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Máquinas Mortais - O Filme


Anos depois da "Guerra dos Sessenta Minutos". A Terra está destruída e para sobreviver as cidades se movem em rodas gigantes, conhecidas como Cidades Tração, e lutam com outras para conseguir mais recursos naturais. Quando Londres se envolve em um ataque, Tom (Robert Sheehan) é lançado para fora da cidade junto com uma fora-da-lei e os dois juntos precisam lutar para sobreviver e ainda enfrentar uma ameaça que coloca a vida no planeta em risco.

Título: Máquinas Mortais
Lançamento/Duração: 2018 - 2h 8min
Gênero: Aventura/Ação/Comédia/Sci-Fi
Direção: 
Christian Rivers
Roteiro: Peter Jackson, Philippa Boyens, Fran Walsh
Elenco: Hera Hilmar, Hugo Weaving, Jihae, Robert Sheehan, Stephen Lang, Leila George, Frankie Adams, Caren Pistorius, Colin Salmon, Ronan Raftery, Joel Tobeck, Patrick Malahide


Sua estreia foi adiada algumas vezes. A crítica americana recebeu o lançamento com críticas. O filme tem sido um fracasso de bilheteria em diversos países. Contudo, isso é realmente sinal de que Maquinas Mortais é um filme ruim? Eu diria que mal explorado e vítima das expectativas.
O filme do estreante Christian Rivers adapta o primeiro livro de uma série de quatro volumes escrita por Philip Reeve (lançado no Brasil em 2018 pela editora HarperCollins Brasil), e apresenta um cenário pós-apocalíptico onde a humanidade quase se destruiu na chamada Guerra dos Sessenta Minutos e transformou o mundo em grande e vasto descampado, onde as Cidades de Tração caçam outras cidades para usufruir seus recursos, manterem-se ativas e em expansão.
Após anos escondida, Londres retorna ao Campo de Caça no continente. Quando capturam a sua primeira presa, uma pequena cidade mineradora, Thaddeus Valentine (Hugo Weaving) uma das figuras mais influentes e respeitadas de Londres é vitima de um atentado. Hester Shaw (Hera Hilmar) quer vingança pelo que Valentine fez a ela e sua mãe, e teria conseguido se não fosse a interferência de Tom Natsworthy (Robert Sheehan), um historiador aprendiz de terceira classe que idolatra Valentine. No entanto, talvez essa não tenha sido a mais sábia das decisões e, por saberem demais, ambos são jogados da cidade para morrerem.
Sentindo-se traído, Tom terá que confiar em Hester para sobreviver no mundo estático onde piratas, escravagistas e outras Cidades de Tração são apenas alguns dos problemas. O objetivo de ambos é o mesmo - retornar a Londres - e uma longa  jornada onde perigosos segredos serão revelados os aguarda. 
Fortemente associado ao nome de seu produtor, o experiente e renomado Peter Jackson (O Senhor dos Anéis, O Hobbit, King Kong), e vendido como uma espécie de MadMax Steampunk com cidades móveis, Maquinas Mortais quebra a expectativa do público em torno de um produto mais adulto e entrega uma jornada quase juvenil com belos efeitos visuais, mas com roteiro simples, um tanto genérico e clichê, e com resoluções muitas vezes entregues de maneira corrida. Essa celeridade em diversos momentos prejudicam uma abordagem mais profunda nos conceitos interessantes que rodeiam a obra, bem como a relação entre os personagens.
Contudo, não há só o que criticar. O filme acerta nas mudanças que faz em relação ao livro voltado para o público jovem, principalmente a alteração na idade dos protagonistas, papeis dentro da trama e a ordem de determinados acontecimentos, trazem mais dinâmica à obra. Rivers traz sua experiência como supervisor de efeitos visuais e cria junto com a Weta Digital um visual desbundante para o futuro pós-apocalíptico e mecanicista de Máquinas Mortais.
O elenco se esforça para dar vida a seus personagens da melhor maneira possível, com destaque para Hugo Weaving, Hera Hilmar e Stephen Lang, que embora irreconhecível com toda a maquiagem digital para viver Shrike, traz o personagem mais complexo e interessante de todo o filme.
Máquinas Mortais não é nem mesmo de longe o filme inovador ou interessante que se prometia e nem um filme ruim que chega a ser ofensivo, mas mediano, razoável, uma boa opção de entretenimento sem grandes expectativas. Por fim, as escolhas tomadas na tentativa de se criar uma franquia que agradasse jovens e adultos, e os grandes nomes ligados a ele, acabaram por ser os seus principais inimigos.