Em Kelewan, Mara, a Senhora dos Acoma, sente-se segura e em paz pela primeira vez na vida – até que seus inimigos tentam matá-la e acabam tirando a vida de seu filho. Abalada pela tragédia e cercada por espiões, assassinos e casas rivais, ela enfrentará o maior desafio de sua vida e sofrerá ainda mais perdas durante esse trajeto. Em busca de justiça, ela verá seus planos frustrados pela Assembleia de Magos, que detém o poder real do Império e mantém a população dócil e domesticada, e também pelos terríveis Mantos Negros, que encaram Mara como a ameaça suprema ao seu poder ancestral. Então, para assegurar a paz, Mara deverá viajar para além das fronteiras da civilização, desvendando antigos segredos até os portões de Chakaha, a cidade dos estranhos cho-ja. Reunindo toda a sua coragem e astúcia, a Serva do Império iniciará sua maior batalha em nome da sua vida e do seu lar.Título: A Senhora do Império
Série: A Saga do Império - Volume 3
Autora: Raymond E. Feist & Janny Wurts
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 752
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Chegamos enfim até A Senhora do Império, a conclusão da trilogia A Saga do Império, um elaborado jogo de intrigas e poder criado pelas mentes afiadas de Raymond E. Feist e Janny Wurts.
Após frustar os planos de seus inimigos, ajudar o Imperador a ter poderes plenos e ascender ao título de Serva do Império, Mara, Senhora dos Acoma, desfruta da estabilidade e calmaria tão sonhada. Porém, a paz que a cerca não será duradoura; uma tentativa falha de assassiná-la acaba por dar fim a vida de seu primogênito, Ayaki. O evento serve de estopim para o fim da paz velada entre os Acoma e os Anasati e marca o início de um conflito travado de forma fria: a misteriosa Assembleia, os magos que se julgam acima das leis e controlam o desenvolvimento do império, proíbem que os clãs Hamada e Ionani se envolvam em confrontos diretos. Para encontrar a justiça pela morte de seu filho Mara precisará usar seus recursos para fazer a jogada mais ousada de sua vida.
Se em A Filha do Império acompanhamos a transformação de uma jovem ingenua em uma governante forte e que impõe respeito, e em A Serva do Império acompanhamos a evolução de Mara não só como governante, mas sua descoberta como mulher plena, aqui vemos que seu desenvolvimento continua firme. Mais uma vez as preocupações da Boa Serva vão além das traições, tentativas de assassinatos, disputas por importância dentro do Império, ou da simples vingança. Como Serva do Império, a cada dia, Mara usa sua influência para levar ao imperador (e ao império) um pouco de seus ideias sobre igualdade, respeito entre as pessoas de diferentes classes e a quebra de tradições. Mas é claro, isso atrai inimizades que buscam manter o controle e impedir o progresso; Mara terá que ir lám das fronteiras para formar parceiras e lidar com as consequências de suas escolhas, pois talvez o bem de todo o império esteja ligado a isso.
Durante A Saga do Mago (Aprendiz, Mestre, Espinho de Prata e As Trevas de Sethanon) Raimond E. Feist já havia mostrado sua capacidade para construir um universo rico e complexo, com espaço para diversas histórias. Contudo, em sua parceria com Janny Wurts, encontrei um trabalho surpreendente tanto no quesito detalhamento na criação de um universo coeso quanto na qualidade do material produzido. A Saga do Império (A Filha do Império, A Serva do Império e A Senhora do Império) me surpreendeu e fez com que me apaixonasse por toda aquela história construída ali, principalmente pela força e sagacidade de Mara dos Acoma, mas sem esquecer daqueles tantos personagens que a cercam.
A dupla de autores consegue construir uma narrativa segura e agradável, em até certo ponto ágil, mesmo quando detalhamento é requerido. Mesmo assim não se engane achando que essa será uma leitura rápida, pois há muito conteúdo em suas mais de setecentas páginas e qualquer informação pode ser crucial para o seu entendimento. Feist e Wurts trabalham muito bem o enredo de intrigas políticas e estratégias, sem esquecer de dar enfase aos personagens e sem perder o ritmo, seduzindo e cativando o leitor. Os personagens são bem trabalhados, e mostram personalidade e riqueza mesmo quando sua aparição é rápida. O destaque maior - novamente - é de Mara, que mais uma vez se mostra uma protagonista realmente forte, mas dessa vez há outros personagens que ganharam muito mais espaço na trama. Hokanu, esposo de Mara e Herdeiro dos Shinzawai, e Arakasi, Líder dos Espiões dos Acoma, desempenham papeis fundamentais na narrativa, bem como os antagonistas Jiro dos Anasati e seu maquiavélico Conselheiro-Mor, e os Magos da Assembleia.
Como dito em resenhas anteriores: apesar de se passar no mesmo universo de histórias da Saga do Mago e seus eventos possuírem entrelaçamentos, A Saga do Império é totalmente independente podendo ser lido antes ou depois. Quem já leu os volumes da série anterior certamente se sentirá mais familiaridade com o cenário de Kelewan e irá identificar alguns personagens e acontecimentos, mas o leitor de primeira viagem será apresentado a um cenário rico e repleto de similaridade com as culturas orientais do nosso mundo. No forte senso de honra, tradições e família, no patriarcado rigoroso, na organização política do Império, nas construções e cultura, a cada momento isso fica mais evidente e próximo, apesar de ao mesmo tempo passar uma impressão de estranheza com a presença do fantástico e do original.
Feist e Wurts finalizam a saga com a mesma qualidade a qual inciaram: mantendo uma trama inteligente, fascinante e com personagens fortes. Os amantes da boa literatura, e principalmente os de fantasia de qualidade, precisam incluir esta série em suas listas de leitura, pois a Saga do Império é uma das coisas mais bacanas a qual terá o prazer de ler. Agradeço a Editora Arqueiro por ter mantido o compromisso de finalizar o trabalho da Saída de Emergência!