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Crítica | Transformers: O Despertar das Feras

Dando sequência a renovação da franquia iniciada no bem elogiado Bumblebee, Transformers: O Despertar das Feras chega aos cinema com o desafio de se desatrelar de vez dos longas dirigidos pelo Michael Bay e conquistar sem lugar entre os blockbusters mais populares.

Apostando em trazer mais elementos originais das animações e das histórias em quadrinhos, o longa se propõe a ser uma intersecção entre aqueles mais fanáticos pelo universo Transformers, apresentar para um novo público e provar que tem força para manter uma nova série. Mas será que consegue?



Em 1994, sete anos após os eventos de Bumblebee, a trama nos apresenta Noah Diaz, um ex-militar desempregado que decide roubar um carro para pagar um tratamento para seu irmão doente, Kris. Ele não esperava, no entanto, que o carro era Mirage, um Autobot disfarçado que desperta justamente no momento do furto para atender ao chamado de Optimus Prime que descobre uma oportunidade deles voltarem para Cybertron.

Obviamente, as coisas não são simples, um grupo de Terrorcons, liderados por Sourge, chega a Terra para roubar o artefato que despertou o interesse de Prime e trazer até a nossa galáxia o devorador de mundos, Unicron. Após um embate ambos os lados descobrem que a chave, na verdade, está dividida em duas partes. Para evitar que a Terra seja destruída, Diaz e Autobots se unem à pesquisadora Elena Wallace, que pode ajudar a encontrar o artefato no Peru antes dos vilões. Porém ao chegar lá, descobrirão que outros cybertronianos guardam a chave, os Maximals.

Com elementos da série animada clássica para introduzir os seus Transformers e seus aliados humanos, além de trazer também elementos da série Beast WarsO Despertar das Feras estabelece bem os seus personagens e foca num roteiro simples, apesar das dimensões enormes de sua trama. Se por um lado há um destruidor de mundos a caminho, por outro até toda uma tentativa mundana de aventura pela parte humana, e também de apelo emocional (embora um tanto pífia). A sensação de risco iminente é flutuante, e mesmo as consequências não aprecem ter peso real. Contudo, a execução é feita de uma maneira rápida, com rito que ajuda a não observarmos essas falhas.

Apesar de sempre dispensáveis, dessa vez o elenco de carne e osso consegue acrescentar ao todo. As atuações de Anthony Ramos e Dominique Fishback são boas, e o roteiro dá peso e participações ativas em cena além de ficarem perdidos em meio a combate de robôs.

Para um filme que depende tanto de seus efeitos visuais, já que parte de seus protagonistas são inteiramente digitais, o longa dá boas tropeçadas. Sim, os robôs e suas transformações são feitos de maneira primorosa, simplificada e não temos os mesmos problemas das produções de Bay, porém em muitos momentos a interação com o cenário deixa transparecer falhas gritantes. Há momentos que até mesmo com os protagonistas humanos se destacam demais na tela.

Não me entendam mal, Transformers: O Despertar das Feras é sim um filme divertido no fim das contas e deve agradar aos fãs, mas entre erros e acertos o filme não entrega um resultado tão superior aos filmes anteriores que justifique o interesse por mais. Com um leve sabor de desgaste, cabe agora à Paramount, Hasbro e ao gancho deixado ao fim encontrar um rumo para provar ao público que vale a expectativa para novas sequências, além da porradaria entre máquinas.


Título: Transformers: O Despertar das Feras
Título Original: Transformers: Rise of the Beasts
Lançamento/Duração: 2023 - 2h 7 min
Gênero: Ação/Aventura/Ficção Científica
Direção: Steven Caple Jr.
Roteiro: Joby Harold, Erich Hoeber, Jon Hoeber