BEM-VINDO VIAJANTE! O QUE BUSCA NO MULTIVERSO?

A Bela e a Adormecida






Era o reino mais próximo ao da rainha, em linha reta, como voa o corvo, mas nem os corvos voavam até lá. Você pode achar que conhece esta história. Uma jovem rainha está prestes a se casar. Há anões bons, corajosos e valentes; um castelo envolto em espinhos; e uma princesa enfeitiçada por uma bruxa, segundo dizem os boatos, em um sono eterno. Mas aqui não há ninguém esperando que apareça um nobre príncipe em seu fiel cavalo. Este conto de fadas é tecido com um fio de magia negra, que vira e revira, brilha e reflete. Uma rainha pode acabar se revelando uma heroína, se uma princesa precisar ser salva.                                                                                                                                                                                                    
Título: A Bela e a Adormecida
Editora: Rocco Jovens Leitores
Ano: 2015
Autor: Neil Gaiman - Ilustrador: Chris Riddell
Número de páginas: 72



Muito antes de serem reunidos em famosas coletâneas por escritores e acadêmicos como os Irmãos Grimm e o francês Charles Perrault, os contos de fadas já entretiam platéias das mais diversas idades, perpetuando-se na cultura popular por meio de uma longa tradição oral. O hábito de contar e recontar histórias propiciou inúmeras versões dos contos de fadas ao longo de séculos. E é seguindo e buscando inspiração nesta tradição que Neil Gaiman nos brinda com o seu A Bela e a Adormecida, que mescla elementos clássicos tanto de “A Bela Adormecida” quanto de “Branca de Neve”.
Esta não é a primeira vez que falo de uma releitura dum conto de fadas por Neil Gaiman e se você acompanha o Multiverso X provavelmente vai se lembrar de João e Maria e é provável também que se lembre de que a minha principal crítica quanto a ela tenha sido a falta de mais da criatividade do autor que eu tanto elogiei em resenhas de outras de suas obras tais como Lugar Nenhum e Os Filhos de Anansi. Pois bem, em A Bela e A Adormecida Gaiman superou minhas expectativas trazendo muito de sua criatividade numa história nova, autêntica e surpreendente!
A história se passa em dois reinos vizinhos cuja fronteira é uma alta cordilheira, tão alta que é intransponível. Apenas os anões com sua predileção natural por cavernas e pelo subterrâneo conseguem cruzá-la e começamos com eles, em busca do mais belo tecido para compor o vestido de casamento da rainha, a Bela que está para se casar em poucos dias. Ao chegarem do outro lado, eles param pra descansar numa taverna onde ouvem relatos estranhos sobre um misterioso fenômeno e uma antiga lenda sobre sono. Aparentemente ao norte, uma onda de sono está fazendo com que todos, pessoas e animais, adormeçam profundamente, e a causa seria um antigo feitiço lançado contra uma jovem princesa, a Adormecida, por uma bruxa má e que agora está se espalhando por toda a parte. Eles voltam e relatam isto a Rainha, que decide adiar o próprio casamento e fazer algo a respeito, antes que a onda de sono chegue a seu reino e seja tarde demais para todos...
A protagonista é sem dúvida a personagem mais interessante. Ela é forte, decidida e como raramente vemos em livros e histórias do gênero, não permite que ninguém faça um trabalho que é seu, impondo sua própria vontade e tomando a iniciativa quando surge um perigo. Os elogios feitos com relação ao protagonismo e a representatividade feminina nesta obra não são exagerados. Diria até que é um bom exemplo de como construir uma personagem feminina marcante e cujo papel esteja longe de ser o do já tão batido clichê da “mocinha indefesa à espera de um herói”.
O autor foi muito feliz deixando que sua personagem fosse capaz de fazer suas próprias escolhas, aliás este é um dos grandes temas do livro, porque não podemos virar a mesa e nos revoltar contra um destino que nos é imposto mas que não nos fará feliz? No caso da protagonista suas dúvidas residiam num futuro casamento. Ela não queria abrir mão da própria liberdade e abraçou com todas as forças a primeira oportunidade de mudar o próprio destino partindo nessa aventura rumo à outro reino e à maldição mas julgando fazer o que era certo, tanto para si quanto para seu próprio reino.
Neil Gaiman não entrega tudo de mão beijada e deixa muitos detalhes subentendidos em seu texto. Como acontece em outros livros do autor, poucos são os personagens que tem nomes próprios aqui, inclusive as protagonistas e a grande vilã. Mas não é difícil deduzir quem é quem na trama e nem quais eventos ele referência acerca do passado delas durante a leitura. A trama fantasiosa, repleta de magia e mistério prende, encanta e reserva surpresas para qualquer um que já conheça as versões clássicas, que aliás agora parecem muito obsoletas e antiquadas.
O livro é totalmente ilustrado por Cris Riddell cuja arte também aparece em outras obras de Neil Gaiman tais como “Coraline”, “O Livro do Cemitério” e no vindouro “Felizmente, o Leite…”. A arte de Riddell é extremamente detalhada, com muitas hachuras finas compondo as sombras e os cenários. As únicas cores presentes na obra são o preto, o branco e o dourado, o que ajuda a compor uma atmosfera de sofisticação e realeza. Destaque para as páginas duplas que sempre causam grande impacto visual ao serem viradas após a leitura da última frase da página anterior.
A edição brasileira conta com uma excelente e fluida tradução de Renata Pettengill e foi publicada em novembro de 2015 pelo selo Rocco Jovens Leitores. Vale ressaltar que ela é totalmente fiel ao original da Bloomsbury, o que torna esse exemplar sem dúvida alguma um dos mais belos de qualquer coleção. Desde a jacket em papel vegetal semitransparente, que como um véu parece recobrir a Adormecida num primeiro olhar, passando pela capa-dura fosca em preto e branco até os pequenos detalhes internos, em papel couché brilhante tais como as letras capitulares, os números e as bordas das páginas decorados com arranjos florais e itens como o fuso de fiar, caveiras e teias de aranha, tudo está harmoniosamente encaixado para o deleite do leitor mais exigente.

