (baixo) e Joules Scott-Key (bateria) e cujas músicas ecléticas englobam e se aventuram em elementos de synth pop, new wave, dance-rock, e música eletrônica.
O estilo musical da Metric é constantemente descrito como indie rock e os sons gerados por sintetizadores são proeminentes em suas canções. O som e o estilo musical da banda evoluíram e mudaram ao longo dos anos, partindo do downtempo em seus primeiros EPs e do álbum “Grow Up and Blow Away” (2001), para o new wave em “Old World Underground, Where Are You Now?” (2003), seguido do hard rock de “Live It Out” (2005) e do indie rock de “Fantasies” (2008) e finalmente para as batidas eletrônicas de Synthetica (2012). Algumas de suas músicas (como "IOU", "Succexy", "Combat Baby", "Monster Hospital") trazem mensagens pacifistas e anti-guerra.
A banda também já gravou e apresentou versões cover de canções de Bob Dylan, Pink Floyd, Pet Shop Boys, The Church, Blondie e muitos outros, bem como diversas versões acústicas de suas próprias músicas disponíveis em algumas versões de luxo dos seus álbuns. Metric também já teve diversas músicas usadas em trilhas sonoras de games (Rock Band 3, FIFA 2010, FIFA 2013...), séries de TV (House, Grey's Anatomy, CSI, One Tree Hill...) e filmes, tais como a faixa “Black Sheep” em Scott Pilgrim Contra o Mundo e “Eclipse (All Yours)” tema de encerramento de Eclipse, o terceiro filme d’A Saga Crepúsculo.
Além disso a banda e os seus álbuns já foram diversas vezes nomeados e premiados como reconhecimento de sua qualidade e trabalho. Entre os mais expressivos estão inclusos os títulos de Grupo do Ano e os de Álbum Alternativo do Ano de 2010 e 2013 por "Fantasies" e "Synthetica" durante o Juno Awards, uma das mais importantes cerimônias de premiação da indústria da música canadense.
“Pagans In Vegas”, o álbum mais recente e o sexto na carreira da banda foi lançado em setembro de 2015 e já tem como singles as músicas "The Shade", "Cascades", "Too Bad, So Sad", "Fortunes" e "The Governess". O álbum mantém a pegada de indie rock com a forte presença dos sintetizadores e retoma as batidas eletrônicas contagiantes de “Synthetica” enquanto explora toda potencia vocal de Emily em suas faixas.
Você pode conferir algumas das músicas da Metric nos vídeos abaixo e conhecer mais visitando o Site Oficial e os perfis da banda no Facebook, Youtube, Twitter e Instagram. Os álbuns, EPs e singles podem ser adquiridos em formato digital tanto na iTunes quanto na Playstore e estão disponíveis também em plataformas de streaming como o Spotfy e o Soundcloud.


Pílulas Azuis

Nesta narrativa gráfica pessoal e de rara pureza, por meio de um roteiro simples e de temas universais (o amor, a morte), Frederik Peeters conta sobre seu encontro e sua história com Cati, envolvendo o vírus ignóbil que entra em cena e muda tudo, e todas as emoções contraditórias que ele tem de aprender a gerenciar: amor, raiva, compaixão. Pílulas azuis nos permite acompanhar, sem nenhum vestígio de sentimentalismo, através de um prisma raramente (senão nunca) abordado, o cotidiano de uma relação cingida pelo HIV, sem deixar de lançar algumas verdades duras e surpreendentes sobre o assunto. Apesar da seriedade do tema, Pílulas azuis é uma obra cheia de leveza e humor. Não é à toa que é considerada por muitos a obra-prima de Frederik Peeters. Uma das mais belas histórias de amor já publicadas.
Título: Pílulas Azuis
Autor: Frederik Peeters
Editora: Nemo
Número de Páginas: 208


