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A Livraria 24h do Mr. Penumbra






A recessão econômica obriga Clay Jannon, um web-designer desempregado, a aceitar trabalho em uma livraria 24 horas. A livraria do Mr. Penumbra — um homenzinho estranho com cara de gnomo.
Tão singular quanto seu proprietário é a livraria onde só um pequeno grupo de clientes aparece. E sempre que aparece é para se enfurnar, junto do proprietário, nos cantos mais obscuros da loja, e apreciar um misterioso conjunto de livros a que Clay Jannon foi proibido de ler.
Mas Jannon é curioso…                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             
Título: A Livraria 24h do Mr. Penumbra
Autores: Robin Sloan
Editora: Novo Conceito
Número de páginas: 288


Parece difícil, mas consigo definir A Livraria 24 horas do Mr. Penumbra com uma só palavra e essa seria: Nerdice. Não sei se essa palavra existe oficialmente, mas não há definição melhor para um livro que é repleto disso. Isso parece não ter agradado muitos leitores, afinal não é a nerdice da moda, mas a nerdice plena dos geeks e CDF's com todas suas terminologias e tal. Mas não me desagradou não, pelo contrário, sou um nerd dessa mesma turma.
Totalmente narrado por Clay Jannon em primeira pessoa, o livro conta a história do envolvimento do protagonista com A Livraria 24 horas do Mr. Penumbra e todo os estranho mundo que a cerca. Clay é um jovem web-designer apaixonado pelo que faz que se vê forçado a procurar outro emprego quando a recessão econômica leva a falência a empresa para qual trabalhava. Uma oferta de emprego lhe chama atenção, mas por ser um bairro boêmio ele já vai esperando pelo pior, é o turno da noite, não é pra qualquer um. O jovem se surpreende quando vê que a livraria 24h com letreiros em neon ao lado de um clube de striptease é mesmo uma livraria, mas não uma qualquer. Aquela é a livraria de Penumbra, e o jovem vai descobrir que existem muitos segredos habitando aquele lugar.
O livro é inteiramente narrado por um nerd, fã de ficção e fantasia, rpgista, apaixonado pelo que faz com necessidade de fazer algo importante na vida, como eu disse antes: Eu Clay Jannon. Por essa razão o livro está repleto de termos técnicos provenientes do conhecimento do personagem e dos outros personagens ainda mais nerds que adentram a história, como Kat e o pessoal que trabalha no Google, no Vale do Silício. Isso gera uma sensação chata em quem lê e não conhece nada daquela realidade que os personagens convivem, e piora com o estrangeirismo. Mas se conseguir passar por cima disso vai aproveitar toda a informação e trama que acontece dentro do livro que é bem interessante, que só não falarei qual é para não estragar a surpresa.
Os personagens são um tanto descompensados. Clay é um personagem que me gerou uma identificação grande, e mostrou ser muito interessante. Embora ele mesmo não percebesse estava sempre cercado de pessoas com grandes conquistas e influência. Mr. Penumbra apesar de dar nome ao livro aparece muito pouco, sempre despertando curiosidade e sendo um velho simpático. Já os outros são exóticos até demais, Matt e seus projetos de cinema, Neel e seus seios em 3D, Kat e sua obsessão pelo trabalho no Google, todos caricatos e pouco aprofundados.
Eu recomendo a leitura de A Livraria 24 horas do Mr. Penumbra, porém não para todos. Embora mistérios, comédia e tecnologia possam ser atrativos o livro parece exigir mais do leitor que apenas sua atenção. O desafio é grande, mas a recompensa é muito bacana e o final do livro me ganhou pela mensagem.