Filhos do Éden - Herdeiros de Atlântida

Há uma guerra no céu. O confronto civil entre o arcanjo Miguel e as tropas revolucionárias de seu irmão, Gabriel, devasta as sete camadas do paraíso. Com as legiões divididas, as fortalezas sitiadas, os generais estabeleceram um armistício na terra, uma trégua frágil e delicada, que pode desmoronar a qualquer instante.
Enquanto os querubins se enfrentam num embate de sangue e espadas, dois anjos são enviados ao mundo físico com a tarefa de resgatar Kaira, uma capitã dos exércitos rebeldes, desaparecida enquanto investigava uma suposta violação do tratado. A missão revelará as tramas de uma conspiração milenar, um plano que, se concluído, reverterá o equilíbrio de forças no céu e ameaçará toda a vida humana na terra.
Juntamente com Denyel, um ex-espião em busca de anistia, os celestiais partirão em uma jornada através de cidades, selvas e mares, enfrentarão demônios e deuses, numa trilha que os levará às ruínas da maior nação terrena anterior ao dilúvio – o reino perdido de Atlântida.
Título: Filhos do Éden - Herdeiros de Atlântida
Editora: Verus Editora
Ano: 2011
Autor (a): Eduardo Spohr
Número de páginas: 476


SKOOB - COMPARE & COMPRE - LOJA RECOMENDADA


Após o sucesso de A Batalha do Apocalipse e acompanhar as respostas positivas dos fãs com aquele cenário fantástico, o escritor Eduardo Spohr decidiu expandir sua criação. Porém, diferente do esperado pelos fãs, o autor optou por não continuar o primeiro livro, mas sim criar coisas novas naquele cenário. Então surgiu a série spin-off - Filhos do Éden - e tudo começa em Herdeiros de Atlântida.
Uma dupla incomum é enviada a terra para trabalhar juntos em uma missão dada pelo Arcanjo Gabriel. Levih, um ofanim (um pacífico anjo da guarda), e Urakin, um querubim (casta de anjos guerreiros), precisam encontrar a capitã rebelde Kaira, uma ishin (casta de anjos que controlam elementos) e concluir a missão dada a ela antes de seu desaparecimento. Mesmo tão diferentes a dupla mantém uma relação bacana e equilibrada. E ao enfrentarem opositores no inicio da jornada descobrem que algo de errado está acontecendo.
Rachel, uma feliz estudante universitária tem dinheiro, o namorado que sempre desejou, e embora os pais sejam ausentes sua vida é muito boa... Exceto por pesadelos que vem tirando-lhe o sono. Toda sua vida é virada de cabeça para baixo quando Levih e Urakin entram em sua vida para protegê-la de anjos que querem lhe fazer mal e forçá-la a lembrar de quem realmente é para arrancar todas as informações possíveis referentes a sua missão envolta em segredos.
Para fugir de tudo isso o trio precisa confiar em um querubim exilado chamado Denyel, servo do arcanjo Miguel, um sujeito de caráter questionável, mas que por viver a muito tempo na terra conhece vários segredos que poderão ser úteis para a recuperação de Kaira e a busca por respostas.
Além da trama principal existe outra trama ocorrendo durante todo o livro, a história do Primeiro Anjo. Contudo esta história "menor" se constrói durante toda a trilogia, adquirindo sentido ao decorrer da série, portanto é um elemento que acrescenta mistério à leitura.


