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Multiverso X.:19 | Mangás: Bestas, Beleza e Basquete


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No episódio de hoje o capitão Ace Barros, o navegador Airechu, o piloto da Interlúdio Julio Barcellos e a imediata Hall-e, resolveram se aventuras por universos orientais e fazerem suas observações para trazer indicações de mangás!
Ouça e conheça um mundo onde gladiadores e bestas mitologicas se enfrentam em combates mortais nas arenas de Roma; descubra os segredos ocultos do mundo da moda e os custos físicos e mentais que o universo da beleza pode cobrar de suas celebridades; pegue sua pipoca e todo seu aparato de torcida e acompanhe a jornada de dois jovens colegiais e seus amigos tentando levar o time de basquete da sua escola até o título de melhores do Japão.
ショーをお楽しみください!最後まで聞いてください。(Shō o o tanoshimi Kudasai! Saigomade kiitekudasai!)
Acompanhe-nos, estimado explorador de universos! 

COMENTADOS NESTE EPISÓDIO:

BESTIARIUS
Skoob - Capas: Vol.1 - Vol. 2 - Vol. 3 - Artes do Mangá: Exemplo 1 - Exemplo 2 - Exemplo 3
Volume 1: Compare & Compre - Loja Recomendada
Volume 2: Compare & Compre - Loja Recomendada
Volume 3: Compare & Compre - Loja Recomendada
HELTER SKELTER
Skoob - Capa - Artes do Mangá: Exemplo 1 - Exemplo 2 - Exemplo 3
Adaptação Cinematográfica: IMDB - Trailer
Referência: Quadro do Edward Hopper - Cena do Mangá
Helter Skelter: Compare & Compre - Loja Recomendada
KUROKO NO BASKET
Skoob - Artes do Mangá: Exemplo 1 - Exemplo 2 - Exemplo 3
Anime: IMDB - Trailer
Comparativo: Evolução da Arte de Kuroko

1 Hora 11 Minutos 31 Segundos
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Memórias Póstumas de Brás Cubas

Quando penso na minha vida de leitor, confesso que nenhum outro livro de língua portuguesa me impressionou tanto como este Memórias póstumas de Brás Cubas. Não apenas pela situação insólita de ter um defunto como galante autor, o que significa acompanhar a sua alma leve e sardônica por uma existência terrena feita de ilusões e fracassos.
O assombro que senti estava na agilidade técnica de Machado (1839-1908) , revolucionária para a época; no gosto pela subversão da Literatura (com maiúscula) e de todas as suas convenções (românticas, realistas, não interessa); e, finalmente, na capacidade de Machado em transformar a miséria da natureza humana – nossas vaidades; nossas mentiras; nossos amores por mulheres que retribuem o sentimento “durante quinze anos e onze contos de réis” – em material simultaneamente popular e erudito, lúgubre e jovial, pessimista mas libertador. Se hoje escrevo, em parte devo-o a este “livro que cheira a sepulcro”. E como é doce o odor dos vermes! - João Pereira Coutinho Professor e colunista da Folha
A Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura traz ao público 28 ilustres autores da literatura mundial cujos clássicos marcaram gerações de leitores. Entre eles estão Machado de Assis, Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Oscar Wilde, Virginia Woolf, Joseph Conrad, Tolstói e outros renomados autores.
Título: Memórias Póstumas de Brás Cubas
Coleção: Folha Grandes Nomes Da Literatura (vol.18)
Editora: Folha de S.Paulo
Autor: Machado de Assis
Ano: 2016 / Páginas: 380


