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Dragões de Éter Vol.1 - Caçadores de Bruxas






Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas. Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer...                                                                                                                                                                                                                                                         
Título: Dragões de Éter Vol.1 - Caçadores de Bruxas
Série/Saga: Dragões de Éter 
Autor: Raphael Draccon
Editora: Leya
Ano: 2013
Páginas: 440

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Os leitores mais antigos do blog sabem o quanto sou defensor da literatura nacional, em especial a fantástica. No entanto, existia até então um autor muito bem falado na rede que eu particularmente não simpatizava, mesmo não entendendo uma razão em especial. Seu nome: Raphael Draccon. Como sabem eu não sou de julgar as coisas sem conhecer, e quando uma promoção com o Box da Trilogia Dragões de Éter apareceu eu resolvi dar chance de conhecer o trabalho desse autor, mas hoje falarei apenas do primeiro livro. 
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E a chance foi recompensada com uma boa história...
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Diferente do que o título te faz esperar, esse não é um livro sobre dragões, mas sim sobre o Éter, o etério, o intangível e imaginário. É isso cria o mundo, ou melhor, os mundos. O Éter é a essência dos criadores. Pode achar estranho o que falo agora, mas depois de ler, com certeza entenderá.
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Dragões de Éter, é um livro fantástico para o público dos Jovens Adultos, repleto de referências à cultura pop, e linguagem adolescente, sem deixar de usar recursos obscuros do mundo adulto. Tenho que confessar que ver a linguagem com gírias e gritinhos das fãs do príncipe, me irritou. Talvez seja o costume de ver outros livros com uma linguagem mais formal, mas dou ponto ao autor pela ousadia de arriscar dessa forma.
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A história logo de cara nos surpreende ao mostrar que o mundo de Nova Ether não é tão desconhecido assim. Os contos de fadas são reutilizados e reformulados, tais como Chapeuzinho Vermelho, João e Maria e até o infame Capitão Gancho. Pode te parecer estranho logo no início, mas ao acompanhar o desenrolar da história enxergamos o sentido das coisas. Mas não pense que só de personagens conhecidos vive o livro, personagens novos são introduzidos e tornam tudo aquilo que conhecíamos antes algo novo, e é isso que todos querem. Novidade.
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Mas não só de elogios vive o homem...
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A história é contada por um narrador bem parcial e temperamental, que não pensa duas vezes antes de expor suas idéias sobre o que está acontecendo na trama. Às vezes, o  narrador exagera um pouco na dose e deixa o texto cansativo, e suas interrupções não acrescentam muito ao livro, mas logo entra de volta na trama e prende nossa atenção com afinco. Admito que há necessidade de avançar bastante na leitura para se empolgar. Mas julgo tal intervalo necessário, pois nestas páginas iniciais, o autor prepara as peças no tabuleiro, para só então mostrar a natureza de seu jogo. Os capítulos curtos devem ser medidos na balança, pois ora tonam o livro mais fácil de ler, ora quebram o clima de um outro capitulo nos ponde em algo chato.
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Para terminar, vou dizer que o livro vale a pena ser lido por causa das lições filosóficas incrustadas. Pois esses detalhes são apresentados com delicadeza e sutileza, e nos remetem tanto a moral dos contos de fadas quanto a importância da leitura e da crença. Esse ponto foi o que me capturou. Mesmo sendo esse o primeiro livro do autor, ele já mostrava potencial e talento, e por isso tem meu respeito.