Diferente do primeiro livro do autor que é repleto de explicações e ambientação mais complexa, um livro que precisava apresentar um cenário rico em detalhes e contar uma história, Filhos do Edén tem mais liberdade para desenvolver a trama e os personagens. Cada um dos protagonistas tem características diferentes, mesmo os pertencentes a uma mesma casta, e mais evidente entre os de castas diferentes. Além disso todos os anjos apresentados neste livro são mais humanizados, mais frágeis, em comparação aos poderosos de A Batalha do Apocalipse. Levih é extremamente agradável e social, um personagem carismático e cativante, diferente do rude companheiro Urakin que mais parece uma parede. Kaira é a mais humana do grupo por conta da vida que levou como Rachel. E de frágil se torna forte e determinada no decorrer da história. Denyel é o tipico bad boy de filmes americanos, que por sinal usa como referência para a vida que leva em seu exílio, incluindo cheio de vícios humanos e comportamento duvidoso que algumas mulheres até podem achar sedutor (digamos que Denyel é aquele tipo bom cafajeste). 
Todo o desenrolar da história lembra muito um roteiro de cinema com ação, aventura, romance, e companheirismo. Tudo sem abandonar a linha principal do livro, o mistério de Kaira e tudo que o envolve. Pode parecer apenas que estou sendo chato como sempre, mas entrar mais profundamente nos detalhes sem estragar a leitura é difícil. Ainda mais quando falamos de algo que gostamos, e Herdeiros de Atlântida é um desses casos. É difícil não gostar de um personagem ou não se chatear com o desfecho de alguns deles. 
Acredito que posso dizer que Eduardo Spohr tenha evoluído bastante de um livro para o outro na questão de narrativa e apesar de ainda caprichar nos detalhes, principalmente os históricos, a leitura é mais fluida do que em A Batalha do Apocalipse. Esse é um daqueles livros que você pode ler ou presentear alguém sem medo, pois a diversão é garantida, e tenho certeza que tem alguém aí que concorda comigo.
Ps.1: Apesar de, como destaquei no inicio, Filhos do Éden - Herdeiros de Atlântida ser a primeira série spin-off d'A Batalha do Apocalipse não foi a primeira obra escrita pelo autor a compartilhar esse universo, como bem expliquei na resenha de A Torre das Almas, conto que antecede esse livro.
Ps.2: E pra quem gosta bastante do cenário, vale lembrar que tem uma adaptação bacana d'A Batalha do Apocalipse para o sistema de RPG Defensores de Tóquio 3ª Edição: o 3D&T Alpha. 

O Castelo das Águias

Localizado nas Terras Férteis de Athelgard, região habitada por homens e elfos, o Castelo das Águias abriga uma Escola de Magia, onde os aprendizes devem se iniciar nas artes dos bardos e dos saltimbancos antes de qualquer encanto ou ritual. Apesar de sua juventude, Anna de Bryke aceita o desafio de se tornar a nova Mestra de Sagas do Castelo. Aprende os princípios da Magia da Forma e do Pensamento e tem a oportunidade de conhecer pessoas como o idealizador da Escola, Mestre Camdell; Urien, o professor de Música; Lara, uma maga frágil e enigmática, e o austero Kieran de Scyllix, o guardião das águias que mantêm um forte elo místico com os moradores do Castelo. Enquanto se habitua à nova vida e descobre em Kieran um poço de sentimentos confusos e turbulentos, uma exigência do Conselho de Guerra das Terras Férteis põe em risco a vida e a liberdade das águias. Com o apoio de Kieran, Anna lutará para preservá-las, desvendando uma trama de conspiração e segredos que envolvem importantes magos do Castelo.
Título: O Castelo das Águias
Série: Athelgard
Autor: Ana Lúcia Merege
Editora: Draco
Número de Páginas: 192


