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Crítica | The Flash

Após ser anunciado anos atrás, adiado várias vezes, sofrer com diversas trocas de diretores, roteiristas e problemas com seu principal ator, e até com seu universo compartilhado, The Flash finalmente chega aos cinemas. 

Apesar de tudo, por sua posição como encerramento da era Zack Snyder e introdução novo universo DC de James Gunn, o filme ainda trazia consigo muita curiosidade e expectativa. Mas seria o longa capaz de corresponder tantos desejos ao mesmo tempo? E a resposta simples é: não, mas é um filme ok.


Em The Flash quando Barry usa seus superpoderes para viajar no tempo e mudar os eventos do passado. Mas quando tenta salvar sua família e acaba, sem querer, alterando o futuro, Barry fica preso em uma realidade na qual o General Zod voltou, ameaçando colocar o mundo em risco, e não há super-heróis a quem recorrer, pois aquele universo talvez não seja mais o mesmo de onde partiu. A não ser que que Barry consiga persuadir um Batman muito diferente a sair da aposentadoria e resgatar um kryptoniano preso... mesmo que não seja exatamente quem estão procurando. Para salvar o mundo em que está e retornar ao futuro que conhece, a única esperança de Barry é usar seus superpoderes para salvar a todos. Ou entender, que nem tudo pode ser salvo...

Com uma boa proposta e uma execução com altos e baixos, o filme dirigido por Andy Muschietti tem vários acertos em seu roteiro, ao explorar Barry Allen sobre várias óticas, em especial o lado psicológico e emocional. É claro, porém, existe certa inconstância na apresentação do personagem que faz como o roteiro final transmita um pouco da sensação de ter sido reconstruído várias e várias vezes até sua versão definitiva. O resultado disso é um filme que até tem pontos positivos, como boas sequências de ação, e um bom aproveitamento de seus personagens de forma como poucos outros aproveitam e aprofundam, contudo, ainda assim, não alcança todo o potencial que tem. 

E não é segredo que o longa busca compensar esses problemas através de referências, participações especiais e nostalgia. Muitas dessas coisas funcionam muito bem, mesmo que não tenham tanta profundidade real como a Supergirl de Sasha Calle, porém em muitos momentos tomam um tempo de tela além do necessário. Esse clima de celebração pode encantar e emocionar, mas desviam a atenção do ponto principal da trama que é o Flash de Erza Miller.


O longa também sofre na parte de efeitos visuais, que em muitos momentos parecem grosseiros e inacabados. Como sua presença é algo constante, principalmente no terceiro ato em seu ápice, pode gerar uma sensação ruim no público, desviando a atenção do ponto principal do roteiro.

Nem um bom fechamento para o antigo, muito menos uma abertura empolgante para o novo DCEU, The Flash é um filme divertido e aceitável, apesar dos problemas, mas involutariamente, acaba perdido entre os universos, sem se encontrar. A sua continuidade ou não, agora depende de seus resultados que, surpreendentemente, podem ser positivos.


Título: The Flash
Título Original: The Flash
Lançamento/Duração: 2023 - 2h 24 min
Gênero: Ação/Aventura/Fantasia
Direção: Andy Muschietti
Roteiro: Christina Hodson, Joby Harold