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Kimaera: Dois Mundos







Em um mundo desértico, Ytsar, uma jovem escrava, luta contra a opressão dos clãs. Em um mundo gélido, Aleph, um jovem guerreiro, luta contra a tirania dos batalhões.

Em suas jornadas, Ytsar e Aleph irão descobrir uma profecia sobre a volta de uma era de justiça e bondade. Também irão descobrir que, para concretizar essa profecia, deverão se unir — mesmo que para isso precisem cruzar a barreira que separa seus mundos.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               
Título: Kimaera - Dois Mundos
Autor(a): Helena Gomes
Série: Kimaera
Editora: Editora Jambô - Páginas: 432
Lançamento: 2009



Escrito pela autora nacional Helena Gomes, que em apenas um livro conseguiu a proeza de entrar para o hall dos meus favoritos, Kimaera conta a história de dois jovens separados por dois mundos completamente diferentes. Ytsar, mulher, jovem, escrava, oprimida por uma realidade tão árida quanto o mundo deserto em que vive. Logo após a primeira menstruação é levada a cama do patriarca onde aprende a servir um homem como toda mulher deve servir, e ao engravidar tem seu filho tomado para satisfazer o dono pois sua mulher não tinha mais idade. Aleph, jovem, guerreiro, cheio de dor e magoa sem lagrimas para chorar em seu mundo frio. Aos quinze anos é um jovem soldado anistiado após a derrota de sua companhia para o tirano Goliah, afoga as mágoas em cerveja e confusão tentando esquecer que cremara o corpo do pai um dia antes. Ambos tem um mesmo pensamento, e o eco de um reverbera na mente do outro: A vida não pode ser apenas dor e sofrimento... A vida tem que ser mais do que isso!
A partir desse momento começamos a conhecer a realidade dos dois, e a cada novo passo um pouco mais sobre a ligação que nasce entre eles. O plano fundo fantasioso do enredo torna-se apenas um detalhe e não o principal quando acompanhamos a trama cheia de problemas que também enfrentamos em nossa realidade. Relacionamentos, preconceito, amor e ódio, conflitos entre pais e filhos, descriminação, rebeldia e até problemas de aprendizado. Ytsar e Aleph são mais que meros personagens vazios como outros em grandes obras, os vemos como pessoas, com defeitos, sonhos, objetivos, qualidades, temores e diversas outras coisas que tornam fáceis a identificação. Helena Gomes torna aquela dura realidade tão crível, que mesmo sendo tão diferente da nossa, nos vemos ali, e torcemos muito por mudanças. Mas não é fácil, pois muito sofrimento e provações estão a espera dos heróis.
Toda mitologia de Kimaera também fantástica como os seus personagens, toda trama ligada a criação e a lenda de Kimaera. Por falar em personagens, os coadjuvantes são tão reais e participativos quanto os protagonistas, e não menos interessantes. Cada qual bem caraterizado e distinto.
Por último, mas não menos importante. Kimaera nos faz refletir sobre amizade, amor, traição, amor, sexualidade e conflito de ideias e opiniões. Nós ensinando a confrontar os dois lados da moeda antes de chegar a um resultado, para apenas depois avançar.
Agora aquilo que fiquei devendo no inicio da resenha. Kimaera com todos pontos positivos já citados, e por alguns que terei que esconder ou estragarei o prazer de quem quiser lê-lo, foi um livro que não apenas me prendeu do inicio ao fim. O livro me instigou, me saciou e me fez querer mais e mais, querer lutar ao lado dos personagens, mesmo sabendo que morreria facilmente em qualquer uma das realidades. Me fez querer ler a continuação como nem mesmo o aclamado Guerra dos Tronos conseguiu. E esta é a única coisa ruim do livro, pois sua continuação ainda não foi lançada e a autora me confirmou que ainda não terminou de escrever. Mas por me fazer desejar algo tanto assim ganhou um lugar entre os meus favoritos ao lado dos livros do Caldela. Sem mais a dizer... Até mais!