Fantasia é uma de minhas grandes paixões, se posso dizer assim, não é difícil que um livro do gênero acabe por chamar a minha atenção, seja ele nacional ou estrangeiro. Esse foi o caso de O Castelo das Águias, livro nacional lançado pela Editora Draco, que apesar da demora na fila de leitura (comprei-o em maio de 2013) finalmente pude apreciar a história.
A história se inicia com a chegada de Anna de Bryke, nossa jovem protagonista, à escola para magos - O Castelo das Águias - para assumir o posto como a nova Mestra das Sagas (algo próximo a uma professora de literatura, mas com mais proximidade da tradição oral). Apesar de conhecer o mundo por canções e histórias - afinal essa é sua profissão - é a primeira vez que a mestiça está saindo de sua tribo, localizada na Floresta do Teixo. Ao chegar lá, ela conhece os outros mestres e alunos e precisa lidar com suas expectativas e inseguranças para se adaptar a sua nova realidade. Anna é uma mulher inteligente e tem o dom da oratória, com isso não demora a fazer amigos e arrumar encrenca.
E também um pouco mais...
Ao conhecer Kieran - o Mestre das Águias - um mago sério e reservado com o dobro de sua idade, que como ela é um humano com pouco sangue élfico em uma escola dominada por elfos, um interesse desperta. Paralelo a isso outra trama começa a correr: representantes de cidades aliadas à Vrindavahn do Castelo das Águias, sob a liderança do mago elfo Hillias, querem permissão para levar consigo, permanentemente, algumas das famosas aves da região, que podem ser transformadas temporariamente em armas de guerra através de um encanto conhecido pelo Mestre das Águias e seus discípulos. Kieran não se incomoda em emprestá-las se houver real necessidade, mas recusa-se a cedê-las, pois as águias adoecem e morrem quando se tenta mantê-las como guerreiras longe das águas do Lago Azul. Hillias está, porém, convencido de que será capaz de resolver o problema e se esforça por persuadir o conselho da cidade e conseguir a permissão para testar. Em meio a essa questão Anna é nomeada pelo Mentor da escola para participar do conselho e aplicar seu conhecimento de retórica e literatura aos conselheiros e persuadi-los a recusar o pedido dos aliados.
Obviamente, essa participação irá ter consequências futuras para Anna, Kieran e as Águias do castelo...
Ana Lúcia Merege nos apresenta a trama através do ponto da protagonista com uma narrativa sóbria e auto contida, seguindo a personalidade da personagem, mas de forma agradável e fluida, e uma linguagem simples, sem travas na leitura. Junto com a recém-chegada Mestra de Sagas vamos desbravando o cenário descobrindo seus personagens e sendo apresentados aos conflitos. E nos detalhes observados a cada dia se amarram as questões mais importantes. 
O universo criado pela autora é bastante rico, mas em detrimento da narrativa veloz - que não é um defeito, é claro - ficamos conhecendo apenas uma parcela dele. Em suma: temos o suficiente para não ficarmos perdidos naquela nova realidade, mas ficamos na vontade de desbravá-la mais a fundo, mesmo que fosse através das Sagas contadas por Anna. Durante toda a leitura ansiei entender mais sobre os costumes dos diferentes povos de Athelgard (humanos e elfos), sua mitologia com o panteão politeísta que referencia as entidades Nórdigas e Celtas e também a presença do culto ao Deus Único, e a relação dos personagens com a mesma, pois tudo era-me novo e interessante.
Isso também interfere um pouco no desenvolvimento da trama, repleta de personagens e pontos interessantes, mas que deixa a impressão de que se houvesse um pouco mais de espaço (ou páginas) poderia ser ainda melhor trabalhada (destaque no AINDA, ok?). Certas questões parecem acontecer de forma mais acelerada para que não se prolongue e atrapalhe o ritmo já apresentado até então, e senti isso no próprio romance vivido pela protagonista.
Entrando na parte estética do livro não posso deixar de fazer uma confissão: antes mesmo de ler a sinopse do livro, a ilustração de capa produzida pela Carolina Mylius (cujo trabalho merece e irá ganhar uma postagem a parte na coluna Ilustraverso) garantiu a compra do livro. É feio julgar o livro pela capa, eu sei, mas vai dizer isso para alguém tão visual quanto eu! Claro não dá pra deixar de elogiar o trabalho de composição da capa (tipografia e estilização) que casou muito bem com a imagem e o tornou ainda mais chamativo.
Enfim tenho que dizer que apesar de seus altos e baixos O Castelo das Águias é uma boa obra e que irá te render um bom entretenimento com uma escrita leve e de qualidade. Como disse anteriormente, o universo criado pela autora tem grande potencial e deve ser melhor aprofundado e aproveitado nas sequências e spin-offs (confio nisso). Fica aqui a minha recomendação!


Audioverso: Orquestra Ouro Preto

Essa não é uma sessão que dá muito as caras aqui no blog, mas não se assuste se vez ou outra encontrar uma postagem como essa. Já utilizamos esse espaço em outras oportunidades para falarmos de podcasts, mas Universo da música e produções audiofônicas é tão apaixonante quanto o da literatura, do audiovisual e das artes ilustradas, e portanto merece também o seu espaço no Multiverso X.
Assim como na Ilustraverso, aqui na sessão Audioverso buscamos apresentar novos artistas, dando um pequeno aperitivo daquilo que de melhor eles têm a oferecer, bem como valorizar a sua arte e contribuir para o seu reconhecimento ao indicá-los para um novo público. Hoje, é com um orgulho imenso que falo um pouquinho sobre uma orquestra da minha cidade cujo primoroso trabalho musical e a alta qualidade de suas apresentações, que mesclam erudito e popular, a tem feito despontar tanto no Brasil quanto internacionalmente. Conheçam a Orquestra Ouro Preto!