Entre os grandes clássicos da literatura mundial, sinto que tenho uma enorme dívida a pagar com os autores nacionais. Confesso ter lido pouquíssimos mesmo quando era obrigado para as aulas no ensino médio e para os vestibulares que prestei, mas essa é uma falha que pretendo aos poucos sanar. E nada melhor do que começar com um autor aclamado que já conheço e aprecio, sobretudo por O Alienista, que achei simplesmente fantástico quando há não muito tempo li pela primeira vez. Memórias Postumas de Brás Cubas é considerado como o mais representativo romance de Machado de Assis e é tido pela crítica como um dos livros mais influentes e inovadores da literatura nacional brasileira.
Como o próprio título já denuncia, este é um livro de memórias e portanto narra as lembranças de seu personagem principal, Brás Cubas. Outrora um membro da classe média e da elite política carioca do século XIX, Brás Cubas hoje nada mais é do que um cadáver, um defunto autor. É do túmulo e do além que a sua alma inquieta se debruça sob as lembranças de outrora para nos relatar nesta autobiografia póstuma, dedicada ao verme que primeiro roeu as suas frias carnes, tudo aquilo que viveu, que experimentou, que sentiu e também tudo aquilo que em igual medida deixou de viver, experimentar e sentir.
Herdeiro de uma fortuna considerável ele estudou em Coimbra onde formou-se em direito. Teve diversas paixões, sendo talvez a mais arrebatadora, mas não tão duradoura a de Marcela, uma cortesã com quem viveu seu primeiro grande amor. Brás também manteve um divertido e ardil caso extraconjugal com Virgília, então casada com o político Lobo Neves, durante quase toda a vida e também provou do infortúnio do destino ao finalmente decidir se casar com Eulália.
No seu círculo de amigos o personagem mais notável é o filósofo Quincas Borbas, a quem conhece desde a infância, e que o apresenta a um novo sistema filosófico, o Humanitismo, uma espécie de crítica ao racionalismo e ao positivismo científico em voga na época, sobretudo pela teorias de Darwin. Quincas Borba ainda seria protagonista e daria nome a outro romance de Machado.
Assim é narrada a vida de Brás Cubas em episódios repletos de vivacidade aos quais se misturam reflexões e teorias, nas quais o insólito narrador não mede palavras expondo desde atitudes mesquinhas que tanto ele quanto as pessoas próximas tiveram ao longo do percurso até o túmulo. Além disso o romance faz um retrato histórico e crítico da época, com destaque para a vida das classes sociais dominantes e da situação escravista no Brasil, é famoso e perturbador o episódio envolvendo Prudêncio, um escravo liberto, ao qual Brás fazia de montaria na infância, e que reencontramos anos depois açoitando outro escravo que ele mesmo havia comprado.
O livro é dividido em vários capítulos, alguns extremamente curtos, fragmentos com não mais do que um parágrafo, o que confere ao texto uma sensação de fluidez semelhante as dos romances modernos. O vocabulário é rico, mas acessível a qualquer leitor, Machado na persona de seu narrador não usa construções frasais truncadas, nem faz descrições gigantescas. Em certos momentos o próprio narrador se reprime, afirmando que precisa se focar no que quer contar pois sente que a sua pena ganha vida própria preenchendo as páginas com o jorrar das palavras. Aliás são comuns estas pausas nas quais Brás Cubas pára a narrativa e conversa diretamente com o leitor, tentando ora antecipar as nossas emoções e ora justificar alguns pontos específicos daquilo que ele mesmo estava contando. O livro segue uma estrutura não linear, partindo dos momentos finais e da morte do protagonista, para posteriormente retomar em ordem cronológica convencional a narrativa, do nascimento, infância, juventude e vida adulta até a velhice.
Originalmente publicado de forma de um folhetim serializado ao longo de 1880 na Revista Brasileira, o romance foi reeditado pelo autor e compilado em livro tendo sua primeira edição publicada no ano seguinte, em 1881, pela Tipografia Nacional. Por ser uma obra de domínio público, é possível encontrá-la disponível gratuitamente em diversas plataformas online. A edição que li faz parte da Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura e se baseia na edição de 2008 da editora Globo, mas não possui o Prefácio de Abel Barros Baptista. Notas de rodapé, apêndices, prefácios e demais textos críticos enriquecem a experiência de leitura e são pontos que merecem ser observados pelo leitor nas atuais edições disponíveis no mercado no momento da compra. A da Folha possui apenas as notas de rodapé, com informações suficientes para a compreensão das referências citadas ao longo do texto e me foram de grande auxílio.
Memórias Póstumas de Brás Cubas traz metáforas incríveis, ao colocar a vida sob uma perspectiva única de alguém que já não mais vive, enquanto se vale dum ponto de observação privilegiado para nos brindar com generosas doses da mais doce ironia. Seu tom melancólico e levemente nostálgico nos faz pensar que ainda é tempo de desfrutar da vida que temos, mas é inegável também o pessimismo que aflora de contemplá-la deste ponto de vista externo no qual não somos poupados da crítica à hipocrisia na qual se baseiam algumas de suas instituições mais importantes e na qual se sustentam também muitos de seus valores morais.
Não à toa, Machado é considerado um dos maiores romancistas brasileiros, sua obra tem um quê de originalidade inerente que vai além da sua premissa inusitada, que ora parece flertar com o realismo mágico, e também com as escolhas de construção de enredo e narrativa inovadoras para a época. É arte literária pura com a qual rapidamente nos identificamos dada a universalidade dos seus temas e ao charme característico e irreverente de seu narrador. Cada vez mais percebo que todo o receio que tenho com os clássicos nacionais é totalmente injustificado e se há algo para me arrepender, com certeza é de não ter dado a eles a devida atenção anteriormente. As últimas linhas de seu capítulo derradeiro são duma contundência desconcertante e me deixaram engolindo em seco diante da afirmação final de Brás Cubas. É assombroso e vale e muito a leitura!


Ilustraverso: Jen Bartel

Todo mundo ama uma boa capa, um mapa bem feito e ilustrações apaixonantes, sejam elas em livros, grafic novels, guias ilustrados, para usar de papel de parede ou pelo simples prazer de admirar. Porém nem todo mundo costuma dar a valor a pessoa por trás da arte, mas por sorte aqui é diferente. Quem sabe você não descobre aqui a pessoa que vai ser responsável por aquele presente diferenciado ou para concluir/iniciar aquele projeto que está engavetado: uma HQ ou a capa e ilustrações de um bom livro.
Na sessão Ilustraverso o artista e sua arte tem vez e reconhecimento. O artista da vez é uma ilustradora cujo trabalho encanta tanto pelo traço quanto pelo colorido de sua arte. Conheçam e apreciem o trabalho de Jen Bartel!
A Coreana radicada em Minéapolis, Minesota - EUA, Jen Bartel é uma ilustradora e Comic Artist especializada em desenho de mulheres poderosas. Seu trabalho, caracterizado pelas cores psicodélicas, é fortemente influenciado pela mídia dos anos 90 e início de 2000 que ela consumiu durante a sua infância, e seu maior objetivo criativo é dar vida a personagens que inspiram e empoderam as meninas de todos os cenários.
Atua Jen é mais conhecida por seu trabalho de capa da série de HQs no Jem e the Holograms, produzida pela IDW. Contudo, a artista já tem em seu catálogo uma longa lista de clientes que incluem Marvel, DC Comics/Vertigo, Dark Horse, Archie Comics, Image Comics, Valiant Entertainment. BOOM!, Dynamite, VAULT, Penguin/Random House, Macmillan, Quirk Books
e Nickelodeon.
Você pode conferir uma amostra da arte aí embaixo, a galerias da artista no Tumblr, Behance, em seu Site Oficial e/ou seguí-la no Twitter, e/ou no Instagram. Aos interessados em um contato profissional para alguma encomenda, isso pode ser feito pelo contato através do e-mail: hey@jenbartel.com

O Exorcista



"Um clássico do terror com mais de 13 milhões de cópias vendidas“. Impossível parar de ler. Poe e Mary Shelley reconheceriam [William Peter Blatty] como mais um integrante do limbo ambíguo entre o natural e o sobrenatural... De arrepiar.” – Life
Uma obra que mudou a cultura pop para sempre, O exorcista é o livro que deu origem ao maior filme de terror do século XX. Quatro décadas após chocar o mundo inteiro, a obra-prima de William Peter Blatty permanece uma metáfora moderna para o combate entre a fé e o profano em forma de um dos romances mais macabros já escritos."