Conheci e passei a admirar o trabalho do quadrinista suíço Frederik Peeters através de sua aclamada série Aâma que mescla magistralmente ficção científica, suspense e humor adulto. Assim, quando soube que mais uma de suas obras chegaria ao Brasil,em meados de 2015 e também pela editora Nemo, já sabia que ia adquirir e ler ansiosamente e tal aposta e avidez não poderiam ter sido mais certeiras e recompensadoras. Outra vez Peeters superou todas as minhas expectativas!
Pílulas Azuis é um registro autobiográfico em quadrinhos. De início ela abarca uma curta parte da vida de Fred (como o autor é chamado na HQ), a partir do final de sua adolescência, quando em meados dos anos 90 conhece Cati numa festa na casa de um amigo e a história segue até os dias de hoje. Depois daquela festa e após algumas idas e vindas, ele e Cati começam a namorar e a guinada vem quando Cati, se sentindo segura o suficiente de seus sentimentos e do relacionamento com ele, revela que é soropositiva e que seu filho (fruto dum casamento anterior) por tabela também é. Fred a ama e está disposto a assumir o relacionamento incondicionalmente. Após cerca de um ano de relacionamento Cati insiste para que Fred conte para seus pais sobre a sua doença e relutando em fazê-lo é que ele tem a ideia de escrever a presente HQ.
De forma muito sensível nos é contado um pouco do cotidiano deles com todas as dúvidas, incertezas e assombrações advindas da presença do vírus, mas sem deixar de lado os aspectos universais que permeiam todo e qualquer relacionamento e nem os momentos felizes de cumplicidade, superação e amor pleno. Embora trate de um tema sério e até espinhoso, a HQ é conduzida com leveza, naturalidade e até um certo humor. Algo que eu só acho que tenha sido possível por ser o próprio Peeters com sua experiência de vida quem nos conta a sua história, diretamente e sem intermediários. Em dado momento a doença passa a ser vista não como um grande monstro a ser enfrentado mas sim como mais um dos vários problemas pelos quais qualquer casal em um relacionamento terá de lidar.
Infelizmente informações errôneas, fruto de senso comum e sem uma maior análise crítica de nossa parte podem nos levar ao erro e ao preconceito. As informações acerca do vírus, do tratamento e do relacionamento mostrados aqui são precisas e valiosas e vi muito do que eu achava saber sobre a Aids ser desconstruído pouco a pouco enquanto lia. Não existem empecilhos que impeçam portadores do vírus de viver uma vida plena e normal. Uma obra como esta cumpre um papel e presta um serviço de suma importância e relevância para a sociedade mesmo que a sua intenção não seja essa a princípio.
As ilustrações possuem um traço mais simples e cartunesco e só se aproximam das linhas mais realistas de Aâma em suas páginas finais criando o efeito de passagem de tempo desejado no epílogo. Chama a atenção a fluidez dos quadros e a capacidade do artista de imprimir em imagens tão simples todas as sensações e emoções implícitas naquelas cenas compondo um enredo vivo, envolvente e tocante. Pílulas Azuis é o perfeito exemplo do conceito de arte sequencial tal e qual concebido por Will Eisner em seu livro Quadrinhos e Arte Sequencial ou seja a modalidade artística que usa o encadeamento de imagens em sequência para contar uma história graficamente. Algo básico, mas que nem todas as HQs conseguem fazer de forma tão satisfatória.
A edição da Nemo é em brochura com capa cartão e papel off-set e conta com tradução de Fernando Scheibe e vale mencionar também o trabalho de letreiramento de Guilherme Fagundes que casa perfeitamente com a arte original.
Ouso dizer que Pílulas Azuis logo logo figurará em listas de melhores quadrinhos ao lado de grandes e conhecidos figurões, tais como Retalhos, Persépolis e Maus. Ela cumpre o papel de entreter e informar e vai além ao elucidar e desconstruir mitos e preconceitos de senso comum com relação a vida dos portadores do vírus enquanto nos brida com uma belíssima história de amor. Não era para ser assim mas às vezes precisamos de um gatilho que nos faça parar e pensar e ver como nossos valores e atitudes podem estar completamente equivocados. Quando uma obra é capaz de te tocar e mudar de uma forma tão positiva, nem que seja um pouquinho, ela já é digna de nota. Neste quesito, Pílulas Azuis de Frederik Peeters vai ainda além sendo duma preciosidade e relevância que apenas muito raramente temos a oportunidade de ler. Indispensável!

Brigada Ligeira Estelar na Social Comics

Talvez alguns de vocês ainda não conheçam, mas os leitores mais antigos do Multiverso X muito já leram sobre o cenário de RPG nacional Brigada Ligeira Estelar criado pelo Alexandre Lancaster e ambientado no sistema 3D&T Alpha. O clima das aventuras espaciais e robôs gigantes que muito remetem às clássicas animações japonesas, as disputas de capa e espada, as intrigas palacianas entre os aristocratas, as ameaças galáticas e os romances proibidos na corte e abaixo dela. Todos esses elementos sempre despertaram interesse em desbravar a Constelação do Sabre e além, mesmo entre aqueles que nunca na vida jogaram RPG.
A cada novidade sobre o cenário, cada vez mais a vontade de entrar naquele mundo ficava evidente. Nos comentários - aqui no blog e fora dele - muitos pediam por produtos que expandissem o universo de Brigada Ligeira Estelar. É claro, isso já estava nos planos do autor, mas provavelmente duvido que mesmo sabendo/esperando isso você estivesse pronto para algo assim: Brigada Ligeira Estelar não vai estrear com apenas uma série em quadrinhos, mas com cinco delas: Batalha dos Três Mundos, Shadrach e Esquadrão Trunfo, e as duas novas séries (cujos nomes serão liberados) serão anunciados em breve.
Pois é! As séries de Brigada Ligeira Estelar serão divididas em capítulos curtos e publicados semanalmente de forma alternada - as séries serão mensais, mas toda semana haverá um capítulo de uma dessas séries no Social Comics -  e futuramente serão publicadas em compilação pela Jambô EditoraOu seja: se você não gosta de quadrinhos de digitais terá que esperar um pouco, mas NINGUÉM ficará de mãos abanando!
E agora vamos ao que interessa: eis suas sinopses e responsáveis pelas três séries já anunciadas!


