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Crítica | Lightyear

Em Toy Story– Um Mundo de Aventuras (1995) Andy se vê encantando com um novo brinquedo que recebeu de presente. Era Buzz Lightyear, o Patrulheiro Estelar, personagem de um filme então fictício que havia encantado o garoto e se tornado seu filme favorito. Vinte e sete anos depois, chegou a vez de nós encararmos o filme por nós mesmos.
Lightyear (2022) chega aos cinemas com uma árdua tarefa agregada: expandir o universo ao redor da franquia Toy Story, fazer jus a carga que — intencionalmente ou não — carrega, e provar que funciona por si só enquanto filme. Obviamente, por todo o retrospecto, confiar no trabalho realizado pela Disney e Pixar não é assim tão difícil, mas será que Lightyear encantará o público tanto quando conquistou o garoto Andy?
Na trama, uma nave de exploração do Comando Estelar acaba presa em um planeta hostil, sem perspectiva de retorno ao espaço após um grave dano em sua principal célula de combustível para a viagem em dobra espacial. O capitão Buzz Lightyear se culpa por prender todas aquelas pessoas naquele terrível lugar cheio de insetos gigantes e cipós vorazes e está disposto a tudo para o reparar e salvar sua tripulação. 
Essa determinação leva Buzz a se tornar piloto de testes do novo combustível e em uma dessas viagens acaba avançando para um futuro onde uma estranha nave ameça a sua colônia, e apenas um grupo de desajustados pode ajudá-lo a resolver a situação para, enfim, poder voltar para casa. Mas para isso, Buzz precisa aprender a lidar e superar suas falhas, aceitar suas limitações e confiar nas pessoas, pois nem mesmo ele consegue resolver os problemas do mundo sozinho.
Lightyear entrega uma obra com boas doses de drama, reflexões e desbundes visuais, que  apesar de suavizadas questões físicas para atingir todos os públicos, a animação não fica devendo a outras grandes obras do gênero. A animação traz uma boa ficção científica, a explorando em um ritmo mais lento, embora com doses de ação, e é difícil não lembrar de Star Trek ou Interstellar em alguns momentos.
Como uma boa obra do gênero, a ficção científica, é apenas um meio para se falar sobre o ser humano e tecer críticas e questionamentos. A determinação de Buzz em reparar sua falha o torna alheio ao mundo ao seu redor a ponto de perder a oportunidade de viver e aproveitar aqueles que o cercam. O astronauta, solitário em sua culpa, confiante apenas si e até arrogante, precisa reaprender a dividir não apenas o peso da responsabilidade e as tarefas, mas também os bons momentos com os que o cercam. Zurg, o grande vilão, acrescenta em sua grande revelação doses ainda maiores para o aprendizado do herói em sua jornada.
Tão importantes quanto o protagonista nessa história são suas relações que acrescentam diversas camadas ao filme. Os coadjuvantes têm suas próprias jornadas e características que vão além da tarefa de ajudar Buzz a cumprir sua missão. Os maiores destaques ficam certamente para Alisha Hawthorne, melhor amiga e comandante de Lightyear, e sua neta, Izzy, cujas relações e papéis se tornam peça fundamental para que a trama funcione, e para o gato-robô Sox, que rouba a cena cada vez que aparece e deixa parte do público desejoso por brinquedos e spin-offs do personagem.


No Brasil, o longa também chamou atenção e dividiu opiniões por outro motivo: a escolha de Marcos Mion como star talent convidado para dublar Buzz Lightyear. A mudança de voz já era esperada, visto ser um movimento que aconteceu também na versão original em inglês no intuito de afastar o boneco Buzz do astronauta Buzz, e também trazer um novo público.
Para além de toda a questão que atinge o emocional de algumas gerações que cresceram e se identificaram com o Buzz de Guilherme Briggs, muitos questionaram o fato do trailer e materiais promocionais iniciais trazerem a voz de Duda Espinoza como intérprete do protagonista, uma correlação direta por o dublador emprestar sua voz para outros personas interpretados por Chris Evans, a voz original do Buzz neste longa. Então estaria Mion preparado para o desafio, não apenas tendo comparações com a voz americana, mas também com nomes de peso da dublagem brasileira? 
O filme traz então uma resposta positiva para a pergunta. Superando o estranhamento inicial causado nos trailers, o resultado mostra que Mion se empenhou em se encaixar às necessidades do personagem, sem vaidades, e a performance do apresentador certamente calará a boca de muitos dos críticos. 
Lightyear não tem o mesmo brilho característico de seus antecessores, mas certamente possui alma e entrega particularidades que o tornam bastante divertido e cativante, principalmente enquanto obra de entrada no mundo da ficção científica. Com boas referências e reflexões — como um bom filme da Pixar deve ter — Lightyear nos mostra a importância de aproveitar o hoje, nos desprendermos do passado, e aprender com nossos erros para, enfim, irmos ao infinito e além.