Criada em 2000 como Orquestra Experimental da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) pelo compositor Rufo Herrera e por Ronaldo Toffolo, a Orquestra Ouro Preto possui 20 integrantes e tem como regente titular o maestro Rodrigo Toffolo. Já se apresentou em diversas cidades brasileiras e em países como Bolívia, Argentina, Portugal, Espanha e Inglaterra.
Seus trabalhos buscam valorizar referências musicais e resgatar uma histórica vocação musical da cidade de Ouro Preto, bem como oferecer uma programação permanente com desenvolvimento de um repertório diversificado em gênero e época objetivando formar e ampliar público.
Com o álbum Latinidade, lançado em 2007 e buscando reforçar a identidade musical latina com enfase na musica de concerto brasileira, a Orquestra recebeu uma indicação ao Grammy Latino daquele mesmo ano.
Em 2015 a Orquestra Ouro Preto recebeu o Prêmio da Música Brasileira, como melhor álbum de MPB de 2014 por Valencianas gravado em parceria com Alceu Valença, no qual homenageia o cantor pernambucano dando a algumas de suas músicas mais populares novos contornos orquestrais. Anunciação, Morena Tropicana, La Belle de Jour, Coração Bobo e Sino de Ouro são algumas delas.
Seus mais recentes trabalhos incluem os álbuns “Oito Estações – Vivaldi e Piazzolla”, que traz uma proposta de diálogo entre o Barroco italiano e a contemporaneidade argentina e “Concertos para Cordas”, que registra parte importante da obra de Vivaldi, até então inédita no Brasil, numa performance vibrante e de excelência musical.
Destaque também para o álbum “The Beatles” lançado em dezembro de 2015 e que traz a tona a universalidade melódica das músicas do quarteto de Liverpool unindo orquestra e rock e reapresentando versões de rara beleza, numa viagem sonora vibrante pela biografia musical dos Beatles, de clássicos como Eleanor Rigby, Hey Jude, Penny Lane, Yesterday, Let It Be e Don’t Let Me Down. O álbum é fruto de uma série de concertos que culminou com uma apresentação em Liverpool, durante a International Beatle Week, em que bandas de diversos países se reúnem na cidade natal dos Beatles para homenageá-los. Aquela foi a primeira vez em que uma orquestra sinfônica se apresentou neste evento.
Para 2016 já foram prometidos o lançamento de um segundo volume do disco Latinidade e a viabilização de novos trabalhos ao lado de artistas como Maria Rita e Antônio Nóbrega.
Você pode conferir alguns dos trabalhos da Orquestra Ouro Preto nos vídeos abaixo e conhecer mais sobre ela visitando o Site Oficial e os perfis no Facebook, Youtube, Soundcloud e Instagram. Os álbuns podem ser adquiridos em formato digital na iTunes e também na Playstore e também estão disponíveis em plataformas de streaming como o Spotfy.


Ilustraverso: Charlie Bowater

Todo mundo ama uma boa capa, um mapa bem feito e ilustrações apaixonantes, sejam elas em livros, grafic novels, guias ilustrados, para usar de papel de parede ou pelo simples prazer de admirar. Porém nem todo mundo costuma dar a valor a pessoa por trás da arte, mas por sorte aqui é diferente. Quem sabe você não descobre aqui a pessoa que vai ser responsável por aquele presente diferenciado ou para concluir/iniciar aquele projeto que está engavetado: uma HQ ou a capa e ilustrações de um bom livro.
Na sessão Ilustraverso o artista e sua arte tem vez e reconhecimento. A artista da vez é uma ilustradora Inglesa apaixonada por musica, leitura, fotografia, café e "coisas divertidas". Conheçam a arte de Charlie Bowater!
Nascida no Reino Unido, em 1988, Charlie Bowater fui criado a base dos desenhos animados dos ano 90 e todos da Disney em que eu podia por as mãos. Crescendo eu insisti que um dia eu seria um animador, embora isso mudou um pouco , meu amor pela arte nunca tem!
Atualmente mora no Nordeste do Reino Unido e trabalha como Concept Artist Sênior na empresa Atomhawk Desing. O resto do tempo é ilustrador e doodler de qualquer coisa e tudo o mais.
Projetos: Pottermore - Injustice: Gods Among Us - Project Spark - Dead Island: Riptide - Mortal Kombat 9 - Sonic All Stars Racing - The Realm - Jewel Quest - KLab Mobile Games - Lego
Você pode conferir uma amostra da arte aí embaixo e as galerias no Site da Artista, no Facebook, Etsy, DeviantART e/ou no Instagram. Aos interessados em um contato profissional e em obter mais informações, o contato pode ser feito pelo email charliebowater@hotmail.com.