BATALHA DOS TRÊS MUNDOS — Arte de Israel de Oliveira

Os oficiais Bento Marabá e Háteras (um cão geneticamente modificado) embarcam na Belonave Almirante Calaveira — a nave com a pior reputação entre a Marinha Estelar Imperial, comandada pela igualmente mal-afamada Capitã Monte Castelo. Mas uma simples missão de caça a piratas espaciais revela segredos atrás de segredos, e o que está para ser revelado mudará para sempre a face da Constelação do Sabre.


ESQUADRÃO TRUNFO — Arte de Eudetenis

A princesa-regente do planeta Forte Martim precisa de um esquadrão de pilotos de elite para missões especiais contra as milícias que querem apeá-la do poder. Infelizmente, caso ela desvie ases de primeira linha da frente de combate em meio a uma guerra, seus inimigos políticos se aproveitarão disso. Só resta escolher um time composto não pelos melhores, mas pelos mais… inusitados — e essa unidade será conhecida como o Esquadrão Trunfo!


SHADRACH — Arte de Altair Messias

Seu nome é Hananiah Shadrach. Ex-militar. Caçador de tesouros e recompensas. Dono de uma reputação conhecida e temida. Um homem que trabalha ou por um preço ou pela perspectiva de ganhos, em meio às estrelas da Constelação do Sabre. Por mais que vá negar, e ele o fará, Shadrach carrega um grande senso de justiça… e uma vez que ele escolha seu alvo, ele irá até os mais longos confins do espaço até encontrá-lo!

Confessa: você também ficou com vontade de acompanhar essas histórias, não é? Eu garanto que estou e em breve prometo trazer resenha de todas as três séries, informações sobre as duas restantes e um aviso sobre quando estarão disponíveis.

Mares de Sangue

Após uma batalha brutal no submundo do crime, o golpista Locke Lamora e seu fiel companheiro, Jean Tannen, fogem de sua cidade natal e desembarcam na exótica Tal Verrar para se recuperar das perdas e feridas. Porém, mesmo no extremo ocidental da civilização, não conseguem descansar por muito tempo e logo estão de volta ao que fazem de melhor: roubar dos ricos e embolsar o dinheiro.
Desta vez, eles têm como alvo o maior dos prêmios, a Agulha do Pecado, a mais exclusiva casa de jogos do mundo, onde a regra de ouro é punir com a morte qualquer um que tente trapacear. É o tipo de desafio a que Locke não consegue resistir... só que o crime perfeito terá que esperar.
Antigos rivais dos Nobres Vigaristas revelam o plano a Stragos, o ambicioso líder militar verrari, que resolve manipulá-los em favor de seus próprios interesses. Em pouco tempo, a dupla se vê envolvida com o mundo da pirataria, um trabalho inusitado para ladrões que mal sabem diferenciar a proa da popa de um navio.
Em Mares de sangue, Locke e Jean terão que se mostrar malabaristas de mentiras, enganando todos ao seu redor sem a mínima falha, para que consigam sair vivos. Mas até mesmo isso pode não ser o bastante...
Título: Mares de Sangue
Série: Nobres Vigaristas - Vol. 2
Autor: Scott Lynch
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 514