Título: Lightyear
Título Original: Lightyear
Lançamento/Duração: 2022 - 1h 40min
Gênero: Aventura/Ação/Ficção Científica/Animação
Direção: 
Angus MacLane
Roteiro: 
Angus MacLane e Jason Headley

IMDB - FILMOW


Bloodshot: O Filme

Adaptações de quadrinhos estão cada vez mais populares, e a cada dia novas produções chegam aos serviços de streaming, redes de TV e cinemas. Com o sucesso das produções da Marvel e da DC,apesar das derrapadas, outras editoras também estão apostando em levar seu material além.
Trazendo um personagem não muito conhecido do grande público, a Sony Pictures confia em Vin Diesel para dar cara ao anti-herói Bloodshot e ensaiar os primeiros passos da Valiant Entertainment nas telonas. Receita de sucesso ou mais do mesmo?


O Prêmio de Careca Bombado da Semana vai para: Vin Diesel

Bloodshot foi criado em 1992 por Kevin VanHook e Yvel Guichet, e após sua primeira aparição cerca de um ano depois, tornou-se um dos grandes sucessos da Valiant, ganhando sua própria publicação. Originalmente tinha outra origem, mas em 2012, a editora promoveu um reboot de todas as suas histórias, criando a origem atual de Bloodshot e dando a ele uma nova identidade: Ray Garrison. Essa é versão trazida aos cinemas através de um roteiro que aproveita muito do arco inicial do personagem.
Garrison é um soldado que é trazido de volta à vida por uma corporação para se tornar a arma perfeita, o super-humano Bloodshot. Com um exército nano-tecnológico correndo em suas veias, ele possui força incomparável e poder de regeneração instantânea. Mas há algo que incomoda Ray e o persegue: suas lembranças do passado. Pronto para vingar a morte da sua esposa, ele usará seus poderes para passar por cima de exércitos particulares e o que mais tiver pela frente. Contudo, até onde é possível confiar nas boas intenções dessa corporação?
Com uma trama simples e sem muitas surpresas, baseada no velho plot do soldado reconstruído com tecnologia avançada para servir a uma grande corporação dúbia, Bloodshot se esforça para entregar um resultado satisfatório enquanto drama de ação, abraçando os principais clichês do gênero - e como tem clichês nesse filme - e executando de maneira empolgante a ação.
Vin Diesel não é conhecido por suas habilidades de atuação, mas ninguém tem duvidas de que ele é um dos maiores nomes dos filmes de ação de atualidade. O restante do elenco - incluindo o Guy Pearce - parece seguir exatamente a mesma linha guia, um tanto canastrona e caricata. Em outro contexto poderiam ser motivo de críticas mais duras, mas que de maneira geral combinam com o clima proposto pelo roteiro e acabam convencendo. 
Pela proposta, é muito fácil recordar de títulos como Robocop ou Soldado Universal enquanto assistimos, mas ainda assim o longa mostra personalidade e inventividade ao lidar com um padrão que já está solidificado na mente de grande parte do público. Contudo, embora seja uma adaptação que mantém certa fidelidade a obra original, é difícil ao público geral enxergar muito além do "Novo Filme do Vin Diesel".
Para comemorar a estreia nos cinemas e ajudar o público a conhecer melhor o personagem, a Sony Pictures e a Social Comics, plataforma digital que publica as HQs do personagem no Brasil, fizeram uma parceria para liberar de forma gratuita as edições 0 e 1 da HQ junto com um dossiê completo de informações sobre o personagem. As publicações estarão disponíveis por um mês, sem a necessidade de inscrição. Além disso, a plataforma também iniciou uma parceria com a rede Cinemark para clientes dos programas de fidelidade Cinemark Mania e Meu Cinemark terem acesso aos quadrinhos.
Entre erros e acertos, Bloodshot ainda é um filme com um saldo positivo, que vai garantir uma boa sessão de entretenimento descompromissado, com doses de ação na medida para garantir a satisfação do expectador. No entanto, por seu lado um tanto genérico, o longa pode ainda não ser o sucesso que vai arrastar o universo Valiant de vez para as telonas.
Mas se tratando do carisma do Vin Diesel, não tem como saber...