Star Wars: Um Novo Amanhecer

Desde os terríveis acontecimentos em STAR WARS – Episódio III: A vingança dos Sith, quando todos os Jedi foram perseguidos e condenados à morte, Kanan Jarrus tem vivido na clandestinidade, evitando criar problemas com o Império. Porém, um embate mortal entre as impiedosas forças imperiais e os revolucionários desesperados se mostra próximo demais e impossível de se ignorar. A honra e o senso de justiça do cavaleiro Jedi despertam, e ele volta à ação em uma batalha de grandes proporções contra o mal. Mas Kanan não vai lutar sozinho. Ele contará com a ajuda de aliados improváveis, incluindo a misteriosa Hera Syndulla – que parece ter suas próprias motivações. Enquanto uma crise de proporções apocalípticas surge no planeta Gorse, o grupo enfrenta as forças mais poderosas da galáxia, em defesa de um mundo e de seu povo. Nesta primeira aventura juntos, os protagonistas da série Rebels conquistam seu espaço entre os maiores heróis da série STAR WARS, rumo à luta contra o Império.
Título: Star Wars: Um Novo Amanhecer
Autor: John Jackson Miller
Editora: Aleph
Número de Páginas: 424


Lançado nos Estados Unidos em setembro de 2014, Star Wars: Um Novo Amanhecer foi primeiro romance integrado ao novo cânone a unir as diferentes mídias sobe direito da Lucasfilm Story Group/Disney e está cronologicamente inserido oito anos depois de Star Wars Episódio III: A Vingança dos Sith; seis anos antes de Star Wars Rebels; 11 anos antes de Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança. Coube a John Jackson Miller a tarefa de dar o pontapé inaugural dessa nova iniciativa, missão que realizou muito bem...
O lamacento e subdesenvolvido planeta Gorse na Orla Interior e sua lua, Cynda, há tempos vêm servindo como uma grande fonte do mineral torilídio, um mineral essencial para a fabricação de naves de guerra, para o Império. E é lá que trabalha Kanan Jarrus, que usa o emprego e o lar temporários para manter seu disfarce em meio a uma vida de fugitivo errante. Isso é tudo o que lhe restou, desde que as forças imperiais sentenciaram todos os Jedi à morte.
Tudo parece tranquilo em Cynda, até que uma inspeção imperial surpresa, liderada pelo infame ciborgue Conde Vidian, causa confusão e desespero entre os trabalhadores das mineradoras. Para piorar, uma grande explosão coloca a vida de Kanan em risco e o obriga a usar a Força. Agora, seu único destino parece ser abandonar o sistema de Gorse e tudo o que conheceu por lá.
Em meio a tudo isso surge Hera Syndulla, uma misteriosa Twi’lek que está tentando colher o máximo de informações possíveis sobre Vidian e desmantelar todo o esquema de exploração imperial que beneficia o Império. Contudo a situação pode ser ainda pior: segundo Skely, um mineiro veterano das Guerras Clônicas e especialista em explosivos, a contínua e crescente atividade explosiva irá levar toda a estrutura de Cynda à destruição, e consequentemente, afetará Gorse também.
Kanan está decidido a fugir e manter sua vida de eremita. Mas quando o conflito contra o poderoso Império estiver próximo demais das pessoas com quem ele se importa, terá ele coragem de virar as costas a tudo mais uma vez?
Para quem não sabe John Jackson Miller não é nenhum estreante quando se trata de romances da saga, o autor já havia trabalhado em Star Wars: Kenobi (livro da linha Legends) e teve boa recepção entre os fãs e a crítica. Dessa vez não foi muito diferente.
Com uma história fechada e um clima mais puxado para o real através de temas como disputas matérias, exploração de trabalho, grades corporações e sabotagem industrial, Jackson consegue mostrar que apesar da aventura sci-fi fantasiosa e combates de blasters e sabres de luz o universo Star Wars é mais vivo e palpável do que parece. Tudo isso sem abrir mão das características clássicas: se você conferir vai encontrar os Stormtroopers, o Império, Rebeldes, a Força e muito mais entre, literalmente, tiro, porrada e bomba.
Através de uma narrativa leve e fluida, Miller consegue trabalhar na medida certa tanto as descrições quanto as cenas de ação, dando agilidade, mas sem perder o detalhamento essencial para manter o mistério que toma boa parte da história. Assim também consegue trabalhar os personagens, muito embora apesar do aprofundamento muitos continuem com sobras sobre seu passado.
Por falar neles, a obra está repleta de personagens bacanas, com destaque para a dupla protagonista e o vilão. Kanan inicialmente passa o ar de ser apenas um bon vivant, um jedi que "abdicou" da natureza de seus ensinamentos, a serenidade e elegância dos jedi, e até mesmo a própria Força, por uma vida longe da ameaça do Império. Já Hera é misteriosa e sedutora. Sua motivação não fica clara logo de inicio (e até mesmo no fim um pouco do mistério se mantém), ainda sim a personagem cativa pela determinação. Vidian é cruel, ganancioso, inescrupuloso e um ótimo estrategista, até perder o controle em seus rompantes de raiva.
Quem acompanha a série animada talvez note uma leve diferença na postura dos personagens em Um Novo Amanhecer. Isso talvez se deva a inexperiência e juventude de Kanan e Hera, mas em certos momentos é difícil acreditar que sejam os mesmos personagens (principalmente esse Kanan tão bonachão). É claro, para quem planeja ter contato com o livro essa questão não será sentida (e não atrapalha conhecer nenhuma das duas obras). Inclusive recomendo muito que conheçam a animação! Alguns dizem que o clima da série é infantil, mas discordo dessa afirmação. Apesar do clima mais leve a Star Wars: Rebels acrescenta muito a essa parte oculta da história.
Quanto a parte física é difícil não elogiar o trabalho da Aleph. Todo a parte gráfica, desde capa (totalmente nova, diferente da original) até o miolo com as aberturas de capítulos bem trabalhadas e a diagramação simples, porém impecável.
Star Wars: Um Novo Amanhecer é uma obra que traz todo o clima clássico do combate entre rebeldes e Império, mas de uma forma mais contida e local, e sem perder o charme. Juntando isso ao fato de se tratar de uma boa aventura com personagens carismáticos e com certa profundidade tornam-no uma excelente pedida para os fãs do universo Star Wars e também para os não tão fãs adentrarem na literatura que envolve o Universo Expandido Canônico. Dificilmente irá se arrepender de embarcar nessa, isso posso te garantir!


