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Anohana: Ainda não sabemos o nome da flor que vimos naquele dia.



Quando era criança, Jinta Yadomi criou com os seus amigos o grupo Super Peace Busters.
Ele era o líder e todos o chamavam de “Jintan”. Até que uma tragédia assola o grupo – a morte acidental de uma das integrantes, a Menma. O incidente leva ao desmembramento do grupo, e ao longo dos anos, os amigos acabam se afastando por completo.
Só que um dia, sem mais nem menos, Menma, que deveria estar morta, surge no quarto do Jintan! Será uma sósia…? Uma fantasma…? Qual a razão do “retorno” da garota?!


Título: Anohana: Ainda não sabemos o nome da flor que vimos naquele dia
Criação: Cho-Eiwa Busters
Adaptação: Mitsu Izumi
Tradutor: Naguisa Kushihara
Editora: JBC
Acabamento: 13,5 x 20,5 cm, Papel Pisa Brite, tankobon, 216 págs

Anohana, originalmente um anime produzido pela A-1 Pictures com roteiro de Mari Okada e direção de Tatsuyuki Nagai, já gerou diversos produtos derivados desde a sua exibição original no Japão em 2011. Entre eles destacam-se uma novel, um longa animado, um filme live action e um game para PSP. Sucesso indiscutível de público e crítica e contando com uma boa base de fãs era inevitável que o anime também fosse parar nas páginas dos mangás tendo sido assim adaptado e publicado na revista Jump Square, da editora Shueisha ao longo de 2012. Meu primeiro contato com Anohana veio por meio de uma indicação do anime e comemorei o anúncio de publicação do mangá no Brasil, feito pela editora JBC após um jogo de adivinhações promovido em suas redes sociais.
Anohana, ou Ano Hi Mita hana no Namae o Bokutachi wa Mada Shiranai (literalmente, “Nós Ainda não Sabemos o Nome da Flor que Vimos naquele Dia”), conta a história de um grupo de seis amigos que se conhecem desde a infância: Jinta "Jintan" Yadomi, Meiko "Menma" Honma, Naruko "Anaru" Anjou, Atsumu "Yukiatsu" Matsuyuki, Tetsudou "Poppo" Hisakawa e Chiriko "Tsuruko" Tsurumi. Eles costumavam brincar juntos todos os dias num morro atrás da escola, onde um antigo casebre servia de base secreta para o seu grupo, nomeado pelo líder Jinta como Super Peace Busters. Contudo, num fatídico dia, um acidente provoca a morte de Menma. Profundamente abalados e sentindo-se um pouco culpados com a morte precoce da amiga, o grupo vai aos poucos se dissolvendo e conforme o tempo e a vida avançam eles se distanciam cada vez mais uns dos outros...
Dez anos após este acidente, reencontramos um Jinta Yadomi ainda bastante afetado, vivendo quase isolado em sua casa, completamente afastado dos estudos e sem vida social. Num dia quente de verão, Menma reaparece para Jinta, com uma aparência ligeiramente mais velha e lhe pede ajuda para realizar seu desejo. A princípio Jinta se assusta e acredita que aquilo não passa de uma alucinação causada pelo estresse e o trauma pela perda da colega. No entanto, Menma revela ser um fantasma e ele acaba cedendo e concordando em ajudá-la. Mas Menma não se lembra exatamente qual era esse desejo, fazendo com que Jinta precise reunir seus amigos de infância novamente, pois ela acredita que eles sejam a chave para solucionar esse problema, e para que juntos possam enfim descobrir e cumprir o que lhe fora prometido.
Este é o mote de AnoHana e conforme o mangá avança passamos a conhecer em detalhes e com profundidade as personalidades de cada um dos membros do Super Peace Busters. A forma como cada um deles lidou com a morte de Menma é um dos temas principais e o reencontro, após tanto tempo afastados, trará à tona os sentimentos escondidos e os conflitos internos de cada um e com isso podemos entender os motivos que os levaram para caminhos diferentes após o acidente com a amiga. Enquanto buscam ajudá-la a realizar seu desejo, eles também ajudam a si mesmos a superar as diferenças e os traumas individuais, bem como todo o sentimento de tristeza acumulado. É lindo, tocante e muito comovente, e inevitavelmente é capaz de te levar às lágrimas!
A adaptação do anime para mangá ficou a cargo de Mitsu Izumi. A arte segue o padrão e a caracterização original do anime, sendo limpa, suave e muito funcional conseguindo transmitir bem as muitas emoções implícitas em cada cena e em pontos chave da história. A quadrinização está harmoniosa e não sofre variações bruscas ao longo da edição e também não notei a incômoda e desnecessária presença de “fanservice”. O primeiro volume, de três que serão publicados bimestralmente pela JBC, traz os eventos vistos nos quatro primeiros episódios do anime com bastante fidelidade pelo que pude me lembrar. Não notei erros gráficos ou de revisão durante a leitura e a edição segue o padrão habitual dos demais mangás da editora, em papel pisa brite e com capas internas coloridas.
Com sua história simples e leve, carregada de nostalgia, sentimentalismo e emoções das mais intensas, Anohana consegue tanto divertir quanto emocionar. Não é difícil se identificar com os seus personagens cativantes e singulares e tampouco com as suas histórias de vida tão comuns a todos nós que certamente também já tivemos nosso próprio grupo de amigos que a vida, pelos mais diversos motivos, se encarregou de afastar. Foi ótimo reencontrá-los aqui e reviver um pouco deste espírito de amizade, mas agora nas páginas do mangá, e recomendo demais a aquisição e a leitura indistintamente a todos!