Título: O Exorcista
Título Original: The Exorcist
Editora: Harper Collins Brasil
Autor: William Peter Blatty
Tradução: Carolina Caires Coelho
Ano: 2016 / Número de páginas: 336


Dificilmente você nunca terá ouvido falar sobre O Exorcista antes. O filme é um clássico do cinema de terror, aclamado por muitos como o maior do gênero no século XX e recordista de indicações ao Oscar, algo bem incomum para uma produção deste tipo. Ele é uma adaptação do romance homônimo de Willian Peter Blatty, autor norte-americano que também se encarregou de escrever o roteiro para o filme.
Na trama principal conhecemos Chris MacNeil, uma atriz relativamente bem sucedida e mãe divorciada de Regan, uma garota pré-adolescente que de maneira inexplicável passa a manifestar um comportamento atípico, violento e bizarro. Ela sofre convulsões, fala palavrões e blasfêmias com uma voz que não é a sua e manifesta poderes paranormais como uma força incomum e levitação. Num primeiro momento acompanhamos ambas, mãe e filha, numa série extenuante de exames médicos, alguns bem invasivos, em diversas clínicas com a finalidade de diagnosticar a verdadeira causa dos problemas aparentemente de ordem psicológica da garota.
Com o insucesso da medicina convencional em chegar a um consenso e fornecer respostas e um tratamento adequado, além do consequente agravamento do quadro de Regan e sem ter mais a quem recorrer, Chris opta por tentar um método alternativo, procurando a ajuda de Damien Karras, um padre e psiquiatra para que Regan seja submetida a um ritual de exorcismo. Paralelamente outras tramas vão se somando a esta, entre elas a primeira que apresenta o Padre Merrin, o Exorcista, ainda no epílogo do livro, e a duma investigação policial envolvendo uma série de profanações satânicas numa igreja local e pelo assassinato de um homem em circunstâncias bizarras, ambas conduzidas pelo detetive Kinderman.
O livro é dividido em quatro partes e cada uma delas em capítulos curtos menores narrados em terceira pessoa. A prosa de Willian Peter Blatty é simples, direta e consegue criar uma atmosfera séria e incômoda que desperta a dúvida e a curiosidade do leitor para o problema de Regan prendendo a sua atenção até os instantes finais nos quais a tensão aumenta a um ponto tal que é impossível parar de ler. O Exorcista já teve diversas edições traduzidas para o português por diversas editoras nestes seus mais de quarenta e cinco anos da publicação original, sendo a mais recente a de Carolina Caires Coelho para o grupo Nova Fronteira pelo selo Harper Collins Brasil.
Para além da trama principal o livro nos leva a uma reflexão profunda sobre quão tênues e ambíguos são os limites que separam fé e ciência, o Bem e o Mal, a razão e a insanidade. Não espere por respostas definitivas, aqui o que dita o tom é o conflito e a coexistência dual destes aspectos, evidenciados tanto no comportamento quanto na personalidade contrastante dos personagens. Aliás é preciso ressaltar a ótima construção dos mesmos, sobretudo de Chris e Damien, cujas complexidades psicológicas os tornam fascinantemente densos e humanos. Ela é uma mãe desesperada vivendo um drama dos mais angustiantes que a leva à beira da loucura ao passo que ele se encontra num momento de crise existencial, questionando sua própria fé e agora passando a duvidar também da medicina e da ciência e consequentemente da própria racionalidade.
Pessoas muito sensíveis aos temas ou de estômago fraco talvez não se sintam tão à vontade lendo. As passagens que descrevem os rituais de profanação satânica praticados nos cultos da Missa Negra e as descrições do comportamento assumido por Regan beirando ao gore são absurdamente incômodas e enojantes. A sensação de terror e medo obviamente vai variar conforme o leitor e as suas crenças, mas este é um livro que o faz duvidar de tudo sucessivamente: é um transtorno? é uma doença? é uma farsa? Ou é o próprio demônio?. Pessoalmente, ainda mais pungente do que a manifestação sobrenatural é a dor da mãe desesperada e sem saber a quem mais recorrer pela saúde da filha que tanto ama. Regan tanto é ao mesmo tempo o mal e a sua maior vítima e assim como os personagens nos revoltamos e nos apiedamos de sua condição. Essa sensação de culpa pela impotência diante de uma situação que nos foge totalmente do controle, quando tanto a fé quanto a racionalidade falham em explicar é para mim o mais aterrorizante e permeia o livro o tempo todo.
Pela fama, O Exorcista merece figurar na estante de qualquer fã de cultura pop e do cinema de terror, mas o livro vai além entregando bem mais do que um thriller com altas doses de conflito psicológico envolvendo o sobrenatural. Sua atmosfera tensa e envolta em dilemas filosóficos e existenciais sobre a dualidade antagônica entre Bem e Mal e ciência e religião são um primor estimulante para a mente de qualquer tipo de leitor.


Multiverso X RPG: A tripulação da Interlúdio para 3D&T Alpha

Quando comecei o blog/site a única intenção era poder falar sobre assuntos que me interessavam (livros, séries, filmes, jogos, artistas, músicas) e compartilhar com outras pessoas. Desde o início estive aberto a abrir espaço para outras pessoas e assim essa tripulação foi ganhando forma. Aumentamos o escopo, variamos as produções e começamos um podcast e sem muito alarde completamos um ano com ele no ar (parabéns para nós!).
Nesse meio tempo algo que surgiu como uma piada interna para dar corpo a proposta do podcast - falar sobre vários temas, ou seja vários universos - ganhou força. A cada novo programa nossos "teatros" da abertura visitavam nossos universos e estabelecia um cenário ao redor daquela brincadeira. O mais divertido de tudo era não ter ideia do que estava por vir: recusar o chamado da aventura feito pelo Gandalf, interagir com memes da internet como Bambam, Irineu e o Galo Cego em contextos completamente diferentes e inesperados. Começamos a entrar nos personagens, a dar mais corpo a brincadeira, tanto é que mais tarde tivemos dois episódios especiais em áudio dramas com essa temática. E isso deve ser só o começo!
Para aproveitar esse aniversário, pensei: que tal então apresentar o Multiverso como cenário de campanha para RPG, mais especificamente para 3D&T. A simplicidade do sistema permite que qualquer pessoa que nunca jogou RPG comece a jogar sem dificuldade e sua versatilidade se encaixa perfeitamente na ideia de um cenário onde vários universos coexistem e a imaginação é o limite da sua criação. Não se preocupe: apesar de não se tratar de uma Adaptação completa, o material será o suficiente para você começar sua campanha e viver várias aventuras. 
Acompanhe-nos, estimados Explorador de Universos!
O Multiverso apresentado aqui é apenas uma variação do mini-cenário A Guarda Planar apresentado no Manual do Defensor, escrito por Bruno Schlatter. Todos créditos devidamente dados, vamos ao que interessa.