Título: Bloodshot - O Filme
Título Original: Bloodshot
Lançamento/Duração: 2020 - 1h 49min
Gênero: Ação/Drama/Sci-Fi
Direção: Dave Wilson
Roteiro: Jeff Wadlow, Eric Heisserer 



Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica


Um filme Disney Pixar sempre carrega o peso da expectativa. Afinal, essa parceria entregou diversos filmes memoráveis e clássicos como Toy Story, Wall-E e Up - Altas Aventuras. Agora chega aos cinemas, sem muito barulho, o longa de animação Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica e a expectativa grita: "Será que teremos mais um filme divertido e emocionante como só a Disney Pixar sabe fazer?"
Se essa era a sua preocupação (ou não), pode ficar tranquilo. Não será essa a vez em que sairá do cinema chateado, muito pelo contrário. Prepare-se para explorar os clichês, ser surpreendido e se emocionar com essa jornada familiar.


A Disney Pixar não sabe decepcionar (Ainda bem)

No mundo de Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica houve um tempo em que a magia era livre e especial. Elfos, unicórnios, centauros, fadas e outros seres mitológicos aproveitavam os benefícios provenientes dos arcanos, até que um dia descobriram que a tecnologia trazia mais facilidades e aos poucos abandonaram o antigo estilo de vida.
Em uma família de elfos, os Lightfoot, no aniversário de 16 anos do filho caçula, dois irmãos recebem de sua mãe um presente deixado pelo falecido pai: um cajado mágico e um bilhete sobre como desejava que a magia voltasse a alegrar o mundo. Junto a isso, havia uma oportunidade única de usar a magia para trazê-lo pra ficar com eles durante um dia inteiro.
Obviamente, algo dá errado e o ritual é interrompido, trazendo só metade do pai. Os irmãos Lightfoot, o tímido Ian (Tom Holland/Wirley Contaifer) e extrovertido Barley (Chris Pratt/Raphael Rossatto), tem 24h para encontrar uma nova pedra fênix, completar o feitiço e poder vê-lo. A bordo da Van Gwynevere, esses irmãos e seu meio pai, viverão uma divertida e emocionante jornada. 
Fortemente inspirado por diversas obras de fantasia e com diversas referências a RPG, traz em sua estrutura diversos clichês e tropos comuns a outras obras da própria Pixar, mas é nos detalhes do roteiro e em sua execução que Dois Irmãos brilha e mostra a sua personalidade. Toda a concepção de mundo, os reflexos da tecnologia na sociedade fantástica, os paralelos traçados com a nossa realidade, a jornada para religar as pessoas a realmente coisas importantes. Tudo isso faz como o longa, embora beba de várias fontes e trabalhe com coisas simples, ganhe seu espaço e conquiste o público.
É impossível não lembrar da comédia Um Morto Muito Louco (a menos que seja novo demais pra conhecer) ao ver os jovens lidando com seu disfarçado meio pai em diversas situações. Mas embora a comédia seja um dos pontos fortes do filme, é na dinâmica entre os Lightfoot que está o verdadeiro tesouro.
O longa desenvolve muito bem a relação entre Ian e Barley, que mesmo tão diferentes complementam um ao outro perfeitamente, e também questão do reencontro um ente querido perdido a muito tempo. Tudo isso é feito de maneira orgânica, assertiva e tocante, fazendo com que as cenas mais emotivas não soem forçadas ou desnecessárias.
Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica é sem sombra de dúvidas mais um filme mágico - perdão pelo trocadilho - da Disney Pixar. Mais um daqueles perfeitos para divertir e emocionar toda a família na frente da telona. E pra quem, como eu, ama fantasia e RPG essa aventura tem um sabor ainda mais especial.

