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O Senhor dos Anéis Vol.1 - A Sociedade do Anel








Numa cidadezinha indolente do Condado, um jovem hobbit é encarregado de uma imensa tarefa. Deve empreender uma perigosa viagem através da Terra-média até as Fendas da Perdição, e lá destruir o Anel do Poder - a única coisa que impede o domínio maléfico do Senhor do Escuro.
Continuação de O Hobbit e início da trilogia O Senhor do Anéis, o livro revela como surgiram os anéis mágicos e como um grupo de magos, elfos e outros seres se formou para impedir que o maligno Sauron dominasse toda a Terra Média.                                                                                                                                                                                                   
Título: O Senhor dos Anéis Vol.1 - A Sociedade do Anel
Série/Saga: O Senhor dos Anéis 
Autor: J.R.R.Tolkien
Editora: Martins Fontes
Ano: 2000
Páginas: 434


O Senhor dos Anéis, a obra prima de J. R. R. Tolkien, considerada por muitos um verdadeiro divisor de águas em termos de literatura fantástica, responsável por popularizar, inspirar e difundir este gênero ao longo dos séculos XX e XXI sobretudo após as recentes e tão cultuadas adaptações para o cinema...
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Mesmo com tantos predicados negligenciei a leitura destes livros por tempo demais. Fez pouco mais de um ano que terminei de ler por completo a trilogia pela primeira vez e que me apaixonei definitivamente pelo universo tolkieniano. De lá para cá, li boa parte dos outros livros do autor e resolvi aproveitar a chegada do Dia de Ler Tolkien (25 de Março) para voltar ao começo. Ansiava por ler de novo sobre os hobbits e a vida simples que levam no Condado, por reencontrar todos aqueles personagens e lugares fantásticos. Chega um ponto da vida que você precisava (re)visitar a Terra-média.
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A Sociedade do Anel é a primeira parte da trilogia O Senhor dos Anéis, continuação direta de O Hobbit e têm como base mitológica e cultural o mesmo universo de O Silmarillion. Contudo o livro pode ser lido de forma independente e acredito que é por ele que a maioria das pessoas adentre na Terra-média.
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Nele começa a longa jornada de Frodo, imbuído da tarefa de destruir um poderoso artefato dos Dias Antigos: O Anel do Poder, O Um, a única coisa que impede o retorno e o domínio completo do Senhor do Escuro, Sauron, sobre todos os outros povos. Para ajudá-lo em tão extraordinária e difícil missão, unem forças a ele outros seres de raças e reinos diferentes e assim têm início a Saga do Anel, a maior aventura de sua vida. O livro é focado nesta jornada, narrando os encontros, perigos e descobertas ao longo do caminho.
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Embora mantenha uma narrativa linear em terceira pessoa, o texto de Tolkien é complexo e tem seu ritmo quebrado por várias referências que ele faz ao seu próprio universo e ao detalhismo descritivo que emprega em certos momentos. Para alguns isso pode tornar a leitura enfadonha e fazer com que desistam de continuar. Particularmente isto não me incomodou tanto. Tais detalhes acrescentam riqueza as cenas, ajudam na imersão e a imaginar com fidelidade aquilo que o autor criou e se propôs a contar. Mesmo os coadjuvantes mais simplórios têm um papel a desempenhar aqui: o pônei Bill, os Sacola Bolseiros, o cervejeiro Carrapicho, o ardiloso Bill Samambaia, Tom Bombadil e tantos outros… O Senhor dos Anéis não seria a mesma coisa sem eles.
Um outro artifício interessante é a velocidade com que certas coisas parecem acontecer. Nos momentos mais tranquilos, vales verdejantes, montanhas imponentes e florestas maravilhosas são bela e longamente descritos, os personagens contam histórias do passado remoto, recitam e cantam poemas. Já nos de maior tensão e perigo a narrativa parece se acelerar de tal modo que você se sente ofegante e aflito enquanto lê e chega a um tal ponto de perder as esperanças e acreditar que daquele obstáculo os personagens não passaram. Como leitor, partilhar destas mesmas experiências sejam elas boas ou ruins é entusiasmante e é o mínimo que espero de um bom livro.
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A Sociedade do Anel comporta bem ambos os extremos pois a longa distância de Bolsão até as Cataratas de Rauros não é percorrida em menos de cinco meses pelos nossos heróis. E Tolkien conta mesmo muita coisa! A Terra-média não é um mero pano de fundo. É um cenário denso, dinâmico e detalhado que pulsa de vida, história e cultura em suas mais variadas nuances. Tolkien era dotado de uma imaginação assombrosa e dedicou boa parte de sua vida a dar vida a este lugar.
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Grandes jornadas, como as de Bilbo ou Frodo, começam com pequenos passos (ou com o simples virar de páginas), vá devagar, não se preocupe tanto em chegar ao final e não deixe de apreciar a paisagem durante a viagem. Vale a pena!