Cenário

Infinitos mundos formam o multiverso: de universos de magia e fantasia aos dominados pela ciência e tecnologia. De mundos tomados pela guerra até paraísos de paz e serenidade. Em um deles, nobres realizam duelos de honra pilotando robôs gigantes; em outro, heróis mascarados misturam-se a artistas marciais, androides e vampiros. Aqui, um mundo medieval é ameaçado por uma tempestade sobrenatural misteriosa; ali, um matador de deuses destruiu os próprios seres cósmicos que mantinham o mundo, deixando um deserto inóspito para trás. Cada um desses mundos tem seu próprio conjunto de perigos, ameaças e conflitos. Em algum lugar entre os universos está o Asteróide-Fortaleza X, lar dos Exploradores de Universos. Sua função é observar e coletar conhecimento por todo o multiverso sem distinção. Do seu interior, portais para qualquer realidade podem ser abertos, permitindo que um destacamento possa ser enviado rapidamente a qualquer lugar. Os Exploradores de Universos são impedidos pelo próprio regimento de influenciar em problemas internos de cada mundo. Às vezes, no entanto, um perigo iminente surgido em um deles pode ultrapassar as barreiras da sua própria dimensão, e ameaçar outras realidades, forçando os Exploradores intervir em assuntos que podem alterar o equilíbrio entre os planos. Mas os heróis podem surgir em qualquer ponto, não estando restritos apenas aos Exploradores de Universos.
Não há qualquer restrição em uma campanha no multiverso. Literalmente qualquer coisa pode existir em um mundo do multiverso: talvez em um deles não exista magia e um personagem nativo poderia ser um inventor de aparatos tecnológicos; mas em outro a magia existe, justificando que haja também magos nas suas fileiras. Se elfos e anões não existem em um mundo, certamente existem em outros. O mesmo vale para qualquer outra vantagem única. A pontuação adequada para uma campanha deve ser alta em casos de história de ameças cósmicas ou menor se preferir algo mais exploratório. O mestre pode também fazer a campanha em uma escala superior, pelo menos Sugoi. E não duvide que até mesmo deuses possam estar entre os aliados dos Exploradores de Universos!

Regras

Para as questões de regras tomaremos como base o sistema 3D&T Alpha utilizando o Manual Básico (e versão digital gratuito na loja Nerdz). É possível começar a jogar tendo apenas em mãos esse livro, alguns dados e criatividade, mas a linha apresenta outros matérias que podem complementar o seu jogo. Que tal usar um dos cenários de Mega City e Mega City: Manual do Aventureiro, com seus Super-Heróis, Robôs, Super-Sentais, Lutadores, Bruxas, Vampiros  & Lobisomens? O quem sabe utilizar as regras pra exploração espacial, combates com naves e robôs gigantes de Brigada Ligeira Estelar? Ou mesmo usar Tormenta Alpha e o Manual do Aventureiro Alpha? Tá pouco? Tem um monte de material oficial gratuito no site da Jambô trazendo material inédito para os materiais já publicados e coisas totalmente novas como adaptações e os cenários Inferno Movido a Vapor e Eldenurin. Tudo isso é válido! Afinal, tratando-se de vários universos, varias fontes de referências podem tornar as aventuras ainda mais fantásticas. 
As fichas abaixo podem ser utilizados em qualquer campanha com as devidas alterações. Todos os elementos que as compõem são devidamente explicadas facilitando o entendimento, e afastando qualquer "obrigação" de ter o material base.

Capitão Ace Barros (10 Pts - Escala Nigen)
Kit: Jornalista¹, Peregrino do Infinito² (1pt)
F 0, H 2, R 2, A 0, Pdf 0, PVs 10 e PHs 20 - Pontos de Destino: 0
Aliado Gigante (2 Pts): um explorador de universos deve ser capaz de ir e vir sem esperar auxilio de ninguém, afinal não é sempre que se pode manter contato com contrantes e patronos através do Multiverso (sabe como é, sinal é fraco). Para isso Ace usa sua nave, um Drakkar Classe-C, com capacidade para até 15 tripulantes e cargas de até 60 toneladas. 
Interlúdio - Escala Sugoi: F2 (esmagamento), H0, R2, A2, PdF1 (fogo); 15PVs; 15PHs; Mecha; Aceleração, Hiperespaço e Voo; Munição Limitada.
Capitania (1 Pt): ao exercer o comando (isto é, quando combate ao lado de seus comandados), Ace dobra sua Habilidade em testes de iniciativa. Além disso, recebe um bônus igual a sua Resistência em testes de perícias para impor sua opinião sobre qualquer outro personagem a bordo.
Plano Genial (1 Pt):  o capitão da Interlúdio pode analisar um problema e desenvolver um plano para resolvê-lo. Gastando um turno e 3 PHs, faça um teste de Habilidade. Se for bem-sucedido, Ace consegue desenvolver um plano. Ele e seus aliados recebem um bônus de +2 em FA, FD ou nos testes de uma característica à sua escolha até o fim da cena.
Aliado (1 Pt - Hall-e): apesar das constantes discussões e desentendimentos Ace sabe que pode contar com sua fiel auxiliar (ou seria o contrário) Hall-e. O laço entre os dois é tão forte, que por pouco não são a mesma pessoa. A ficha da forma de vida digital mais desaforada do multiverso se encontra mais abaixo.
Pontos Heroicos Extras (1 Pt): a teimosia e determinação do capitão se refletem em suas ações. Ace tem paciência para tentar executar tarefas varias vezes antes de se esgotar.
Equipamento (1 Pt): não sendo um exímio lutador o Ace conta com auxílio de equipamentos para para auxiliar em diversas situações. Construa um aliado/parceiro de 7 pontos, seguindo as regras de equipamentos.
Seguidores* (1 Pt): apesar de ter espaço em sua nave para até 15 tripulantes, Ace conta com um séquito de cinco incompetentes... digo, um grupo seleto de fieis seguidores. Todos eles possuem a mesma exata ficha de personagem e são construídos com 1 Ponto de Personagem (tão fracos que não cumprem requisito para nenhum Kit de Personagem): Sgt. Schnauzer, Simeão - O Artilheiro, San, Quarto e Ultima: F0, H0, R1, A0, PdF0; 5PVs; 5PHs; 3 Pontos de Destino; Duro de Matar (1 Pt) e Má Fama - Fracotes (-1 Pt).
Investigação (2 Pt): uma boa memória e acesso a informações privilegiadas são boas habilidades, mas para para ir mais a fundo na busca por conhecimentos perdidos é preciso saber investigar.
Código de Honra do Jornalista (–1 Pt):  antes de ser um Explorador de Universos, Ace era um jornalista de ideais e carregou com sigo certos dogmas. Ser isento e ouvir os dois lados de uma questão. Nunca ofender a moral de alguém com suas palavras, apenas reportar a verdade. Se sua fonte estiver sob risco de vida, você deve mantê-la incógnita. Denunciar qualquer injustiça. Não se curvar perante ameaças ou subornos.
Devoção (Peregrino do Infinito) (-1 Pt): apesar de explorar de universos e viver aventurasmas quando os Peregrinos e a causa deles precisar, eles sempre serão sua maior lealdade.
Código dos Heróis (-1 Pt): como todo bom otário herói,Ace sempre cumpre com sua palavra, sempre protege as pessoas ou criatura mais fraca que ele e jamais recusa a um pedido de ajuda.
Apaixonado (-2 Pt): se existe uma coisa capaz de anular o bom senso do capitão é sua paixão pela professora Neyla. Em termos regras, Ace é considerado vítima da vantagem Aparência Deslumbrante e sempre que sua amada está em alguma situação de risco ou incerteza, é preciso jogar um dado. Com resultado de 3 a 6, ele irá fazer algo estúpido sem que ninguém consiga impedi-lo. 
Historiador Autodidata (Kit²): Peregrinos sabem identificar itens ou informações especiais. Por 2 PH, um Peregrino tem na ponta da língua alguma explicação histórica para algum segredo perdido.
Arquivo Vivo (Kit¹): Ace sabe de muita coisa, tendo informações sobre diferentes assuntos e pessoas. Graças a isso conhece automaticamente qualquer Ponto Fraco (Manual 3D&T Alpha, página 46) de um inimigo. Sendo bem-sucedido em um teste de H e gastando 2 PHs, você também pode usar os efeitos da vantagem Inimigo (Manual 3D&T Alpha, página 33) em um personagem qualquer por um combate.

