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A Morte do Capitão América

Ele foi um herói para milhões de pessoas. Uma inspiração para as forças armadas norte-americanas e personificação dos maiores ideais de sua nação. Ele viveu por seu país – e agora, alvejado a sangue frio, deu sua contribuição final à terra que tanto amou. A morte do herói tem sérias consequências. Falcão, seu parceiro de toda a vida, faz da vingança sua prioridade. Sharon Carter, prisioneira dos capangas de Caveira Vermelha, encontra-se fora de controle. E Bucky Barnes, mais conhecido como Soldado Invernal, precisa se reconciliar com seu passado sórdido, a fim de encarar uma missão que mudará sua vida. Testemunhe a monumental releitura do mito do Capitão América nesta incrível adaptação trazida ao Brasil com exclusividade pela Novo Século.
Título: A Morte do Capitão América
Editora: Novo Século - Série Marvel #11
Autor: Larry Hama
Número de páginas: 352

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Na Série Marvel publicada pela editora Novo Século existem dois tipos de histórias: as originais e as adaptadas. As originais aproveitam de personagens e conceitos para trazer novas histórias para o público seja leitor de quadrinhos ou não. Já as adaptadas como Guerras Secretas e o vindouro Wolverine: Arma X, tem a missão de adaptar arcos inteiros de histórias e entregar um produto final com qualidade no mínimo equivalente ao original. Existem muitos arcos que durante todos esses anos de editora que dariam bons livros, a sequência direta de Guerra Civil - A Morte do Capitão América - é com certeza um deles.
Ao longo de quase sete décadas - contanto o período da guerra e pós seu descongelamento - Steve Rogers lutou para defender os mais elevados ideais de seu país, nem que para isso tivesse de ir contra o próprio governo. Imbuído desse sentimento, ele se lançou numa guerra inglória contra outros heróis - e perdeu. Uma derrota que lhe custou muito mais que o respeito do povo americano e a certeza sobre seus atos e responsabilidades. Uma derrota que lhe custou a vida, pondo um fim à incessante batalha do homem que era a personificação do chamado 'sonho americano'.O simbolo. O herói entre o heróis. O mais admirado e respeitado. Steve Rogers fora baleado enquanto se dirigia ao julgamento pelos atos na Guerra Civil e não resistira aos ferimentos...
Enquanto o herói cai, antigos inimigos aproveitam a brecha para implantar um engenhoso plano de aquisição de influência e poder. Alexander Lukin/Caveira Vermelha avança em direção ao controle com ações por baixo dos panos, aproveitando a o caos social e a crescente escala de terror entre o povo americano. Abalados e desestruturados, os aliados mais próximos do Capitão precisam encarar os fatos, se preparar para a batalha que está por vir. E não há muito tempo...
Sharon Carter, ex-namorada de Steve Rogers, é atormentada pela descoberta do seu papel na morte do herói e luta contra a culpa para se manter firme e punir os responsáveis pela trama, embora o controle da sua mente não seja plenamente seu no momento. James "Soldado Invernal" Barnes, outrora conhecido pela alcunha de Bucky tenta aproveitar a liberdade lhe garantida pelo velho amigo para vingá-lo, algo que talvez Steve não aprovaria. Sam Wilson, o Falcão, e Natasha Romanova, a Viúva Negra, precisam garantir que as coisas aconteçam dentro das leis e que ninguém se perca no processo de vingança. Com  a morte de Steve, Tony Stark - o atual diretor da S.H.I.E.L.D. - faz de tudo para preservar a memoria do amigo e declara que o Governo Americano não terá um novo Capitão América. Todavia, talvez não seja esse o último desejo de Steve Rogers.

A Morte do Capitão América é a adaptação literária da saga A Morte do Sonho escrita por Ed Brubaker e ilustrada por Steve Epting em 2007 e narra o desenrolar dos acontecimentos que seguem a morte do herói simbolo americano. Mesmo sendo um arco de história que lida com as consequências do envolvimento do Capitão nos eventos da Guerra Civil, pode-se ler este volume sem ter passado pela minissérie sem problemas. Claro, uma leitura prévia faz você pegar várias referências. Como bem dito anteriormente, adaptar a trama de um Quadrinho para prosa é com certeza uma tarefa árdua, já que o reforço visual e a continuidade, são elementos essenciais para o funcionamento da narrativa. Contudo, Larry Hama transpõe muito bem os eventos narrados na saga e nos entrega um thriller focado na investigação, nas conspirações, e no desenvolvimento dos personagens. Temos protagonistas fragilizados, beirando a linha do que é correto, lidando com a morte de não apenas um simbolo, mas uma pessoa próxima e inspiradora. A culpa e a dor são elementos tão cruciais para a trama, quanto as cenas de ação. Esta não é uma história rasa de superseres.
Com uma narrativa simples e ágil Hama aproveitou o espaço das páginas aprofundar os personagens que conduzem os pontos mais importantes da trama. Isso se reflete na divisão dos capítulos e na narração. A maior parte dos capítulos acompanha Sharon Carter, a Agente 13, e Bucky Barnes em suas investigações paralelas sobre a morte de Steve e como suas vidas são diretamente afetadas por essa busca. Outros personagens fazem parte da trama, é claro, mas não recebem tanta projeção ou o foco da trama se perderia pois cabe a dupla os papeis de maior importância na trama. Ainda sobre a organização dos capítulos, além do que já foi dito existem também interlúdios durante todo o livro que comumente apresentam o ponto de vista dos vilões, acrescentando informações e desenvolvendo mais a trama sem dar voltas.
Como alguém que conferiu a saga original posso dizer que A Morte do Capitão América não deixa nada a dever para o material base, e arrisco dizer que Larry Hama consegue deixar no leitor a vontade de conferir o que ocorreu antes e depois da obra (e olha, não seria nada mal termos mais Brubacker adaptado em novelização). Evidentemente que para chegar ao formato de livro a saga passou por algumas mudanças, mas elas são perceptíveis apenas para aqueles que leram os quadrinhos e não irá afetar em nada a experiência de quem vir a ler.
No interior do livro temos ilustrações - capas das edições e momentos chave que compõem a saga original - em alguns capítulos e páginas importantes para a trama. Todo a projeto gráfico do livro ficou muito bacana, capa e diagramação, e quase não há defeitos a se apontar na revisão e tradução.
A história narrada no livro é não somente um bom thriller de ação com super heróis, como também ela é envolvente e o desenvolvimento de cada personagem, principalmente do Bucky, é primoroso. O arco sintetiza bem aquilo que o Capitão América simboliza numa história bem construída e desconstrói a visão quadrada que se tem sobre o personagem. Sem dúvida nenhuma, uma amostra que existem boas histórias de super-heróis a serem contadas. .