Em 1925, terremotos e a elevação do nível do mar deixaram o Sul da ilha de Manhattan sob mais de trinta metros de água. Com isso, ela ganhou dos moradores o nome de cidade submersa. Muitos deixaram a cidade, mas aqueles que não estavam dispostos a abandonar o lar tiveram de recomeçar a vida nas ruas, agora transformadas em canais, e em prédios cujos três primeiros andares acabaram ficando debaixo d’água.
Cinquenta anos se passaram desde então, e a cidade submersa está cheia de mendigos, pedintes e “ratos d’água”, pessoas pobres que têm de se virar para conseguir sobreviver, além de outras orgulhosas ou teimosas demais para se deixarem ser derrotadas pelas circunstâncias. Entre elas estão Molly McHugh, uma garota de 14 anos, e seu amigo e chefe Felix Orlov. Felix, o Conjurador, que no passado foi um mágico famoso, agora está velho e ganha a vida como médium, fazendo a ponte entre os espíritos dos mortos e seus entes queridos que ficaram e sofrem com o luto.
Quando uma de suas sessões dá terrivelmente errado, Felix Orlov acaba raptado por estranhos homens que usam máscaras de gás e vestem roupas de borracha. Molly consegue escapar, e sua fuga a levará ao encontro de um homem enigmático e seu fiel companheiro, Joe, cujo passado é um mistério até para ele mesmo, e que caminha em seus sonhos como um homem feito de pedra e barro, trazido à vida com o único propósito de caçar bruxas.
Título: Joe Golem e a Cidade Submersa
Autor(a): Mike Mignola e Christopher Golden
Editora: Gutemberg - Páginas: 272
Lançamento: 2013
Autor(a): Mike Mignola e Christopher Golden
Editora: Gutemberg - Páginas: 272
Lançamento: 2013
Joe Golem e a Cidade Submersa é segunda colaboração dos escritores e quadrinistas Christopher Golden e Mike Mignola, criador do personagem Hellboy. É uma história de mistério em um cenário catastrófico, com toques de fantasia, distopia, steampunk e um clima Noir.
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A sinopse oficial do livro dá uma pequena ambientada na trama, mas para resumir: A história se centra na dupla Félix Orlov, um antigo mágico que consegue se comunicar com os mortos e sua amiga e “assistente”, uma menina de 14 anos chamada Molly McHugh. Após uma noite agitada por causa de um sonho estranho e uma manhã de desconforto, algo dá errado durante a primeira sessão do dia. Um grupo estranho de homens de roupas emborrachadas e mascaras de gás invade o apartamento matando os clientes e desencadeando uma reação sobrenatural no médium. Quando Félix é sequestrado, Molly recebe a ajuda do misterioso Sr. Church, um detetive lendário que muitos achavam se tratar apenas de um personagem de livros e filmes, e seu parceiro Joe para lutar contra as forças do Dr. Cocteau, um maluco que deseja se tornar um deus com a ajuda de um misterioso objeto ligado ao passado de Orlov. Tudo isso numa Nova York alternativa, que em 1925 sofreu com terremotos e inundações e se dividiu em Uptown, a cidade “rica e desenvolvida” e Downtown, a “cidade submersa”.
Uma coisa a se destacar é que apesar de Joe dar título ao livro, é na verdade Molly a personagem que mais fica em evidência e que serve de fio guia da maior parte da história. Somente alguns capítulos, poucos na verdade, acompanham Joe, Church e Félix, este último praticamente apenas no inicio do livro. Nada disso diminui a trama, pois os mistérios envolvem a todos.
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É inegável a influência de H. P. Lovecraft sobre a obra: deuses antigos, cenários horripilantes, ocultismo e mundos paralelos que atravessam dimensões. Mignola já mostrou em Hellboy que é fã de Lovecraft e que sabe como utilizar esses elementos para criar algo original, quase uma assinatura. E por falar no diabo, a história poderia tranquilamente fazer parte do universo do Hellboy, inclusive Joe Golem me fez lembrar muito a versão cinematográfica do Vermelhão nas sequência de ação.
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Conhecia um pouco do trabalho dos autores em separado e precisava conferir o resultado dessa parceria. Gostei bastante do que vi, apesar de ter sentido muito mais a presença de Mignola que a de Golden, ainda mais com as ilustrações de sua autoria que preenchem as páginas. Joe Golem e a Cidade Submersa é um livro descomplicado, bem escrito, com personagens bacanas e um clima sombrio, porém não pesado. Uma obra altamente recomendada para quem gosta de investigação, fantasia e quer sair da mesmice.