Quando um livro te captura e te entrega não apenas diversão, mas uma enorme qualidade, é quase uma certeza que se houver uma sequência - que faça sentido, afinal ninguém merece caça-níquéis baratos - você irá atrás dela. As vezes isso acontece e você só tem a opção de esperar o lançamento do desejado volume daquela série. Uma triste angustia...
Ainda bem que quando adentrei nesse novo mundo a Editora Arqueiro já havia lançado três volumes da série. :) Até que precise esperar pelo quarto volume já me satisfiz desbravando com prazer as desventuras dos Nobre Vigaristas.
E tão boa quanto a de As Mentiras de Locke Lamora, foi a leitura de Mares de Sangue...
Após o desenrolar dos eventos narrados no primeiro volume da série, os Nobres Vigaristas Locke Lamora e Jean Tannen deixam Camorr para trás na esperança reconstruir suas vidas em Tal Verrar, no extremo ocidente. Abalados pelas perdas, os servos fieis do Treze Sem Nome, precisam deixar o descanso de lado, reencontrar sua vocação para o crime e fazer o aquilo que fazem de melhor: roubar dos ricos e embolsar o dinheiro.
Em meio a execução de um arriscado golpe no grande "cassino" Agulha do Pecado, onde a regra de ouro é punir com a morte qualquer um que tente trapacear, antigos inimigos voltam para tornar as coisas mais difíceis. Para ser sincero: muito mais difíceis.
Conhecendo o segredo de Locke e Jean graças ao auxílio dos vingativos Magos-Servidores, Maxilan Stragos - o Arconte de Tal Verrar - resolve manipulá-los e forçá-los a trabalhar em favor de seus próprios interesses. O líder militar verrari precisa que os Nobre Vigaristas se lancem ao mar para convencer piratas a atacarem os portos do reino para assim no comando de sua marinha, tornar-se herói e recuperar sua autoridade diminuída pelos tempos de paz.
Locke e Jean precisam a todo o tempo usar suas mentes e habilidades para encontrar uma forma de libertar-se do domínio do Arconte, sobreviver a jornada em meio aos piratas e voltar para finalizar seu audacioso plano na Agulha do Pecado. E por fim, talvez apenas isso não seja o bastante. Será preciso ir além...
Em Mares de Sangue, Scott Lynch nos trás de volta os seus Nobres Vigaristas, mantendo sua já apresentada agradável e fluida narrativa em terceira pessoa e seus interlúdios informativos. Apesar de estar em plena expansão de seu cenário, o ritmo imposto pelo autor permanece ágil apesar da grande quantidade de informações que passa a cada página, tornando a leitura agradável. A linguagem utilizada pelo Lynch permanece também simples e de fácil entendimento, e embora graças ao descostume com os jargões navais fiquemos confusos em alguns momentos não chega a atrapalhar bom andamento da leitura.
A tão elogiada construção do cenário elogiada na resenha do volume anterior se torna ainda mais digna de nota. Deixamos os ares itálicos que permeavam Camorr e seus canais, e somos levados a conhecer mais a fundo culturas apenas citadas em As Mentiras de Locke Lamora. Mais especificamente Tal Verrar e suas proximidades, e também os mistérios que rondam as ilhas piratas dos Ventos Fantasmas. Com cada vez mais cor e graça, o cenário se mostra ainda mais rico e envolvente; não é só repleto de informação para dar grandeza, é repleto de informação para que os detalhes lhe convençam que por mais diferente que aquela realidade lhe pareça, ainda sim seja plenamente palpável. Das vestes a cultura popular com suas datas, festejos e cultos, das regras e leis aos tratados não escritos, cada elemento te encaminha para uma imersão profunda e encantadora.
Lynch insiste em brincar de surpreender o leitor com seus plots, tramas e sub-tramas, e cada informação dada no avançar das páginas pode ser útil para compreensão dos fatos em algum momento. É bom prestar atenção nisso. Sendo assim não podemos esquecer de um elemento decisivo para que fiquemos grudados nas páginas do livro: as personagens. Lamora e Tannen voltam a nos conquistar com sua lealdade, seus golpes bem arquitetados, e com uma inocência que os coloca várias vezes em risco. A amizade da dupla é testada em diferente momentos da trama e você teme pelo pior. Conhecemos também coadjuvantes intrigantes como Requin, o proprietário da Agulha do Pecado, e sua esposa e segurança Selendri, outros ocultos como Merrane e  outros nem tanto como o Arconte Stragos. É claro temos aqueles que além de ter uma grande importância na trama te ganham pela postura e carisma como a capitã Zamira Drakasha e a tenente Ezri Delmastro. Ambas são mulheres independentes que por nada no mundo abririam mão do controle de suas próprias vidas e do que conseguiram no mar.
Mares de Sangue é uma história com aventura, romance, amizade em uma corrida contra o tempo para os protagonistas, mas também com aquela riqueza de detalhes que agrada aqueles como eu. A cada etapa ouso dizer que a série Nobres Vigaristas se torna mais instigante e apaixonantes, e se começada duvido muito que tenha vontade de parar. Concordo plenamente, dessa vez com as palavras da Locus Magazine ao dizer que: "Nenhum crítico pode deixar de admitir as qualidades inesgotáveis de Lynch: sua inventividade, sua audaciosa construção de mundos, sua caracterização cativante."

Sentimentos à Flor da Pele



                                                                                                                                                                                                                                                                                             Acostumados a discutir literatura, 10 podcasters literários – dos programas 30:MIN, CabulosoCast, LivroCast, LiterárioCast e Drone Saltitante – tiveram de escolher sentimentos e transformá-los em personagens dominantes de seus contos. O resultado é um livro pequeno, mas como dito em uma frase de Sandman: “Algumas coisas são grandes demais para serem vistas. Algumas emoções enormes demais para serem sentidas.”                                                                                                                                                                                                                                                                                           
Título: Sentimentos à Flor da Pele
Editora: Independente (Financiamento Coletivo)
Autor: Anna Schermak, Andrey Lehnemann, Cecilia Garcia Marcon, Domenica Mendes, Igor Rodrigues, Jefferson Figueiredo, Lucas Rafael Ferraz, Marcelo Zaniolo, Mateus Lins e Vilto Reis.
Número de páginas: 132


