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Crítica | Adão Negro

Quinze anos se passaram desde que o nome de Dwayne "The Rock" Johnson foi levantado e escalado para dar vida ao Adão Negro nos cinemas. De uma participação como provável vilão no filme Shazam!, passando pelo aumento da popularidade do astro e a confirmação como protagonista de um longa próprio, Adão Negro chega como uma esperança para o Universo DC nos cinemas. 
Na trama temos o retorno de Teth-Adam (Dwayne Johnson) após 5 mil anos de exílio/prisão. O escravizado que ganhou poderes mágicos na era antiga para combater o rei tirano de Kahndaq, é desperto por um grupo desesperado de pessoas em busca de soluções para libertar o reino do domínio ditatorial da Intergangue, um grupo mercenário que controla o lugar há 10 anos. Deslocado no tempo, cheio de ódio, e em meio a um conflito, Adão Negro mostra todo seu poder contra seus novos inimigos.
 
Enquanto para uns, um herói, para outros uma ameça. Suas ações e potencial destrutivo chamam a atenção de poderosos que imediatamente convocam a Sociedade da Justiça, para impedir que o poderoso ser de poderes divinos torne uma ameaça global. Em paralelo a isso, as forças da Intergangue buscam por as mãos em um poderoso artefato para garantir de vez o comando sobre Kahndaq, e talvez além mais.

Levantando temas e questões que poderiam gerar debates um pouco mais profundos, a produção opta por focar em uma sequência de embates e conflitos, como poucos momentos de respiro, entregando um longa compromissado coma diversão e entretenimento. Não que isso seja ruim, por si só, ao se anunciar como um novo marco para o universo DC nos cinemas, Adão Negro dá dois passos atrás para, sem muitos riscos, garantir os passos a serem dados a frente. Com isso temos um filme em que seus acertos superam os defeitos e divertem o público, com personagens cativantes e o carisma de seu protagonista.
Com certeza, no ponto mais fraco, temos o roteiro escrito por Adam SztykielRory Haines e Sohrab Noshirvani que aposta no simples e parece por vezes não saber muito bem o que fazer com os personagens inseridos, além de bons combates. O humor por vezes parece deslocado, principalmente com o núcleo mais humano da história. Objetivamente, isso não é nenhum pecado, mas sem o peso devido, ações e consequências acabam sem relevância real frente ao ir e vir de acontecimentos.

Em contraponto, a ação bem dirigida, os efeitos bem finalizados e a fotografia fazem de Adão Negro um desbunde repleto de quadros dignos das mais belas páginas dos quadrinhos. Outro ponto que vale elogios, certamente é a forma como outros personagens conseguem um merecido destaque em meio a tanta coisa. Pierce Brosnan (Senhor Destino) e Aldis Hodge (Gavião Negro) brilham tanto em seus personagens que garantem não apenas um desejo por mais da Sociedade da Justiça, como disputam em pé de igualdade com o carisma de Dwayne Johnson.

Talvez "Mudar a hierarquia de poder do universo DC" tenha sido uma afirmação forte por parte do ator/produtor, mas gradualmente os novos rumos desse universo cinematográfico se tornam mais claros ao entregar uma história dinâmica, repleta de ação, que aposta forte na pancadaria e simplicidade para a agradar ao público. Se isso será o suficiente ou não, apenas o tempo dirá, mas até lá algumas horas de diversão descompromissada estão garantidas.

Título: Adão Negro
Título Original: Black Adam
Lançamento/Duração: 2022 - 2h 5min
Gênero: Fantasia/Ação/Ficção Científica
Direção: 
Jaume Collet-Serra
Roteiro: 
Adam SztykielRory Haines e Sohrab Noshirvani

IMDB - FILMOW