Em seu universo natal, Hall-e era uma imagineer responsável por ajudar manter a realidade coesa, livre de bugs e infecções de malwares e organizar a manutenção do mundo em que vivia.
Mas a verdade é que aquele universo a qual se dedicava nada mais era que um enorme Farm Server em um planeta onde todas formas de vida orgânica foram eliminadas pelas guerras. A descoberta só aconteceu durante a visita da Interlúdio e daquele intrometido capitão interessado na história e conhecimento retido naquele lugar.
O contato com aquele estranho não afetara profundamente aquela realidade, mas o mesmo não podia se dizer de Hall-e. Aquela informação a amedrontava tanto quanto a excitava: ela que sempre fora uma moldadora queria conhecer aqueles universos onde suas capacidades de criação eram ínfimas. Sem pestanejar, ou pedir permissão ao capitão, tratou de transferir-se para os sistemas de bordo da Interlúdio determinada a acompanhar a tripulação em suas viagens pelo multiverso.
Hall-e, o Coração da Interlúdio (7 Pts - Escala Nigen)
Kit: Holo Idol¹*, Plugada²* (1 Pt)
F 0, H 2, R 1, A 0, Pdf 0, PVs 5 e PHs 15 - Pontos de Destino: 1

Corpo Holográfico (2 Pt): quando aparece, Hall-e é apenas uma imagem sem substância, projetada por aparelhos no ambiente (ou flutuantes caso esteja em ambiente externo). Isso garante a ela Armadura Extra contra Danos Físicos e de Energia (mas não, magia). Caso seja reduzida a 0 PV, o holograma se desfaz, mas pode ser refeito dentro de uma hora. Hall-e não pode usar força para interagir com o mundo físico, e para todos efeitos é considerada um construto.
Máquinas (2 Pt): após abandonar sua realidade digital e habitar corpos físicos, Hall-e aprendeu a interagir e lidar com as máquinas, seja invadindo sistemas ou concertando-as. 
Boa Fama (1 Pt): a espontaneidade e acidez - contrariando todas as expectativas - tornaram a moça digital querida entre aqueles que mantém contato com a tripulação da Interlúdio. A cada nova transmissão aberta de descobertas, Hall-e conquista mais pessoas com seu carisma. 
Pontos Heróicos Extra (1 Pt): seu contato mais profundo com outras máquinas permitiu com que aprendesse a explorar ao máximo as energias disponíveis para conseguir o que quer.
Segredo - Morte (-2 Pt): o "verdadeiro corpo" de Hall-e é um computador fechado em uma Farm Server em seu mundo natal. Se seu segredo for descoberto, é provável que sua vida corra perigo. 
Maldição - Alma Humana (-1 Pt): Diferente de outras máquinas e construtos, Hall-e é uma forma de vida digital senciente dotada de emoções e experiências reais. Magias e poderes que afetem a mente - Telepatia e magias da escola elemental Espirito - também afetam-na diretamente.
Ponto Fraco - Temperamental (-1 Pt): o temperamento de Hall-e, não só é o que torna-a famosa como também é seu ponto fraco. A irritadiça dama da Interlúdio sempre se deixa abalar por provocações, e TODO MUNDO sabe disso e tanta se aproveitar da fraqueza.
Ilusão Aprimorada (Kit¹): através de computação avançada, Hall-e conseguiu desenvolver tecnologia para projetar hologramas (ilusões) ainda mais detalhadas. Ela pode lançar as magias Ilusão, Ilusão Avançada e Ilusão Total, mesmo que não atenda a todos pré-requisitos.
Segurança Virtual (Kit¹ 1 Pt): ciente da situação delicada da forma holográfica projetada por seu equipamento, Hall-e acrescentou sistema de segurança para proteger-se. Ela pode lanças as magias Ataque Mágico, Barreira Mágica e Cegueira, mesmo que não atenda a todos pré-requisitos.
Wi-Fi "Humano" (Kit²): como uma Plugada, Hall-e pode entrar em rede com máquinas ao redor, compartilhando o que encontra e armazenando dados. Ela pode fazer downloads e uploads para máquinas com a qual faz pareamento. Os arquivos encontrados podem conter informações, manuais e tudo o que o mestre permitir. É um poder sustentado: a 1 PH por turno caso ele não esteja fazendo outra coisa, 2 PHs por turno caso queira fazer isso enquanto executa outros tipos de ação, e 3 PHs caso queira executar algo realmente difícil – como pilotar uma certa nave sem usar as mãos…
Tudo é Possível (Kit² 1 Pt): Hall-e pode baixar pacotes de perícias necessárias para uma missão, gastando um turno e uma quantidade em PHs: 2 PHs para três especializações e 5 PHs para uma perícia completa. O resultado é que ela não precisa de certos tipos de treinamento formal: se ela precisar, por exemplo, invadir um local, ele pode, por um turno e 2 PHs, baixar um pacote que o ensine Arrombamento, Criptografia e Disfarce, que ficarão armazenados até que ele os delete do seu "HD mental" (e é bom que faça isso periodicamente, para evitar que o excesso de dados torne seu cérebro paulatinamente mais lento).

