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Crítica | Jurassic World: Domínio

Desde o lançamento e sucesso estrondoso de Jurassic Park em 1993, Hollywood tenta replicar o encanto causado pela obra a cada nova sequência. Jurassic World: Domínio, capítulo final da trilogia iniciada por Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros, encara o desafio unindo o elenco clássico com o novo em uma corrida contra o tempo para salvar o equilíbrio do mundo.
Uma aposta na ação e na nostalgia que teria tudo para ser a tão sonhada sequência perfeita. Isso é claro, se estivéssemos falando de um roteiro mais coeso e um pouco mais inteligente.
Quatro anos após a destruição da Ilha Nublar, em Jurassic World: Reino Ameaçado, e dando sequência aos acontecimentos do longa, os dinossauros agora vivem ao lado de humanos em todo o mundo. Essa convivência nem sempre é harmoniosa, trazendo problemas graves e levantando questões sobre os limites dessa relação e como ela afetará o futuro das espécies em nosso planeta. Em especial, a humanidade.
Contudo, para além da sinopse oficial, o maior conflito de um filme sobre dinossauros não envolve diretamente os dinossauros. Uma nuvem de gafanhotos geneticamente modificados coloca em perigo a produção agrícola de todo o mundo e todos os indícios apontam para uma empresa que se apresenta para o mundo com uma fonte de soluções e dona de um local perfeito para a questão dos dinossauros. Essa questão leva Ellie Sattler (Laura Dern), Allan Grant (Sam Neill) e Ian Malcolm (Jeff Goldblum) a se unir novamente para investigar o caso. Em paralelo, Claire (Bryce Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt) se envolvem em uma trama particular de resgate quando sua filha Maise (Isabella Sermon)e de um bebê raptor, surpreendentemente sequestrados pela mesma empresa.
Em um vai e vem de espionagem, buscas por verdade e por filhos, sequências de ação bem executadas, referências e brincadeiras, e apelo a nostalgia, o roteiro de Jurassic World: Domínio acaba por se perder ao trazer um excesso de conflitos e questões, deixando de lado muitas vezes os seus principais astros: os dinossauros. Não seria implicância ou exagero afirmar que toda a questão dos dinossauros em convívio com seres humanos tem a profundidade de um pires e é apresentada de forma secundária. Há um exotismo, uma exploração e venda ilegal, e só.

Embora dito tudo isso, ainda é possível se divertir com o filme e aproveitar os reencontros, desde que a expectativa esteja regulada. Sim, o vilão CEO de uma empresa com desejos maquiavélicos é genérico e esquecível, mas o retorno e entrosamento do elenco original com o novo compensam a questão. É genuinamente delicioso ver Dern, Neill e Goldblum juntos novamente em tela, novos personagens secundários acrescentam bastante nas partes de ação elaboradas e repletas de set pieces, e o design de novos dinossauros, principalmente os com penas, também é bacana.
Mesmo sendo superior a seus antecessores, trazendo certo frescor, e tendo pontos positivos, Jurassic World: Domínio tristemente conclui sua jornada com uma sensação último suspiro para franquia que merece um bom descanso para livrá-la de uma possível extinção por desgaste. O longa é com certeza um filme divertido que vale o show que se propõe, mas com roteiro pouco inspirado e sem alma, o que é sempre uma pena se tratando de uma franquia tão amada.

Título: Jurassic World: Domínio
Título Original: Jurassic World Dominion
Lançamento/Duração: 2022 - 2h 26min
Gênero: Aventura/Ação/Ficção Científica
Direção: 
Colin Trevorrow
Roteiro: Emily Carmichael, Colin Trevorrow, Derek Connolly

IMDB - FILMOW