Viabilizada por meio de financiamento coletivo no Catarse em dezembro de 2015 a antologia Sentimentos à Flor da Pele é um projeto colaborativo e independente que reúne dez contos escritos por podcasters literários brasileiros. Inspirados pelos Perpétuos de Neil Gaiman, eles partiram do princípio de contar histórias em que sentimentos diversos tomam formas, são pessoas ou assumem personalidade. Mas não espere pelos sentimentos mais óbvios e tampouco por histórias leves e despretensiosas.
Vou comentar brevemente minhas impressões sobre os contos, mas não vou citar os sentimentos escolhidos pelos autores, já que uma das brincadeiras da antologia é tentar descobrí-los enquanto lê, e nem contar muito sobre os plots pois os contos são bem curtos e isso pode estragar a surpresa de quem ainda vai ler:
Aquele Terno e Aquele Maldito Gato, de Anna Schermak (ex-participante do LiterárioCast): possui bons momentos e lida com um tema denso: o tráfico de mulheres. Achei que careceu de um desenvolvimento melhor para gerar empatia e trabalhar alguns conceitos que ficaram perdidos ao final da leitura, como o próprio homem de terno com um gato referido no título é os conselhos rememorados pela protagonista.
O Bosque Da Depressão, por Andrey Lehnemann (participante do LivroCast): tem uma pegada perturbadora, inquietante e aflitiva que me fez gostar instantaneamente do conto, além de ser muito bem escrito, cadenciado e transmitir bem o sentimento escolhido pelo autor. Sem dúvidas o melhor conto da antologia.
Existe Amor Na Rua Paiquerê, por Cecilia Garcia Marcon (participante do 30:MIN): este te fisga pela construção da história, que vai numa crescente até o final surpreendente e também está entre os meus favoritos da antologia. Fala de um amor platônico e está longe de ser piegas.
Mais Uma Bomba Caiu No Meu Jardim, por Domenica Mendes (participante do CabulosoCast): traz uma temática de guerra e distopia. O sentimento personificado na figura da mãe não poderia ser melhor trabalhado. Tarde demais! Terminei de ler chocado e não acreditando que aquilo pudesse estar acontecendo. Também ficou entre os favoritos.
Sua Herança, por Igor Rodrigues (host do Drone Saltitante): te deixa curioso logo no início ao apresentar duas mulheres conversando sobre traição num bar e dá uma baita guinada no final. É um dos que merecia mais espaço pois achei o final um tanto quanto corrido.
O Grande Duelo, por Jefferson Figueiredo (participante do 30:MIN): o título já diz tudo, é um grande acerto de contas entre dois personagens. Bebe bastante da atmosfera dos filmes de faroeste além de possuir uma das melhores frases de abertura de todo o livro: “Enquanto tomava café, decidi que iria matá-lo.”, simples assim.
N. A.(Nostálgicos Anônimos) por Lucas Rafael Ferraz (participante do CabulosoCast): curioso como um sentimento tido como aprazível pode ser encarado como a pior das doenças. Traz um ótimo conceito que talvez poderia render algo muito maior que um conto.
Onde Não Deveria Estar, por Marcelo F. Zaniolo (host do LivroCast): foi o conto que mais se aproximou da proposta de personificação de um sentimento nos moldes dos Perpétuos. Apesar do pouco espaço, o autor conseguiu caracterizar bem os personagens principais bem como inserir elementos narrativos bem criativos e divertidos para tratar do conflito entre eles.
Ratos Em Sangue, por Mateus Lins (participante do LiterárioCast): é um dos contos mais pesados do livro trazendo uma atmosfera dramática e melancólica num cenário marcado pela guerra e aquilo que de pior ela pode trazer.
Peixe Fora d’Água, por Vilto Reis (host do 30:MIN): aborda o fanatismo religioso e o autoritarismo num conflito familiar entre pai e filho. Possui uma boa construção e um final aberto cuja interpretação mais óbvia já é por si só bem impactante.
A edição física é em formato pocket, com abas e papel pólen e possui uma diagramação interna esmerada e funcional. Não notei erros de revisão durante a leitura. O layout da capa diz pouco sobre os contos e as suas propostas, mas acho que o maior defeito tenha sido o tamanho do livro, pois senti que alguns dos contos se restringiram demais para caber no curto espaço disponível e não se aprofundavam como poderiam em suas premissas.
Alguns dos contos fugiram da proposta inicial da antologia ao não apresentar a personificação do sentimento escolhido, mas no saldo final considero a leitura positiva. Boa parte deles apresentaram histórias fortes, fazendo jus ao título da antologia e me surpreendi muito durante a leitura. Em alguns também é possível notar traços dos gostos literários e preferências de cada autor que já conhecemos previamente das suas opiniões expressas nos respectivos programas que participam.
Como um primeiro trabalho conjunto da podosfera literária a antologia é muito bem vinda, propiciando, além de um bom entretenimento, uma amostra da qualidade literária de pessoas que até então apenas ouvíamos. Fica agora a expectativa para ler contos de podcasters que não participaram e por uma segunda edição. “Sentimento à Flor da Pele” pode ser adquirido em versão ebook na Amazon ou impressa diretamente com os autores.