Airechu - ou seja lá qual nome utilizava antes de integrar a tripulação da Interlúdio - sempre foi uma figura simples, tranquila e sociável, algo que alguns chamam de "jeito mineiro de ser" em referência a sua terra de origem. É tido como um rapaz sábio, apesar de meio atrapalhado, sempre com boas dicas e estimulando os outros a resolverem seus problemas de maneira amigavelmente, deixando a violência como último recurso.
Mesmo sendo criado longe dos grandes centros nunca deixou de estudar sobre aquilo que realmente lhe interessava - o espaço e os segredos que habitam além dele - mesmo não tendo em vista a possibilidade de deixar a vida como comerciante. Isso até a chegada da Interlúdio...
Convencido pelo Capitão Ace, deixou para trás as terras ricas em minas de ouro negro decidido a unir-se ao explorador de universos na esperança de enfim conhecer a vastidão de astros e planetas que o esperavam.
Airechu, o Navegador (7 Pts - Escala Nigen)
Kit: Habitante dos Mundos¹; 
F 0, H 3, R 1, A 0, Pdf 0, PVs 5 e PHs 5 - Pontos de Destino: 1
Ciências (2 Pt): mesmo distante dos grandes centros culturais, industrias e comerciais, Airechu não deixou de alimentar seu interesse nas ciências, principalmente aquelas que envolviam os mistérios além das estrelas, como Astronomia e Astrofísica.
Especializações (1 Pt): além do conhecimento do campo científico, Airechu conta com outras habilidades para exercer sua função, as principais delas Navegação, Criptografia e Pilotagem.
Ingênuo (-1 Pt):  por sua índole de confiar demais nos outros, Airechu é constantemente passado para trás. Qualquer um que use a perídica Manipulação contra ele recebe um bônus de +1. Além disso, deve escolher aleatoriamente um inimigo por combate e tratá-lo como se tivesse a vantagem Aparência Inofensiva.
Deslocado (-1 Pt): nascido e criado em um lugar pacato e atrasado, Airechu sente dificuldade em entender certas questões. Por conta disso precisa de explicações para tudo, e caso não encontra quem lhe explique sofre uma penalidade de -1 em todos os testes de perícias.
Insano - Distraído (0 Pt): apesar de esforçado, o navegador da Interlúdio tem dificuldade para se concentrar em qualquer coisa que não seja seu interesse (qualquer coisa não ligada a uma Devoção, Dependência, Código de Honra...). Ele sofre uma penalidade extra de -1 (cumulativo com quaisquer outros) em qualquer teste envolvendo algo que não deseja muito fazer. 
Sincretismo (Kit¹): apesar de nunca ter sido formalmente treinado, nada nunca impediu que aprendesse uma coisa ou outra por aí. Graças a isso, Airechu pode adquirir poderes de outros kits, mesmo sem adquirir o kit propriamente dito. Contudo, ainda deve satisfazer as exigências de cada poder e pagar um ponto normalmente.
Palavra Conveniente (Kit¹* 1 Pt): Airechu é um pacifista e conciliador por natureza. Em situações de impasse sempre tenta fazer com que os lados cheguem a um equilíbrio. Cada um dos envolvidos deve testar sua Resistência contra a Habilidade de Airechu; se falhar, cederá sua vontade em favor do outro. 
Um Amigo em cada Canto (Kit¹* 1 Pt): como os Peregrinos sabem como se fazer localizar pelos seus companheiros, você sempre arruma hospedagem e alimentação em suas jornadas, sem precisar de dinheiro. Além disso, você pode comprar sucessos automáticos em testes que envolvem situações sociais gastando PHs ao invés de PEs, por um número de vezes por dia igual a sua Habilidade.

Financiamento Coletivo: Araruama - O Livro das Sementes


Titulo: Araruama - O Livro das Sementes
Editora: Moinhos
Autores: Ian Fraser de Lima
Tipo: Literatura 