O Fim da Infância

Nos primeiros anos da Guerra Fria, uma raça intelectual e tecnologicamente superior ao homem desce dos céus para governar a Terra. Diferente do que se poderia imaginar, os invasores não pretendem escravizar a humanidade. Ao contrário, eles acabam conduzindo-a a um período de prosperidade jamais visto, em que não mais existem a fome, a marginalidade, as doenças e a guerra. Benevolentes, parecem querer sinceramente o melhor para os seres humanos. Mas os Senhores Supremos têm suas regras: não é permitido a ninguém conhecê-los, e a exploração do espaço está terminantemente proibida. Como afirma seu enigmático líder, "as estrelas não são para os homens". Com muitas conquistas e poucos focos de resistência, a humanidade capitula diante do invasor. O homem abdica de seu dinamismo e poder criativo e deixa de aspirar a qualquer coisa que não o prazer e o entretenimento. O mundo está em paz, mas um indefinível mal-estar ainda assombra os corações humanos. Para aqueles que resistem, torna-se evidente que os Senhores Supremos têm algo a esconder, que têm um objetivo maior. No transcorrer de duzentos anos de história após sua chegada, alguns de seus segredos serão revelados, outros permanecerão ocultos até que a humanidade esteja pronta. Até que uma missão seja cumprida. Até que a raça humana conheça o destino que lhe foi traçado.
Título: O Fim da Eternidade
Autor: Arthur C. Clarke
Editora: Aleph
Lançamento: 2015
Páginas: 224