Financiamento Coletivo: Tiny Little Bastards



Titulo: Tiny Little Bastards
Produtora: Overlord Game Studio
Criação: João Requião, Yan Magalhães, Davi Lisboa, Marcelo Ribeiro, André Colares, Bernardo Castro, Lucas Giangiarulo, Luan Luminato
Tipo: 
Action RPG de Plataforma 2D


O mercado de jogos digitais no Brasil está em expansão e cada dia surgem surpresas bacanas como Tiny Little Bastards, um Action RPG de Plataforma 2D sobre três irmãos vikings em um mundo caótico sem cerveja!
O jogo produzido pelo Overlord Game Studio será lançado para PS4, Xbox One, Windows, Mac e Linux, mas para isso precisa do seu apoio para ser financiado. Então vamos conhecer o projeto!

Tiny Little Bastards é um Action RPG de plataforma em 2D que conta uma história única do amor de três irmãos por suas cervejas.
Surpreendidos por irritantes Goblins que saqueiam a sua taverna, Ivarr, Helga e Ubba agora precisam empunhar suas armas e recuperar sua cerveja roubada, viajando por um mundo assolado pela seca de cerveja causada pelos pequenos bastardos
O jogador poderá escolher entre um dos três irmãos e explorar um mundo bizarro, repleto de desafios e armadilhas e dominado por goblins, atravessando calabouços dentro de abóboras gigantes, viajando até a lua e interagindo com os mais incomuns aliados!
Pelas jornadas por Bjorfold, diversos personagens carismáticos irão entrar em seu caminho, tanto para ajudar como atrapalhar as jornadas dos irmãos em busca da verdade - encontre sábias vacas, espantalhos possuídos e ovelhas voadoras. Muitos deles interagirão com o jogador por meio de quests e diálogos.



A jogabilidade de Tiny Little Bastards une elementos de jogos de plataforma com a profundidade de customização de ARPGs, incluindo Dungeons, sistemas Talento e Crafting, manipulação de estatísticas por diversas maneiras, além de se pautar em processo de escolha de diálogos que pode alterar o rumo da história.
Ivarr, Helga e Ubba utilizam da pouca cerveja que encontram em suas jornadas para lançar habilidades poderosas, todas customizáveis através do sistema de talentos: Ivarr pode causar terremotos e furiosos arrotos, Helga se baseia em seu escudo para se proteger e contra-atacar oponentes enquanto Ubba usa seu arco e flecha para acertar inimigos a distância e armadilhas para controlar os campos de batalha.
Um bom timing, gerenciamento de recursos, conhecimento de padrões dos inimigos e escolhas inteligentes para construção de personagem são o que fazem o combate de Tiny Little Bastards divertido mas perigoso!
Por meio de diversos NPCs espalhados pelo mundo e combinando pés de goblin, tortas estragadas, moscas-sapo, entre outros ingredientes, o jogador pode criar poções, gemas ou bugigangas estranhas que geram os mais variados resultados. 
Gemas podem ser equipadas para afetar atributos básicos como fazerem pianos cairem do céu sobre seus oponentes! Diferentes receitas poderão ser encontradas pelo mundo, algumas escondidas e outras apenas descobertas por meio de experimentação e sorte!

Para quem não conhece, o funcionamento de um financiamento coletivo é simples: Os objetivos são esclarecidos na página da campanha e as recompensas são apresentadas, o apoiador escolhe entre as possibilidades com quanto irá contribuir já sabendo qual será a sua recompensa. Quando a meta não é alcançada o dinheiro é devolvido, e em algumas campanhas quando o valor estipulado, é ultrapassado metas extras que bonificam aqueles que contribuíram (não necessariamente todos, isso varia de recompensa para recompensa e de campanha para campanha).
O projeto do jogo Tiny Little Bastards já está em financiamento coletivo pelo Catarse (https://www.catarse.me/tiny_little_bastards), para arrecadar através dos apoios dos gamers e entusiastas, a meta de 30 mil reais. A campanha será do tipo 'tudo ou nada', ou seja, se durante os 2 meses de campanha o valor total for atingido, o jogo irá para a produção e todos os apoiadores receberão suas recompensas. Caso a meta não seja atingida, todos recebem de volta o valor investido.
A campanha vai disponibilizar tipos diferentes de apoios, com valores diferenciados, para atender a todos os interessados. Por exemplo, para quem quiser apoiar o projeto e receber uma cópia digital do jogo deverá investir apenas R$ 15,00. Ainda serão disponibilizados conteúdos extras, como trilha sonoro, camisetas, posters, e outros. 
Não esqueça de conferir a página do projeto para descubrir mais informações sobre o jogo: quais exatamente são as recompensas, detalhes sobre como jogar, quais são os extras, os recursos adicionais, etc.
Apoie, divulgue e prepare-se para recuperar a sagrada cerveja dos irmãos taberneiros!