Que tal esquecer as fantasias repletas de elfos, anões e os tradicionais dragões e embarcar em uma nova experiência de literatura fantástica baseada nas culturas sulamericanas pré-colonização? Em tempos de valorização cultural e reconhecimento de identidade, chega a nós via financiamento coletivo uma obra deveras instigante. Trata-se de Araruama - O Livro das Sementes!
Em Araruama, você irá encontrar outros tipos de seres fantásticos, todos inspirados nas culturas e mitologias nos povos sul e mesoamericanos. Mapinguarís, Quetzalcoatl, Anhangüeras, entre outros, permeiam esse universo singular. Nessa reimaginação da América do Sul, ao olhar para os céus, dependendo de sua sorte (ou azar), você não verá dragões, mas poderá encontrar Aráybaca, a gigantesca arara azul, e do chão, dos abismos mais escuros da terra, o Taturanaruxu pode emergir.
Um mundo completamente novo, repleto de segredos e mistérios, aguarda por você.
O livro terá cerca de 250 páginas e inclui oito ilustrações do artista Paulo Torinno e terá o trabalho de edição da Editora Moinhos. Confira um pouco sobre a trama:
Esta é uma história de quando o tempo ainda era cru e a terra era menina.
Um tempo em que as grandes araras coloriam o firmamento.
Um tempo em que o fantástico ainda corria pela mata verde.
Nas sete tribos que fazem parte da Ibi (o mundo dos homens), todas as crianças recém-nascidas passam pelo ritual do aman paba. As Majé, curandeiras capazes de enxergar a linha que costura o tempo, dizem, logo após o parto, quanto tempo as crianças irão viver naturalmente em suas vidas, assim estabelecendo seus papéis na tribo. Quanto mais tempo você irá viver, maior sua posição na hierarquia tribal.
O livro das sementes acompanha o crescimento e o treinamento de cinco crianças mitanguariní (guerreiros aprendizes), que juntas irão ter que provar sua força e honra durante o ritual do Turunã, a jornada de passagem que todo guerreiro deve passar ao completar 17 Motirõ de idade.
No centro da trama está Kaluanã, o menino que recebeu de Monâ, a deusa mãe do tempo, o maior aman paba de todo o mundo. Destinado a ser líder de todas as tribos da Ibi, Kaluanã vive uma vida repleta de mimos e obrigações, muitas das quais ele não compreende completamente. Focado e determinado, ele se vê em uma relação inusitada com o líder de sua tribo, que, para muito desgosto do menino, o assume como se fosse um filho adotivo.
No frio de Ivituruí, treinando sobre os caprichos da neve, a menina Apoema descobre ser dona de uma habilidade ao mesmo tempo maravilhosa e infortuna: sonhar com os amanhãs. Capaz de enxergar aquilo que ainda não aconteceu, Apoema desenvolve um forte laço de amizade com um jovem chamado Akangatu, e juntos eles desvendam os mistérios das entranhas da terra, um segredo que mudará o destino de seu povo.
Além de Apoema e Kaluanã, Araruama - o livro das sementes também segue o treinamento de Eçaí, que nasceu com orelhas de jaguatirica; Batarra Cotuba, o gigante de Buiagu; Izel Pachacutec, a matadora de lbos-guará; e Obiru, o menino rejeitado pelo tempo.
Você pode ainda não conhecer o autor, mas não falta reconhecimento ao trabalho deste conterrâneo. Nascido em Salvador, Bahia, Ian Fraser é formado em Cinema & Vídeo e fundador do canal Teclado Disléxico no youtube. Seu primeiro romance, O Sangue É Agreste, venceu o Prêmio Jovem Autor Inédito pelo Selo João Ubaldo Ribeiro, criado pela Prefeitura de Salvador. O romance, um faroeste brasiliense repleto de experimentalismo formal, é o primeiro capítulo na trilogia os livros do sertão. Ian Fraser também escreveu e produziu a peça “A Máquina Que Dobra o Nada”, sucesso de crítica e vencedor do Prêmio Braskem de Teatro, a maior premiação do teatro baiano, na categoria Melhor Espetáculo Infantojuvenil.
Você não precisa confiar apenas na minha curadoria ao indicar o projeto e nas conquistas do autor! Alguns nomes conhecidos entre os booktubers - os youtubers literários - também emitiram a sua opinião sobre a obra, como Tatiana FeltrinVictor Almeida, do Geek Freak, JotapluftJu Cirqueira, do Nuvem Literária (links para as opiniões em seus respectivos nomes). Mas se quiser algo mais concreto, fica a dica: ouça o trecho abaixo pertencente a obra e preste atenção em detalhes como narrativa e construção de cenário.

Para quem não conhece (ou não acompanha as postagens que fazemos sobre FCs), o funcionamento de um financiamento coletivo é simples: os objetivos são esclarecidos na página da campanha e as recompensas são apresentadas, o apoiador escolhe entre as possibilidades com quanto irá contribuir já sabendo qual será a sua recompensa. Quando a meta não é alcançada o dinheiro é devolvido, e em algumas campanhas quando o valor estipulado é ultrapassado metas extras bonificam aqueles que contribuíram (não necessariamente todos, isso varia de recompensa para recompensa e de campanha para campanha).
Para participar do financiamento de Araruama, basta escolher um dos pacotes de recompensas disponíveis, com valores entre R$15 e R$ 349, que dão direito a recompensas variadas como exemplar digital da obra, livro físico, ecobag, artbook, calendário, aventura de RPG até uma estatueta exclusiva e a marca da sua empresa estampada no produto. Basta escolher o apoio que contemple aquilo que seja do seu interesse e caiba no seu bolso.
A campanha ficará disponível por mais 24 dias no Catarse (a contar de 10/05) e tem entrega de recompensas prevista para Dezembro de 2017. Agora que você já está por dentro de tudo confira a página do projeto no Catarse (https://www.catarse.me/araruama) e descubra mais informações sobre o quadrinho: quais exatamente são as recompensas, detalhes sobre como seu dinheiro será investido, artes, etc.
Apoie, divulgue, e ajude a Araruama - O Livro das Sementes a alcançar o seu objetivo!

Audioverso: Frank Turner


Que o universo da música é tão apaixonante quanto o da literatura, o cinema e as artes ilustradas não há dúvidas! Portanto ele também merece seu espaço aqui no Multiverso X. A seção Audioverso é onde buscamos apresentar novos artistas e bandas, dando um pequeno aperitivo daquilo que de melhor eles têm a oferecer, bem como valorizar a sua arte e contribuir para o seu reconhecimento ao indicar e recomendá-los para um novo público.

