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X-Men: Deus Ama, o Homem Mata






O Professor Charles Xavier e seus pupilos, Ciclope, Tempestade, Wolverine, Noturno, Kitty Pryde e Colossus, os X-Men, entram na mira do fanático pastor William Stryker, um influente religioso que considera os mutantes uma cria diabólica e uma afronta contra Deus e Sua Criação. Seja com suas palavras, seja com sua milícia assassina de mutantes, os Purificadores, Stryker quer guerra e até Magneto se unirá aos X-Men nesse confronto feroz combatido não só com punhos, mas com palavras e sentimentos.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           .
Título: X-Men: Deus Ama, o Homem Mata
Autor(a): Chris Claremont
Ilustrador: Brent Anderson
Editora: 
Panini/ Marvel Comics - Páginas: 68
No longínquo ano de 1982, a Marvel Comics decidiu se arriscar no mercado de produtos especiais para livrarias e aproveitar a onda de Graphic Novels que tomava o mercado. A iniciativa não deu muito certo, mas acabou gerando alguns bons frutos como o clássico God Loves, Man Kills, publicada no Brasil originalmente como O Conflito de Uma Raça e somente mais tarde republicada como Deus Ama, o Homem Mata. Uma história forte sobre a intolerância, o preconceito e a crueldade humana.


A convivência humana sempre foi abalada desde o inicio dos tempos pelo fato de não entendermos o quão diferentes somos unos dos outros. Religião, Gênero, Questões Étnicas, Política, muitos são os motivos que nos separam. E se não tá fácil para nós, imagina para os mutantes?
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Em X-Men: Deus Ama, o Homem Mata, o Reverendo Stryker é um cristão fundamentalista que se viu como o escolhido de Deus para destruir a raça mutante. Stryker antes de se tornar um fanático religioso fundamentalista, foi um militar do exercito americano. Quando seu filho nasceu depois de sofrer um acidente de carro no deserto de Nevada, Stryker reconheceu que seu filho era um mutante por sua aparência física, matando-o e logo depois matando sua mulher, e tenta cometer suicido, colocando fogo no carro. Entretanto, o carro explodiu, jogando-o das chamas. Tornou-se convencido que Satan tinha algo a ver com as mutações, ele conclui que a única razão de Deus permitir que seu filho fosse um mutante era para conduzi-lo à sua verdadeira vocação: livrar o mundo dos mutantes.
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Stryker convoca seus seguidores, inclusive um grupo paramilitar secreto chamados de os Purificadores que cometem vários crimes contra mutantes. E nesse ponto da história entram os X-Men. O grupo, principalmente Kitty Pride, é obrigado a enfrentar ideologicamente e fisicamente os desafios impostos nessa empreitada. Ainda mais quando Stryker decide por seu plano em prática sequestrando o Professor Xavier após um debate televisivo sobre a causa mutante com o intuito de usá-lo como arma. A fim de acabar com este problema, os X-Men são obrigados a juntar força com seu mais terrível inimigo, Magneto. 

Utilizando dessa metáfora e de personagens com um histórico de luta Chris Claremont cria uma história com um tema polêmico e um argumento sensível dentro de uma trama fechada, diferente do que costuma ser trabalhado nos quadrinhos. Isso significa que a obra é independente e pode ser lida sem a obrigação do conhecimento prévio e a preocupação com uma continuidade. Para isso a narrativa conta com "facilitadores" para auxiliar o leitor a alcançar o melhor aproveitamento da Graphic Novel, contudo nenhum deles desmerece-a, pelo contrário. Todos os planos e motivações do vilão são bem apresentados e explicados, os próprios X-Men recebem uma notável apresentação nas primeiras páginas e a história flui sem problemas até o final.
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O cerne dessa história serviu de base para o segundo filme da franquia mutante lá em 2003 (X2: X-Men United ou X-Men 2 no Brasil). Apesar de seguirem caminhos diferentes o filme é bastante fiel a obra original e vale a pena ser conferido, se é que já não viu. Ambas as obras alcançam o objetivo principal apesar de seus defeitos: a reflexão sobre o preconceito e a intolerância.
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Enfim, trata-se de uma das histórias mais emocionantes e humanas que os X-Men já tiveram. Uma obra que deve ser conferida mesmo por que não costuma ler quadrinhos.