Dando sequência a renovação da franquia iniciada no bem elogiado Bumblebee, Transformers: O Despertar das Feras chega aos cinema com o desafio de se desatrelar de vez dos longas dirigidos pelo Michael Bay e conquistar sem lugar entre os blockbusters mais populares.
Apostando em trazer mais elementos originais das animações e das histórias em quadrinhos, o longa se propõe a ser uma intersecção entre aqueles mais fanáticos pelo universo Transformers, apresentar para um novo público e provar que tem força para manter uma nova série. Mas será que consegue?
Obviamente, as coisas não são simples, um grupo de Terrorcons, liderados por Sourge, chega a Terra para roubar o artefato que despertou o interesse de Prime e trazer até a nossa galáxia o devorador de mundos, Unicron. Após um embate ambos os lados descobrem que a chave, na verdade, está dividida em duas partes. Para evitar que a Terra seja destruída, Diaz e Autobots se unem à pesquisadora Elena Wallace, que pode ajudar a encontrar o artefato no Peru antes dos vilões. Porém ao chegar lá, descobrirão que outros cybertronianos guardam a chave, os Maximals.
Com elementos da série animada clássica para introduzir os seus Transformers e seus aliados humanos, além de trazer também elementos da série Beast Wars, O Despertar das Feras estabelece bem os seus personagens e foca num roteiro simples, apesar das dimensões enormes de sua trama. Se por um lado há um destruidor de mundos a caminho, por outro até toda uma tentativa mundana de aventura pela parte humana, e também de apelo emocional (embora um tanto pífia). A sensação de risco iminente é flutuante, e mesmo as consequências não aprecem ter peso real. Contudo, a execução é feita de uma maneira rápida, com rito que ajuda a não observarmos essas falhas.
Para um filme que depende tanto de seus efeitos visuais, já que parte de seus protagonistas são inteiramente digitais, o longa dá boas tropeçadas. Sim, os robôs e suas transformações são feitos de maneira primorosa, simplificada e não temos os mesmos problemas das produções de Bay, porém em muitos momentos a interação com o cenário deixa transparecer falhas gritantes. Há momentos que até mesmo com os protagonistas humanos se destacam demais na tela.
Não me entendam mal, Transformers: O Despertar das Feras é sim um filme divertido no fim das contas e deve agradar aos fãs, mas entre erros e acertos o filme não entrega um resultado tão superior aos filmes anteriores que justifique o interesse por mais. Com um leve sabor de desgaste, cabe agora à Paramount, Hasbro e ao gancho deixado ao fim encontrar um rumo para provar ao público que vale a expectativa para novas sequências, além da porradaria entre máquinas.
Lançamento/Duração: 2023 - 2h 7 min
Gênero: Ação/Aventura/Ficção Científica
Direção: Steven Caple Jr.
Roteiro: Joby Harold, Erich Hoeber, Jon Hoeber