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Uma Breve História Do Tempo

Uma das mentes mais geniais do mundo moderno, Stephen Hawking guia o leitor na busca por respostas a algumas das maiores dúvidas da humanidade: Qual a origem do universo? Ele é infinito? E o tempo? Sempre existiu, ou houve um começo e haverá um fim? Existem outras dimensões além das três espaciais? E o que vai acontecer quando tudo terminar?
Com ilustrações criativas e texto lúcido e bem-humorado, Hawking desvenda desde os mistérios da física de partículas até a dinâmica que movimenta centenas de milhões de galáxias por todo o universo. Para o iniciado, Uma breve história do tempo é uma bela representação de conceitos complexos; para o leigo, é um vislumbre dos segredos mais profundos da criação.
Título: Uma Breve História do Tempo
Autor (a): Stephen Hawking
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 256


Uma Breve História do Tempo é provavelmente um dos mais populares textos sobre a aplicação das teorias da relatividade geral e da mecânica quântica na questão da origem do universo. Sua primeira edição figurou nas listas dos mais vendidos por anos, um feito notável para um livro de divulgação científica, e suas reedições posteriores mantiveram estes bons números. Mesmo esta nova edição lançada recentemente pela Intrínseca ganhou uma reimpressão cerca de um mês após a data de lançamento oficial fazendo jus à fama de best-seller instantâneo.
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Meu primeiro contato com ele foi há pelo menos uns dez anos. Lembro-me de ter ficado extasiado e boquiaberto com o que li ali pela primeira vez. Hawking descortinava os mistérios mais profundos do universo de um modo quase mágico! Pude relembrar com nostalgia deste período relendo a nova edição, mas confesso ter a impressão de que fiquei com ainda mais dúvidas desta do que daquela primeira vez. E isso é ótimo! A curiosidade é o primeiro passo para que se adquira novos conhecimentos e é o combustível que move a nossa busca.
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Isso está muito claro ao longo dos primeiros capítulos do livro. O autor discorre sobre a história da Física e o seu desenvolvimento desde a Grécia Antiga, com o conhecimento filosófico de Aristóteles e Demócrito, passando pela Renascença com as então revolucionárias descobertas de Copérnico, Kepler, Galileu e Newton até nos apresentar às modernas teorias da relatividade geral e da mecânica quântica no inicio do século passado, enquanto elucida como o nosso conhecimento da natureza do universo foi e vem sendo moldado e consolidado ao longo deste período.
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Os capítulos seguintes são os mais interessantes por discutir algumas das mais intrigantes questões e mistérios que ainda cercam as modernas teorias e o grande desafio dos cientistas que trabalham na busca de uma unificação das mesmas a fim de encontrar uma teoria final que em tese descreveria todo o comportamento do universo. Tomei a liberdade de citar alguns pontos tratados nesta segunda parte:
- A teoria da relatividade e a descoberta da expansão do Universo predizem que deve ter havido um Big Bang, a mecânica quântica fornece os meios para que possamos estudar o universo em seus primeiros estágios e em condições extremas de densidade e temperatura.
- Buracos Negros e as singularidades sob a luz da mecânica quântica não são tão negros e insondáveis quanto poderiam parecer à princípio, emitindo radiação e perdendo massa no decorrer do tempo.
- Os Buracos de minhoca, regiões que funcionariam como túneis no espaço-tempo e que teoricamente permitiriam viagens no tempo, também estão presentes e são abordados juntamente com os paradoxos que tais viagens poderiam gerar, ou não se você levar em conta o conceitos das histórias alternativas e a conjectura de proteção da cronologia. Aparantemente voltar no tempo sabendo os números da loteria infelizmente não irá alterar o saldo da sua conta bancária.
- Outro ponto é a nossa percepção de que o tempo caminha sempre do passado para o futuro e não o contrário. O próprio conceito clássico do tempo é revirado do avesso por Hawking e desassociado do nosso Universo durante a leitura do capítulo sobre as setas do tempo e a entropia.
- Hawking ainda especula sobre os vários possíveis destinos do nosso universo e sobre teorias que buscam alternativas à teoria da grande unificação mas cujos obstáculos para serem comprovadas são igualmente hercúleos tais como a teoria das cordas, supercordas e a supersimetria.
Stephen Hawking não é tão didático quanto Carl Sagan ou Marcelo Gleiser, outros dois formidáveis divulgadores da ciência cujos livros eu também recomendo, mas fala com muita propriedade de temas complexos sem precisar incorrer a termos técnicos maçantes em suas explicações enquanto deixa transparecer um bom humor em diversas passagens de seu texto. As analogias que faz entre a Física de ponta e situações cotidianas (como quando compara os quarks, uma partícula elementar constituinte da matéria, com os diversos sabores e cores dos sorvetes) ou os comentários sobre algumas de suas apostas amigáveis com outros físicos, uma delas envolvendo assinaturas de revistas pornô e a existência ou não de um buraco negro no sistema estelar Cygnus X-1 a qual ele perdera, e as referências a outras obras bem populares como o filme De Volta Para o Futuro, tornam seu texto muito agradável, próximo e mais fácil de compreender.
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A edição da Intrínseca, além de uma nova tradução possui revisão técnica de Amâncio Friaça, um glossário e um índice remissivo para consultas rápidas. Minha única ressalva fica pelo livro ser realmente ““breve”,” nos deixando realmente instigados por mais respostas ou detalhes. Recomendo lê-lo aos poucos, dando tempo para assimilar o texto e as idéias nele contidas e buscando outras fontes durante a leitura para uma melhor experiência. O mero vislumbre da grandiosidade do universo que nos cerca lhe fará perder o fôlego!
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Despertar nossa curiosidade para a ciência e expandir nossos horizontes para novas descobertas e questionamentos ao mesmo tempo em que nos fascina com o quão longe já chegamos e o quanto ainda falta percorrer é o maior legado de Uma Breve História Do Tempo. Logo no primeiro capítulo ele já deixa bem claro quão ambiciosa é a meta da ciência, e ela não é nada menos do que “uma descrição completa do universo em que vivemos”. Livros como este aproximam esta colossal tarefa do grande público que não deve ficar de modo algum omisso nesta busca.