Título: Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica
Título Original: Onward
Lançamento/Duração: 2020 - 1h 39min
Gênero: Aventura/Animação/Comedia
Direção: Dan Scalon
Roteiro: Dan Scanlon, Jason Headley


IMDB - FILMOW


Exterminador do Futuro: Destino sombrio


Exterminador do Futuro: Destino Sombrio aposta no clássico e básico para entregar ao espectador um resultado satisfatório.

Buscando fugir do fracasso de seus três filmes antecessores (A Rebelião das Máquinas, A Salvação e Gênesis), a franquia O Exterminador do Futuro retorna às telonas com a produção do seu criador James Cameron e direção de Tim Miller (Deadpool) ignorando-os completamente para tentar renovar-se e recuperar fôlego. 
Superá-los não é uma tarefa tão difícil, e certamente o sexto longa da série consegue ser o melhor desde O Exterminador do Futuro: O Julgamento Final, mas será que isso é suficiente para levar a franquia a diante?
Lá e de Volta Outra Vez (Ou Apostando no que Deu Certo)

Utilizando-se de um retcon - uma alteração retroativa na continuidade - Exterminador do Futuro: Destino Sombrio se conecta desde o início à sequência original de 1991, trazendo acontecimentos próximos e resgatando personagens originais da franquia, como Sarah Connor - novamente interpretada por Linda Hamilton - para criar motivações, dar início a um novo arco e ser a sequência definitiva da saga. A Skynet está derrotada, a linha do tempo alterada e algo novo está por vir. 
Talvez novo não seja bem a palavra correta.
Grace (Mackenzie Davis), uma humana aprimorada, é enviada do futuro para proteger Dani (Natalia Reyes), uma mulher que terá papel fundamental para a humanidade após apocalipse cibernético. Juntas devem fugir e deter o robô Rev-9 (Gabriel Luna), um exterminador capaz de se dividir em duas unidades quando a necessidade aparece, que também viajou no tempo para matá-la. Durante a fuga, as heroínas juntam-se a Sarah Connor para terem uma chance maior contra o implacável vilão.
O roteiro de David Goyer, Justin Rhodes e Billy Ray traz de volta a mesmíssima estrutura que consagrou a série, acrescenta elementos em destaque na atualidade - protagonismo feminino, heroína latina - mas arrisca pouco, o que acaba tornando-o um pouco previsível, e para alguns, frustrante. Contudo, o desenvolvimento de personagens e a direção competente de Miller, com cenas de ação muito bem executadas e divertidas, consegue adicionar um pouco de equilíbrio à balança.
O elenco vai muito bem em tela. Gabriel Luna e seu Rev-9 convencem o público como o caçador capaz de usar todos recursos possíveis para conseguir concluir sua missão. Arnold Schwarzenegger segue a vontade em seu papel como T-800 e seu humor mecânico. Linda Hamilton consegue uma forte sinergia com Mackenzie Davis, que simplesmente rouba a cena e conquista a sua torcida.

E o Futuro?

A aposta pelo caminho nostálgico salva o filme de um novo desastre e mantém a franquia segura para tentar trilhar um novo caminho. Certamente as diversas semelhanças com os filmes clássicos irão desagradar parte do público, principalmente quem tinha expectativas por algo mais original, arrojado, e com a assinatura mais forte do James Cameron. 
Entretanto, Exterminador do Futuro: Destino Sombrio está longe de ser um filme ruim. O longa-metragem acrescenta novos elementos ao universo, se apropria de maneira bem sucedida de conceitos mal utilizados anteriormente, traz novos personagens cativantes e bem construídos, boas atuações, entrega uma ação competente e consegue em entreter e divertir o público. 
A conclusão do longa deixa aberto espaço para que a série siga por essa nova trilha, dando um novo passo na jornada de Sarah Connor, de vítima a protetora, e agora com o provável mentora para Dani e seu papel fundamental na resistência humana. Se este será o rumo da série, só o tempo dirá! 

Título: O Exterminador do Futuro: Destino SombrioTítulo Original: Terminator - Dark Fate
Lançamento/Duração: 2019 - 2h 8min
Gênero: Aventura/Ação/Sci-Fi
Direção: 
Tim MillerRoteiro: David Goyer, Justin Rhodes e Billy Ray

IMDB - FILMOW