Social Comics

O mercado editorial de quadrinhos tem crescido bastante nos últimos anos. Diversas são as editoras que aos poucos estão abraçando produtores nacionais e internacionais, e os quadrinhos independentes a cada dia estão buscando novos meios para mostrar-se ao público. Contudo temos que considerar que apesar desse investimento a distribuição sempre foi um problema, principalmente para os menores; encontrar títulos independentes fora das feiras especializadas é relativamente difícil e com isso deixamos de conhecer diversas obras bacanas.
Uma solução para essa questão talvez ainda esteja distante (ou não, quem sabe), mas existe uma alternativa bastante interessante e acessível para editoras, autores e leitores: o Social Comics.
Desde Agosto de 2015 os leitores de todo o Brasil podem assinar o Social Comics, plataforma de streaming de Quadrinhos, com um conceito similar à Netflix, que disponibiliza mais de mil histórias em quadrinhos no formato digital. 
O serviço custa R$ 19,99 por mês, e está disponível na versão web, e através de aplicativos para tablets e/ou smartphone Android e iOS. Os novos assinantes podem experimentar a plataforma por 14 dias, gratuitamente, e a assinatura oferece acesso ilimitado a todo o conteúdo disponível. Acho bom deixar claro um ponto importante e que assusta alguns: mesmo para testar o serviço é preciso cadastrar um cartão de credito, assim como no Netflix, mas não se preocupem é possível cancelar a assinatura posteriormente de forma fácil pelo próprio aplicativo.
Recentemente recebi do Catarse - por apoiar financeiramente o financiamento de quadrinhos nacionais - um desconto de três meses (olha aí fazer bem compensando) e resolvi testar o serviço. Aqui devo dizer a vocês que a experiência foi extramente positiva - não atoa estou divulgando aqui e a Hall-e também o fez durante o episódio de estreia do podcast do Multiverso X (ouve lá) - e vou abordar os porquês. 
Antes de mais nada, temos que ir ao ponto que interessa: o Social Comics tem um acervo vasto, em constante expansão, que faz valer a quantia cobrada. Quem tem o costume de comprar quadrinhos e encadernados sabe que irá gastar em uma edição lançada por editoras grandes - mesmo em formato digital - uma quantia maior que os R$ 19,90; mesmo que fique apenas durante um mês no serviço poderá desfrutar de quantos títulos conseguir.
O leitor deve levar em consideração também que ele não encontrará, ao menos não por enquanto, os quadrinhos mais vendidos nas bancas brasileiras (grande parte dos mangás, quadrinhos da Marvel, DC e Mauricio de Sousa, etç). Contudo, o serviço possui  exemplares das maiores editoras do gênero do país, como a Devir, a JBC, a HQM (que tem os direitos da editora Valiant no Brasil), a Mythos (com títulos da Editora 2000 Ad), Editora Nemo (do Grupo Editorial Autêntica), Editora Draco e a revista Mundo dos Super-Heróis. Colocando na balança isso ainda é uma grande vantagem.
Além dessa vantagem visível, é bom prestar atenção na imensa quantidade de obras já publicadas e outras inéditas de autores independentes (algumas até premiadas). Aqui se forma uma excelente oportunidade para “arriscar” sem nenhum custo adicional conhecer um novo título ou um novo autor. E isso é benéfico para ambos os lados!
Para aquele que ainda está travado no pensamento "prefiro o formato físico é mais legal" tenho também uma utilidade para o Social Comics: selecionar os títulos da sua coleção. Você não precisa consumir apenas através da ferramenta, mas pode utilizá-la para conhecer as obras e comprar em exemplar físico apenas as que mais te agradarem! Simples e eficiente. :)
Em resumo: você não sai perdendo NADA por testar pelo menos os 14 dias grátis oferecidos pelo serviço e tem muito a ganhar ao continuar assinante. Pode apostar nisso!
O serviço tem tudo para ser benéfico para os leitores, e também autores e editoras que abraçarem a ideia. Ainda mais depois do investimento de 2 milhões do Grupo Omelete, que pretende em algum tempo tornar o serviço internacional. Se agora já temos a chance de descobrir e apreciar muitos títulos que dificilmente teríamos contato devido a alguma limitação - seja do autor independente ou falta de atenção devida por parte de editoras - imagina quando a coisa crescer ainda mais...