Sem mais delongas, falemos de Frank Turner, cantor e compositor inglês de Meonstoke, Hampshire cuja carreira como vocalista teve início na banda de post-hardcore Million Dead. Após a divisão desta banda em 2005, ele seguiu carreira solo focando em apresentações acústicas trocando assim o som pesado da Million Dead pelo ritmo mais calmo do folk punk que o tornaria conhecido e alavancaria uma carreira de sucesso. Desde então, Frank Turner já lançou mais de seis álbuns de estúdio, cinco EPs, além de três álbuns de compilações. De todos esses discos, ele foi nomeado para 13 prêmios, vencendo três — incluindo dois AIM Awards, ganhos em 2011. Em 2012, lançou o seu terceiro DVD, gravado durante uma apresentação no Estádio de Wembley, na Inglaterra além de ter participado de um show na cerimônia dos Jogos Olímpicos de 2012. Em estúdio e durante apresentações ao vivo, Turner ainda é acompanhado por sua banda de apoio, a The Sleeping Souls, que consiste de Ben Lloyd (guitarra, bandolim), Tarrant Anderson (baixo), Matt Nasir (piano) e Nigel Powell (bateria).
Em entrevista ao site Phoenix New Times, Frank Turner revelou que a mudança para a carreira solo foi um passo importante também na vida. “Eu tentei achar meu conforto, o que é algo muito importante quando se é um artista.” Frank Turner também comenta que apesar de ser mais reconhecido pelo estilo folk punk, usa influências de diversos gêneros e estilos musicais para compor suas canções e que elas não visam um público específico e limitado. “Atualmente, uma das coisas que mais me orgulho é o fato de que nós temos um incrível alcance. As pessoas trazem os seus familiares aos shows. Há jovens de todos os cabelos nos shows, ao lado de pessoas mais velhas. É música para as pessoas, música para todos”, afirma o cantor.
Seu trabalho mais recente, Positive Songs For Negative People de 2015, é uma clara continuação ao anterior Tape Deck Heart de 2013, cujo tema principal traz uma explosão de sentimentos desencadeada por uma desilusão amorosa conferindo ao álbum um tom dramático e depressivo, mas como o nome “canções positivas para pessoas negativas” já denuncia, este traz uma mensagem mais positiva sobre seguir adiante e aproveitar as experiências do percurso, é uma retomada na qual o artista evidencia que enquanto você está vivo, você ainda é capaz de melhorar a situação não importa ela qual seja. “Depois de anos cantando dramas, tragédias e corações partidos, o punk inglês descobriu que a vida pode ser melhor – mesmo quando os dramas continuam nela, basta mudar o ponto de vista.”
Frank Turner contagia, emociona e motiva, seu estilo folk punk pede para ser cantado a plenos pulmões, é rápido, explosivo, sincero e traz muito de rock e pop e em suas misturas mais inspiradas nos lembra um pouco Bob Dylan e merece ser conhecido e apreciado!
Você pode conferir uma pequena amostra nos vídeos abaixo e ao longo da postagem e conhecer mais visitando o Site Oficial e os perfis do artista no Facebook, YouTube, Twitter e Instagram. Os álbuns, e singles podem ser adquiridos em formato digital tanto na iTunes quanto na Playstore e estão disponíveis também para audição em plataformas de streaming como o Spotfy e o Deezer.

Um Herói Para WondLa

Eva Nove está a bordo de uma aeronave, cruzando o planeta Orbana rumo à cidade humana de Nova Ática. Ela tem certeza de que esse é o modo perfeito de começar uma nova vida ao lado de Andrílio, seu amigo caeruleano — em especial após a perda trágica de Mater, a robô que cuidava da menina desde seu nascimento. Contudo, como muitas outras coisas em Orbona, as aparências enganam. No novo lar, Eva não apenas encontra pessoas — esse foi o sonho que guiou sua busca desde o início —, mas também descobre os segredos dos Santuários e o passado de seu mundo. E quando dúvidas vêm à tona, ela se pergunta se ter ido para Nova Ática foi uma decisão acertada.
Título: Um Herói para WondLa
Autor: Tony Diterlizzi
Editora: Intrínseca
Páginas:  368

Pouco mais de 3 anos após a leitura do primeiro volume da série, revolvi voltar a aquele mundo que havia me encantado em Em Busca de WondLa. A razão de a demora ter sido tão longa? A falta de previsão por parte da Intrínseca sobre o lançamento do volume final da série, algo que só veio a acontecer no início de 2017. No que depende-se apenas de mim, a teria lido a muito mais tempo, pois sabia que iria terminá-lo desejando ler a continuação. E não foi diferente...
A vida de Eva Nove mudou completamente desde que deixou seu Santuário, o seu lar, com Mater e descobriu o que havia do lado de fora. Explorar o mundo de Orbona, o planeta antigamente conhecido como Terra, conhecer lugares e espécimes totalmente diferentes daqueles registrados em suas enciclopédias, fazer amigos como Otto e Andrílio Kitt, com certeza se tornou uma experiência incrível. Eva enfrentou inimigos e outros perigos, sofreu perdas, mas nada a afastou do desejo de encontrar outros humanos como ela e o seu WondLa, o seu lugar perfeito. Uma esperança que só cresce quando a garota se encontra com Hailey, um jovem piloto, humano como ela.
Em Um Herói Para WondLa vamos junto com a jovem Eva Nove descobrir finalmente onde estão os outros humanos desse mundo e o que levou o mundo até aquele estado, e para isso rumaremos para Nova Ática. Mas será que o que encontra-se lá é compatível com as esperanças da jovem? Andrí, Eva e Hailey encontrarão em sua jornada: novos amigos, novos inimigos, novos desafios, uma nova família e respostas além do imaginado!
Enquanto a protagonista da história amadurece em relação ao livro anterior, a trama e a escrita de do autor seguem o mesmo caminho. Embora seja uma história nitidamente infantojuvenil, o texto e argumento não são tratados de forma infantil e boba. O livro é sim leve, mas sempre sério, sem tom de brincadeira, mesmo Eva sendo uma garota ingênua graças a seu isolamento. Descobrimos com as personagens os segredos de Nova Ática e seus habitantes, um pouco mais sobre o mundo de Orbona e também dos mistérios que circundam o fim da humanidade, a transformação da Terra e as raças alienígenas que estão no planeta. 
Mantendo a linha do volume anterior, o livro é dividido em capítulos curtos organizados em pequenos arcos que facilitam a absorção da leitura, pequenas pausas que podem ser encaradas como livros menores. Uma boa opção para que faz leitura pausada e/ou lê para uma criança (que por sinal reforço a indicação para que tenha filhos tentar a experiência). A narrativa é simples e ágil, sem firulas e enfeites, feita para atingir os diferentes tipos de leitores e agradá-los, mas sem menosprezar a capacidade de ninguém. Tony Diterlizzi move a trama de maneira agradável, inserindo novos elementos e evoluindo conceitos e personagens, entregando uma obra deliciosa de se ler.
Volto a comentar o fato de que a série WondLa tem sido não só uns dos livros mais gostosos que li como também um dos mais bonitos. Todo trabalho gráfico da versão nacional e o respeito ao trabalho de arte de DiTerlizzi é louvável e merece parabéns. O homem mostrou que é tão habilidoso com as linhas na ilustração que preenchem o livro quanto na escrita. 
Os livros da série WondLa não estavam na minha lista, me ganharam por suas capas, foram comprados por uma bagatela de R$ 10 cada e se tornaram uma das mais gratas aquisições literárias possíveis (no meu dicionário ao lado da palavra Lucro provavelmente tem o nome WondLa). Com o lançamento do último volume é possível que os dois primeiros livros retornem às livrarias, e se fosse você ficaria de olho caso os ache por um bom preço. Por enquanto tenho outros livros que preciso ler, mas não vejo a hora de voltar e desbravar A Batalha por WondLa.