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Os Goonies - O Livro

O clássico filme infanto-juvenil, “Os Goonies”, volta direto dos anos 80, adaptado para livro. Às vésperas de serem despejados de seus lares, um grupo de crianças – os Goonies – encontram um mapa do tesouro no sótão de sua casa, Mickey, Brand, Bocão, Dado e Gordo partem em busca do tesouro de Willy Caolho e continuarem juntos. Juntam-se a eles nessa aventura Andy e Stef mas, além das armadilhas deixadas por Willy Caolho por entre as cavernas e trilhas subterrâneas, os garotos terão de enfrentar também uma família de bandidos italianos, Os Fratelli.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      
Título: Os Goonies
Autora: James Khan
Editora: Darkside
Número de Páginas: 240

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Os mais novos mal se lembram desse nome, talvez nem mesmo saibam do que se trata. Já os mais velhos se recordarão facilmente (ou não) de um clássico filme que alegrava a sessão da tarde no final da década de 80 e no inicio de 90 (velho é a sua avó, tenho 25 anos, mas me respeite). Lembro dos bons tempos de aventura e diversão com aquela turminha do barulho aprontando altas confusões atrás de um tesouro. Mas Os Goonies é mais que isso, é uma história de amizade. Sobre o filme falaremos outra hora, pois agora é a hora do livro os Goonies. 
Baseado no roteiro original de Steven Spielberg e Chris Columbus (aquele mesmo que deu vida a Harry Potter nos cinemas) o livro de James Khan traz a história de um grupo de amigos vivendo seu último dia juntos, pois suas famílias serão despejadas das Docas Goon (por isso o apelido Goonies) para a construção de um campo de golfe. A única salvação para aquele grupo de amigos que não deseja se separar é que por milagre o valor exorbitante da hipoteca seja pago. Desolados e sem muito o que fazer naquele dia chuvoso, os Goonies resolvem bisbilhotar no sótão algumas peças do museu que o Sr. Walsh, pai de Mickey e Brand, guarda em casa por falta de espaço no trabalho. Nessa brincadeira o grupo acaba encontrando um mapa que supostamente indicaria onde está localizado o tesouro do famoso pirata Willy Caolho, uma quantia em ouro e jóias que poderia manter os Goonies unidos para sempre, sem se preocupar com o medo da mudança. E é nisso que os garotos apostam.
O livro, exceto pelos boletins policiais no inicio e fim do livro, é todo narrado pelo sonhador Mikey Walsh, o garoto asmático e frágil, fã das grandes aventuras do cinema e da literatura, "líder" dos Goonies. É dele que parte a ideia para a aventura e é ele o que mais tem fé que aquele tesouro é real. A narrativa é agradável e bem juvenil, afinal, o que esperar de um livro narrado por um adolescente de 13 anos? Sei que existem outros livros narrados por personagens jovens como é o caso de Percy Jackson, mas neste caso a narrativa é sincera, ela não te deixa em dúvida sobre a idade do narrador. Até os diálogos são narrados por Mikey, tornando o livro um grande relato de uma aventura vivida na adolescência, com direito ao linguajar e uma série de emoções e confusões que apenas essa fase é capaz de carregar.
Existem várias referências à filmes, produtos, seriados e livros antigos. Nas notas de rodapé estão sempre presentes para esclarecer e contextualizar sempre que possível cada uma delas. Mesmo contando com uma narrativa de um narrador personagem, os demais personagens são totalmente participativos e importantes para a trama. Brandon Walsh, ou Brand, é o irmão mais velho atleta, um tanto ogro, mas super-protetor, que adora pegar no pé do irmão menor e só quer ter um dia de paz. Clarkie "Bocão" Devereaux é o piadista e brincalhão do grupo, embora nem sempre sejam tão engraçadas assim. É o bully do grupo e faz de Gordo a sua principal vítima. Lawrence, ou Gordo, é o medroso e comilão do grupo, conta tantos causos e estórias que ninguém dá crédito quando fala a verdade. Dado, o estereótipo do asiático inteligente, é o inventor do grupo, é fã de James Bond e criou vários apetrechos de espião para si, embora a maioria não funcione tão bem quanto planejado.
O maior "super poder" do livro talvez seja a capacidade de atingir um público de faixa etária variada, apresentando uma aventura totalmente nova para as "novinhas" e os "novinhos" quanto despertando aquela lembrança gostosa do adulto. Espero que todo mundo aproveite o máximo que puder dessa história sobre aventura, tesouros, adolescência e amizades. Agora se me dão licença juntarei minha tripulação de amigos, hastearei a Jolly Roger e ganharei os mares em busca de tesouros e aventura. Yo-ho-ho!