Quando no auge da tecnologia e da modernidade a humanidade se prepara para finalmente deixar a superfície da Terra e se lançar ao espaço, naves alienígenas imensas e sofisticadas surgem pairando sobre as principais cidades do mundo. De maneira quase instantânea, todos os governos e a sociedade tomam consciência de que o que quer que eles planejem conosco será feito, cabendo a nós apenas aceitar essa nova condição que nos é imposta unilateralmente. Nossa tecnologia bélica mais sofisticada é inútil contra eles e as suas naves. Felizmente, as criaturas apelidadas como os Senhores Supremos nos tomam como seus protegidos, entregamos a eles um pouco da nossa liberdade, enquanto abraçamos um período de paz mundial e duradoura e experimentamos um desenvolvimento em todas as áreas até então nunca visto antes.
A forma como essa invasão é conduzida é no mínimo interessante. Nada de atividades hostis, lases e bombas explodindo nossos principais cartões postais. Os Senhores Supremos pacificamente induzem uma profunda mudança na sociedade como a conhecemos, levando a humanidade a uma verdadeira utopia em que os grandes problemas sociais se resolvem, não há mais guerras, não há fome e todos tem a certeza de que poderão vivenciar toda a sua potencialidade humana se assim o desejarem.
Este é apenas o início d’O Fim da Infância, obra de ficção científica de Arthur C. Clarke, que primeiramente me despertou a curiosidade por sempre ser mencionada como uma crítica mordaz à corrida armamentista entre estadunidenses e soviéticos durante o período da Guerra Fria. Em teoria, uma sociedade livre destes conflitos e portanto sem a necessidade de executar onerosos orçamentos militares teria muito mais recursos para investir no avanço da ciência, da tecnologia e na resolução de graves problemas sociais. Amadureceríamos como sociedade, deixaríamos essa mentalidade infantil e mergulharíamos numa era de progresso e desenvolvimento pleno. Este era o “fim da infância” que eu imaginava, mas o título do livro faz referência a algo muito mais profundo e que só será revelado em suas surpreendentes páginas finais….
O Fim da Infância se divide em três partes: A Terra e os Senhores Supremos, em que narra a chegada dos Senhores Supremos e os primeiros anos da nova organização mundial oriunda disto, com grande enfoque na relação entre o secretário geral da ONU, Stormgren e o Senhor Supremo Karellen. A segunda parte, A Era de Ouro, já mostra a humanidade vivendo plenamente a utopia, habituada a constante presença dos Senhores Supremos, os graus de felicidade e desenvolvimento em todos os campos são os mais altos de toda a história. Na terceira parte, A Última Geração, são revelados os verdadeiros propósitos dos Senhores Supremos. É a parte mais filosófica e catártica do livro e conduz ao derradeiro desfecho, que tal como o de "2001: Uma Odisseia no Espaço", é perturbador.
Apesar de datado em alguns aspectos e conceitos, o Fim da Infância ainda conserva excelentes questionamentos que vão desde a forma como encaramos nossa própria relevância num Universo infinito no tempo e no espaço até coisas mais triviais mas vistas aqui sob uma ótica totalmente nova e surpreendente como o misticismo, a submissão, a curiosidade, a religião e as utopias que almejamos para nós mesmos.
Os personagens não são tão marcantes pois o foco da história é o desenrolar dos eventos, as consequências da chegada dos Senhores Supremos ao longo dos cento e cinquenta anos em que permanecem como "zeladores da humanidade". Mesmo assim você fica curioso com o que vai acontecer com cada um deles tamanha é a capacidade de Clarke em dar verossimilhança a este cenário. Um deles em especial será os nossos olhos, a testemunha que nos levará a conhecer o grande mistério por trás dos Senhores Supremos, quem são e porque eles fazem o que fazem.
Esta edição da Aleph, além de um prefácio do autor, ainda trás dois extras: o conto “Anjo da Guarda” de 1950 que deu origem à Parte Um de O Fim da Infância e uma versão alternativa do primeiro capítulo reescrita por Clarke em 1989 atualizando-o ao contexto político daquela época.
É sem dúvida alguma uma obra memorável e impactante. Seu desfecho foi capaz de me deixar incomodado e reflexivo por horas. Clarke não se limita apenas a escrever uma história de ficção científica mas também explora e expande as possibilidades do gênero, subvertendo clichês e criando uma trama única, com forte viés filosófico, que leva o seu leitor a provar a mais doce das utopias e a mais amarga das perdas. Vale muito a leitura!

Ilustraverso: SulaMoon

Todo mundo ama uma boa capa, um mapa bem feito e ilustrações apaixonantes, sejam elas em livros, grafic novels, guias ilustrados, para usar de papel de parede ou pelo simples prazer de admirar. Porém nem todo mundo costuma dar a valor a pessoa por trás da arte, mas por sorte aqui é diferente. Quem sabe você não descobre aqui a pessoa que vai ser responsável por aquele presente diferenciado ou para concluir/iniciar aquele projeto que está engavetado: uma HQ ou a capa e ilustrações de um bom livro.
-
Na sessão Ilustraverso o artista e sua arte tem vez e reconhecimento. A artista da vez é uma ilustradora carioca fã de fantasia medieval, RPG e Videogames. Conheçam o trabalho de SulaMoon!
Ursula Dorada, ou SulaMoon, é uma artista brasileira nascida no Rio de Janeiro, mas que atualmente reside em Porto Alegre trabalhando com publicidade, jogos, e também como freelancer.
A artista trabalha principalmente com o Photoshop e um Intuos 3. Suas peças são 100% digitais, salvo indicação contrária.
Você pode conferir uma amostra da arte aí embaixo e as galerias no Site da Artista, no Facebook, ArtStation, DeviantART e/ou no Instagram. Aos interessados em um contato profissional e em obter mais informações, o contato pode ser feito pelo SulaMoon@gmail.com.