O Rei Amarelo em Quadrinhos

A redescoberta da obra de Robert W. Chambers, autor dos contos sobre a peça de teatro maldita O Rei Amarelo, inspirou essa coletânea com oito histórias em quadrinhos cheias do mais doentio horror em preto, branco e amarelo.
São 164 páginas macabras inspiradas pela leitura do livro amaldiçoado, visões amareladas que forçaram os artistas a realizar histórias originais que destruíssem tudo à sua volta, até eles mesmos.
A organização do álbum enlouqueceu Raphael Fernandes, que aprisionou um time de quadrinistas formado por Pedro Pedrada, Tiago P. Zanetic, LuCAS Chewie, Mauricio R. B. Campos, Péricles Ianuch, Airton Marinho, Marcos Caldas, Erik Avilez, André Freitas, Tiago Rech, Victor Freundt, Rafael Levi, Samuel Bono e Raphael Salimena. Todos enclausurados por uma sinistra capa de João Pirolla.
O Rei Amarelo em Quadrinhos é o terror na sua forma mais bruta, trazendo imagens cativantes e perturbadoras interpretações para a busca por Carcosa. Mas, acima de tudo, é um mergulho em um poço ocre onde a esperança de emergir para a realidade não passa de um sonho em duas cores.

Título: O Rei Amarelo em Quadrinhos
Editora: Draco
Organização: Raphael Fernandes
Número de páginas: 164


Lançado durante o 9º FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos, em Novembro de 2015, O Rei Amarelo em Quadrinhos se inspira na mitologia amarela do clássico de horror de Robert W. Chambers, O Rei de Amarelo, para compor novas histórias com alguns dos elementos mais sombrios e perturbadores da obra original.
Composta por um time de 14 roteiristas e artistas, a coletânea conta com 8 histórias que variam no tom e no estilo, tendo como elemento de coesão a inquietante presença amarela, tanto do livro amarelo com sua peça maldita que corrompe e destrói a vida e a mente de quem se dispõem a lê-lo quanto os elementos míticos e místicos dela tais como Carcosa, Hastur, Cassilda, Istar e o próprio Rei de Amarelo.
Já falei sobre O Rei de Amarelo e de sua influência na literatura de horror ao longo dos mais de 120 anos da data de sua publicação original em 1895 na resenha do livro. Esta HQ perpetua e expande o universo ficcional de Chambers para outras fronteiras aumentando ainda mais o fascínio macabro que a cor maldita é capaz de exercer no leitor e comprova a alta qualidade e o cuidado da Draco com as suas publicações de quadrinhos. Não vou comentar cada história como fiz com o livro mas quero citar três das minhas favoritas:
“Fantasmas na Máquina” com roteiro e arte de Pedro Pedrada traz os elementos do horror amarelo para um cenário atual com redes sociais bem como uma crítica contundente ao nosso comportamento, expondo a maneira com que encaramos o medo e a loucura hoje. Nela uma mulher recebe o livro amaldiçoado por engano numa compra online e assim que o lê recebe um convite para participar de uma nova rede social. Não preciso dizer que a sua vida nunca mais será a mesma… É apenas a primeira história da antologia e posso dizer que o impacto e o baque que ela causa no leitor já faz a HQ se pagar.
“A Rainha de Amarelo” conta com a ilustre presença do escritor e poeta Edgar Allan Poe como um personagem. Num cenário vitoriano ela ele tem contato com a peça fictícia e fica obcecado com a mística por detrás dela. A presença de uma autômato e de vários dos elementos da peça nos quadrinhos me chamaram muito a atenção, bem como a arte de Péricles Ianuch, uma das minhas favorita da coletânea. O roteiro de Maurício R. B. Campos é instigante e é bem fiel ao clima dos contos de Chambers.
“Medíocre” com arte e roteiro de Raphael Salimena é a história que encerra a coletânea e traz um crítico literário que considera o tão afamado O Rei de Amarelo como algo… medíocre, não vendo nada demais na peça e que valesse ser cultuado como alta literatura. Inconformando-se com o quanto ela é elogiada e consumida, ele indigna-se cada vez mais com a sua popularidade. A.virada vem com uma grande epifania que nos faz refletir sobre o quanto da ficção e da loucura da peça não são realmente ficção. A loucura pode não estar no livro mas em nós mesmos.
Além das excelentes histórias o álbum também chama a atenção pelo seu projeto gráfico incomum. Todas as histórias foram compostas em duotone e as únicas cores presentes nele são o preto e branco e o amarelo o que além de criar uma estética peculiar contribui para a imersão no simbolismo desta cor. As páginas internas em couche são de ótima qualidade e a capa ilustrada por João Pirolla me fez cobiçá-lo tão logo vi a notícia de seu lançamento. Há pequenos erros de revisão em alguns balões mas nada que prejudique a experiência de leitura.

Além de nos divertir e entreter também é papel da literatura (e dos quadrinhos, por que não?) nos tirar da nossa zona de conforto e nos causar reações. Isto tanto o livro quanto a HQ fazem com louros. O Rei Amarelo em Quadrinhos é uma ótima pedida para os fãs de literatura de terror e horror e de quadrinhos mais sombrios e com temáticas adultas. Suas histórias perturbadoras e viscerais e seu clima claustrofóbico e apavorante despertaram imediatamente minha curiosidade pelo clássico livro de Chambers cuja leitura, confesso, eu postergava já há um bom tempo. As histórias narradas aqui são ainda mais ousadas em suas premissas do que as do livro e me fisgaram completamente. Recomendo demais!