Dullahan – Os cavaleiros sem cabeça é uma saga de suspense, traição, batalhas… e um amor condenado.Título: Dullahan - Os Cavaleiros Sem Cabeça
A lenda da princesa Almaith – de aparência inocente e coração tocado pelas trevas, destinada a selar a paz entre dois reinos – e do seu bravo guardião, Senach, um bastardo decidido a provar seu valor em batalha.
Envolvidos numa jornada perigosa, Almaith e Senach avançam por terras inimigas, sob uma ameaça ainda mais terrível e insidiosa, oculta nas sombras. Espectros de morte e escuridão, eternos e amaldiçoados, criaturas de mito e pesadelo, cujos nomes não se devem sussurrar.
Dullahan. O terror da noite. Os cavaleiros sem cabeça. Sempre à espreita por novas vítimas.
Livros são livros, seja em papel ou em formato digital, precisam e merecem ser lidos. É claro, também precisam ser recomendados. Ainda mais quando - em tempos de uso e reuso de lendas e mitos antigos - nos deparamos com um praticamente intocado e apresentado de maneira arrebatadora. Mas afinal o que é um Dullahan?
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A resposta para isso conhecemos durante o prólogo do livro. O Dullahan é um tipo de criatura lendária imortal proveniente da mitologia irlandesa. Ele não tem cabeça e geralmente é visto montado num cavalo negro, carregando sua própria cabeça nos braços. Dizem que apenas o ouro pode impedir que um deles leve a alma de sua vítima ao inferno. Seu mito mais conhecido é contado como a história principal do livro.
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Nela, somos apresentados a princesa Almaith. Somente o casamento dela com o rei de Connacht poria fim a guerra, mas era sabido que nem todos desejavam a chegada da paz. Por isso Senach - um bastardo de sangue nobre em busca de reconhecimento - lidera a comitiva designada para protegê-la e permitir que o acordo se concretize. Porém, não sabia ele que as trevas rondavam seus caminhos e habitavam o coração de sua protegida. O agouro era certo e seu futuro negro.
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Antes de mais nada é preciso estabelecer que Dullahan é um conto adulto. Não no sentido erótico - apesar do erotismo ser parte integrante da trama - mas por trazer em toda continuidade do texto elementos narrativos pesados. Há sexo, violência, linguajar adulto, termos chulos, atitudes deploráveis e questionáveis, a bestialidade humana. Tudo para mostrar o quão escuro fora o período em que se passa a história. A ascensão da idade medieval em desenvolvimento, quando os reinos eram menores e nobres brigavam por controle de todas as terras. Um período cruel em diversos sentidos.
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Por ser uma história rápida, Marcelo investe na narrativa descritiva para contá-la de forma mais rápida e detalhada possível. Com isso acaba abrindo mão de utilizar os diálogos para complementar ainda mais o texto. Mas a escolha é compreensível, embora não agrade a todo tipo de leitor. Para nossa sorte, o Marcelo é muito bom em narrações descritivas.
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Devido a agilidade da obra as personagens acabam não recebendo um aprofundamento, apenas uns dois ou três possuem uma carga de características. Ainda sim, essa construção rasa de personagens é suficiente garantir que o elemento principal se mantenha em foco. A história trata de um mito que está acima de qualquer personagem. É impossível falar deles sem entregar alguns elementos da trama. Então o segredo permanece.
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Dullahan é um livro sombrio e maduro, sem enfeites ou cores além do preto da noite e rubro do sangue dos mortos. Os acostumados com dark fantasy e obras como Guerra dos Tronos se sentirão em casa. De toda forma, os leitores encontrarão um entretenimento rápido, bem escrito e de qualidade atestada.
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A única ressalva que faço é: deve ser evitado a leitura a noite para não atrair a atenção dos espectros atormentados. ;)