BEM-VINDO VIAJANTE! O QUE BUSCA NO MULTIVERSO?

Crítica | Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa

Reprodução
As produções em live action baseadas nas criações de Maurício de Sousa — exceto pelo desastroso Turma da Mônica: Reflexos do Medo — tem alcançado sucesso de crítica e de público, nas telonas ou nas telinhas, divertindo e emocionando pessoas das mais diversas idades. A aposta da vez adentra o universo rural dos quadrinhos ao trazer um dos mais famosos caipiras da literatura brasileira para as telonas.

Desde a seleção de elenco e os teasers muito bem elaborados da Maurício de Sousa Produções, toda uma curiosidade foi criada sobre Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa. Bastava então saber se a expectativa seria atendida e se a nova produção se igualaria em emoção ao sucesso de Turma da Mônica: Laços e Turma da Mônica: Lições. E o resultado não poderia ser melhor!
Reprodução
Na trama, contata a nós pelo próprio Chico Bento, conhecemos as origens do seu amor por goiaba e sua ligação com a goiabeira plantada nas terras do Nhô Lau, e mais especificamente, quando precisou da ajuda de toda Vila Abobrinha para salvá-la. Ao lado de Zé Lelé, Rosinha, Zé da Roça, Tábata, Hiro e toda a comunidade, Chico precisa fazer de tudo para acabar com o projeto da família de Genezinho e Dotô Agripino que pretende derrubar a goiabeira em um rocambolesco e desnecessário plano para construção de uma estrada na região.

Com um roteiro simples e singelo, mas uma execução muito bem trabalhada, a transposição dos personagens para a tela ocorre de forma natural e muito bem acertada. Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa chega quase como uma fábula caipira sobre o cuidado com a natureza e a beleza da vida do campo, trazendo um visual leve que nos transporta com facilidade para a ambientação e prende o espectador em meio a mensagem e a comicidade trazida em seu roteiro.

A produção conduzida por Fernando Fraiha acerta muito ao não abandonar o lado lúdico das histórias em quadrinhos e fazer justo o contrário ao brincar com possibilidades que atravessam a mídia e também a percepção infantil. O resultado é um filme ágil, sensível, que sabe trabalhar bem seus dramas, a comédia, sua mensagem social e ecológica, e explora muito bem o carisma do elenco para construir uma identidade particular e, ao mesmo tempo, tão própria do personagem nos quadrinhos. 
Reprodução




Em meio a um excelente trabalho de direção, roteiro e até efeitos especiais, o que verdadeiramente se destaca e engrandece a produção é como Isaac Amendoin encarna Chico Bento de maneira tão natural e encantadora que o público terá dificuldade em saber onde começa um e termina o outro. Conhecido por seus vídeos em redes sociais, Isaac dá conta do recado sem a menor dificuldade — em sua primeira experiência profissional como ator — e rouba a cena todo seu carisma e competência. 

Todo esse talento é muito explorado assertivamente pelo roteiro, fazendo com que o pequeno ator brilhe com seu timing cômico quase natural e use toda sua simpatia para ganhar o público, especialmente em momentos de quebra da quarta parede. O elenco adulto cai como uma luva para abrilhantar o filme e ajudar o elenco infantil a alcançar o destaque merecido. A turma dos pequenos forma um time entrosado, que cativa o público, com maior destaque para o carismático Zé Lelé de Pedro Dantas e a Rosinha de Ana Julia Dias

Divertido, emocionante e carregado com uma sensível mensagem de esperança, Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa é um filme que alcança o público todas as idades e que sabe transpor para as telas o melhor dos quadrinhos para construir algo novo que valorize ambas as linguagens. Com uma sequência já confirmada, é certeza que o público sairá das salas já ansiosos por mais.


Título: Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa
Lançamento/Duração: 2025 — 1h 30min
Gênero: Comédia/Aventura/Família
Direção: Fernando Fraiha
Roteiro: Elena Altheman, Raul Chequer e Fernando Fraiha